Truman
Sinopse: Julián (Ricardo
Darín) está doente e não quer fazer disso um drama nem quer revelar isso para
todos. Ele recebe a visita do amigo Tomás (Javier Cámara) e juntos relembram
grandes momentos. Julián não sabe quanto tempo tem de vida e por isso se preocupa
com quem vai ficar com seu cachorro, Truman.
Truman é o nome de um
cachorro do protagonista que, embora não apareça tanto ao longo do filme, se
torna o grande responsável pelo ponta pé inicial que movimenta os personagens
principais. Dirigido pelo cineasta Cesc Gay (O que os Homens Falam), o filme
acompanha os dias em que Julián (Ricardo Darin, ótimo como sempre) procura um lar para o
seu velho companheiro Trurman, pois devido a um câncer, ele não tem muito tempo
de vida e não quer deixar o seu cachorro sozinho no mundo. Com ajuda de seu
velho amigo Tomás (Javier Cámara) que está de passagem em Madri, ambos iniciam
uma cruzada para ajudar a achar um lar para o velho cachorro, mas ao mesmo tempo
aproveitando para resolver algumas questões e aproveitar ao máximo os dias
juntos.
Vencedor de cinco
primeiros Goya (prêmio principal da Espanha), o filme se concentra na aceitação
de Julián com relação ao inevitável fim, desde que, as pessoas que ele ama,
mais o seu cachorro, fiquem bem após a sua partida. É claro que nem todos
aceitam isso de bom grado e seu amigo Tomás é um que fará o que puder para
tentar convencê-lo a fazer um tratamento para estender um pouco a sua vida.
Além dele, temos a prima do protagonista chamada Paula (Mercedes Fonzi, do
filme recente Paulina) que se revolta com o fato dele aceitar tão fácil a morte
que está chegando e sua presença em cena sintetiza a raiva e tristeza perante a
situação.
Com o roteiro
assinado pelo próprio cineasta, do qual é inspirado em vivencias que teve com a
sua mãe, o filme oscila entre a comédia e os momentos dramáticos, dos quais a pessoa
que assiste se identifica facilmente. Tomás, aliás, é o personagem que dá o tom
leve para a trama e fazendo com que um momento de peso dramático se torne um
clima colorido graças ao seu jeito sarcástico perante a situação. O tom dos
personagens é o grande responsável pelo acerto da história, pois de um lado
temos Darin que encarna com sutil determinação um homem encurralado pela morte,
mas que decide em plena liberdade como viver seus últimos meses.
Porém, não espere um
personagem durão perante a situação, pois sempre quando ele vai dar uma
entrevista para os potenciais novos donos de Truman, um lágrima sempre surge e
ameaça cair por terra à imagem de homem corajoso perante a morte. Um dos ápices
da trama, onde apresenta outra faceta da dupla central, é quando ambos decidem viajar
para Amsterdã para visitar o filho de Julián. É um momento em que palavras de
despedidas ficam de lado, mas ao mesmo tempo tem aquela sensação do inevitável.
Embora com um final
em que todos conseguem advinham qual será o verdadeiro destino do cão Truman, o
filme termina de uma forma satisfatória e fazendo com que terminemos a sessão
com um sorriso no rosto, mesmo com uma trama tão delicada, mas ao mesmo tempo
humana.
O CLÃ
Leia a minha crítica já publicada clicando aqui.
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