Chico - Artista
Brasileiro
Sinopse: Documentário
conta a história de um dos maiores nomes da música brasileira, Chico Buarque.
Ele é conhecido por ser um artista reservado, mas agora ele permite que câmeras
registrem sua rotina e como é seu processo criativo. Em um show, ele ainda
recebe grandes convidados para ajudarem a contar sua história por meio da
música.
Um bom sábio disse
uma vez que somente as mulheres tinham uma doçura o suficiente para transmitir o
verdadeiro amor através de poesia ou uma música. São poucos homens, portanto
que possuem essa mesma capacidade que as mulheres de ontem e hoje exercem. Desses
poucos, alguns se destacam através da poesia ou da musica e talvez Chico Buarque
pertença a essa minoria a ser observada com mais atenção.
O cineasta Miguel
Faria Jr, se destacou ao dirigir Vinicius em 2005, mas nessa sua mais nova
produção, Chico Buarque está vivo e o que dá mais credibilidade à produção. Com
Chico em cena, temos o prazer de ouvir sobre os seus primeiros anos como
cantor, a sua luta em manter suas musicas intactas perante a censura na época
da ditadura e o que faz para manter a sua humildade mesmo com tudo que a sua
carreira lhe trouxe. Em meio a isso, surgem em cena para soltar a voz músicos que
cantam musicas populares brasileiras como Ney Matogrosso, Milton Nascimento e
Adriane Calcanhoto.
O documentário mais
se revela com um bom papo ao lado do ídolo da música, onde ele revela os seus
altos e baixos de uma forma descontraída e sincera. Um dos momentos mais
interessantes e divertidos da obra é da maneira em que ele tentava conseguir
convencer os sensores a liberarem as suas músicas. Bastava uma palavra na sua
mais nova canção para que ela não fosse liberada, o que fazia o cantor repensar
rapidamente para mudá-la e salva-la. É momentos como esse que fazemos uma
comparação com aquele período e o nosso e fazendo a gente concordar com Chico,
de que hoje vivemos em tempos melhores.
Nem mesmo quando
Chico revela a possibilidade de ter um irmão que mora na Alemanha, o que o faz
se lançar em sua busca, não transforma o documentário em um dramalhão. Nem
mesmo quando o cantor descobre o que ocorreu com ele lhe faz perder o bom humor,
mas sim se sente feliz em saber um pouco mais de suas raízes e de como canção
estava predestinada a fazer parte de sua vida. Gente como a gente, Chico nos
apresenta os seus netos de uma forma mais natural do mundo, onde em uma tarde tranqüila
todos eles se reúnem para conversar e comer sorvete.
Chico - Artista
Brasileiro nada mais é do que um documentário sincero sobre o lado humano de um
artista que, não optou por um castelo de ouro que poderia comprar graças ao seu
sucesso, mas sim manter o seu lado humano intacto e jamais se esquecer de onde
realmente veio.
Ausência
Sinopse:Serginho (Matheus
Fagundes) tem 14 anos e não tem a típica adolescência de garotos da sua idade.
Ele já tem grandes responsabilidades, pois precisa cuidar de sua mãe alcoólatra
e do irmão pequeno. Seu pai sumiu e Serginho vê em seu professor Ney (Irandhir
Santos) uma figura paterna. Além disso, ele tem de lidar com o despertar
sexual, típico de sua idade.
Num dos momentos mais
marcantes do clássico Pixote: A Lei do Mais Fraco, o pequeno protagonista tenta com que a prostituta
Sueli (Marília Pêra) faça com que ela lhe trate como se fosse o seu filho, mas
ela nega. Um retrato cru, mas ao mesmo tempo uma representação das inúmeras crianças
abandonadas em nosso país e que buscam um pouco de carinho há muito tempo perdido.
No mais novo filme de Chico Teixeira (A Casa de Alice), Ausência é uma mostra
de que, a realidade de Pixote, mesmo já tendo se passado mais de trinta anos
continua firme e forte, infelizmente.
Acompanhamos o dia a dia de Serginho
(Matheus Fagundes) que precisa se virar para cuidar da mãe e irmão, já que no
início do filme o seu pai os abandonou. Em meio a inúmeros bicos, conhece Ney
(Irandhir Santos), onde através dele busca uma figura paternal, mesmo da forma
mais desesperada. Em meio a isso, o jovem vive na corda bamba, em se manter firme
e continuar em linha reta ou cair em desgraça.
De forma realista, vemos
Serginho amadurecer precocemente, num papel do homem da casa da qual ele não
queria. Porém, ele se torna a única forma para que sua mãe (Gilda Nomacce, ótima)
não morra através da bebida, mesmo ela não correspondendo a ajuda como deveria
ser. Um retrato cruel da ruína de uma família, da qual deveria ter se pensado antes de cria-la.
A todo o momento, o cineasta
Chico Teixeira sempre lança uma luz para que o protagonista tenha um pingo de esperança,
para logo em seguida perceber que a gota logo se seca. Toda a esperança recai
em Ney (Irandhir Santos), professor que se preocupa na formação de Serginho,
mas ele já tem problemas o suficiente, como combater os seus demônios interiores
por exemplo. A relação de ambos é bastante conflitante, gerando até momentos de
tensão, pois nunca sabemos com exatidão qual é os reais desejos que os
personagens sentem um pelo outro.
Ausência é um belo filme que lança o debate
sobre a insegurança que nós temos com relação ao amanhã e com quem devemos
realmente recorrer. O final termina em aberto, fazendo com que a trama continue
em nossas mentes e tudo que nos resta é desejar boa sorte para o jovem
protagonista.
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