Sinopse: A história
de amor entre dois vampiros eruditos, Eve (Tilda Swinton) e Adam (Tom
Hiddleston), cansados da sociedade atual e profundamente incomodados com a
evolução da humanidade. Há séculos eles vivem uma relação de cumplicidade e
muito amor, que será abalada pela aproximação da irresponsável irmã caçula da
vampira, Ava (Mia Wasikowska).
Amantes Eternos, para
mim, é um dos melhores filmes de vampiros desde Deixe ela Entrar. Aqui não há
espaço para romance sem sal estilo Crepúsculo (que fiz questão de botar fora
finalmente os DVDs) e também temos poucas cenas rotineiras de terror e suspense.
Trata-se de uma experiência um tanto melancolicamente sombria, que explora os problemas
da vida eterna de maneira convincente.
Claro, não se pode
negar os benefícios de viver ao longo dos séculos: ler quantos livros puder,
ver o maior número possível de shows e viver um amor verdadeiro até o fim dos
tempos. Mas há algo de errado em uma existência que não seja finita.Por mais
que Adam(Tom Hiddleston) tenha vivido
intensamente na companhia de Eve(Tilda Swinton), ele tem dificuldades de
levantar de sua própria cama, parece sempre esgotado, com mal humor e começando
a pensar na possibilidade de suicídio.
O enredo foge de
qualquer tipo de formula conhecida e da maioria das vezes desgastada. É mais
uma experiência que deve ser aproveitada com total plenitude, tal qual os
vampiros fazem quando sorvem o saboroso sangue tipo O negativo.Falando em
vampiros, a verdadeira essência dos personagens é revelada gradualmente na
trama. O legal é assisti-lo sem saber que é um filme desse tipo de gênero,
portanto foi interessante acompanhar as pistas sobre a real identidade do casal
de protagonistas, como a preferência pela noite, as coisas antigas que usam no dia a dia e a compra de
sangue no hospital.
Outro ponto
interessante são as críticas feitas aos seres humanos em geral. Os vampiros nos
chamam de zumbis, acredito que pelo fato de que às vezes fazemos as coisas no
piloto automático, sem parar para desfrutar daquilo que temos bem a nossa
frente. Percebam como Eve e Adam sentem a beleza das coisas, tanto da natureza
como de um belo desempenho musical.
Há ainda espaço para
o humor negro, ainda que em poucos momentos. Nesse sentido, o destaque vai para
uma cena em que um vampiro lamenta o fato de que hoje em dia não se pode jogar
um cadáver no meio do rio qualquer, como era feito antigamente com os que
sofriam de tuberculose.
Amantes Eternos exige
um pouco de paciência. É um filme mais contemplativo, mas que, se você permitir,
te absorve e te hipnotiza com uma fotografia com cores frias que possibilitam
inúmeras sensações, inclusive medo, afinal vampiros de hoje, por mais que sejam
civilizados, não deixam de ser imprevisíveis em suas ações e seus instintos
naturais.
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