Sinopse: Os jovens
Juninho (Aristides de Souza), Eldo (Eldo Rodrigues), Adilson (Adilson
Cordeiro), Menor (Maurício Chagas) e Neguinho (Wederson Patrício) são moradores
da periferia de Contagem e vivem divididos entre o trabalho e a diversão, o
crime e a esperança. Para sobreviver à luta de cada dia, eles terão que domar o
tigre que mora dentro de si.
Vencedor da Mostra de
Cinema de Tiradentes de 2014, A Vizinhança do Tigre é uma experiência curiosa,
mas jaz familiar, pois é uma espécie de documentário/ficção, algo que está
sendo bastante visto nos filmes nacionais desde Castanha. O diretor Affonso
Uchoa entra nesse mundo particular do bairro Nacional, região pobre de Contagem
de MG, e revela o dia a dia de jovens daquele cenário. Observador com a sua
lente, cineasta jamais interfere nas situações que acontece na sua frente para
nascer então o nascimento da narrativa de uma forma realística, passando então a impressão precisa das rotinas de
cada um dos personagens, sem que a câmera faça com os momentos soem falsos ou
até mesmo ensaiados.
O filme somente sofre
com uma falta de ritmo no princípio e talvez venha a frustrar aqueles que
esperam uma conclusão para a trama, o que não acontece, já que tudo fica em
aberto e deixando a imaginação do cinéfilo se abrir após o término da sessão. Contudo,
fica lógico para os nossos olhos que não há finalização para tais personagens, pois
tudo que resta para eles é continuarem em frente e ver o que acontece. Porém,
infelizmente a vida que eles levam possa levá-los para caminhos sem volta, como
deixa muito claro nos créditos com relação ao destino de um dos personagens.
Juninho, Eldo,
Adilson, Menor e Neguinho são cinco garotos que vivem em dificuldade e sonham
com uma possível, embora distante vida melhor. Eles sempre se encontram
divididos entre o trabalho e o lazer, e entre o divertido e o perigoso. O longa
traz momentos inesquecíveis de situações corriqueiras, como dois deles
conversando sobre as fotos da mãe em um celular ou outros roubando bergamotas da
árvore do vizinho ao lado.
Uchoa não rotula seus
personagens, mas também não procurar criar uma luz no universo do qual eles
vivem. Ele retrata o principio do submundo do tráfico e ainda mostra a forma comum
como um jovem brinca com uma arma. É um momento simples, porem chocante pelo
fato de eles tratarem o objeto como se fosse um simples brinquedo.
Em um cenário de muita miséria,
o técnico responsável pela fotografia opta em retratar o ambiente de uma forma
mais nua e crua possível. O trabalho de câmera é sem duvida o ponto forte aqui,
já que o cenário se torna uma espécie de personagem do qual eles convivem todos
os dias. A câmera acompanha os
personagens em meio ao ambiente e vendo até onde aqueles jovens irão ir no decorrer
de suas vidas.
A vizinhança do Tigre é sobre
crianças que poderiam ter uma vida comum, se não fosse pelo fato de serem
obrigadas a amadurecerem precocemente e tendo que decidir entre a luz e o lado
sombrio que a vida pode lhes oferecer.
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