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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Cine Especial: XINGU, MEIRELLES E O CINEMA BRASILEIRO ATUAL E SUAS DIFICULDADES



Virou noticia recentemente, o descontentamento do cineasta Fernando Meirelles com relação ao desempenho de sua produção Xingu, principalmente no RS. Semana atrás, foi publicada uma matéria sobre o que ele tem a dizer, confiram:

Além de algumas salas em São Paulo e no Rio, Xingu está indo bem no Amazonas e no Pará, também vai bem no Espírito Santo, sabe-se lá por que. No Rio Grande do Sul, porém, o filme fez uma carreira desastrosa um pouco melhor no Iguatemi, mas mesmo assim muito fraco. RS foi o estado que menos se interessou pela história dos Irmãos Villas Boas, seguido por Santa Catarina e Minas Gerais. Isso na verdade não surpreende. Sabemos que quem nasce no Rio Grande do Sul nunca diz que é brasileiro, diz antes que é Gaúcho, vindo de um estado que faz divisa com o Brasil ao norte.Alguns filmes que fazem sucesso por aí nem são percebidos no resto do país e o oposto também é verdade. O fato de vocês serem bastante independentes do país em termos culturais é algo positivo, mas nós, os produtores de cinema, deveríamos ficar mais atentos a isso e, ao lançar nossos filmes, preparar sempre uma campanha de lançamento para o Brasil e uma especial para o Rio Grande do Sul. Sem piada. Tenho certeza que funcionaria melhor se fosse feito assim, diz Fernando Meirelles.”

Bom, até eu posso entender a decepção dele, pois afinal de contas, ele foi um produtor que investiu dinheiro de seu bolso em uma superprodução, e que queria a cima de tudo, passar uma mensagem sobre a preservação indígena. Mas eu sinceramente não gostei nenhum pouco dessa declaração, sendo meio que preconceituosa, dizendo que nos não aceitaríamos bem uma historia lá do outro lado do país?  Isso não tem nada haver!

Se fosse esse o caso, todo o filme, cuja historia se passa numa favela do Rio, ou do cotidiano da cidade de São Paulo, seria um fracasso por aqui, o que não é o que acontece, pois esse tipo de filme tem o seu publico, desde que os filmes estejam sendo distribuídos nos lugares certos. Quando eu fui assistir Xingu, tive a leve sensação de estar vendo um peixe fora d’água, pois eu assisti num cinema “Cinemack”, que é mais voltado para o publico em geral, principalmente o publico jovem, interessado mais no cinema de entretenimento. Se no principio, o filme tivesse sido exibido em cinemas, onde é voltado mais para um publico que se interessa realmente em assistir um filme, para se fazer uma reflexão, garanto que o desempenho da produção seria bem diferente.
Neste ultimo mês, Xingu segue sendo exibido na Casa de Cultura Mario Quintana, obtendo ótimos elogios e até mesmo lotando algumas sessões, com direito as pessoas se levantarem e aplaudirem. Ai que está os cinemas de Porto Alegre é bem diversificado, tendo tanto salas para o publico em geral, que deseja ir ao cinema com intuito de somente se divertir, como há cinemas para as pessoas que buscam reflexão e com o desejo de sair do cinema com o filme ainda cabeça. Salas como, as duas da Casa de Cultura, Cinebancários, P.F Gastal e Cine Santander, são salas que de uns anos para cá, ganharam prestigio, por apresentar uma programação alternativa e que atrai um publico que anda cansado do cinema convencional. Atualmente, Luz das Trevas (continuação do clássico O Bandido da Luz Vermelha), faz grande sucesso de publico em uma dessas salas, embora tenha tido pouca divulgação com relação há esse filme.

E é ai que chegamos num ponto, que merece ser discutido. O que também desfavoreceu o desempenho de Xingu nas salas de cinema, foi à má divulgação da produção, pois até aonde eu me lembro, eu só lia sobre o filme em sites, ou então nos jornais. Outros meio de comunicação como radio ou TV, não vi nem sombra, o que isso representa um verdadeiro mal que assola, quando o assunto é divulgação de filmes, principalmente os brasileiros. O que eu acho que deveria ser feito, é ter mais propaganda, ou até mesmo programas específicos para anunciarem os filmes, não importa se eles forem bons ou ruins, ou se estão ou não bem na bilheteria. Ficava pasmado, quando o Jornal Nacional, ficava anunciando a todo o momento o desempenho de Tropa de Elite 2, mas só porque estava adquirindo um enorme sucesso. Parecia até que era o único filme brasileiro naquele momento, o que em parte, é injusto com relação a outros filmes.
Além da má divulgação dos filmes nacionais, voltamos à má distribuição dos filmes  nas salas, que se por um lado, o filme é distribuído numa sala errada (para um publico errado), tem ainda que se contentar com duas miseras duas salas na cidade. Nunca me esqueço da minha decepção com relação ao filme Heleno, que foi exibido somente em duas salas da capital e muito distante da onde eu estava. Infelizmente as distribuidoras têm uma política um tanto que exagerada, em dar mais destaque ao filme do momento, dando então um numero gigantesco de salas de cinema somente para aquele filme X, como no caso recentemente de Vingadores, que praticamente abocanhou todas as salas do país, enquanto outros filmes ficaram na geladeira na espera, ou até mesmo, tendo fatídico destino de irem direto ao DVD.


SOMOS UMA BOA VIZINHA?

Neste intenso debate, levantou-se a hipótese também, que somos bons vizinhos com a Argentina, por exemplo, em que seus filmes fazem um bom sucesso por  aqui, muito mais que uma produção nacional. Exemplos como Os Segredos dos Seus Olhos e Um conto Chinês, foram os mais citados, por terem se tornado filmes de grande sucesso de bilheteria e por terem ficado inúmeras semanas em nossas salas da capital. Mas não é pelo fato de produções  de nossos Hermanos fazerem sucesso por aqui, que somos então uma boa vizinhança, não é bem assim. Se um filme fica várias semanas em cartaz, é porque realmente tem qualidade ali no meio, não importando a sua nacionalidade. O caso que vivemos em um período, em que o cinema Argentino, está vivendo uma ótima fase, em que muitos consideram como a “nova onda” do cinema Argentino. E quando essas produções chegam para cá, os gaúchos então percebem rapidamente a qualidade da produção, que logo vai recebendo um numero cada vez maior de cinéfilos nas salas, e com isso, tão cedo o filme não sai de cartaz, fazendo mais sucesso aqui, do que em outros estados em que o filme é exibido. Será que nos temos um olho mais apurado? Deixemos esse ponto para outra ocasião!
Mas o cinema argentino não vive somente com esse prestigio por aqui, sendo  que outros títulos de outros países, acabam sendo adotados pelos cinéfilos a tal ponto, que chegam a quase ficar um ano em cartaz, como foi no caso do filme francês Copia Fiel, que na minha opinião, foi para mim um dos melhores filmes do ano passado e ficou durante vários meses em cartaz, em uma das salas da Casa de Cultura.
Mas se é assim, faltam bons títulos brasileiros para serem exibidos por aqui e ficarem por muito tempo em cartaz? Sinceramente, o cinema brasileiro não anda tendo uma grande fatia de bons títulos para realmente valerem à pena serem vistos na tela grande. O grande problema, quando se pensa em cinema brasileiro atualmente, é que eles estão sendo voltados muito mais em comedias, ou até mesmo super produções como 2 Coelhos, mas então para por ai. O cinema em si possui inúmeros gêneros a serem explorados, e esta mais do que na hora, do Globo Filmes e outros estúdios do nosso país, acordar para o fato, que o Brasil não pode ficar preso a tão poucos gêneros. Recentemente assisti alguns filmes de terror brasileiros no Fantaspoa, daí eu me fico me perguntando, porque não vemos mais gêneros  como esse feitos aqui, ou até mesmo ficção cientifica, não custa arriscar.
Mas enfim, é um assunto que leva a inúmeros pontos e que com certeza continuará gerando bastantes debates, principalmente no próximo curso do CENA UM, que será focado sobre o cinema brasileiro, de ontem e hoje. Portanto aguardem, pois no próximo mês, o meu blog de cinema será muito mais verde e amarelo.


Leia também: XINGU

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terça-feira, 29 de maio de 2012

Cine Especial: A nova Hollywood: Parte 7


MASH
Sinopse: Durante a Guerra da Coréia, dois competentes jovens cirurgiões, Duke e Hawkeye transformam a rotina de horror e sangue em algo divertido e irônico, através de seu modo descontraído de viver a vida - claramente para evitar os choques e traumas causados pelo que eles passam diariamente, salvando seus companheiros da morte.

Comedia de humor iconoclasta, e uma das grandes realizações do diretor Robert Altman. Fazer uma comédia anti-guerra nessa época era no mínimo, total falta de bom senso, mas Altman adorou e comprou a ideia. M.A.S.H. era uma sigla que identificava os hospitais móveis do exército norte-americano (Mobile Army Surgical Hospital). O filme era uma sátira da Guerra da Coréia, a partir do ponto de vista dos médicos destes hospitais de campanha, mas muitos imaginavam tratar da Guerra do Vietnã. O filme tinha no elenco principal, grandes nomes como Donald Sutherland (visto antes em os 12 Condenados), Elliott Gould, Tom Skerrit, Sally Kellerman, Robert Duvall, entre outros.
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes e Oscar de roteiro, para Ring Lardner Jr. Devido ao seu sucesso, ganhou uma serie de TV bastante conhecida.    
   

Curiosidade: Apesar do filme ser situado em plena Guerra da Coréia, o único tiro ouvido no filme é o utilizado para interromper uma partida de futebol.



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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: A MULHER DE PRETO


A HAMMER DOS BONS E VELHOS TEMPOS

Sinopse: Arthur Kipps (Daniel Radcliffe) foi enviado por seu escritório para regularizar os documentos de uma mansão abandonada, próximo a um vilarejo, cujas crianças morrem misteriosamente de tempos em tempos, sem que ele soubesse de nada disso. Quando começa a ter uma série de visões sinistras durante a execução de suas tarefas, inclusive uma de uma mulher vestida de preto, ele descobre que existe algo relacionado ao passado daquele local e decide investigar, provocando a ira dos moradores e a morte de mais vítimas. Agora, só o tempo para dizer se o seu instinto paternal irá ajudar a resolver esse perigoso e grande mistério.
  
Em sua época de ouro (entre final dos anos 50, há anos 60 e 70) a Hammer realizou grandes clássicos dos filmes de terror, obtendo grande sucesso, principalmente quando na produção, estavam sempre à parceria Christopher Lee e Peter Cushing, que eram sinônimos de bilheteria para o estúdio. Passados vários anos daqueles bons tempos, é bom rever a Hammer de volta, com o filme “A Mulher de Preto”, que resgata um pouco daquele clima fantasmagórico e sombrio dos bons tempos. Embora se houvesse algo de inocente naquelas produções (visto pelos olhares de hoje), aqui não há espaço para sutilezas.   
Se formos simplificar, a produção é uma verdadeira obra de horror à moda antiga, com sua ambientação escura e apreensiva, que deixa o público despreparado com o famoso momento do susto, sem jamais apelar nestes instantes, onde a pessoa realmente pula da cadeira. Baseado no livro homônimo de Susan Hill, não resta menor duvida que na produção, o que mais chama atenção e que com certeza atraiu bastante o publico de hoje, foi à presença Daniel Radcliffe, “pós franquia Harry Potter”. Curiosamente, os sentimentos desse personagem que ele interpreta, se assemelham muito bem com os sentimentos que o Potter sentia, nos últimos capítulos da saga, desde a perda, morte e luto. Com certeza, o lado psicológico de seu personagem ganhou imenso destaque, e com isso, o jovem astro não desaponta, pois sentimos a todo o momento, o grande peso que Arthur carrega em seus ombros e de sua duvida, sobre a vida pós-morte
E se por um momento, possa parecer estranho ele interpretar alguém que já tem um filho de quatro anos, tem que se levar pelo fato, que para a época na qual a história se passa, era absolutamente normal. O protagonista também possui um ótimo entrosamento com o talentoso Ciarán Hinds, cujo o seu personagem, cria quase um laço paternal com o protagonista, e sempre quando surge, rouba a cena. Mas é a casa, onde se passa boa parte das assombrações, é que se torna um personagem a parte da trama. Com uma bela direção de arte e fotografia, que tornam as cenas bem sombrias, mas que jamais faz o espectador não entender o que esta acontecendo, seja a sua frente ou em momentos, onde no fundo de um corredor, por exemplo, algo fantasmagórico surge. Com isso, a casa se torna uma armadilha mortal, tornando o isolamento do personagem Arthur algo perigoso para si e sufocante para aquele que assiste.  
Embora tenha ainda filmado pouco na carreira, diretor James Watkins cumpre o seu trabalho com louvor, sem apelar para sustos fáceis ou com uma trilha que poderia ser usada de uma forma errada nos momentos errados. Além disso, tem que se tirar o chapéu para o diretor, em saber criar momentos nos quais não sabemos se o perigo esta ou não presente, para pegar a qualquer momento o protagonista, em cenas chaves e muito bem orquestradas. Embora o final seja um tanto que inesperado para alguns, os minutos finais tornam  essa obra corajosa e me faz ter esperança que a nova Hammer possa ir mais e mais longe daqui pra frente.
 “A Mulher de Preto” é um filme de terror que honra o gênero, contando com atuações eficazes, com uma produção muito bem cuidada.    

Curiosidade: Com cerca de US$ 110 milhões arrecadados nas bilheterias mundiais, A Mulher de Preto é o filme britânico de terror de maior público nos últimos 20 anos.


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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cine Dicas: Cartaz (28-05-12)



Paraísos Artificiais
Sinopse: Erika é uma DJ de relativo sucesso e muito amiga de Lara. Juntas durante um festival onde Erika trabalhava elas conheceram Nando e juntos vivem um momento intenso. Entretanto logo em seguida o trio se separa. Anos depois Erika e Nando se reencontram em Amsterdã onde se apaixonam . Só que apenas Erika se lembra do verdadeiro motivo pelo qual eles se afastaram pouco após se conhecerem anos antes

O diretor Marcos Prado (Estamira) cria um quadro sobre a geração jovem atual, alienada, envolvidas em drogas, mas que buscam um objetivo na vida, mesmo que tendo que passar por inúmeros percalços para alcançar o seu paraíso pessoal. A trama vem e volta no tempo, criando um verdadeiro quebra cabeça sobre os acontecimentos que acontecem na tela, mas eles vão se encaixando, para então tudo fazer sentido, sobre os encontros e desencontros de Erika (Natalia Dill, ótima) e Nando (Luca Bianchi). O diretor não poupa o espectador com cenas que envolvem sexo e drogas, mas tudo feito de uma forma não muito explicita, mas sim plasticamente bem filmada, que fazem delas essências e que acabam se tornando peças chaves para o enredo.
Embora seja uma trama aparentemente simples e com soluções que beira de um modo forçado, o filme é na verdade é um belo “clipão”, onde a musica, fotografia e câmera lenta, se casam de uma forma bem redondinha e que prendem o espectador, fazendo ele se interessar pelos destinos dos personagens. Embora o diretor Prado, termine a historia de uma maneira, que faz com que a trama continue nas mentes daqueles que assistiram.               


Anjos da Lei

Sinopse: Jenko (Channing Tatum) e Schmidt (Jonah Hill) estudaram juntos, mas jamais foram amigos. A situação muda quando se reencontram na academia de policiais, onde passam a ajudar um ao outro. Já formados, se envolvem em uma confusão ao tentar realizar a prisão de um traficante de drogas, que atuava no parque onde trabalhavam. Remanejados para uma divisão comandada pelo capitão Walters (Ice Cube), onde jovens policiais trabalham infiltrados, eles recebem a missão de desvendar quem é o fornecedor de uma nova e perigosa droga. De volta ao ambiente escolar e atuando sob nomes falsos, Jenko e Schmidt precisam se acostumar aos novos tempos sem perder o foco na tarefa que lhes foi incumbida.

Vinte anos depois do ultimo episodio da série oitentista Anjos da Lei, sua versão ganha às telas para o cinema, e para a surpresa de muitos, é uma adaptação que da certo, por não reverenciar o original, mas por não levar a serio a sua fonte, e com isso, se torna livre para falar por si. Os diretores da animação Ta Chovendo Hamburguer, Phil Lord e Chris Miller, oscilam entre uma quase sátira, para as comedias adultas de adolescente atualmente para criar sua própria versão de Anjos da Lei. Essa reformulação funciona de uma forma tão redondinha, principalmente por causa da boa química dos atrapalhados agentes vividos por Jonah Hill e Channing Tatum. A grande sacada da historia também, esta no fato da dupla ter que encarar uma nova geração de alunos em sua missão, que nada se parecem com a geração do tempo deles, onde atualmente, ser nerd é predominante e o politicamente correto esta por todos os lados.  
Se na vida tudo se copia, então que se reformula. O filme Anjos da Lei é uma prova mais do que bem vinda.  

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COMO SE VER UM FILME 2 - OS GÊNEROS: EXTRA


Terminou ontem, o curso Como se Ver um Filme 2 – Gêneros, criado pelo CENA UM e ministrado  por Ana Maria Bahiana.  Durante dois dias, á critica de cinema destrinchou um pouco cada um, dos principais gêneros que moldam o cinema, de ontem e hoje e como deles nascem outros subgêneros. 


No primeiro dia, o destaque ficou para o drama e a comédia, sendo que essa ultima, evoluiu de tal forma nas ultimas décadas, que é um gênero que pode muito bem ser mais expandido, assim como o drama, que por sua vez, ainda é o gênero mais importante da historia da sétima arte. Curiosamente, Bahiana destacou bastante Titanic, que embora sua historia de amor seja das mais previsíveis, a produção segue todas as regras básicas de se fazer um bom cinema e atrair o publico alvo. Embora a trilha sonora (principalmente seu tema principal) continue insuportável, merece se tirar o chapéu para James Cameron, pelo seu esforço e ousadia na época em que criou o épico.

Já no segundo dia, os gêneros ação, aventura, ficção, terror e suspense dominaram o dia. Bahiana disseca toda a evolução desses gêneros, através de uma viagem no tempo, onde desde os tempos do cinema mudo, o cinema de ação e aventura tem evoluído muito. Maria citou (e eu só agradeço) o filme A General, que embora seja um filme mais voltado para comedia, é de se espantar como Buster Keaton não se machucou, ou até mesmo não morreu durante as filmagens, pois quem viu esse filme, se lembra muito bem como o personagem de Keaton sofreu maus bocados numa locomotiva a vapor, que faz parte da historia. Num tempo que nem sequer existiam efeitos especiais, o filme possui inúmeras cenas perigosíssimas e que hoje merece todo o respeito, daqueles que fazem filmes de ação.
Para o meu deleite, quando Bahiana chega ao gênero de ficção cientifica, ela faz uma justa comparação de três filmes, onde  cada um deles possui tamanha importância na historia , que ainda hoje é sentida. Na tela, assistimos por completo, o clássico Viagem a Lua, passamos para uma rápida cena do clássico alemão Metrópoles, para então fechar com chave de ouro, na famosa cena clássica de abertura de Blade Runner, que é meu filme favorito. Após esse prazer, Bahiana encerra o curso falando um pouco, tanto do gênero de suspense e terror, de como ambos os gêneros, existe algo de muito em comum, que é assustar o publico, mesmo nos não estarmos vendo o grande vilão da trama e se é assustador ou não, escancarar o vilão explodindo na tela.
Como exemplo, Bahiana colocou na tela, Janela Indiscreta, Alien: O 8º Passageiro e O Iluminado, onde Jack Nicholson explode no telão, com um dos melhores desempenhos da carreira, e que encerra com chave de ouro o curso de ontem. Infelizmente não pude participar da sessão de autógrafos com debate que Bahiana faria na Livraria Cultura, muito menos pude comprar o mais novo livro dela, pois nesse mês tive que apertar a cinta. Mas o curso em si valeu muito a pena como sempre, principalmente para aqueles (como eu) viciados pelo cinema, e cada atividade como essa, não é só aprendizagem, mas também um grande prazer cultural.
Se tudo ocorrer bem, aguardem para novos especiais nas próximas semanas.


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sábado, 26 de maio de 2012

COMO SE VER UM FILME 2 - OS GÊNEROS: FINAL



O curso começou hoje, mas devido por falta de tempo, só estou concluindo esse especial neste momento. Porém, após o termino do curso, falarei por aqui também, o que achei sobre ele, que até agora está ótimo.


MELHOR AVENTURA:
 OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA (1981)

Sinopse: Em 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) contratado para encontrar a Arca da Aliança, que segundo as escrituras conteria "Os Dez Mandamentos" que Moisés trouxe do Monte Horeb. Mas como a lenda diz que o exército que a possuir será invencível, Indiana Jones terá um adversário de peso na busca pela arca perdida: o próprio Adolf Hitler.

Projeto dos sonhos de George Lucas (junto com Star Wars), cuja historia é toda dele. Contudo, como estava ocupado com a trilogia espacial, Lucas decidiu dar o trabalho de direção para seu colega e amigo Steven Spielberg, que na época, estava interessado em fazer um filme de 007. Lucas o persuadiu, e o convenceu que Indiana Jones seria um filme muito melhor. Com a escolha de Harrison Ford como protagonista, a produção seguiu adiante de vento e poupa. O resultado é um dos melhores filmes de aventura de todos os tempos. O filme diverte com um ritmo vertiginoso com as constantes reviravoltas inspirado nos antigos seriados apresentados nas matines antes ou depois do filme principal. Vencedor de 4 Oscar.

Curiosidade: Nos hieróglifos encontrados por Indiana Jones no Poço das Almas, podem ser vistos, direita de Indy, inscrições com as palavras R2-D2 e C-3PO, outra homenagem saga Guerra nas Estrelas.


MELHOR FILME DE AÇÃO:
 DURO DE MATAR (1988)
  
Sinopse: John McClane (Bruce Willis) é um detetive de Nova York que está indo a Los Angeles para se encontrar com sua esposa (Bonnie Bedelia), que trabalha em uma empresa japonesa. Porém, ao chegar no prédio onde ela trabalha, percebe que o edifício está sendo assaltado por um bando de terroristas e decide atrapalhar seus planos para resgatar sua mulher.

Ação constante bem ao gosto do diretor Jhon Mctiernan (O Predador), que usa e abusa de efeitos especiais apuradíssimos. Embora tão implacável quanto Rambo, o herói tem características humanas, desde sentir medo e se machucar muito, diferente de vários heróis de ação dos anos 80, que saiam de um tiroteio, sem levar nenhum arranhão.
Transformou Willis no mais novo astro dos filmes de ação, status que se estenderia por quase toda a década de 90. A produção foi baseada no romance de Rideck Thorpe, que embora não seja plausível em alguns momentos, o corre  e corre e a carisma do protagonista, garantem a atenção do publico do começo ao fim. Atenção para a cena que Willis se arrastando dentro do duto de ventilação, que acabou se tornando clássica e muito imitada. 

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

COMO SE VER UM FILME 2 - OS GÊNEROS: Parte 4


Nos dias 26 e 27 de Maio, participarei do curso Como Se Ver Um Filme 2 – Gêneros, criado pelo CENA UM  e ministrado pela critica de cinema Ana Maria Bahiana. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui falarei sobre qual é o melhor (em minha opinião) filme de cada gênero.  

MELHOR FICÇÃO CIENTIFICA: 
 BLADE RUNNER

Sinopse: Em um futuro em que a humanidade inicia a colonização espacial, para o que cria seres geneticamente alterados - replicastes - utilizados em tarefas pesadas, perigosas ou degradantes nas novas colônias. Fabricados pela Tyrell Corporation como sendo "mais humanos que os humanos", os modelos Nexus-6 são fisicamente idênticos aos humanos, mas são mais fortes e ágeis. Devido a problemas de instabilidade emocional e reduzida empatia, os replicantes são sujeitos a um desenvolvimento agressivo, pelo que o seu período de vida é limitado a quatro anos.
Após um motim, a presença dos replicantes na Terra é proibida, sendo criada uma força policial especial - blade runners — para os caçar e "aposentar" (matar).
O filme relata como um ex-blade runner - Deckard - é levado a voltar à ativa para caçar um grupo de replicantes que se rebelou e veio para a Terra à procura do seu criador, para tentar aumentar o seu período de vida e escapar da morte que se aproxima.

As palavras finais do personagem Roy Betty, interpretado espetacularmente por Rutger Hauer no clímax dessa grande obra prima, ecoam na mente do espectador, que até hoje jamais se esquece, uma vez que vê essa grande obra prima idealizada em 1982. Mas para alcançar os estatus de Cult e até mesmo de  obra prima, Blade Runner enfrentou um trajeto árduo e difícil para chegar aonde chegou.  Sendo inicialmente mal recebido nas salas de cinema, logo não tardou e se tornou claro, que a partir do filme, é possível obter múltiplas leituras filosóficas ou religiosas sobre temas recorrentes: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? O que nos torna humanos? Esta atração, bem como o impacto visual de uma atmosfera cyberpunk, tipo filme noir, associada à música de Vangelis, fizeram de Blade Runner um filme cult, tendo sido um dos primeiros a serem editados em DVD.
Em julho de 2000, Ridley Scott declarou em entrevista à televisão britânica, que o personagem Deckard também era um replicante. O filme teve problemas com os produtores, que teriam alterado a edição final e obrigado Harrison Ford a fazer uma narração off de última hora para melhor explicar o enredo, considerado muito complicado para o público geral. Anos depois, o diretor Scott relançaria o filme com a sua versão, a chamada "versão do diretor". E isso é só uma parte da lenda e da grande trajetória que o filme percorreu. Na verdade, Blade Runner foi um dos filmes da historia do cinema que mais foi mal compreendido na sua estréia, mas existem muitos motivos para ter acontecido isso.
Para começo de historia, o filme estava muito a frente do seu tempo. Naquela época (1982), as pessoas estavam mais interessadas em ir ao cinema para ver filmes alegres e que dessem esperança. Após a década decadente dos anos 70, as pessoas buscaram sua utopia, indo de encontro com um mundo melhor no qual os filmes apresentavam e Blade Runner ia de encontro a isso pelo lado inverso. Para complicar,  Blade Runner estreou justamente em um ano que as pessoas estavam em volta apenas com um personagem, ET, o filme que se tornou “o filme” de 1982 e um dos melhores filmes daquele ano, fez com as pessoas se esquecem de outros filmes que estrearam e Blade Runner foi um das vitimas.
Mas eis que outros meios de entretenimento fizeram que o filme fosse redescoberto pelo publico. As Cinematecas e o vídeo cassete, que naquela época estava começando a engatinhar. Blade Runner se tornou um dos primeiros e mais bem vendidos e locados filmes neste formato. Só para se ter uma idéia, as pessoas viam e reviam, usavam o controle remoto para ver e rever diversas cenas da película, congelava a cena, tentando imitar a famosa cena de Deckard, analisando a foto no computador. Com a entrada da TV a cabo nos lares e o vídeo cassete se tornando mais e mais popular, Blade Runner ganhou o publico que havia perdido na época da estréia e ganhou o status de CULT, se tornando o melhor representante desse gênero, mas a historia não acabou por ai.
Em 1991, Ridley Scott, nunca conformado com a primeira versão exibida no cinema, decidiu relançar o filme novamente, com algumas cenas a mais. A narração off do protagonista é eliminada e um final diferente do que é mostrado em 1982. Nesta nova versão, o filme termina com Deckard encontrando o origami de Gaff no chão, fazendo ligação com uma nova cena do filme de Deckard sonhando (ou imaginando) um unicórnio. O filme termina com os protagonistas no elevador, em vez de terminar com eles fugindo dentro do carro para o horizonte fazendo que a trama terminasse em aberto e deixando inúmeras perguntas no ar: Seria Deckard um replicante também?
Essa pergunta acabou se tornando um dos maiores enigmas que o cinema criou nos últimos anos. Talvez desde que Orson Wells lançou da sua boca a palavra ROSEBUD no seu clássico Cidadão Kane. Talvez essa era a intenção de Ridley Scott desde o principio, em fazer as pessoas saírem com essa pergunta, que não quer calar nas suas cabeças, sendo essa intenção que foi negada na época da estréia, já que os produtores ficavam preocupados com a resposta do publico e queria que a trama fosse toda mastigada para o melhor entendimento.
A meu ver, um filme não precisa ser explicando e sim sentido. Talvez, as vezes os filmes nem precisam fazer sentido pois a própria vida não faz, portanto para mim, Blade Runner ganha em muito com relação aos outros filmes, pois deixa essas perguntas no ar, e por causa disso o filme é discutido e debatido até hoje e isso já é um grande feito.
E talvez, Blade Runner seja um dos filmes que mais soube sintetizar o que iria acontecer com nós e o mundo nos anos que vieram e que estamos vivendo. Tudo que foi mostrado no filme, muitas coisas estão acontecendo agora, como cidades com um auto numero de pessoas, poluição, chuva acida, clonagem, a frieza do homem perante a vida, isso tudo já está acontecendo. Inúmeras pessoas que eu conheço e que passeiam nas grandes cidades com um numero cada vez maior de pessoas amontoadas nas ruas, mal conseguindo andar, imediatamente elas dizem: Isso é Blade Runner!
Ou seja, mesmo que o filme retrate 2019, talvez já estejamos vivendo nele e que  estejamos em uma situação bem pior. Blade Runner serviu de alerta para dizer, “cuidado”, pois veja aonde agente pode chegar, se agente não se cuidar. Infelizmente não correspondemos bem o recado.
Alguns anos atrás, Ridley Scott relançou novamente Blade Runner em Veneza, intitulado “versão definitiva”, com nova imagem mais definida, minutos a mais e fortalecendo mais ainda a pergunta: Seria Dechard um replicante? Talvez essa pergunta jamais sejas respondida, o que conta realmente é a pergunta, não a resposta. Se houvesse ela, talvez a pergunta finalmente perderia o significado.
Após o relançamento nos cinemas, o filme foi lançado em DVD, se tornando um dos melhores lançamentos dos últimos anos. Caixa continha nada menos que três discos. O primeiro contendo a nova versão definitiva remasterizada, no segundo discos todas as versões anteriores, a de 82, versão internacional (mais violenta), e a versão do diretor de 1991. Mas é no terceiro disco a maior festa. Com mais de três horas de duração, um documentário com todos os envolvidos, contando desde a pre-produção, até o status que o filme adquiriu, participações para lá de especiais de diretores de sucesso atualmente, como Guilherme Del toro, fazendo o DVD um dos melhores lançamentos dos últimos anos.

Dechard era um replicante?

Espero que essa pergunta soe e soe por muitos anos, seja na roda de amigos, seja em fóruns da internet, para fazer com que o filme sempre esteja entre os 100 melhores filmes de todos os tempos.



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Cine Dicas: Estréias no final de semana (25/05/12)


Gente to na maior corrida nesta semana, mas seja que Deus quiser, as coisas irão melhorar semana que vem. Portanto sem delongas, confiram as principais estreias no nosso estado.  
  
Homens de Preto 3
 
Sinopse: Yaz decide voltar no tempo para matar Kay e desencadeia uma série de acontecimentos que pode levar ao fim do mundo. Jay precisa então ir atrás de Yaz para salvar seu companheiro e o destino da humanidade. Para isso ele viaja no tempo e descobre segredos que nunca imaginou.


Flores do Oriente  

Sinopse: Na devastada cidade de Nanjing em 1937 o perigo das ruas fez com que um grupo inimaginável de refugiados se reunisse em uma igreja: um bando de crianças em estado de choque algumas sedutoras e provocantes cortesãs e um renegado americano que se passa por padre para salvar a própria pele. Ou que pensa que se salvará. Emboscados por saqueadores ao longo dos próximos dias eles vão lutar não apenas para sobreviver mas também para fazer o que parece ser impossível nestas circunstâncias - compreender e confiar um no outro.


MR. SGANZERLA - OS SIGNOS DA LUZ


Sinopse: Filme-ensaio que recria o ideário do cineasta Rogério Sganzerla por meio dos signos recorrentes em sua obra: Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix e Oswald de Andrade, que são consideradas as matrizes de seu pensamento. O método de criação, a musicalidade do olhar, o estilo inovador na montagem, o duo com a atriz e companheira Helena Ignez que revolucionou a “mise en scène” no cinema, a parceria com Júlio Bressane na produtora Belair e a atitude iconoclasta do autor atravessam o filme numa linguagem que se contamina com a dicção vertiginosa do artista. Narrado em primeira pessoa, a partir de imagens raras e situações encenadas hoje com personagens-chave de sua filmografia.



Adorável Pivellina

Sinopse: Patti, uma artista de circo que mora com o marido em um trailer, encontra a pequena Asia, de dois anos, em um parque nos arredores de Roma. Junto com a menina veio apenas o bilhete da mãe avisando que a apanharia quando tivesse condição. Neste meio tempo, ela encanta Patti e sua vizinhança.



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quinta-feira, 24 de maio de 2012

COMO SE VER UM FILME 2 - OS GÊNEROS: Parte 3

Nos dias 26 e 27 de Maio, participarei do curso Como Se Ver Um Filme 2 – Gêneros, criado pelo CENA UM  e ministrado pela critica de cinema Ana Maria Bahiana. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui falarei sobre qual é o melhor (em minha opinião) filme de cada gênero. 

MELHOR SUSPENSE: PSICOSE (1960)

Sinopse: Secretária (Janet Leigh) rouba 40 mil dólares para se casar. Durante a fuga, erra o caminho e chega em um velho motel, onde é amavelmente atendida pelo dono (Anthony Perkins), mas escuta a voz da mãe do rapaz, dizendo, que não deseja a presença de uma estranha. Mas o que ouve é na verdade algo tão bizarro, que ela não poderia imaginar que não viveria para ver o dia seguinte.

Um dos filmes mais famosos do mestre de suspense, em que o soberbo domínio da técnica cinematográfica faz esquecer eventuais imperfeições do argumento e do roteiro. Os pontos altos são a fotografia em preto e branco de Jhon L Russell e a trilha sonora de Bernard Herrmano, o planejamento visual de Saul Bass, especialmente na cena do chuveiro e o desempenho de Perkins o melhor da sua carreira. Baseado no romance de Robert Bloch, teve duas seqüências produzidas para o cinema e uma para a tv.

Leia também: Especial Alfred Hitchcock 

MELHOR TERROR: O EXORCISTA(1973)

Sinopse: Em Georgetown, Washington, uma atriz vai gradativamente tomando consciência que a sua filha de doze anos está tendo um comportamento completamente assustador. Deste modo, ela pede ajuda a um padre, que também um psiquiatra, e este chegam à conclusão de que a garota está possuída pelo demônio. Ele solicita então a ajuda de um segundo sacerdote, especialista em exorcismo, para tentar livrar a menina desta terrível possessão.

A narrativa simples apóia-se nos efeitos visuais e sonoros que tornam explicitas as cenas de possessão demoníaca. De tão copiada, a formula hoje em dia parece um tanto envelhecida, mas é um marco do cinema de horror. Baseado no romance de Willian Peter Blatty, que ganhou o  Oscar de melhor roteiro.



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quarta-feira, 23 de maio de 2012

COMO SE VER UM FILME 2 - OS GÊNEROS: Parte 2


Nos dias 26 e 27 de Maio, participarei do curso Como Se Ver Um Filme 2 – Gêneros, criado pelo CENA UM  e ministrado pela critica de cinema Ana Maria Bahiana. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui falarei sobre qual é o melhor (em minha opinião) filme de cada gênero. 

 MELHOR COMÉDIA: 
O PROFESSOR ALOPRADO (1963)

Sinopse: Um professor feio e desajeitado (Jerry Lewis) é ridicularizado por diversas pessoas, mas só após ele ser humilhado pelo treinador na frente de sua turma e de uma bela estudante é que ele decide criar uma poção que o transforma em um indivíduo atraente. Mas como os efeitos não são permanentes, ele se vê metidos em situações complicadas quando sua real aparência toma conta do seu corpo.
Não, não, não.

Não me refiro à versão de 1996, na qual o protagonista é o Eddie Murphy, e sim me refiro a obra prima da comedia que foi dirigido, protagonizado e co-produzido por Jerry Lewis. Infelizmente a geração mais nova se lembra somente da versão de 1996, o que é uma pena, já que a de 1963 é anos luz de distância bem melhor. Jerry Lewis foi um ator que se beneficiou do seu talento de caretas e trejeitos originais impagáveis, e assim como nosso mestre Chaplin, deu uma de dirigir e atuar ao mesmo tempo. O resultado desse processo foi uma grande obra prima que ele criou por volta de 1963.
O professor Aloprado conta a historia do professor Julius Kelp (Lewis) é um professor universitário nerdy, trapalhão, tímido, introvertido e sem vida social. Freqüentemente ele é ameaçado de demissão da universidade, por continuamente destruir o laboratório com suas experiências. Depois de ser humilhado por alguns alunos, o professor resolve testar em si mesmo uma fórmula que o transformará numa pessoa completamente diferente. A fórmula é aparentemente um sucesso e a universidade vê surgir uma nova pessoa, que  é elegante, charmosa, inteligente, bem falante, com dons de cantor e pianista. É o misterioso Buddy Love, a versão transformada e secreta do professor Kelp.
Com a transformação, o professor enfim, consegue atrair a atenção da sua amada aluna Stella Purdy. Mas, quando tudo parece correr bem para o Professor Kelp, as confusões recomeçam devido às interrupções bruscas dos efeitos da fórmula. Inspirado claramente no clássico O Médico e o Monstro, O professor Aloprado entrou fácil na lista dentre os melhores filmes de comedia de todos os tempos. Lewis simplesmente se entregou de corpo e alma num personagem que simplesmente se divide em dois, fazendo Buddy Love e o professor pessoas completamente diferentes, que só isso, já é um grande feito. De um lado temos um professor feio e inseguro de si, do outro temos um cara bonito e mais seguro, tanto que as pessoas se sentem impressionadas com a sua segurança quando se aproxima. Mas fora a sua interpretação, Lewis se sai soberbo também na direção, usando e abusando da câmera. Com maestria na direção, ele faz cenas inesquecíveis, sendo minha parte favorita, foi quando após a primeira transformação ele vai comprar roupas, só que em vez de focar ele, a câmera foca a reação das pessoas quando vê ele. A pergunta que fica no ar é se a experiência foi bem sucedida, ou se foi um fracasso, pois pelos rostos espantados das pessoas da o entender que é a segunda opção, mas quando ele abre a porta da festa e todos olham para ele, finalmente a câmera o focaliza, e há então um verdadeiro choque, a experiência foi realmente um sucesso, não só deixando ele bonito, mas seguro de si o tempo todo, fazendo de um verdadeiro maioral.
No geral, O Professor Aloprado como toda boa historia nos traz uma mensagem que sai da própria boca do personagem que é, se você não gostar de você mesmo, como espera que os outros gostem de você?
Essa foi uma grande mensagem que Lewis nos entrega no clímax do filme, e por mais clichê que seja que a verdadeira beleza está no interior das pessoas, aqui funciona de uma maneira bem humorada e delicada. Para aqueles que conhecem somente a versão de 1996, Professor Aloprado de 1963 é um filme a ser descoberto pelas novas platéias, principalmente para aqueles que não agüentam mais curtir comedias fáceis escrachadas e que ofendem a inteligência do espectador. Professor Aloprado não ofende e lhe rende gargalhadas de verdade.

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