Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Não tenho que reclamar de 2013, pois neste ano aconteceu de tudo um pouco: conheci alguém especial, uma leitura me fez mudar o meu modo de pensar, novos parceiros, novas amizades, novas oportunidades, novos cursos, atividades e tudo para olhar para trás e me dar conta que foi um ótimo ano.
PARA TODOS QUE ME ACOMPANHAM AQUI, DESEJO UM FELIZ ANO NOVO E ÓTIMAS SESSÕES DE CINEMA PARA 2014. ABAIXO DEIXO UM EXEMPLO PARA O QUE ESTARÁ POR VIR NO PRÓXIMO ANO.
Na minha ultima postagem desse ano de um filme em cartaz, dedico ao grande clássico do mestre do suspense que volta em cartaz na nossa capital gaucha, na sala Itau Cinema ás 21h30. Abaixo confira minha critica, minha matéria sobre quem poderia tirar o posto de Cidadão Kane para maior obra prima da sétima arte e sobre minhas previsões confirmadas na minha matéria especial Um Cidadão que cai.
EMBORA SUPERIOR AO FILME ANTERIOR, CAPITULO DO MEIO DA MAIS NOVA TRILOGIA DA TERRA MÉDIA SE TORNA A MAIS PROBLEMÁTICA.
Sinopse: Após iniciar sua jornada ao lado de um grupo de anões e de Gandalf (Ian McKellen), Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) segue em direção à Montanha Solitária, onde deverá ajudar seus companheiros de missão a retomar a Pedra de Arken, que fará com que Thorin (Richard Armitage) obtenha o respeito de todos os anões e o apoio na luta para retomar seu reino. O problema é que o artefato está perdida em meio a um tesouro protegido pelo temido dragão Smaug (voz de Benedict Cumberbatch). Ao mesmo tempo, Gandalf investiga uma nova força sombria que surge na Terra Média.
Muitos (até mesmo os fãs) chamaram o cineasta Peter Jackson de ganancioso por ter transformado o pequeno livro de O Hobbit numa trilogia onde cada filme é de quase três horas. Se muitos acharam exagerado ele ter anunciado no principio que seria dois filmes, três então foi o suficiente para nascer a desconfiança. Ao meu ver, se por um lado ele optou dessa forma para explorar mais aquele rico universo criado pelo escritor Tolkien, por outro já sentimos aqui um certo exagero na dosagem do diretor, mesmo sendo esse capitulo superior ao anterior.
Não é fácil assistir uma trilogia, que na verdade é uma unica grande historia, principalmente para um cinéfilo leigo de primeira viagem. Portanto o diretor foi hábil ao inserir uma pequena introdução, com dois personagens centrais, que não somente resume a missão deles, como também facilita para aqueles que pegaram o bonde andando. A partir dai, retornamos ao ponto onde filme anterior havia parado, vendo os heróis indo em direção a Montanha Solitária, para resgatar o reinado dos anões das garras do dragão Smaug.
Durante essa jornada, percebemos que finalmente o filme começa a entrar num cenário mais sombrio, que remete os momentos mais angustiantes da trilogia do Senhor dos Anéis. Quando vemos os anões e Bilbo Bolseiro sofrendo alucinações dentro de uma floresta sinistra, e tendo que enfrentarem aranhas gigantes, o filme nos faz sentir aquela aflição pelo destino dos personagens, mesmo que (infelizmente) ainda não tenhamos muita identificação pela maioria deles. No final das contas, os personagens que realmente nos importamos são com o Bilbo e Gandalf, não porque eles são os principais chamariz, mas sim pelo fato de serem interpretados pelo excelentes Ian McKellen e Martin Freeman.
Infelizmente para aqueles gostam do velho mago, Gandalf fica em segundo plano, pois fica encarregado de uma segunda missão, que envolve a possível volta de Sauron. Com isso, Peter Jackson talvez saiba no fundo que depender somente de 13 anões, que na maioria deles ainda não desperta a nossa simpatia, acabaria meio que deixando o cinéfilo, e até mesmo os fãs dos livros entendiados. Portanto, no momento em que eles chegam ao reino élfico de Thranduil, ele não somente insere o velho conhecido Legolas, como também inventa uma personagem nova e que não existe no livro: embora a guerreira elfica Tauriel seja interpretada por competência pela atriz Evangeline Lilly (Lost), os seus momentos em cena nos passa a sensação á todo momento que eles não fazem falta em nenhum momento e sua possível paixão que sente pelo anão Kili (Aidan Turner) não nos desperta nenhum interesse.
Tauriel (assim como Legolas) funciona muito melhor nas cenas de ação, principalmente na fantástica sequencia, onde os anões estão descendo rio abaixo dentro de barris, enquanto Orcs e elfos se enfrentam. Essa sequencia aliás é uma prova que Peter Jackson é habilidoso nas cenas de ação, quando ele não permite que o seu lado pretensioso pelo exagero o atinga. Com isso, quando vemos um dos anões enfrentando orcs numa sequencia sem cortes, vemos ali uma cena empolgante, divertida e que jamais soa exagerada.
Infelizmente o ritmo se perde no momento em que o grupo entra na cidade de Esgaroth, onde na maioria das cenas são puramente descartáveis e que nos faz desejar que eles saiam dali o quanto antes para o ritmo voltar aos trilhos. Isso acontece é claro quando eles finalmente chegam a Montanha Solitária, mas ao mesmo tempo era um momento que exigia melhor o desempenho do ator Richard Armitage como o futuro rei dos anões. Mas em vez disso, o roteiro se concentra numa forma de a gente desconfiar que ele irá cair na ambição assim como aconteceu com o seu avô, mas no fim isso soa meio que artificial e não nos convence.
Mas isso tudo a gente esquece, quando finalmente Bilbo Bolseiro se encontra face a face com o dragão Smaug. Sinceramente não me lembro da ultima vez que eu vi no cinema um dragão tão perfeito e rico de detalhes, sendo que sua apresentação gradual em meio ao ouro dos anões, não é somente de uma grande beleza, como também uma verdadeira aula de como se faz um suspense quando se aproxima um perigo iminente. E para melhorar ainda mais, o gigantesco personagem tem a voz de Benedict Cumberbatch (o vilão do ultimo Jornada nas Estrelas) cuja a sua voz soa imponente e se casando perfeitamente com a entidade presente.
Mas após isso, o filme se dirige para o grande clímax, onde Bilbo e os anões enfrentam o dragão, mas ao mesmo tempo é mostrado a situação dos personagens que ficaram para traz na cidade de Esgaroth e o destino de Gandalf na sua investigação. Mas é ai meus amigos que o cineasta entrou num dos territórios mais perigosos de sua carreira.
O que talvez mais irá incomodar, tanto o cinéfilo, como o fã de carteirinha da saga, é que o filme não tem final, sendo que ele termina de uma forma tão abrupta, que não tem como a pessoa não sair da sala do cinema furiosa e enganada. É ai que nos perguntamos se foi realmente sentado da parte do diretor em ter transformado a trama numa trilogia, sendo que muitas passagens poderiam ter sido facilmente descartadas e então, pelo menos, a saga se encaixaria melhor em dois filmes no máximo. Resta agora esperar novamente um ano, para finalmente presenciarmos o final da aventura de Bilbo boseiro e tirarmos uma conclusão se Jackson estava certo ou não em ter explorado mais inúmeras passagens daquele rico mundo que é a terra média.
Enfim, chegamos às épocas
festivas, de natal, ano novo e o saldo geral é uma correria na compra de
presentes, visitarmos parentes e amigos. Às vezes não damos conta do recado e
acabamos mais nos esgotando do que comemorando. Para mim sempre foi uma loucura, pois eu faço
aniversario na véspera de natal, mas sempre tento de todo modo que o meu dia
seja tranqüilo, meditando e pensando sobre tudo de bom e ruim do ano que
passou.
No saldo geral, muita coisa boa
aconteceu para mim neste 2013, e eu gostaria de contar tudo para vocês aqui e
agora, mas como o agito e a correria irão prosseguir ainda nos próximos dias (e
um pouco do inicio do ano novo) irei me ausentar um pouco por aqui, mas
prosseguirei com a retrospectiva deste ano no inicio de janeiro. Abaixo, solto os dez melhores filmes
estrangeiros (aguardem a lista dos melhores do nosso cinema) que foram lançados neste ano. Não foi fácil escolher, pois se
pensarmos bem foi lançado muita coisa boa, mas nem todos puderam ficar nesta
lista.
Por fim, caso eu não apareça nos próximos
dias, desejo a todos um feliz natal e um próspero ano novo que está chegando.
Boas sessões para todos!
NOTA: A critica de cada filme você pode acessar clicando no titulo.
Anos atrás,Alfonso
Cuarón teve seu incrível filme Filhos da Esperança sendo distribuído de uma
forma infeliz e fez com que muitos acabassem não assistindo e sendo
redescoberto somente tempos depois. Felizmente a justiça tarda, mas não falha e
o seu mais novo filme Gravidade é um verdadeiro tapa na cara para aqueles que acreditavam
que não havia espaço para ele no cinema americano. Gravidade é uma verdadeira
aula de como se faz um grande espetáculo cinematográfico, aliado com um ótimo roteiro,
em que explora os significados da
solidão do ser humano, mergulhado num espaço infinito silencioso.
Pode não ser um novo 2001:
Uma Odisséia no Espaço, mas bem que chegou perto.
Embora seja de 2012, o filme chegou para nós no inicio
desse ano, portanto está valendo. O mais novo filme do mestre Quentin Tarantino
prova o porquê dele ainda ser um dos melhores cineastas que surgiram na década de
90. Aqui, ele realiza o seu sonho pessoal de fazer um filme que faz uma bela
homenagem ao Western Spaghetti e de quebra nos brinda com o melhor
desempenho da carreira de Leonardo Dicaprio, onde num momento de surto, ele realmente
machuca seriamente a mão, mas mantém o personagem encarnado nele.
Muitos
torcem o nariz (principalmente o brasileiro) com relação aos filmes musicais.
Mas a meu ver, quando ele é bem feito, não tem como não se envolver com a obra
e o filme de Tom
Hooper é uma prova genuína disso. Baseado, tanto na obra de Victor Hugo, como
também no musical da Broadway, o filme tem como inicio um verdadeiro espetáculo
de som e imagem e dando uma bela dica do que viria depois nas quase 3 horas cheias
de musica, imagens e interpretações inesquecíveis.
Mais do que sobre uma relação
amorosa de duas garotas, Azul é a cor mais quente é sobre o amor universal de
altos e baixos e que dificilmente (querendo ou não) a pessoa que for assistir
não irá deixar de se identificar com a trama. Baseado numa HQ premiada, o filme
levou prêmio principal em Cannes e fez com que, tanto o longa, como também a HQ em que ela se baseou, fossem descobertos no
mundo a fora e se tornarem, tanto sucesso de publico como de critica.
Leia também: A HQ Azul é a cor mais quente clicandoaqui.
Thomas Vinterberg (Submarino) cria uma
analise assustadora sobre as raízes do mal de uma sociedade hipócrita perante a
um mal entendido. Á historia sobre um professor de uma creche (Mads Mikkelsen) que
foi acusado por uma das crianças de ele ter mostrado suas partes intimas, é
apenas a ponta de um iceberg de algo pior que estaria por vir e que acaba
quebrando a mascara de uma cidade pacata e revelando os verdadeiros monstros
que há por de traz dela.
Uma mistura com o melhor do Nouvelle vague com os melhores
momentos de um filme de Woody Allen.Noah Baumbach (Lua e a Baleia) cria um
retrato da juventude atual, que não sabe muito bem com relação ao que quer na
vida e acaba meio que se perdendo num mundo indefinido para consigo próprio.
Além de consagrar e revelar ao mundo a atriz Greta Gerwig, o filme também é uma
prova de que é sim possível fazer uma adaptação para o cinema da HQ Estranhos
no Paraíso, pois ambas as tramas possuem mensagens bastante semelhantes.
O cineasta Miguel Gomes provou que o cinema português não só
esta vivo como também presta uma bela homenagem ao cinema mudo, mais
especialmente ao expressionismo alemão e que remete as obras máximas deFriedrich
Wilhelm Murnau (Aurora)
Um dos grandes filmes a ser
lançado antes do final do ano,Um Toque de Pecado não é somente um retrato
sobre os dias de quatro pessoas na China contemporânea, como também uma analise
universal sobre as origens do porque de algumas pessoas cometerem atos imprevisíveis
e o que fazem delas aparentarem serem loucas ou más. Mas no final das contas, o
problema vem bem mais em baixo.
Denis Villeneuve havia surpreendido o mundo com o seu filme
canadense Incêndios e aqui ele faz sua estréia com estilo no cinema americano.
Na verdade fazia tempo que não havia um filme policial de suspense tão bom,
acho desde Zodíaco.Os Suspeitos é uma enorme cebola, que aos poucos vai sendo
descascada, revelando a verdadeira natureza de cada um de seus personagens e os
levando para um caminho sem volta.
O filme ainda nos brinda com os melhores desempenhos da carreira de Jake Gyllenhaal e principalmente
de Hugh Jackman.
Woody Allen continua no seu
pique de lançar um ou até dois filmes por ano e nesse Blue Jasmine ele
novamente surpreende. Na verdade é uma espécie de visão pessoal que ele tem do
clássico Um Bonde Chamado Desejo e nos brinda com o melhor desempenho da
carreira de Cate Blanchett, que com certeza será a grande favorita no próximo Oscar.
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Sinopse: Clara (Clarice Falcão) está
indecisa em relação às suas escolhas. A jovem está cursando a faculdade de
Medicina por pressão familiar e não por vocação. Sem contar para ninguém o que
está sentindo, ela passa a matar aulas no período da manhã. Durante essas
aventuras matutinas, Clara conhece um rapaz que a ajuda a encontrar um norte
para sua vida.
Adolescentes sempre
se sentem perdidos com inúmeras perguntas, que por vezes são sem respostas e que
os deixam confusos com relação ao que irá vir no futuro, especialmente sobre o
que irá ser na vida. Esse é o assunto principal de Eu Não Tenho A Menor Ideia Do que Eu Tô
Fazendo Com A Minha Vida, onde a protagonista Clara (Clarrisse Falcão) não foge
desses questionamentos. Estudante de medicina que pertence a uma família
composta por médicos, ela começa a matar aulas ao perceber que não quer ser
médica como o resto da família.
Em um dos dias em que
ela não vai a faculdade, acaba conhecendo Guilherme (Rodrigo Pandolfo) rapaz
que trabalha no boliche do pai e que de alguma forma lhe ajuda a criar inúmeras
opções consigo mesma para então voltar aos trilhos na vida. Ele sugere que ela
faça experiências para ver qual o caminho a trilhar, qual carreira ela poderia seguir,
em momentos como no café da manhã, em que ela toma com os seus tios, onde cada
um é profissional em uma área, mas que foram distanciados pelo pai de Clara.
Os tios na verdade é
que dão um verdadeiro show no filme. Formado por incríveis talentos, como
Daniel Filho, Kiko Mascarenhas, Leandro Hassum e Alexandre Nero. O tio
interpretado por Leandro Hassum é que rouba a cena de todos, como um pediatra que
tem uma relação pra lá de problemática com a mãe.
O filme é pra lá de simplório,
sendo filmado com pouquíssimos recursos, mas com um roteiro redondinho e com uma
fotografia, onde as cores quentes sobressaem e uma trilha sonora escolhida a
dedo. A trama é voltada mais para o publico jovem, especialmente essa geração viciada
nas redes sociais e fará que inúmeras pessoas se identifiquem rapidamente. Identificação
é palavra chave do filme, pois não tem como não se identificar com a
protagonista interpretada por Falcão, que de tão cheia de duvidas, que quando
manda um vídeo para poder entrar no BBB, ela sugere que seja uma competidora
sem personalidade nenhuma.
O personagem de
Rodrigo Pandolfo se torna, não apenas um guia para o protagonista, como também
uma espécie de ancora para ela não cair na mais pura depressão sobre não saber
o que quer. Ela está sem rumo, seus pais não possuem noção com relação ao que
acontece na vida de sua filha e tão poucos sabem que ela esta passando por uma
crise.
O diretor Matheus
Souza tem apenas 24 anos, mas já havia chamado a atenção do cinéfilo mais
antenado e da critica especializada a partir do filme Apenas O Fim. Ambas as obras
possuem uma linguagem jovem, mas que nada lembra as comedias americanas com adolescentes,
que por vezes são vazias e descartáveis.
Embora possa ser lançado
em poucas salas de cinema, não me admira que o filme venha a ser cultuado,
assim como ocorreu na primeira obra do diretor.
Sinopse: Walter Mitty (Ben Stiller) é
o responsável pelo departamento de arquivo e revelação de fotografias da
tradicional revista Life. Ele é um homem tímido, levando uma vida simples,
perdido em seus sonhos. Ao receber um pacote com negativos do importante
fotógrafo Sean O'Connell (Sean Penn), ele percebe que está faltando uma foto. O
problema é que trata-se justamente da foto escolhida para ser a capa da última
edição da revista. É quando, Walter, com o apoio de Cheryl (Kristen Wiig) é
obrigado a embarcar em uma verdadeira aventura.
Ender's Game - O Jogo do Exterminador
Sinopse: Em um futuro próximo,
extra-terrestres hostis atacaram a Terra. Com muita dificuldade, o combate foi
vencido, graças ao heroísmo do comandante Mazer Rackham (Ben Kingsley). Desde
então, o respeitado coronel Graff (Harrison Ford) e as forças militares
terrestres treinam as crianças mais talentosas do planeta desde pequenas, no
intuito de prepará-las para um próximo ataque. Ender Wiggin (Asa Butterfield),
um garoto tímido e brilhante, é selecionado para fazer parte da elite. Na
Escola da Guerra, ele aprende rapidamente a controlar as técnicas de combate,
por causa de seu formidável senso de estratégia. Com isso, logo se torna a
principal esperança das forças militares para encerrar de uma vez por todas com
a ameaça alienígena.
Mataram Meu Irmão
Sinopse: Doze anos atrás, Rafael
Burlan, o irmão do diretor Cristiano Burlan, foi assassinado com sete tiros. O
cineasta decide relembrar os fatos, investigando o envolvimento do irmão com as
drogas e compondo um retrato da violência que domina os bairros do subúrbio de
São Paulo.
Minhocas
Sinopse: Júnior (Cadu Paschoal) é uma
jovem minhoca que não consegue fazer amigos, já que todos os que conhece o
consideram mimado pela mãe. Disposto a provar o contrário, ele desafia um dos
que o provoca para um desafio envolvendo um arriscado salto sobre um penhasco.
Entretanto, antes mesmo da disputa começar, Júnior e Nico (Yago Machado) são
levados para a superfície por uma escavadeira. Longe de casa e em um ambiente
hostil, eles acabam encontrando o vilão Big Wig (Daniel Boaventura), um tatu
bola que deseja transformar as minhocas em escravos.
Morro dos Prazeres
Sinopse: O Morro dos Prazeres,
localizado no bairro de Santa Teresa, no Rio, foi uma das comunidades
selecionadas para receber a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora,
a UPP. A expulsão do tráfico de drogas é um dos processos realizados na nova
rotina dos moradores do local, que devem conviver com os policiais. Variados
conceitos sociais e políticos recorrentes na sociedade carioca do século XXI
são explorados e acompanham a tentativa de diálogo entre Estado e sociedade civil.
Questão de Tempo
Sinopse: Ao completar 21 anos, Tim
(Domhnall Gleeson) é surpreendido com a notícia dada por seu pai (Bill Nighy)
de que pertence a uma linhagem de viajantes no tempo. Ou seja, todos os homens
da família conseguem viajar para o passado, bastando apenas ir para um local
escuro e pensar na época e no local para onde deseja ir. Cético a princípio,
Tim logo se empolga com o dom ao ver que seu pai não está mentindo. Sua
primeira decisão é usar esta capacidade para conseguir uma namorada, mas logo
ele percebe que viajar no tempo e alterar o que já aconteceu pode provocar
consequências inesperadas.
Terra Firme
Sinopse: Sicília, Itália. A família
Purcillo vive em uma ilha remota, onde a maior fonte de trabalho é o turismo.
Ernesto (Mimmo Cuticchio), o patriarca da família, ainda mantém seu barco de
pesca, mais por razões sentimentais do que pela renda que consegue obter
através dele. Já Nino (Beppe Fiorello) desistiu de vez da pescaria e agora se
dedica a entreter turistas. Um dia, Ernesto e o neto Filippo (Filippo Pucillo)
estão no mar e, ao perceberem que um barco naufragou, ajudam algumas pessoas. O
problema é que o barco estava repleto de imigrantes ilegais e ajudá-los, mesmo
nestas condições, é considerado crime. Vivendo entre o medo de serem flagrados
e a necessidade de prestar ajudar, a família Purcello passa a abrigar em sua
própria casa dois dos imigrantes: Sara (Timnit T.) e seu filho.
"Só o amor pode salvar
o mundo. Por que eu teria vergonha de amar?"
Emma.
Sinopse: Clémentine é
uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota mais
velha e de cabelos azuis. Por meio dos textos do diário de Clémentine, o leitor
acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas,
tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer.
Adolescência é uma fase
complicada para todos, pois sempre nos pegamos tristes e sem saber o que
realmente queremos. Conflitos internos, duvidas com relação ao futuro, qual é o
nosso lugar neste mundo e o que é realmente saber amar, são alguns de muitos conflitos
que enfrentamos nessa fase. Esses e outros temas são muito bem
explorados nessa HQ francesa, escrita pela autora Julie Maroh.
Diferente do que se
pode imaginar, não se trata de uma obra autobiográfica, mesmo ela tendo
revelado ser lésbica e ter uma companheira á vários anos, Contudo a obra é um
retrato da juventude da frança atual, em meio a mudanças, liberdade de expressão
e sem ter medo de dizer o que realmente sente no peito. Esses e outros elementos
são todos retratados na forma da personagem Clèmentine, protagonista da trama e
que se coloca a prova com o que ela quer com relação a sua vida.
No momento em que ela
cruza com uma bela garota de cabelos azuis chamada Emma, Clémentine se sente balançada
e tendo pensamentos e sonhos dos quais ela mesma não entende o do porque ela
estar tendo. A realidade é que, por mais que Clémentine tente aparentar ser
feliz, ela sente mais sozinha do que nunca e vendo Emma sorrir para ela ao se
cruzarem naquele momento, se acende um fogo de amor e afeto que tanto lhe faz
falta. Ao acender isso, a cor azul (que faz parte dos cabelos tingidos de
Emma), começa a se destacar no ambiente cinzento e frio que antes se espalhava
nos quadrinhos,
O traço e cores que
Julie Maroh cria para esse álbum fazem uma bela representação, tanto da maneira
como as protagonistas vêem aquele mundo, como também uma forma que uma delas
enxerga o passado. Na medida em que a trama evolui, as cores começam a surgir
mais, mas o azul é a cor predominante, uma espécie de representação dos
sentimentos de ambas, principalmente de Clémentine quando pensa em Emma. Na
falta de texto, são essas imagens que falam como um todo e na falta de imagens
são as belas frases escritas que falam por si (só o amor pode salvar o mundo.
Por que eu teria vergonha de amar?).
É claro que, por ser uma
historia de amor entre duas garotas, o preconceito, intolerância e medo fazem
parte desse álbum. Na verdade questões políticas e protestos que tanto se
proliferou na frança nos últimos anos, acabam sendo muito bem representados,
seja nas imagens de protestos que surgem no decorrer das paginas, como também
as imagens e palavras pesadas vinda dos pais de Clémentine quando se descobre a
verdade sobre elas. Mais sobre se aceitar no mundo da maneira como realmente é,
o álbum também explora as dificuldades de se ter um amor perfeito e por vezes
nunca é da maneira como realmente queremos.
Clémentine e Emma se
amam, mas as duvidas, conflitos e insegurança no dia a dia, fazem com que ambas
coloquem os sentimentos que sentem uma pela outra em cheque. Como toda bela historia
de amor, isso não acabará bem, mas no final das contas, elas estarão lá juntas
e sem nenhum arrependimento pelo que passaram, pois no fundo sabem que valeu à
pena. Embora o início do álbum já nos de uma dica do que irá acontecer no
final, ele não faz com que a gente desiste dele e sim sigamos em frente para
saber como aquela historia chegou aquele ponto. A mensagem final que o álbum nos
da, é que na vida vale à pena arriscar pelo amor, não importando da onde essa
paixão surgiu e com quem você irá amar, apenas ame.
Azul é a cor mais
quente é uma leitura para ser lida por todos, pois não é somente sobre uma
historia de amor diferente, mas também uma historia de amor universal e que todos
irão se identificar facilmente no decorrer das paginas.
O azul nunca foi tão
bom de apreciar como é agora.
Leia também: Minha
critica sobre a adaptação cinematográfica de Azul é a cor mais quente clicandoaqui.
Com a chegada do
aguardado filme Azul é a cor mais quente nos cinemas brasileiros, vamos nos
relembrar um pouco dos principais grandes vencedores de anos anteriores no
Festival de Cinema de Cannes e que levaram a cobiçada Palma de Ouro.
ELEFANTE (2003)
INSPIRADO EM UM TRÁGICO CASO REAL, DIRETOR UNE FATOS VERÍDICOS COM CRIATIVIDADE PARA CRIAR UM FILME INCOMUM
Sinopse: Um dia
aparentemente comum na vida de um grupo de adolescentes, todos estudantes de
uma escola secundária de Portland, no estado de Oregon, interior dos Estados
Unidos. Enquanto a maior parte está engajada em atividades cotidianas, dois
alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática, com
altíssima precisão e poder de fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que
vinham colecionando, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de
uma grande tragédia.
Gus Van Sant é um
diretor que tem uma carreira um tanto irregular de altos (Gênio Indomável) e
baixos (Psicose 1998) mas quando acerta, ele acerta em cheio e aqui ele não só
acerta o alvo como cria uma obra prima corajosa, engenhosa e polemica.
Inspirado no trágico acontecimento da escola de Columbine em 1999, o filme
retrata o dia a dia de jovens perdidos em suas vidas e não sabendo o que querem
e com isso, são facilmente seduzidos pelo caminho errado da vida, uma juventude
sem brilho e desprovida de perspectivas
O filme possui
inúmeras historias paralelas em que ambas se passam em um mesmo cenário e todas
somente irão se cruzar somente no trágico ato final. Até lá, o diretor usa a
sua criatividade na montagem, sempre apresentando uma determinada historia para
depois cortá-la e ir para outra historia que se passa perto da historia
anterior, tudo isso para elaboramos um incrível quebra cabeça nas nossas mentes
e conhecer melhor o dia a dia de cada um dos personagens que surgem na tela.
Ousado, criativo e
trágico esses e outros elementos que fazem desse filme indispensável para
qualquer cinéfilo que queira saber o que rolou de bom na primeira década do
cinema no século 21.
Entre os muros da
escola (2009)
Filme francês
conquista críticos do mundo e vira assunto entre as escolas
Sinopse: François
Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma
escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de
ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam
algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o
descaso e a falta de educação são grandes complicadores.
O tema levou a Palma
de Ouro no Festival de Cannes em 2009. A historia é baseada no cotidiano
de um professor, François Bégaudeau, que escreveu um livro com o mesmo titulo e
também protagoniza o filme. No livro ele conta suas experiências como professor
de língua francesa para os adolescentes. No filme, quase um documentário, os
alunos são convidados a escrever e a falar sobre as suas vidas. O resultado vai
além do cotidiano dos alunos de uma escola do subúrbio de Paris, já que traça
um retrato da atual sociedade francesa. O melhor deles, por exemplo, enfrenta
dificuldades nos estudos porque sua mãe é imigrante chinesa ilegal e corre o
risco de ser deportada. Lançado na França em Setembro do ano passado, Entre os
Muros da Escola fez 1,5 milhões de espectadores. Para a escolha do elenco o
diretor Laurent Cantet selecionou alunos de uma escola no 20º distrito de
Paris. Os pais dos estudantes são os mesmos da vida real.
Curiosidades: O diretor Laurent
Cantet veio ao Brasil para o lançamento do filme.
Foi o 1º filme
francês a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes desde 1987.
A ÁRVORE DA VIDA (2011)
A ODISSEIA SOBRE
TODOS NOS
Sinopse: Conta a
história que aproxima o foco na relação entre pai e filho de uma família comum,
e expande a ótica desta rica relação, ao longo dos séculos, desde o Big Bang
até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus
mistérios, que culmina na busca pelo amor altruísta e o perdão.
Assim como foi
Stanley Kubrick, Terrence Malick é um cineasta que dirigiu ao longo dos anos poucos
filmes, mas o suficiente para cada um deles passar algo totalmente fora do
convencional para o espectador e seu ultimo trabalho não foge desse padrão. A
Árvore da Vida é uma historia aparentemente simples, sobre o nascimento,
desenvolvimento, degradação e redenção de uma família, e se por um lado ela é
criada de uma forma de elementos já
vista em outros filmes, como do clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço e do
recente A Fonte de Vida, por outro, é criado com um toque especial do diretor,
o que o torna fresco, individual e com isso, a historia aparentemente
simples, ganha contornos inusitados. Ao
começar pela meia hora inicial, em que Malick apresenta a premissa principal da
historia, mas a envolve com o que ele quer passar para o espectador, sobre qual
a ligação entre o homem e a natureza? Deus criou realmente o universo, ou foi
tudo ao acaso?
São perguntas
difíceis de serem respondidas, mas talvez as respostas estejam em cada gesto de
olhar, ou do tocar dos personagens um com os outros, ou simplesmente no fato,
de que a união de uma família, não importa qual o obstáculo, é que sempre irá
gerar o laço que envolve o ser humano com o que vem depois desse plano. Ou
seja: um filme para ser visto de mente aberta, não importa qual a sua crença, pois a pessoa sai pensativa e até mesmo recapitula o que aconteceu durante a sua
própria vida. Em meio a tudo isso, Malick cria um jogo de câmera pouco visto no
cinema atual. Com ângulos inusitados, onde foca e filma por completo, todo o
cotidiano daquela família, aliada com uma montagem rápida, mas que jamais
cansa, pois quando agente menos percebe, já nos simpatizamos com cada um dos
personagens junto com as imagens, e com isso, nos viciamos em cada detalhe de
suas reações, desde com o próximo ao lado ou com o contato deles com a vida em
volta, não importa em qual forma.
Apesar de Brad Pitt e
Sean Penn estarem ótimos em seus papeis, a trama e as imagens deslumbrantes de
A Árvore da vida é o que falam por si, e só por isso, é um filme que o torna
indispensável nos próximos anos. Devido principalmente a sua mensagem corajosa
que tenta passar, para um público acostumado com o convencional, mas com o
desejo de apreciar algo incomum.