Em minha 42ª participação dos cursos criados pelo Cena Um, o tema dessa vez será sobre o Novo Cinema Argentino. A atividade irá acontecer nos dias 25 e 26 desse mês de novembro e será ministrado por Rosângela Fachel de Medeiros, que ministrou o curso sobre "David Cronenberg: Seu Cinema e Suas Obsessões".
Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui estarei postando
sobre os melhores filmes dessa nova fase que o cinema de nossos hermanos
vive atualmente.
DOIS IRMÃOS
Sinopse:Eles precisam
um do outro, mas não conseguem ficar juntos por muito tempo. Susana (Graciela
Borges), uma agente imobiliária egoísta, possessiva e dominante, que parece ser
incapaz de entender o irmão, Marcos (Antonio Gasalla), que protege a mãe, é
bondoso, sensível e amigo de seus amigos.
O diretor argentino
Daniel Burman estreou no cinema bem cedo, aos 25 anos em 1988 surpreendendo a
todos. Mesmo jovem, surpreendeu pelo olhar maduro em filmes em que explorava
muito bem as relações humanas como Leis de Família e Abraço Partido. Em Dois
Irmãos ele explora a fragilidade com um bom humor refinado de uma dupla de
irmãos de terceira idade.
A dupla formada por dois veteranos do teatro e cinema por lá, Graciela Borges e Antonio Grasalla acabam esbanjando versatilidade e um talento enorme no qual ambos estão em igualdade um com outro. Curiosamente a trama conseguiu fazer com que ambos os personagens se detestarem, mas se darem conta que não conseguem viver um sem o outro, mesmo com suas brigas do dia a dia. Atenção para a cena que ambos escutam o vizinho através de copos na parede, hilária, inventiva e contagiante. Com um filme como esse, mais O Segredo dos Seus Olhos e Abutres, o cinema argentino definitivamente prova que veio pra ficar.
A dupla formada por dois veteranos do teatro e cinema por lá, Graciela Borges e Antonio Grasalla acabam esbanjando versatilidade e um talento enorme no qual ambos estão em igualdade um com outro. Curiosamente a trama conseguiu fazer com que ambos os personagens se detestarem, mas se darem conta que não conseguem viver um sem o outro, mesmo com suas brigas do dia a dia. Atenção para a cena que ambos escutam o vizinho através de copos na parede, hilária, inventiva e contagiante. Com um filme como esse, mais O Segredo dos Seus Olhos e Abutres, o cinema argentino definitivamente prova que veio pra ficar.
ABUTRES
Sinopse: Sosa
(Ricardo Darín) é um "urubu", um advogado especializado em acidentes
rodoviários. Todos os dias ele vai aos locais de acidente, aos setores de
emergência dos hospitais e às delegacias procurando clientes. Seu trabalho é
lidar com as testemunhas, policiais, juízes e companhias de seguro. Mas o que
seus clientes não sabem é que a agência para a qual trabalha está envolvida em
esquemas de corrupção e desvio de dinheiro. Quando se apaixona pela jovem paramédica
Luján (Martina Gusman), Sosa decide se aposentar do trabalho sujo e viver ao
lado dela. Mas seu passado não o deixará tão facilmente.
Abutres chegou para
reafirmar o talento Argentino com relação a cinema, com as qualidades que
sempre mostrou, com uma boa direção e boas historias.Abutres chama-se, no
original, Carancho, é o nome de uma ave predadora do noroeste argentino.
Alimenta-se de restos de outros animais e até humanos e o motivo do titulo ser
esse não só faz uma referencia a Carancho, mas também do personagem central da
trama, representado por Darín em seu novo filme.
Nos últimos anos, aumentou muito o número de acidentes com vítimas na Argentina. Como consequência, criou-se uma verdadeira indústria do acidente, com advogados especializados em defender as famílias das vítimas. Quem trabalha nesta área, não esta nem um pouco interessado em ajudar as vitimas e sim ganhar algum lucro com isso. O advogado que Darín interpreta é o abutre mais do que perfeito. Tem o instinto do sangue e sabe convencer as famílias a lhe entregarem os casos.
Nos últimos anos, aumentou muito o número de acidentes com vítimas na Argentina. Como consequência, criou-se uma verdadeira indústria do acidente, com advogados especializados em defender as famílias das vítimas. Quem trabalha nesta área, não esta nem um pouco interessado em ajudar as vitimas e sim ganhar algum lucro com isso. O advogado que Darín interpreta é o abutre mais do que perfeito. Tem o instinto do sangue e sabe convencer as famílias a lhe entregarem os casos.
No filme, Darín
termina por relacionar-se com uma médica que atende a esses mortos e feridos. É
interpretada por Martina Guzmán, mulher do diretor. A própria médica, a
princípio altruísta, revela suas ambições. Trapero não facilita a pessoa que
for assistir a esse incrível filme. É mais do que uma simples critica sobre a
crise dos acidentes que ocorrem por lá, mas também uma impressionante aula de
cinema com o que o diretor faz com a câmera e pelo visto, desde O Segredo Dos
Seus Olhos, eles pegaram gosto por sequências que, aparentemente, não há
cortes. O final é eletrizante e fica na memória do público por muito tempo.
Tese Sobre Um
Homicídio
Sinopse: Roberto
Bermudez (Ricardo Darín) é um especialista em Direito Criminal que ministra um
curso bastante reconhecido. Uma nova turma está prestes a iniciar as aulas e
entre os alunos está Gonzalo (Alberto Ammann), filho de um velho conhecido do
professor. Gonzalo trata Roberto como um verdadeiro ídolo, o que incomoda o
mestre. Já com as aulas em pleno andamento, um brutal assassinato ocorre perto
da universidade. Roberto logo demonstra interesse no caso e, ao investigar os
detalhes, passa a crer que Gonzalo seja o autor do crime e esteja desafiando-o
a um jogo de inteligência.
Que Ricardo Darin é um ótimo ator, sendo que
aqueles que assistiram Abutres, Um Conto Chinês
e o "O segredo dos seus olhos" todo mundo já sabe disso.
Também não é nenhum segredo que os filmes estrelados por ele cheguem por aqui e
atraindo cada vez mais atenção do cinéfilo. O ator acerta mais o alvo do que
erra. Pelo menos na maioria dos filmes que chegou por aqui sempre ele nos
surpreendeu.
Na sua mais nova atuação, "Tese sobre um homicídio", é um filme policial cuja trama sempre soa familiar, mas é graças a sua atuação que faz a diferença. Baseado em um romance de Diego Paszlowski, "Tese sobre um homicídio" não ousa nem em seu tema e tão pouco na sua construção, optando por uma trama linear para atrair o publico, mesmo que apresente um ato final que deixa mais perguntas do que respostas. Como bom filme de investigação, apresenta sua historia, seus protagonistas e seus conflitos interiores da maneira mais plausível possível, para então, enlaçar o cinéfilo em uma gigante bola de neve, cheia de pistas duvidosas e um jogo de gato e rato que para o bem ou para o mal prende a nossa atenção até o fim.
Na sua mais nova atuação, "Tese sobre um homicídio", é um filme policial cuja trama sempre soa familiar, mas é graças a sua atuação que faz a diferença. Baseado em um romance de Diego Paszlowski, "Tese sobre um homicídio" não ousa nem em seu tema e tão pouco na sua construção, optando por uma trama linear para atrair o publico, mesmo que apresente um ato final que deixa mais perguntas do que respostas. Como bom filme de investigação, apresenta sua historia, seus protagonistas e seus conflitos interiores da maneira mais plausível possível, para então, enlaçar o cinéfilo em uma gigante bola de neve, cheia de pistas duvidosas e um jogo de gato e rato que para o bem ou para o mal prende a nossa atenção até o fim.
O grande problema de
“Tese sobre um homicídio" é o que citei acima, de sempre soar familiar em
muitos momentos, principalmente para o cinéfilo mais atento e que já viu tramas
policiais semelhantes. O que diferencia de outras produções, é a forma como ela
se apresenta visualmente, onde a câmera se torna o olhar do protagonista e
sempre fazendo a gente assistir através da perspectiva dele. Isso sem contar à
fotografia que remete os bons tempos do gênero noir e uma trilha sonora
caprichada que se casa muito bem em momentos de tensão.
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