Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse:Rachel (Emily Blunt)
leva uma vida solitária e gosta de criar histórias para pessoas que vê
diariamente no trem. Certo dia, Rachel rotula um casal com a vida perfeita e
acaba testemunhando um crime envolvendo essas pessoas e passa a correr perigo
por causa disso.
Certa vez o mestre Stanley Kubrick
disse que livros medíocres rendem boas adaptações para o cinema, como foi no
caso do seu O Iluminado, baseado na obra de Stephen King e do qual ele achava
uma péssima leitura. Já no caso do livro O Código Da Vinci que, mesmo possuindo
uma curiosa leitura, rendeu uma péssima adaptação do cinema e que se repetiu em
suas continuações. Embora eu seja suspeito a dizer, já que eu não li o livro, A
Garota do Trem meio que transita nestes dois pensamentos sobre adaptações da
literatura para o cinema, mas que felizmente funciona como filme e nos prende atenção
até o seu final.
Dirigido por Tate Taylor (Histórias
Cruzadas), acompanhamos a trama de Rachel (Emily Blunt), mulher solitária que
vive observando os moradores de duas casas da qual ela passa durante a viagem.
Certo dia, ela presencia algo diferente, fazendo com que ela embarque numa
realidade crua de mistérios e investigação. Ao mesmo tempo, gradualmente, conhecemos
um pouco sobre cada um desses personagens que ela observava e revelando á real faceta
de cada um deles.
Adianto que a trama
principal é das mais previsíveis, sendo que ela poderia ser facilmente
encontrada em outros filmes de suspense, principalmente aqueles criados a exaustão
durante a década de 90. Porém, se a trama não ajuda pelo menos o cineasta Taylor
consegue tirar leite da pedra, pois é impressionante como a sua direção segura
consegue fazer com que a gente não saia da cadeira, mesmo quando a gente já tem
uma base do real mistério da trama. Isso se deve graças a uma montagem elegante,
do qual faz com que a primeira hora da trama seja apresentada de uma forma fragmentada
e ascendendo o desejo dentro de nós em querer entender o que está acontecendo nela.
Outro aspecto técnico que
ajuda a criar a vida ao filme é a sua trilha sonora, onde cada personagem tem a
sua e fazendo com que ela se torne uma parte de sua personalidade distinta. Novamente
o mestre Danny Elfman (Edward: Mãos de Tesoura) cria mais um louro de trilha
sonora, da qual faz com que soe em nossos ouvidos de forma singela e fazendo
com que a levemos para fora do cinema após a sessão. Até hoje me pergunto por
que os membros da academia não deram até agora um prêmio pela sua carreira.
Falando em prêmios, dificilmente
Emily Blunt (Diabo Veste Prada) não deixará de aparecer nas listas das
principais premiações cinematográficas dos próximos meses, já que aqui ela nos
brinda com mais uma boa atuação. Mesmo com as limitações da trama, Blunt cria
para a sua personagem uma personalidade forte, mesmo quando aparenta um estado
mental frágil e que transparece em seu olhar febril. Pode-se dizer que á primeira
meia hora com imagens fragmentadas seja então uma representação de seu estado
mental e fazendo com que a sua atuação e parte técnica da obra se case muito bem.
Porém, a sua
personagem não é a única da ala feminina da qual domina o filme. Tanto Rebecca
Ferguson (Missão Impossível 5) como Anna, como também Haley Bennett (Sete Homens e Um Destino) como Megan, sejam uma
espécie de dois lados da mesma moeda, cujo os seus atos e consequências distintas
nasceram a partir das atitudes inconsequentes da ala dos homens. Se Anna tenta
seguir uma vida normal, mesmo carregando um fardo do qual ela não se orgulha,
Megan por sua vez, procura se redimir de erros que cometeu, mas ao mesmo tempo criando
novos e adentrando por um caminho sem volta da qual ela tenta fugir.
Ambas as atrizes estão
muito bem em cena e fazendo com que o elenco masculino, composto por Justin
Theroux, Luke Evans e Édgar Ramírez meio que se percam em cena, fazendo dos seus
personagens apenas peças fundamentais da trama, mas que ambos os três não tem muito
que acrescentar. Isso por sinal prejudica o resultado final, principalmente
para aqueles que até tinham esperança de serem surpreendidos, mas que
infelizmente isso não acontece. Os momentos finais da trama meio que se salvam
somente graças à entrega das atrizes e fazendo com que a proposta principal da
trama, com relação à força do sexo frágil perante o machismo intolerante, soe
mais alto. Mesmo com os seus
defeitos, A Garota do Trem é uma prova de boa adaptação da literatura para o
cinema, mesmo quando ela nos soa decepcionante em momentos cruciais trama.
Cine Esquema Novo 2016
– Arte Audiovisual Brasileira ocorre de 03 a 10 de novembro em Porto Alegre
Festival
selecionou 44 trabalhos entre filmes e instalações que serão exibidos na Cinemateca Capitólio,
Goethe-Institut
Porto Alegre, Instituto Ling e pelas ruas e paredes da
cidade
A edição de 2016 doCine Esquema Novo – Arte Audiovisual Brasileirachega oficialmente a Porto
Alegre nos dias03 a 10 de novembro, com exibições
gratuitas de filmes e instalações que serão apresentados na Cinemateca Capitólio,
sede oficial do festival, Goethe-Institut Porto Alegre
e Instituto Ling. Na semana que antecede as atividades, a
equipe curatorial convida o público a olhar para cima: nos últimos dias de
outubro, o CEN visitará alguns amigos do evento para realizar mini encontros com
projeções de filmes e vinhetas nas paredes dos prédios vizinhos.
Com quase 600 inscritos, o festival que
desde 2003 promove a diversidade da imagem através do conceito deArte Audiovisual - uma proposta capaz
de englobar tanto a ideia do cinema quanto das artes visuais, volta ser anual e
competitivo. Das 44 obras selecionadas naCompetitiva Brasil, 32 serão exibidas na
sala da Cinemateca Capitólio e 12 em
ambientes fora da sala de
cinema, no formato de videoinstalações, projeções e
performances (ver lista completa e sinopses abaixo). Serão mais de 35 horas de
programação.
Produção
gaúcha em alta
Não foram poucas as vezes em que a curadoria do evento teve
que dar explicações devido à escassa participação de gaúchos no festival. Em
2016, o CEN está inundado por quatorze trabalhos
de realizadorespor
aqui instalados ou que daqui brotaram e foram filmar o mundo. Muitas dessas
obras são assumidamente reflexo da convivência destes realizadores com a
diversidade das onze edições do CEN. Destaque para o longaRifle, de Davi Pretto, premiado recentemente
noFestival de Brasília, o curtaSesmaria, dirigido
por Gabriela Richter
Lamas e vencedor de quatro prêmios noFestival de Gramado, o trabalho Superquadra Saci, do
artista gaúcho radicado em Recife Cristiano Lenhardt, que faz a
abertura do CEN (e que também pode ser conferido na 32ª Bienal de São Paulo com as obras Uma coluna e Trair
a espécie) e o longa Muito Romântico, exibido na mostra Forum Expanded da Berlinale 2016 e dirigido pelo duo
baseado em
Berlim, Melissa Dullius & Gustavo Jahn.
Um audiovisual
cada vez mais político
Como era de se esperar, a produção nacional exibida na seleção no
CEN 2016 aborda por diversas vezes as diferentes questões sociais e políticas
que marcam a agenda brasileira. Este contexto está bem representado no festival
este ano, com filmes e instalações que trazem temas como os protestos que
tomaram o país (Jovens
Infelizes ou um Homem que Grita não é um Urso que Dança,de
Thiago B. Mendonça e Da Janela pra Consolação, de Dellani Lima); questões indígenas (Abigail,de Isabel Penoni e
Valentina Homem,GRIN, deRoney
Freitas e Isael Maxakali e o polêmico Antes o Tempo não Acabava,de Sergio Andrade e Fábio
Baldo; ocupações urbanas (O Teto Sobre Nós, dirigido por Bruno Carboni);o
ocaso dasmigrações (Para
Aylan,de Jacson Dias e Maick Hannder); a opressão exercida
sobre as mulheres (Why
not be Beatiful?,de Sabrina Luna); e, sempre presentes, mas de formacada vez maismadura e criativa, as
questões LGBT, sexualidades e suas liberdades (A Cidade do Futuro,de Cláudio Marques e
Marília Hughes,O Último Dia Antes de Zanzibar, de
Filipe Matzembacher e Marcio Reolone Antes
o tempo não acabava).
Destaques
em Cannes e Berlim
Trabalhos exibidos nos dois maiores festivais do mundo
ganham destaque na Competitiva Brasil do CEN 2016. São os casos de Cinema Novo, dirigido
por Eryk Rocha, filme-ensaio premiado com oOlho de OuroemCannes; A Moça que Dançou com o Diabo, de João Paulo Miranda Maria,
que recebeu oPrêmio Especial do Júrina competição pelaPalma
de OuroemCannes;Abigail, exibido naQuinzena
dos Realizadoresdo
mesmo festival; Muito
Romântico, dos gaúchos da DISTRUKTUR, Melissa Dullius e Gustavo
Jahn, artistas radicados em Berlim e que exibiram seu filme
autoreferencial naBERLINALE 2016, assim como Antes o Tempo não Acabava,que esteve noPanoramade Berlim.
Resistência
em
película no Goethe-Institut
Este ano, ao mesmo tempo em que
exibe obras absolutamente contemporâneas no formato digital, o
CEN 2016 faz um importante mergulho no
universo da película, na busca de discutir a manutenção de técnicas
analógicas na imagem
em movimento, através da difusão, preservação e experimentação com as
possibilidades estéticas que o trabalho em película permite ao
artista. As obras internacionais que integram a programação da mostraResistência
em Película(ver
programação completa e sinopses abaixo) são de curadoria daprodutora
Pátio Vazio. Além das mostras focadas em dois importantes artist-run
film labs da Europa, oLaborBerlin (Alemanha)e oWorm.Filmwerkplaats (Holanda),um outro programa em 16mm será exibido
no festival deste ano, focado no trabalho do duoOJOBOCA.
O duo composto porAnja Dornieden (Alemanha) e Juan David
González Monroy (Colômbia)residentes
em Berlim, vem a Porto Alegre
a convite do Goethe-Institut
e German Films para apresentar seus trabalhos, ministrar a oficinaTraces of Colored Light(ver serviço completo abaixo) de
revelação e copiagem manual em 16mm (que ocorrerá durante dois dias no Instituto
de Artes - UFRGS),
além de uma conversa com o público sobre o trabalho que desenvolvem no duo e de
sua experiência como membros do LaborBerlin.Os encontros ocorrem das 10 às 16h,
nos dias 07 e 08 de novembro, no Instituto de Artes da UFRGS. São oferecidas 10
vagas. As inscrições custam R$ 60,00 e devem ser realizadas por este link:https://goo.gl/forms/Gb80nFxgCXJwG1lf1
Gestão
de Acervos Audiovisuais + Acervo CEN disponível ao público
Uma das primeiras atividades da programação oficial do CEN 2016
inicia às 14h do dia 03 de novembro, na Sala Multimídia da Cinemateca Capitólio:
ocurso Gestão de Acervos Audiovisuais(ver
serviço e programa completo abaixo), ministrado porFernanda
Coelho. Especialista em conservação audiovisual, Fernanda foi por
quinze anos a Coordenadora de Preservação da Cinemateca Brasileira e apresenta
durante três dias temas como noções básicas de museologia, tipologia de
documentos audiovisuais, conservação de documentos, entre outros. Os encontros
ocorrem das 14h às 18h no dia 03, e das 14h às 21h nos dias 04 e 05. São
oferecidas 20 vagas. As inscrições custam R$ 200,00 e devem ser realizadas
através deste link:https://goo.gl/forms/DKdgqsOoblkhx9ef2. A oficina acontece em correalização com o Programa de
Alfabetização Audiovisual do MINC
e a Coordenação
de Cinema, Vídeo e Foto da Prefeitura de Porto Alegre.
Outra novidade desta edição é oAcervo
do CENdisponível ao público.
Milhares de filmes inscritos e exibidos no festival desde 2003 estão
preservados na Cinemateca
Capitólio para pesquisa e visionamento.
Audiovisual
em Curso
A programação também conta com uma mostra de cinema universitário gaúchoque terá curadoria de estudantes de
seis cursos de graduação de quatro instituições do RS: UFRGS (FABICO e Instituto de Artes),
PUCRS (TECCINE), Unisinos (CRAV) e UFPel (Audiovisual e Animação). IntituladaAudiovisual em Curso, a mostra reunirá obras
selecionadas pelos alunos que participaram de workshop de curadoria ministrado
pelos curadores do CEN, Gustavo
Spolidoro e Jaqueline Beltrame e a participação do
Programador e Crítico Marcus Mello.
A exibição das produções e os debates com os coordenadores dos cursos participantes
ocorrerão no sábado, 05 de novembro, no Goethe-Institut Porto Alegre,
das 14h às 18h.
Premiação
CEN 2016
O evento de divulgação dos vencedores da Competitiva Brasil ocorre
na quinta-feira, 10 de novembro, na Cinemateca Capitólio
às 21h, com prêmios em serviços oferecidos por Kiko Ferraz Studios, Lilit
Laboratório Digital, Psycho N' Look e Locall, para o trabalho vencedor do
Grande Prêmio Cine Esquema Novo.
O CEN é uma realização daACENDI – Associação Cine Esquema Novo de Desenvolvimento
da Imagem,em
correalização com aPrefeitura Municipal de Porto Alegre,
através daCoordenação
de Cinema, Vídeo
e Fotografia da Secretaria
Municipal de CulturaeGoethe-Institut Porto Alegre; coprodução daPátio Vazioe
apoio institucional doInstituto Ling,Departamento
de Artes Visuais e Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRGSeTecna - Centro Tecnológico Audiovisual do RS. Para
informações sobre o evento e programação, acesse:www.cineesquemanovo.org
Números do CEN 2016
3mostras
44filmes selecionados para Competitiva Brasil
59artistas (10duos e4coletivos)
32filmes em exibição na Cinemateca Capitólio (sessões às
19h e 21h)
4filmes nos espaços expositivos do Capitólio
3filmes no Instituto Goethe
4filmes no Instituto Ling
1performance pelas ruas da cidade
Mais de35hprogramação em sala
de cinema, galerias, ruas e paredes da cidade;
14sessões em sala
de cinema
14filmes dirigidos por mulheres
14filmes gaúchos (realizados aqui ou em outras plagas)
5atividades formativas
Serviço
Cine Esquema Novo 2016 – Arte Audiovisual
Brasileira
De 03 a
10 de novembro em Porto Alegre (RS), na Cinemateca Capitólio,
Goethe-Institut
Porto Alegre, lnstituto Ling e paredes e ruas de Porto
Alegre.
Todas as exibições de filmes e videoinstalações têm entrada franca
CINEMATECA CAPITÓLIO: todos os dias, das 9h às 23h. Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico -
(51) 3289 7458
GOETHE - INSTITUT PORTO ALEGRE: de segunda a sábado, das 10h às 19h30. Rua 24 de Outubro,
112 - Moinhos de Vento - (51) 2118 7800
INSTITUTO LING:
segunda a sexta, das 10h30 às 22h; sábado 10h30 às 21h; domingo 10h30 às 20h -
Rua João Caetano, 440 - Três Figueiras - (51) 3533 5700