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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 25 de julho de 2025

Cine Especial: Conhecendo 'Melinda e Melinda'

No decorrer dos primeiros anos do século vinte e um mil Woody Allen optou em seguir novos rumos e dirigir tramas que se passavam em outros países, mas jamais largando de mão a sua identidade autoral cinematográfica. "Ponto Final - Match Point" (2005), por exemplo, foi a mudança de curso de sua carreira, onde a trama não somente se passava em outro país, como também o teor se diferenciava se compararmos as suas obras anteriores. Porém, essa mudança pode ser sentida a partir de "Melinda e Melinda" (2004), longa que transitava no que o realizador fazia de melhor, como também em sua tentativa de experimentar novos tons.

Na trama, Quatro realizadores de cinema nova-iorquinos se encontram para jantar. Uma história contada durante o jantar dá início a uma conversa entre Max (Larry Pine) e Sy (Wallace Shaw), dois escritores, que passam a discutir a dualidade do drama humano através das máscaras da tragédia e da comédia. Os dois escritores passam então a desenvolver duas histórias, uma cômica e outra trágica, protagonizadas por uma mulher chamada Melinda (Radha Mitchell).

Woody Allen nunca escondeu a sua admiração pelo diretor sueco Ingmar Bergman, tanto é que "Interiores" (1978) foi uma tentativa curiosa do realizador em homenagear o seu ídolo. Porém, o filme não possui personalidade, o que fez o diretor largar da ideia por algum tempo em não somente prestar homenagem ao Bergman, como também explorar histórias com o teor mais dramático. Foi somente em 1989 em que ele obteve o tom certo em "Crimes e Pecados".

Contudo, a sua homenagem certeira com relação a Bergman veio mesmo em "Poderosa Afrodite" (1995), mas cujo tributo era moldado com o seu humor refinado e mantendo o seu estilo já tão conhecido. Mas antes de viajar para outros países para realizar as suas tramas, Allen novamente fez uma curiosa história em sua cidade favorita que é Nova York, ao explorar uma mesma trama, mas com perspectivas diferentes, ou seja, de um lado dramático e do outro o seu humor refinado corriqueiro. O resultado é uma curiosa análise de como as pessoas podem tirar conclusões de uma mesma história, mas tendo opiniões distintas.

A personagem Melinda, por exemplo, protagoniza as duas tramas semelhantes, mas cujo teor distinto uma da outra fazem com que ambas se tornem quase completamente diferentes. Em ambos os casos vemos os personagens mergulhados em seus conflitos amorosos, frustrações de carreira e sem muitas perspectivas com relação ao futuro. Tudo moldado por duas visões distintas, mas que Allen soube conduzi-las com perfeição diga-se de passagem.

Destaque para atriz Radha Mitchell que faz as duas versões da personagem Melinda, sendo que a sua versão da parte dramática ela simplesmente nos brinda com uma grande atuação e sem sombra de dúvida se tornando uma das personagens mais trágicas da filmografia do cineasta. Portanto, as passagens que vemos da outra Melinda se tornam até mesmo refresco perante o lado paranóico, trágico e obsessivo de sua contraparte. Curiosamente, o seu desempenho remete ao que Kate Blanchet havia construído para "Blue Jasmine" (2013) e sendo autoria também de Woody Allen.

Curiosamente, mesmo estando por detrás das câmeras, é incrível como Allen faz com que os seus respectivos atores se tornem o seus Alter egos e fazendo a gente identificar neles características habituais do diretor. Do elenco, o que mais sintetiza o que é um personagem de Allen é Will Ferrell, que dá um verdadeiro show de humor ao interpretar um ator fracassado e apaixonado por Melinda, mas tendo que lidar também com os dilemas da própria amada. Eu só acho uma pena que Will Ferrell nunca ganhou o seu merecido reconhecimento por aqui no Brasil, pois ele tem carisma de sobra toda vez quando surge em cena.

Ao final, constatamos que ambas as histórias terminam de forma distintas, mas de acordo com cada ponto de vista que as pessoas contam sobre elas. Woody Allen nos diz, portanto, que as nossas vidas devem ser lidas da melhor maneira possível, independente de como as pessoas irão enxergá-las posteriormente em algum ponto específico do tempo. A vida pode transitar, tanto da forma trágica, como a mais pura comédia para assim não chorar no final da vida.

"Melinda e Melinda" é uma prova que Woody Allen soube ousar em entrelaçar humor com teor trágico, já que as nossas próprias vidas quase sempre se encontram entre altos e baixos. 

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Cine Especial: Sessão Clube de Cinema (26/07): "Levados pelas Marés" na Cinemateca Paulo Amorim

Nosso encontro deste sábado será às 10h15 da manhã, na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim (CCMQ), com a exibição de Levados pelas Marés, novo filme de Jia Zhang-ke.

Filmado ao longo de 20 anos, com trechos que vão de registros em VHS a imagens do TikTok, Levados pelas Marés acompanha uma mulher que percorre espaços públicos e íntimos, vestígios de uma coletividade outrora exaltada, até chegar ao mundo hiperconectado de hoje, onde os afetos são filtrados por algoritmos e os conselhos vêm de robôs com frases de efeito.


Confira os detalhes da sessão:


SESSÃO DE SÁBADO NO CLUBE DE CINEMA

📅 Data: Sábado, 26/07/2025, às 10h15 da manhã

📍 Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim (CCMQ)

Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico, Porto Alegre


Levados pelas Marés (Feng Liu Yi Dai)

China, 2024, 111 min, 14 anos

Direção: Jia Zhang-ke

Elenco: Zhao Tao, Li Zhubin, Pan Jianlin

Sobre o Filme:  Jia Zhangke gosta de falar sobre a China através dos seus protagonistas, sendo que alguns casos eles se tornam secundários, enquanto vemos o país mudando através do tempo. Em "Um Toque de Pecado" (2013), por exemplo, vemos personagens com suas histórias distintas, mas que se interligam uma com a outra em meio às mudanças constantes que ocorrem em suas terras. "Levados Pelas Marés" (2024) é um épico sobre a China em si do início do século até os dias atuais, mas cujos temas vistos na tela são universais e que todos deveriam testemunhar.

A trama é uma cruzada de duas décadas em que os protagonistas Qiaoqiao e Bin tem um frágil romance na cidade de Datong na China. No decorrer da história, vemos o casal aproveitando os dias e as noites na cidade, até que, um dia, Bin resolve explorar novos ares, querendo tentar a sorte numa cidade maior do que Datong. Ao sumir sem dar notícia, Qiaoqiao parte numa jornada para reencontrá-lo, mas encontrando algo que muda sua perspectiva com relação ao seu próprio mundo.

Confira a minha crítica completa já publicada clicando aqui.  


Esperamos por ti para mais uma manhã de cinema e bons encontros!


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quinta-feira, 24 de julho de 2025

Cine Dica: Estreias do Final de Semana (24/07/25)

 Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

Sinopse: Um grupo de astronautas passa por uma tempestade cósmica durante seu voo experimental. Ao retornar à Terra, os tripulantes descobrem que possuem novas e bizarras habilidades. 


Lições de Liberdade

Sinopse: Em Lições de Liberdade acompanhamos o despertar pessoal e político de um inglês desiludido depois que ele adota um pinguim durante um período cataclísmico na história argentina. Um professor estrangeiro de inglês pouco afeito a sentimentalismos decide trabalhar numa escola apenas para meninos numa Argentina em plena ditadura militar no ano de 1976. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 24 A 30 DE JULHO

 Um Lobo entre os Cisnes, inspirado na história do bailarino Thiago Soares, estreia no CineBancários dia 24 de julho

Documentário "Cazuza: Boas Novas" e "Uma Bela Vida", de Costa-Gavras, seguem em cartaz

Dirigido por Marcos Schechtman e Helena Varvaki, "Um Lobo Entre os Cisnes" estreia dia 24 de julho no CineBancários. Estrelado por Matheus Abreu (“Dois Irmãos”, "Pureza"), o longa é inspirado na história de transformação do bailarino Thiago Soares. Criado no subúrbio do Rio, ele se tornou uma estrela internacional após conquistar o posto de primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres, onde dançou por 14 anos e se consagrou como um dos maiores do mundo.

Criado pela tia no subúrbio carioca, Thiago é um jovem ainda sem perspectivas de futuro, mas apaixonado pelo hip-hop. Sua trajetória muda quando ele é indicado para estudar em uma escola de ballet profissional no Rio de Janeiro com direito a bolsa de estudos. Ele mantém a novidade em segredo da tia e dos amigos, mas decide embarcar na jornada da dança clássica. Apesar do estranhamento inicial, o jovem demonstra um grande talento. 

Thiago conquista a confiança de Raquel (Margarida Vila-Nova), diretora da escola, que o apresenta ao bailarino e coreógrafo cubano Dino Carrera — interpretado pelo consagrado ator argentino Darío Grandinetti (“Fale com Ela”, de Pedro Almodóvar; "Relatos Selvagens", de Damián Szifron), que se torna seu mentor. Enquanto o professor impõe uma rotina de treinos exigente e rigorosa, afirmando que é preciso empenho e disciplina para construir uma carreira profissional no balé, Thiago não está disposto a abrir mão da diversão e dos prazeres da vida, como o hip-hop e os bailes noturnos ao lado dos amigos. Com o tempo, a postura do estudante muda e ele passa a ver no balé sua grande oportunidade de mudar de vida, passando a abraçar os ensinamentos de seu mestre. A relação, inicialmente tensa, se torna repleta de confiança, parceria e amor, e os dois se tornam grandes amigos.

A trajetória de Thiago é profundamente marcada pelo encontro com Carrera, que o ajuda a alcançar seu potencial enquanto dançarino e a desembarcar em Paris para sua primeira competição internacional. O jovem bailarino passa a integrar o corpo de balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Após temporadas de sucesso nos palcos cariocas e de levar a medalha de ouro no Concurso Internacional do Ballet Bolshoi, Thiago recebe o convite que tanto sonhou e passa a fazer parte do Royal Ballet, em Londres, uma das companhias mais importantes de todo o mundo, onde ocupou o cargo de primeiro bailarino por 14 anos.

Com roteiro de Camila Agustini, "Um Lobo Entre os Cisnes" também conta com Giullia Serradas, Igor da Silva Fernandes e Elvira Helena no elenco, além da participação especial de Augusto Madeira. O filme contou com a produção criativa do cineasta mexicano Guillermo Arriaga, roteirista de filmes como “Babel” (2006), “21 Gramas” (2003) e “Amores Perros” (2000), de Alejandro González Iñárritu. "Um Lobo Entre os Cisnes" foi rodado no Rio de Janeiro, com cenas no Theatro Municipal, e em Paris. 


PROGRAMAÇÃO DE 24 A 30 DE JULHO


Estreia:

UM LOBO ENTRE OS CISNES

Brasil/ Documentário/ 2022/ 115min.

Direção: Marcos Schechtman, Helena Varvaki

Sinopse: Baseado na vida do bailarino Thiago Soares, um garoto pobre criado no subúrbio do Rio de Janeiro, que na adolescência descobre o Hip Hop, entra para o Ballet aos quinze anos e se torna uma estrela internacional. Ele foi o primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres. 

Elenco: Matheus Abreu, Dario Grandinetti, Maria Paula

Em cartaz:

UMA BELA VIDA

França/ Drama/2024/ 100 min.

Direção: Costa-Gavras

Sinopse: Numa espécie de diálogo filosófico, o doutor Augustin Masset e o renomado escritor Fabrice Toussaint discutem a vida e a morte... Um turbilhão de encontros em que o médico é o guia e o escritor, seu passageiro, levou a enfrentar seus próprios medos e angústias... Uma poética onde cada paciente é um livro de emoções, risos e lágrimas… Uma viagem ao coração pulsante de nossas vidas.

Elenco: Denis Podalydès, Kad Merad, Marilyne Canto, Angela Molina, Charlotte Rampling, Hiam Abbass, Karin Viard, Agathe Bonitzer. os e lágrimas. Uma viagem ao coração pulsante de nossas vidas.


CAZUZA, BOAS NOVAS

Brasil/ Documentário/ 202 / 90 min.

Direção: Roberto Moret, Nilo Romer

Sinopse: Cazuza: Boas Novas revisita o período mais criativo e intenso da vida de um dos maiores artistas do Brasil. Entre os anos de 1987 e 1989, Cazuza produziu três álbuns, ganhou diversos prêmios e subiu no palco para mais de 40 apresentações do espetáculo O Tempo Não Para. Tudo isso lidava com o diagnóstico de AIDS e vivia sob o risco de morte e o agravamento contínuo de sua saúde. O documentário conta com imagens exclusivas e depoimentos inéditos de figuras que conviveram com o grande compositor, como Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Frejat, sua mãe Lucinha Araújo e o próprio diretor do longa, Nilo Romero, quem dirigiu o último show do cantor e com quem Cazuza foi amigo e parceiro de composições. Com uma riqueza de registros e vídeos de arquivo, Cazuza: Boas Novas revela o legado de um vanguardista e o impacto de uma mente criativa que mudou a trajetória da música brasileira como poucos.

Horários de 24 a 30 de julho

15h: CAZUZA, BOAS NOVAS

17h: UM LOBO ENTRE OS CISNES

19h: UMA BELA VIDA


Não há sessões nas segundas-feiras


Ingressos: Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


Na quinta-feira, a meia-entrada (R$ 7) é para todos e todas.

CineBancários

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405

ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Cine Dica: Streaming -- 'Um Filme Minecraft'

Sinopse: Um portal misterioso atrai quatro desajustados para o Overworld, uma terra das maravilhas bizarras e cúbicas que prospera com a imaginação. Para voltar para casa, eles têm que dominar o terreno enquanto embarcam em uma missão mágica com um construtor inesperado chamado Steve.  

As últimas adaptações dos jogos de vídeo game para o cinema e tv tem rendido bastante frutos para os estúdios. Porém, é curioso como algumas dessas produções não tragam nada em termos de originalidade, mas fazendo assim um grande sucesso devido a legião de fãs. "Um Filme Minecrat" (2025) é um desses casos que não dá para entender exatamente o enorme sucesso que obteve, já que a trama não traz nada de demais, mesmo trazendo um clima de tempos mais inocentes quando assistimos a um filme qualquer de uma distante Sessão da Tarde.

Dirigido por Jared Hess, o filme conta a história de quatro indivíduos desajustados — Garrett arrett “The Garbage Man” Garrison (Jason Momoa), Henry (Sebastian Eugene Hansen), Natalie (Emma Myers) e Dawn (Danielle Brooks) — são subitamente transportados para o Overworld, um mundo cúbico e bizarro onde a imaginação reina. Para retornarem ao seu mundo, eles terão que dominar este novo ambiente com a ajuda de um construtor experiente e imprevisível, Steve (Jack Black).

Do pouco que eu vi sobre o jogo é preciso reconhecer que visualmente o filme é bastante fiel a sua fonte, principalmente ao manter o charme de que tudo neste universo é em forma de cubo e que me fez relembrar até mesmo outros jogos de antigamente. Outra fidelidade está nos recursos que os personagens vão obtendo a partir de cada obstáculo, desde conseguirem criar cubos, como também armas mirabolantes. Tudo é bastante colorido, não devendo em nada em termos de fidelidade e se equiparando nesta questão ao ótimo "Super Mario Bros. - O Filme" (2023).

Agora, infelizmente, não dá para defender a atuação do elenco, sendo que não existe química entre eles. Curiosamente, é notório que cada um funciona quando estão sozinhos em cena, principalmente no caso de Jack Black que coloca o filme no bolso do começo ao final da trama, mas não rendendo nada de bom quando contracena com os demais atores. Por mais que se esforcem, por exemplo, a dupla Jack Black e Jason Momoa é sem sal e difícil de digerir.

Isso vale para o restante do elenco, sendo que a ótima Emma Myers é um desperdício de talento e simplesmente se encontra perdida dentro da trama. Claro que o filme possui aquela mensagem positiva de sempre superar as adversidades para avançar na vida, mesmo assim não engrena, por mais que seja fiel e agrade o público-alvo. Falando neles, eu só não havia assistido a esse filme antes devido toda a bagunça que eles fizeram nos cinemas, desde muita gritaria e pipoca no chão, o que prova que não são exatamente cinéfilos e pouco se importando se o filme era bom ou ruim, desde que lembrasse os melhores momentos do jogo como um todo.

"Um Filme Minecraft" é aquele filme divertido descartável, mas que nos deixa confusos sobre como obteve tamanho sucesso. 

Onde Assistir: HBO Max.  

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Cine Dica: Cinesemana de 24 a 30 de julho de 2025

A última cinesemana de julho reúne cinco novidades em nossa programação, incluindo o relançamento em cópia remasterizada do clássico brasileiro IRACEMA – UMA TRANSA AMAZÔNICA, de 1974. Outras estreias brasileiras nas nossas telas são UM LOBO ENTRE OS CISNES, baseado na trajetória do bailarino Thiago Soares, e o documentário RAZÕES AFRICANAS, que mostra a influência de ritmos africanos na cena musical de vários países. A França está representada por mais dois títulos elogiados:  MONSIEUR AZNAVOUR, que recupera a trajetória de um ícone da canção francesa, e a comédia dramática APENAS ALGUNS DIAS, um romance que tem como pano de fundo a imigração no país.

Seguem em cartaz, entre os preferidos do público, UMA BELA VIDA, do diretor Costa-Gavras, que aos 92 anos nos oferece uma reflexão comovente sobre a finitude da vida. Protagonizado por mulheres jovens em fase de afirmação, a produção inglesa HOT MILK e a norueguesa DREAMS agora dividem o horário, enquanto o italiano VERMIGLIO – A NOIVA DA MONTANHA entra em terceira semana de exibição. CAZUZA: BOAS NOVAS, documentário dedicado aos últimos anos de uma das grandes estrelas do rock brasileiro da década de 1980, também continua em cartaz.

Entre as exibições especiais teremos BRILHO ETERNO DE UMA NOITE SEM LEMBRANÇAS, atração da Sessão Nostalgia deste mês. Na Sessão ACCIRS, promovida com a Associação de Críticos de Cinema do RS, será o momento de rever o documentário CENTRAL – O FILME, sobre o Presídio Central de Porto Alegre.

Confira a programação completa no site oficial da Cinemateca clicando aqui.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Deserto de Akin'

Sinopse: Um dedicado médico cubano se apaixona pelo Brasil quando emigra para o país através do programa Mais Médicos.  

O programa "Mais Médicos" foi criado através do governo Dilma onde mais de quinze mil médicos foram convocados para trabalhar em áreas onde falta profissionais adequados. Infelizmente o programa quase foi extinto pelo governo Bolsonaro, que não via com bons olhos o fato de que muitos ali eram médicos cubanos e sendo que muitos foram levados de volta para o seu país. "O Deserto de Akin" (2025) fala sobre esses tempos de dúvidas e crise de identidade perante tempos de metamorfose.

Dirigido por Bernard Lessa, acompanhamos a jornada de Akin, um dos médicos cubanos trabalhando no Brasil em 2018. Com as eleições, a cooperação entre o Brasil e Cuba termina. Os médicos são convocados a retornar ao seu país de origem. Akin está em uma encruzilhada, se deve retornar para o seu país ou procurar se manter em território brasileiro.

Bernadrd Lessa procura nos apresentar o protagonista de forma gradual, como se fosse uma forma para tentarmos adivinhar quem ele é e o que faz ali em pleno território brasileiro. Aos poucos entendemos que ele é um profissional dedicado trabalhando pelo SUS, mas que ao mesmo tempo busca uma forma de compreender o lado cultural de um país como o Brasil que naquele momento, mais precisamente nas vésperas das eleições de 2018, estava completamente dividido e deixando tudo mais confuso. Uma espécie de estranho no ninho, mas que procura ajudar o próximo mesmo quando os ventos da mudança dizem ao contrário.

Embora ainda novo no território da atuação, o cubano Reynier Morales se sai bem em cena ao saber comprar com a proposta principal do cineasta. O seu Akin nos transmite curiosidade, confusão e incerteza através do seu olhar, mas que obtém certo equilíbrio quando colocar em prática o que estava predestinado a ser, principalmente quando ajuda crianças necessitadas em um território indígena. Atenção para a cena em que ele busca uma forma de curar a visão de uma criança e que se tornará crucial na reta final da trama.

Já a personagem Ana Flávia Cavalcanti se torna um motivo a mais para o protagonista se manter no Brasil, mas não somente por ter se tornado um interesse amoroso, como também um elo de força que o faz seguir em frente nesta terra desconhecida. Curiosamente, é interessante observar que os eventos daquele ano ocorrem na surdina no decorrer da trama, mas que afeta os personagens principais de forma imediata. Além disso, o filme está cheio de simbolismo, desde uma serpente que perde a sua pele, como também a possibilidade da cidade desaparecer com uma tempestade de areia.

Tudo isso é moldado para sintetizar tempos de incerteza de um Brasil que se enveredou para um lado obscuro da história e tendo piorado ainda mais com o advento da Pandemia. Ao final, constatamos que a força de vontade de certos médicos cubanos é o que fizeram a diferença naquela época e Akin seria uma representação desta força mesmo perante o movimento que ia contra eles. Ao final, a virtude pela prática do bem venceu, mas isso não impede o fato de como fomos ingratos com certos profissionais que foram predestinados a salvar vidas mesmo com poucos recursos em sua volta.

"O Deserto de Akin" é um pequeno retrato sobre tempos indefinidos e que deixou diversas pessoas indecisas sobre qual o melhor caminho para trilhar depois de tudo. 

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