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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 31 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ‘Link Perdido’

Sinopse: Cansado de viver uma vida solitária, o gigante e peludo Sr. Link recruta o destemido explorador Sir Lionel Frost para guiá-lo em uma jornada para encontrar seus parentes há muito tempo perdidos 

O estúdio Laika tem se destacado nestes últimos anos por animações criativas, mas cuja a temática vai muito mais além do mero entretenimento. Tanto "Coraline e o Mundo Secreto” (2009), como também “Kubo e as Cordas Mágicas” (2016), são filmes de várias camadas profundas e que acabam agradando as pessoas de todas as idades dentro do cinema. Porém, "Link Perdido" talvez seja o primeiro filme do estúdio com o intuito de somente entreter, mas também de forma positiva e muito bem vinda para o nosso olhar.
Dirigido por Chris Butler, do filme "ParaNorman" (2012), o filme conta a história de Sir Lionel Frost (Hugh Jackman), que se considera o melhor investigador de mitos e monstros do mundo. O problema é que nenhum dos seus colegas o leva a sério. Sua última chance para ganhar seu respeito é provar a existência de um ancestral primitivo do homem, conhecido como o link perdido.
Assim como suas produções anteriores, o estúdio Laika apresenta aqui um visual cartunesco, colorido, cujo a sua animação em stop motion é de um requinte tão lírico que não deve nada as demais animações digitais que tomam conta dos cinemas em tempos contemporâneos. Ao mesmo tempo, o filme é uma bela aventura encabeçada por personagens carismáticos, ao começar Lionel Frost, cujo o seu visual e personalidade pretenciosa parecem uma espécie de mistura de Sherlock Rolmes com Allan Quatermain. Porém, é o personagem Link que se torna o verdadeiro coração pulsante do filme.
Aliás, apresentação do personagem na trama é digna de nota, principalmente pelo fato que vai contra as nossas expectativas e fazendo do momento uma das situações mais engraçadas do filme. Mas isso não para por aí, pois além do fato do personagem já nos conquistar de imediato, os realizadores foram ainda corajosos ao inserir um ingrediente para o personagem que fará qualquer um que defenda e represente a diversidade vibrar em determinado momento da história. É um momento simples, porém, de grande significado em tempos em que muitos lutam contra o preconceito.
Em termos de ritmo o filme não descamba e nos brindando com boas cenas de aventura que remetem até mesmo aos bons e velhos filmes de antigamente. O ato final, aliás, é cheio de tensão, ao ponto de temermos até mesmo pelos destinos dos personagens. Nada mal para uma aventura descompromissada, mas que nos deixa presos ao máximo na cadeira.
Com um final que dá uma pista para uma eventual sequência, "Link Perdido" é uma animação de primeira e que transita entre a qualidade, perfeccionismo e ótimo entretenimento. 


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segunda-feira, 30 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'O Curioso Caso de Benjamin Button' (2009)

Sinopse: Benjamin Button é um homem que nasce idoso e rejuvenesce à medida que o tempo passa.

Na época do seu lançamento, muitos críticos acusaram David Fincher ao realizar esse filme, pois muitos apontavam que ele se rendeu a fazer filmes para ganhar Oscar. Acusação até que faz algum sentido, pois a superprodução estrelada por Brad Pitt e  Cate Blanchett possui as mesmas fórmulas de aprovação para que um filme ganhe uma vaga para a maior premiação da noite, que vai desde um protagonista buscando se superar na vida, como também uma forma do cinéfilo se identificar facilmente com a sua jornada. Porém, mais de dez anos depois, se percebe que Fincher manteve o seu lado autoral em falar sobre um mundo cheio de regras, mas que das quais poderiam ser quebradas.
A trama se passa em Nova Orleans, 1918. Benjamin Button (Brad Pitt) nasceu de forma incomum, com a aparência e doenças de uma pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um bebê. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce. Quando ainda criança ele conhece Daisy (Cate Blanchett), da mesma idade que ele, por quem se apaixona. É preciso esperar que Daisy cresça, tornando-se uma mulher, e que Benjamin rejuvenesça para que, quando tiverem idades parecidas, possam enfim se envolver.
Embora aparente ser mais um típico filme para ganhar Oscar, David Fincher molda a trama da sua maneira e esse meu pensamento logo é correspondido na abertura, quando o próprio protagonista conta a história sobre a origem do principal relógio de Nova Orleans que, curiosamente, funciona com os ponteiros indo em direção contrária. Esse prologo mostra o que posteriormente o protagonista e os demais personagens irão enfrentar ao longo da trama, que são justamente as regras do tempo e de como elas nos afetam. Embora rejuvenesça ao longo do tempo, Benjamin carrega o fardo de ver os seus entes queridos morrendo ao longo da trama, assim como também o mundo mudando a sua volta a todo momento.
Embora sejam tramas diferentes, muito desse filme tem em comum com o "Clube da Luta", já que em ambos os casos vemos os protagonista enfrentando um tipo de um sistema cheio de regras e que aqui no caso são as regras do tempo que ele vai enfrentando ao longo de sua história. Mesmo o tempo passando e o mundo mudando, Benjamin segue em frente mesmo quando o mundo lhe diz ao contrário e realizando uma vida cheia de conquistas e histórias a serem contadas posteriormente em seu diário. Pode parecer piegas para alguns críticos, mas Fincher consegue obter aqui algo que vai além da velha fórmula de sucesso hollywoodiano.
Infelizmente o mesmo consegue com que o filme se torne um tanto que cansativo em alguns momentos, principalmente em passagens das quais não fariam nenhuma falta ao longo da trama. Em contrapartida, é preciso reconhecer a genialidade do cineasta em realizar sequências que, nas mãos de outros, poderia se tornar banais, mas que com ele se tornam dinâmicas graças a sua criatividade e edição caprichada. A cena do "efeito borboleta" que ocorre em determinado momento na vida da personagem de Cate Blanchett é digna de nota e fazendo a gente se perguntar como o filme seria se o realizador incrementasse essa mesma qualidade de ritmo de edição ao longo de toda produção.
Embora não esteja entre os meus filmes favoritos, "O Curioso Caso de Benjamin Button" foi uma prova que o diretor optou em nos apresentar ao nos dizer que consegue seguir as regras de básicas de sucesso de Hollywood, mas não se esquecendo do seu lado autoral que sempre faz.  


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domingo, 29 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'O Poço'

Sinopse: A história do longa se passa em um futuro distópico, onde uma prisão vertical mantém duas pessoas em cada andar, com a comida sendo distribuída de cima para baixo. 

Em tempos em que o Coronavírus se alastra pelo mundo cabe a sociedade deixar de ser mesquinha e começar a pensar no próximo. Porém, é muito difícil uma sociedade viciada começar tudo do zero, principalmente quando a própria foi doutrinada por um capitalismo viciado, pelo consumismo descontrolado e sem nenhum escrúpulo. "O Poço" vem em um momento em que as pessoas terão que repensar em seus modos, ou abraçar um inevitável futuro nebuloso.
Dirigido por Galder Gaztelu-Urrutia, o filme conta a de história de um lugar misterioso, uma prisão indescritível, um buraco profundo. Dois reclusos que vivem em cada nível. Um número desconhecido de níveis. Uma plataforma descendente contendo comida para todos eles. Uma luta desumana pela sobrevivência, mas também uma oportunidade de solidariedade.
"O Poço" é aquele filme que foge completamente do convencional, onde não há uma história mastigada para que o público vá entender aquele universo por completo, mas sim para que a gente se pergunte o que virá em seguida a cada minuto. Carregado de simbolismos, o filme fala através das imagens que nos são apresentadas, onde cada uma delas possui algum significado e cabe cada um decifrara-las do seu modo. Porém, o filme pode ser visto independente do mesmo ter obtido a chance de lhe fazer pensar ou não, mas que irá fazer você, ao menos, obter uma sensação de ter obtido uma sessão incomum.
Carregado de um discurso político socialista, tanto nas entrelinhas como também de uma maneira explicita, o filme destrincha sobre o melhor e o pior do homem quando o mesmo se encontra em uma situação extrema e tendo que depender do seu lado selvagem escondido dentro da sua alma. A questão da sobrevivência, por exemplo, é o principal causa que está em jogo em toda a trama e cabe os personagens vistos em cena saber como irão administrar uma situação, por vezes, que foge da razão completa. Portanto, não esperem por cenas fáceis de serem digeridas, principalmente quando determinados momentos os personagens recorrem a violência e principalmente para o canibalismo.
Mas como eu disse anteriormente, não espere por soluções fáceis sendo apresentadas dentro da trama, já que a intenção dos realizadores talvez nem seja essa, mas sim para que o cinéfilo decifre determinadas mensagens em cada cena. Portanto, o filme irá atrair atenção daqueles que procuram, tanto uma obra que fale sobre os nossos tempos contemporâneos, como também por aqueles que curtem um suspense com grandes reviravoltas a serem testemunhadas.
Com um final que possuem mais perguntas do que respostas, "O Poço" fala sobre a humanidade atual cada vez mais carente pela falta de humildade vinda do seu próximo. 

Onde assistir: Netflix 

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sábado, 28 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: Sessão de cinema online com 15 curtas de Gustavo Spolidoro

Pessoal, SESSÃO DE CINEMA PARA QUEM ESTÁ EM CASA! 
Hoje é o Dia do Cinema Gaúcho e a Cinemateca Capitólio está com um projeto bacana de exibir filmes on-line. 

Buenas, montei uma Playlist (link abaixo) com 15 CURTAS MEUS, entre eles INÍCIO DO FIM, filmado no Capitólio, ganhador de 16 prêmios e exibido em Sundance e Rotterdam; VELINHAS, meu primeiro curta e de quase toda a equipe, incluindo o ator JÚLIO ANDRADE, exibido no Festival de Berlim; OUTROS, plano-sequência vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e mais 13 prêmios; DE VOLTA AO QUARTO 666, com o próprio Wim Wenders e vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e muitos outros.


abraços
GUSTAVO SPOLIDORO
cameracausa@gmail.com

quinta-feira, 26 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Indústria Americana'


Vencedor do prêmio de direção em Sundance na categoria melhor documentário americano, o filme de Reichert e Bognar apresenta o que aconteceu em 2014, quando a Fuyao, empresa chinesa de vidros, reativou uma antiga fábrica da General Motors na periferia de Dayton, Ohio, perto de onde os dois cineastas vivem.
O principal atrativo de “Indústria Americana”, além da sua história conseguir prender a nossa atenção do começo ao final dela, é apresentar ao cinéfilo os dois lados da mesma moeda, ou seja, as duas faces do capitalismo atual. Em ambos os casos são voltados ao consumo de desenas de milhares, mas com o norte americano americano sendo apresentado por um processo de trabalho mais humano. Por outro lado, o chinês está mais interessado em extrair o máximo dos seus trabalhadores, não importando as condições de trabalho ou a opinião deles. Não deixa de ser curioso isso, pois afinal a China é conhecida mundialmente como um país comunista, mas pelo visto está sendo impreginada pelo lado capitalista para o seu sustento próprio.
O ato final, onde apresenta uma futura  automação na fabricação dos carros, sintetiza um futuro cada vez mais sombrio para a mão de obra mundial, onde haverá cada vez um numero elevado de desempregados. Se por um lado isso desvia o foco principal da obra, por outro lado, isso sintetiza o quan o capitalismo mundial cada vez é movido por numeros e não mais pelo lado humano. O que “Indústria Americana” faz é nos apresentar a realidade de um mundo em constantes mudanças, mostrando, de maneira indireta, os motivos do crescimento constante da economia chinesa. Crescimento esse que, com todas as suas vantagens para o resto do mundo, principalmente para os EUA, acaba os ameaçando ao mesmo tempo. Uma contradição muito bem mostrada na história de uma fábrica de Ohio comprada por chineses.


Onde assistir: Netflix. 

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quarta-feira, 25 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ‘CONTÁGIO’

Sinopse: A comunidade médica mundial inicia uma corrida contra o tempo no longa Contágio. Isso porque um vírus altamente transmissível se espalha pelo ar multiplicando rapidamente os contagiados que morrem em poucos dias, sem chances de cura. Mais rápido do que o vírus, o pânico toma conta de toda população que luta para sobreviver numa sociedade que está desmoronando. 

A gripe suína que surgiu nos primeiros anos do século vinte e um parecia uma doença que ameaçava o mundo de uma forma indescritível. Passado o pânico, percebeu-se que a mortalidade dessa doença era igual a das outras gripes comuns. Com isso, esse cenário paranoico é muito bem visto em "Contágio" (2011), mas de uma forma bem mais avassaladora, mas não menos realista. Ao mesmo tempo, Steven Soderbergh injeta inúmeras teorias de conspiração sobre a origem do vírus, tanto o lado bom como um lado ruim de uma possível vacina e o que é mentira e o que é verdade sobre o assunto quando é posto na rede. O filme consegue equilibrar essas várias tramas em uma verdadeira montanha russa de acontecimentos nas quais o diretor jamais deixa sair dos trilhos. Isso graças se deve também a um elenco estelar, em que cada um interpreta um personagem que acaba desencadeando inúmeros acontecimentos colocados na tela, para então ambos os personagens com os seus dramas pessoas em meio ao caos se entrelacem um com os outros. Algo semelhante que o diretor fez (e muito bem) em um dos seus filmes clássicos, “Traffic” (2000).
Uma das tramas, por exemplo, é muito bem representada por Matt Damon que, aliás, prova que é versátil na forma física dos personagens, tanto aqui, como também foi visto em “O Desinformante” (2009) (também de Soderbergh). Contágio, também remete a outros filmes que se tornaram imediatamente clássicos do gênero catástrofe, ao explorar o lado sombrio do ser humano perante em situações limites. Imediatamente muitos críticos da época compararam o filme com a obra literária “Ensaio sobre a cegueira”, que já foi levado ao cinema por Fernando Meirelles e sendo que a comparação é mais do justificável. Em ambos os casos, a fotografia ajuda o espectador a ter uma ligeira ideia do que os personagens passam. Se no filme de Meirelles a fotografia é bastante clara e estourada, para fazer espectador prove uma ligeira sensação da cegueira branca dos personagens, em “Contágio”, a luz deixa os personagens pálidos ou corados, dependendo do teor das cenas e da relação deles com a epidemia.
Por fim, “Contágio” é uma incrível aula de edição onde o diretor passa em cada cena as inúmeras formas da pessoa pegar o vírus. O prólogo e o epilogo são um belo exemplo disso, onde faz também uma referência explicita a teoria do caos ou simplesmente o efeito borboleta. Só por isso, o filme teria merecido na época um reconhecimento na parte técnica no Oscar. Que Steven Soderbergh não se aposente tão cedo como muitos meios de comunicação sempre dizem por aí ao longo dos anos.   


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terça-feira, 24 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Entre Realidades'

Sinopse: Sarah (Alison Brie) é apaixonada por artes e artesanato, cavalos e crimes sobrenaturais, ela percebe que seus sonhos estão cada vez mais lúcidos e passa a se perguntar o que seria realidade e o que seria ilusão. 

Existe aqueles cinéfilos que optam por filmes mastigadinhos, previsíveis, mas que logo se esquecem do que assistiram logo depois que saem da sala de cinema. Porém, também tem aquele cinéfilo que gosta de filmes desafiadores, confusos, mas que fazem o mesmo pensar e gerar debates na mesa de bar. "Entre Realidades" é mais ou menos isso, um filme complexo, mas que fará muito cinéfilo revisitá-lo.
Dirigido por  Jeff Baena, o filme conta a história de Sarah, interpretada pela atriz Alison Brie da série "Glow", uma  mulher sonhadora e socialmente desajeitada. Apaixonada por artes e artesanato, cavalos e crimes sobrenaturais, ela percebe que seus sonhos estão cada vez mais lúcidos e passa a se perguntar o que seria realidade e o que seria ilusão. Na medida que sua investigação avança, ela adentra por um caminho, por vezes, inexplicável.
Falar muito sobre o filme é o mesmo que revelar diversas peças desse quebra cabeça intrigante e que consegue nos prender do seu começo ao fim. O que pode ser dito é que o filme tem muito da vida pessoal da atriz Alison Brie, tanto que o roteiro é de sua autoria, ou seja, muita coisa pessoal sua está ali para a gente analisar. Embora isso possa parecer um tanto que pretencioso, por outro lado, é notório que atriz se dedicou de corpo e alma para o projeto e nos brindando com uma atuação intensa e cheia de camadas.
Curiosamente o filme não tem exatamente um gênero definido, tanto é que ele transita entre a comédia romântica, drama e até mesmo para a ficção cientifica. E se por um lado podemos simplificar que a protagonista possua problemas de saúdes mentais, do outro, é interessante que o roteiro consegue obter em nós o desejo de ela estar certa e estar envolvida em uma situação fora dos padrões normais. Independente de algumas situações, por vezes, confusas para o nosso olhar, Alison Brie consegue a façanha de carregar toda essa responsabilidade nas costas e nos surpreender cada vez mais em cada cena.
Visualmente o filme também possui outro fator importante para o seu bom desempenho. Sua fotografia, por exemplo, é quase sempre colorida e cuja as cores, principalmente com relação ao salmão, possuem vários significados e segredos a serem analisados. Além disso, a obra possui uma edição criativa, onde se encontra várias peças de um quebra cabeça em cena e nos fazem querer revisitar o filme, principalmente para aqueles que ficaram confusos em seu ato final mirabolante. Porém, uma vez que o filme é revisitado, observamos elementos que se enlaçam com o final da trama, mesmo que a maioria deles não nos dê todas as respostas.
"Entre Realidades" é um pequeno filme intrigante, por vezes pretencioso, mas que nos prende em seu buraco de minhoca infinito. 



Onte assistir: Netflix

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segunda-feira, 23 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Fora de Série'

Sinopse: Duas garotas extremamente esforçadas do ensino médio decidem compensar o tempo perdido e juntar quatro anos de diversão em uma única noite.  

As comédias adolescentes tiveram o seu ápice nos anos oitenta, sendo que muitos filmes desse subgênero se tornaram verdadeiros clássicos da sessão da tarde como, por exemplo, "O Clube dos Cinco" (1985). Já os anos noventa não tivemos tantos filmes assim inesquecíveis, mas os poucos que são lembrados valem muito a pena, como no caso de "As patricinhas de beverly hills" (1995). "Fora de Série" traz novamente os ingredientes de sucesso vindos do passado, mas falando dessa nova geração perdida e que busca ser ouvida.  
Dirigido pela atriz Olivia Wilde, vista recentemente no filme "O Caso Richard Jewell", o filme conta a história de duas grandes amigas conhecidas por serem os maiores prodígios da escola estão prestes a terminar o ensino médio. Faltando poucos dias para o grande momento, elas percebem que estão arrependidas por terem estudado tanto e se divertido tão pouco. Determinadas a não passarem por todo esse tempo sem nenhuma diversão, elas decidem correr atrás dos 4 anos perdidos em apenas uma noite. 
De novo a trama não traz quase nada, porém, Olivia Wilde se destaca na direção, ao criar uma edição ágil do começo ao fim e fazendo com que o filme se torne dinâmico e jamais cansativo. Logicamente o filme engrena mesmo no momento em que as duas protagonistas decidem fazer o que não fizeram nos últimos quatro anos, mas a maneira como elas tentam obter isso é, talvez, o maior triunfo do filme. Ao invés de conseguirem chegar na festa desejada elas acabam em situações imprevisíveis: a cena em que elas sem querer consomem drogas e se enxergam em uma nova realidade é o ápice do filme.     
Tanto Kaitlyn Dever como  Beanie Feldstein estão ótimas em seus repetíveis papeis e provando que ambas tem muito a nos oferecer em futuros novos papeis. Claro que, o filme como um todo, é farto de vários jovens atores e sendo que cada um deles se destacam em cenas muito engraçadas. Destaco a personagem Gigi, interpretada pela atriz Billie Lourd, filha da nossa inesquecível Carrie Fisher, e que aqui interpreta uma personagem completamente deslocada da realidade em que vive.  
Embora com um final previsível, "Fora de Série" é um filme gostoso de ser assistido, revisto e que nos faz relembrar da pagação de mico dos nossos tempos de colégio. 




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sexta-feira, 20 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Stan e Ollie' - O Gordo e o Magro

Sinopse: Esta é a história de uma das melhores duplas de comediantes: Laurel e Hardy.  

É sempre difícil fazer uma cinebiografia que respeite a imagem de um grande ídolo, principalmente quando esse for um dos representantes da era de ouro do cinema. Laurel e Hardy foi uma das maiores duplas do gênero da comédia e fazer um filme que reconstitui as suas vidas seria muito arriscado para dizer o mínimo. Porém, "Stan e Ollie - O Gordo e o Magro" é uma agradável surpresa para os nostálgicos de plantão, pois a obra é uma declaração de amor para essas duas pessoas que se dedicaram ao máximo em suas profissões mesmo com todas as adversidades que ela pode causar.  
Dirigido por Jon S. Baird, filme conta a história real de uma das maiores duplas de comediantes de todos os tempos, Laurel e Hardy. Os dois embarcaram em uma longa jornada em sua turnê pela Grã-Bretanha, em 1953, buscando colocar suas carreiras novamente nos holofotes, mesmo com o mundo ainda abalado pelos efeitos da Segunda Guerra Mundial. Porém as diferenças pessoais entre os interpretes pode colocar a vida pessoal e a carreira dos dois em cheque.  
Com uma maravilhosa abertura em plano-sequência, o filme começa exatamente na época em que ambos os interpretes estavam em seu auge. Embora caracterizados ainda com os seus respectivos personagens no set de filmagens, nós já conseguimos enxergar nesse ponto o lado humano que eles guardavam longe das câmeras e revelando, tanto as suas ambições, como também as suas próprias fraquezas. Devido a diferenças, ambos seguiram em determinado tempo carreiras separadas, mas anos mais tarde decidem se unir novamente e é aí que o filme começa. 
Ao reconstituir a turnê da qual eles participaram, o filme ganha contornos que remetem aos tempos mais dourados de Hollywood, com os seus cenários mais fantasiosos e menos realistas. Isso, logicamente, é proposital para que o público, principalmente aquele que viveu assistindo aos clássicos do “Gordo e o Magro”, se lembrem de tempos mais inocentes. Contudo, o filme não esconde o lado feio por detrás da indústria cinematográfica e da qual os próprios enfrentaram nas devidas penas.  
Mas nada disso faria sentido se a dupla de interpretes não conseguisse fazer jus ao legado da clássica dupla. Mais eis que Steve Coogan, como Stan, e John C. Reilly como Oliver, simplesmente se entregam de corpo e alma e ambos se tornando os corações pulsantes do filme. Aliás, John C. Reilly  nos brinda aqui com a melhor atuação de sua carreira e cuja a ótima maquiagem colabora ainda mais para causar esse efeito em cena.  
O ato final é digno de nota, pois em meio as dificuldades, diferenças, além do estado de saúde delicada de Oliver, a dupla percebe que a união e a amizade é o que moverá eles para sempre. Em tempos atuais em que a comédia anda em declínio, é sempre bom assistir dois grandes exemplos que se dedicavam ao seu maior dom que era alegrar as plateias de todo mundo. Com uma ótima atuação das atrizes Nina Arianda e Shirley Henderson, em que ambas interpretam as respectivas esposas dos atores, "Stan e Ollie - O Gordo e o Magro" é uma agradável surpresa para os fãs de uma boa comédia das antigas e revela o lado humano desses grandes artistas. 


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NOTA: Cine Um suspende suas atividades devido ao Coronavírus



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quinta-feira, 19 de março de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Klaus'

Sinopse: Prestes a desistir da profissão, ele encontra apoio na professora Alva (Rashida Jones) e no misterioso carpinteiro Klaus (J.K. Simmons), que vive sozinho em sua casa repleta de brinquedos feitos a mão.

Muitas jovens gerações cresceram assistindo a contos de natal para tv, onde na maioria das histórias reconta a origem do natal, ou então a data festiva é usada como pano de fundo para a história principal. Com tantos bons exemplos, como no caso do clássico "Rudolph, a Rena do Nariz Vermelho"(1964), ou "O Fantástico Mundo de Jack" (1993), fica dificil de imaginar que nos dias de hoje ainda haja espaço para um filme que explore o natal e venha ser um clássico para ser assistido nos finais de ano. Felizmente "Klaus" vem para nos dizer ao contrário e provando que muito do natal ainda precisa ser explorado.
Dirigido por Sergio Pablos, responsável por títulos como "Meu Malvado Favorito" (2010), o filme se passa em Smeerensburg, remota ilha localizada acima do Círculo Ártico, Jesper (Jason Schwartzman) é um estudante da Academia Postal que enfrenta um sério problema: os habitantes da cidade brigam o tempo todo, sem demonstrar o menor interesse por cartas. Prestes a desistir da profissão, ele encontra apoio na professora Alva (Rashida Jones) e no misterioso carpinteiro Klaus (J.K. Simmons), que vive sozinho em sua casa repleta de brinquedos feitos a mão.
Quando se acha que os desenhos feitos a mão estão praticamente extintos, eis que Sergio Pablos e os realizadores da netflix nos dizem ao contrário. Os primeiros minutos, aliás, são um choque para os nossos olhos, pois as cores são vibrantes, os traços são cartunescos e fazendo a gente relembrar até mesmo da fase de ouro da Disney quando reinava com produções como essa como um todo. Porém, há um belo casamento com o desenho a mão com os últimos recursos de ponta e fazendo do visual da obra algo ainda mais prazeroso para ser degustado.
Falando em Disney, a premissa do filme lembra um pouco o clássico "A Nova Onda do Imperador" (2000), já que o protagonista Jesper é um personagem mimado e egoísta, mas que aos poucos vai mudando o seu comportamento a partir do momento que pisa na ilha em que se passa os principais acontecimentos da trama. Não deixa de ser curioso também constatarmos que os habitantes que vivem nesse cenário sejam uma espécie de metáfora com relação aos povos do mundo real, onde cada vez mais convivem entre atritos, indiferenças e hostilidades que, por vezes, nem sabem por onde começaram.  Nada mal para uma animação infantil tocar em um assunto, por vezes, delicado, mas que precisa ser discutido.
O divertido do filme está nos detalhes que dão origem a lenda do Papai Noel e por onde tudo começou. Curiosamente, há uma transição de tom do filme para humor e momentos de pura emoção e que faz a gente se identificar cada vez mais com os personagens. O final é singelo, delicado e que irá com certeza emocionar muitas pessoas de todas as idades que forem assisti-lo.
"Klaus" é uma grata surpresa vinda do universo da animação e provando que não importa se a produção é realiza com novos ou velhos recursos de ponta, desde que seja feito com coração. 

Onde Assistir: Na Netflix.  

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NOTA: Cinemateca Paulo Amorim fecha por tempo indeterminado


Desde o último dia quinze, assim como Cinebancários e Cinemateca Capitólio, a Cinemateca Paulo Amorim também fecha as suas portas devido ao Coranavírus. Assim como as salas já citadas, a Cinemateca que é abrigada na Casa de Cultura Mario Quintana se destaca por nos brindar com um cinema mais alternativo, dos quais dificilmente se vê em um cinema convencional e proporcionando para nós sessões inesquecíveis. Vale lembrar que boa parte das sessões do Clube de Cinema de Porto Alegre ocorrem também nessa Cinemateca e se tornando uma das melhores casas para o cinéfilo que busque qualidade e reflexões após cada sessão. 
Ficamos na torcida para que esses tempos nebulosos acabem e que voltemos a ter boas sessões para todos nós por lá. 


Faça parte do Clube de Cinema de Porto Alegre.  
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quarta-feira, 18 de março de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Meio Irmão' - Abandonados e sem perdão

Sinopse: Sandra está procurando sua mãe que está desaparecida há dias. Com o passar do tempo, a busca se torna mais difícil e ela decide procurar Jorge, seu meio-irmão que vive e trabalha com o pai instalando sistemas de vigilância. 

No recente filme "Você Não Estava aqui" vemos as consequências do capitalismo fortalecendo o mercado de trabalho informal e de como hoje o trabalhador se torna escravo do seu próprio negócio e que acha que um dia obterá algum lucro. Ao mesmo tempo observamos a desarmonia da família dentro da trama se fortalecer, ao ponto de adentrar um caminho nem um pouco acolhedor para todos que se encontram ali. "Meio Irmão" explora mais esse segundo caso, mas tendo nas entrelinhas a influência dos rumos em que a sociedade presa ao sistema está vivendo.
Dirigido por Eliane Coster, do filme conta a história de Sandra, uma adolescente de 16 anos, passa por um momento difícil. Sua mãe está desaparecida há dias e, por isso, a garota passa as tardes varando a cidade de bicicleta, procurando seu paradeiro. Quando a jovem começa a perder as esperanças, ela decide pedir ajuda para seu meio irmão, com quem cultiva uma relação distante. Ele, que também se encontra em uma situação pessoal delicada, não sabe como pode colaborar.
O interessante no início do primeiro ato está no fato de não sabermos ao certo quem é irmão de quem, mas sim nos é apresentado jovens em suas rotinas da juventude. Ao mesmo tempo, gradualmente, observamos as alterações explosivas de Sandra, que é brilhantemente interpretada pela jovem atriz Natália Molina, onde aos poucos descobrimos os motivos que a levam em agir dessa forma. Em contrapartida observamos o seu meio irmão Jorge, interpretado pelo ator Diego Avelino, testemunhar e gravar algo que não devia e adentrar em um caminho sem volta.
É por essas duas linhas narrativa se cruzando que temos então um pequeno retrato da sociedade brasileira atual, onde a família em si não é somente formada pelos laços de sangue, mas sim também pela boa vontade daqueles que ainda acreditam em uma razão em continuar vivendo em uma realidade, por vezes, sem sentido. Mas embora a trama se passe em uma única cidade, por outro lado, o cenário ali fala um pouco de um Brasil atual desgovernado, onde há trabalhos dos quais não dão muitas expectativas para o futuro, aumento da violência vinda de milicianos e do desdém dos pais que não procuram cuidar de forma melhor dos seus próprios filhos. Nesse último caso, por exemplo, é visto de forma ainda mais explicita, principalmente ao vermos uma Sandra tentando sobreviver com o que tem, mas não escondendo a dor pelo fato de ter sido abandonada pela própria mãe.
Eliane Coster procura não dar soluções fáceis para os seus personagens, já que o próprio mundo real em que nos encontramos não surge soluções que a gente desfrute facilmente. Ao constatarmos que fica em aberto os destinos dos personagens principais, concluímos que a situação fala sobre nós, do nosso dia a dia atual em nosso Brasil e que não há muita coisa a ser feita, a não ser seguir em frente antes que o pior aconteça. "Meio Irmão" fala de uma geração sem muitas expectativas, mas enfrentando os obstáculos para se encontrarem na vida. 


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NOTA: Clube de Cinema: paralisação das atividades.


O Clube de Cinema de Porto Alegre informa que, em virtude da disseminação do Covid-19, está suspendendo suas atividades por, no mínimo, três semanas.  Dessa forma, as sessões de 21 de março, 28 março, e 4 de abril estão canceladas.
Até a terça-feira, 7 de abril, informaremos quanto ao retorno, ou não.

Cuidem-se.
Atenciosamente;
Márcio von Diemen
Paulo Casanova
Carlos Eduardo Lersch


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terça-feira, 17 de março de 2020

Cine DIca: Em Cartaz: 'Fotografação' - Um mosaico de imagens e infomação

Sinopose: O documentário fala sobre momentos marcantes da História da Fotografia Brasileira, construído através do olhar de Lauro Escorel, atuante diretor de fotografia do cinema brasileiro. O filme focaliza a representação do País no trabalho de diversos fotógrafos e reflete sobre o impacto da fotografia digital na sociedade contemporânea.

A era digital tanto facilitou como também fez com que a fotografia se tornasse banal, ao ponto que muitas pessoas tiram fotos de si mesmas, mas não obtendo significado algum. Em tempos anteriores, a fotografia era algo bem próximo da arte de se fazer pintura, onde fotografos firavam fotos de momentos historicos de nosso país. "Fotografação" procura nos mostrar tempos em que a fotografia era levado a sério e e nos brindando com imagens de tempos mais dourados.
Dirigido por  Lauro Escorel, fotografo responsavel responsavel por vários clássicos do cinema brasileiro como, por exemplo, "Bye Bye Brasil" (1980), o documentário começa nos tempos atuais, onde as pessoas registram pelos seus celulares momentos, tanto importantes do nosso país atual, como momentos corriqueiros e esquecidos. O filme dá uma guinada para o passado, onde vemos a transição da monarquia para a republica reçém nascida. Um registro de nossa história, através de belas imagens que valem a pena serem redescobertas.
Através de entrevistas com historiadores e críticos de fotografias, Lauro Escorel cria um mosaico de imagens cheias de informações, cuja as imagens quais sintetizam quase tudo como eram os nossos costumes e a nossa cultura vasta que não pode ser abandonada. Em especial, o realizador destaca  os primeiros fotógrafos a atuarem no Brasil, ainda no século XIX, como Marc Ferrez e Augusto Malta, sendo que ambos registravam a maneira que a familia real gostaria que o mundo de fora visse o Brasil. Curiosamente, os fotografos foram na época corajosos ao revelar em belas imagens, tanto os reais donos dessas terras que são os indíos, como também os homens escravos que diziam muito de suas vidas somente pelo seu olhar registrado.
Mas, talvez, o apice do documentário se encontra nos registros fotograficos criados pelo poeta Mário de Andrade e cujo o seu talento não se restringia somente pelo seu lapis. Em suas fotográfias, Andrade destava as pessoas vistas de longe, mesmo em cenários que eram maiores do que sua própria vida. Curiosamente, há fotos em que ele registra a sua própria sombra,  cuja  ela se faz presente até mesmo na extinta sédula de quinhentos mil cruzeiros.
Passando da monarquia, para nova republica, o filme vai gradualmente chegando aos tempos atuais e fazendo com que o futuro da fotografia artistica se torne indefinido. Ao mesmo tempo em que a era digital trouxe bons frutos, por outro lado, é tanta informação que as pessoas registram que fica até mesmo dificil de prever se um dia alguma desssas imagens serão lembradas como um todo. Ao menos, resta torcer para que essa nova geração consiga olhar para trás e se dar conta que a fotografia guarda muito mais do que um mero instrumento para a pessoa se mostrar nas redes sociais.
"Fotografação" é um registro sobre a nossa cultura e patrimonio através de belas fotográfias e das quais jamais podem ser esquecidas. 


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NOTA: CINEBANCÁRIOS COMUNICA SUSPENSÃO DAS SESSÕES


AMIGOS,

O CINEBANCÁRIOS SE UNE AO ESFORÇO COLETIVO EM EVITAR A PROPAGAÇÃO DO COVID-19 E COMUNICA A SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DE TODAS AS SUAS SESSÕES A PARTIR DE HOJE, DIA 16 DE MARÇO.  A DATA DE RETORNO DAS ATIVIDADES E PROGRAMAÇÃO SERÁ DETERMINADA DE ACORDO COM A EVOLUÇÃO DO QUADRO DA PANDEMIA NO PAÍS. 
OBRIGADA PELA COMPREENSÃO DE TODOS.

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

domingo, 15 de março de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Nóis Por Nóis' - Quem vigia os fascistas?

Sinopse: O Baile rola solto e enquanto o RAP ecoa das caixas de som, quatro amigos vagam pela pista com objetivos bem distintos. O que eles não sabem é que seus destinos estarão selados para sempre após esta noite. 

As periferias são comunidades em que a elite brasileira tenta colocar quase sempre para debaixo do tapete e deixar aqueles que moram por lá viverem com o pouco de sorte que tem. Racismo, bullying e falta de informação são esses e outros ingredientes que fazem desses moradores formarem uma geração de jovens quase perdida, mas que alguns deles podem sim fazer a diferença. "Nóis Por Nóis" fala de um grupo de jovens dispostos a sobreviver em um cenário do qual não tem quase nada para se oferecer.
Dirigido pela dupla Aly Muritiba e Jandir Santin, sendo que a primeira foi a realizadora do indispensável "Ferrugem" (2018), o filme começa durante um baile de RAP, onde quatro amigos se ocupam com atividades e objetivos diferentes. Mari está focada em participar da final do Circuito de Rimas CWB. Japa vende os produtos de Nando, seu "chefe". Gui é o mais preocupado, ele precisa que tudo dê certo para conseguir uma boa bilheteria e, consequentemente, um bom lucro. Café, diferentemente dos outros, só quer se divertir. No entanto, as reviravoltas da noite juntam seus destinos de maneira permanente.
Se em "Ferrugem" Aly Muritiba tocava em um assunto delicado que é a questão do bullyng virtual que pode ser realmente mortal, aqui o foco se concentra novamente em uma geração perdida por falta de escolhas, mas sobrevivendo com o que tem para se manterem vivos no seu dia a dia. Os realizadores optaram por um elenco de quase amadores e fazendo com que o realismo em cena se torne muito mais abundante. O resultado é quase como se fosse um documentário em algumas ocasiões, principalmente em seu primeiro ato, onde câmera tremula somente vai acompanhando esses jovens por uma estrada da vida indefinida.
Em alguns momentos, o filme transita para situações dramáticas para o mais puro suspense e revelando uma realidade, por vezes, muito mais assustadora do que se possa imaginar. Se por um lado temos jovens que sofrem nas mãos do seu próximo, do outro, não há como também contar com a justiça do estado, principalmente quando ela é moldada por PMs que não sabe distinguir o inocente do ladrão, mas fazendo de ambos em comum se tornarem alvos unicamente devido a  sua cor de pele. O resultado é a revelação de um estado policial fascista, do qual se encontra cada vez mais despreparado e se tornando os verdadeiros bandidos de um cenário em que jovens lutam em diversas frentes como um todo.
Embora o filme se estenda um pouco por demais em sua proposta inicial, o ato final é poderoso por sintetizar o nosso Brasil atual, do qual é governado por um extrema direita intolerante e inconsequente. A cena final, aliás, é simbólica, ao transitar a ficção para cenas reais de violência que ocorrem no nosso Brasil no dia a dia. Qualquer semelhança com "Infiltrado na Klan" (2018) de Spike Lee não é mera coincidência.
"Nóis Por Nóis" é um retrato cru de uma geração abandonada pelo estado e tudo que resta é se protegerem uns com os outros. 

Em Cartaz: Cinebancários: Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico, Porto Alegre. Horário: 19horas.  


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