Por Jason Rhodes
ZURIQUE (Reuters) - Um tribunal suíço aprovou nesta quarta-feira a libertação, mediante fiança de 4,5 milhões de francos suíços (4,4 milhões de dólares), do cineasta Roman Polanski, que lutava contra uma extradição para os Estados Unidos por causa de uma acusação de pedofilia na década de 1970.
"O tribunal considerou que a fiança na quantia de 4,5 milhões de francos suíços oferecida por Polanski, junto com outras medidas de apoio, são suficientes para evitar o risco de fuga", disse a corte em comunicado.
A nota acrescenta que a fiança equivale a uma "porção substancial" da fortuna de Polanski, e foi sacada de um banco francês usando o apartamento do cineasta em Paris como garantia. A defesa de Polanski alegou que a potencial perda da fortuna dissuadiria o cineasta de uma fuga.
A cunhada de Polanski, a atriz francesa Mathilde Seigner, recebeu a notícia com alívio e disse que não havia perigo de o cineasta fugir.
"Ele é um homem de 76 anos, não tem 40", disse à rádio Europe 1. "É claro que ele não iria escapar, é absurdo imaginar algo assim".
Polanski não será solto imediatamente porque o governo suíço ainda tem de examinar a sentença e decidir um possível recurso, disse à Reuters o porta-voz do Ministério da Justiça, Folco Galli.
Mas a ministra da pasta, Eveline Widmer-Schlumpf, disse que o recurso é improvável. "Acho que a Corte Penal Federal Suíça teve suas boas razões. Não vejo razão para recorrer desta decisão", afirmou ela a uma rádio suíça.
MESES OU ANOS
A Corte Penal Federal da Suíça determinou que Polanski entregue seus documentos de identificação e permaneça sob prisão domiciliar, com vigilância eletrônica, enquanto aguarda a tramitação do processo de extradição.
Galli disse que a eventual libertação de Polanski para que passe à prisão domiciliar em sua residência em Gstaad ainda levaria alguns dias.
A defesa de Polanski não foi imediatamente localizada para comentar.
O premiado cineasta franco-polonês foi detido a pedido dos EUA, em 26 de setembro, quando chegou à Suíça para receber um prêmio especial em um festival de cinema.
Ele já confessou ter feito sexo com uma menina de 13 anos em 1977 nos EUA, mas no ano seguinte fugiu do país antes de ser sentenciado porque achou que um juiz iria ignorar o acordo judicial feito por ele e o condenaria a 50 anos de prisão.
Em outubro a Justiça suíça havia rejeitado um pedido anterior de libertação sob fiança, alegando que haveria risco de Polanski fugir.
(Reportagem adicional de Catherine Bosley)