Sinopse: Desde a sua
infância pobre como entregador de marmitas no bairro da Tijuca no Rio de
Janeiro até a sua morte em 1998 o filme baseado na biografia Vale Tudo O Som e
a Fúria de Tim Maia escrita por Nelson Motta irá acompanhar a instigante
trajetória da vida de Tim Maia ainda desconhecida de alguns. Sem censura sem
restrições e sem julgamentos fiel à memória rebelde desbocada e transgressora
de Tim Maia Sua trajetória vertiginosa desafia a imaginação de qualquer
contador de histórias e faz dele um dos personagens mais divertidos e originais
do Brasil contemporâneo.
É engraçado que a maioria
dos meus ídolos tenha morrido fazendo o que eles faziam de melhor, mas por mais
mórbido que seja, é melhor assim do que terem morrido como uma pálida imagem do
que já foi um dia. Um dos meus ídolos da música brasileira, Tim Maia, veio a
falecer logo após a sua ultima apresentação, aonde nem chegou a terminar a
primeira música que iria cantar. Mas isso aconteceria mais cedo ou mais tarde,
pois Tim era um gênio, cujo talento ninguém iria poder derrubá-lo, a não ser
ele mesmo.
No mais novo filme de Mauro Lima (Meu Nome Não é Johnny), acompanhamos da infância difícil, aos primeiros passos do ramo da música, ao auge e a queda inevitável do cantor. Vale destacar os primeiros minutos obra, que são emoldurados com uma bela fotografia em preto e branco e narrados pelo personagem Fabio (Cauã Reymond) onde conta os primeiros anos de Maia. Já nestes minutos iniciais, se explode uma síntese sobre quem era Tim Maia (primeiros anos vivido por Robson Nunes), onde a apresentação dos créditos e câmera lenta se forma então uma única forma visual, que por ela, compramos a passagem ida, para adentrarmos no filme e irmos até o fim querendo ou não.
No mais novo filme de Mauro Lima (Meu Nome Não é Johnny), acompanhamos da infância difícil, aos primeiros passos do ramo da música, ao auge e a queda inevitável do cantor. Vale destacar os primeiros minutos obra, que são emoldurados com uma bela fotografia em preto e branco e narrados pelo personagem Fabio (Cauã Reymond) onde conta os primeiros anos de Maia. Já nestes minutos iniciais, se explode uma síntese sobre quem era Tim Maia (primeiros anos vivido por Robson Nunes), onde a apresentação dos créditos e câmera lenta se forma então uma única forma visual, que por ela, compramos a passagem ida, para adentrarmos no filme e irmos até o fim querendo ou não.
Verdade seja dita: nos anos de
chumbo, ou você se vendia para o sistema ou iria contra maré e lutar por um
sonho impossível. Mesmo todos dizendo ao contrário, Tim Maia seguiu pela
segunda opção, lutando somente com o que tinha no bolso e caindo de cabeça pelo
mundo. Embora em alguns momentos aparente ser uma produção com um orçamento
limitado, Mauro Lima soube muito bem contornar esse empecilho e retratar muito
bem lugares que Maia passou, mas que não existem mais. Bom exemplo é na
passagem onde retrata os EUA, que mostra pouco, mas nos convence como um todo.
Mas se reconstituição fiel
ao período lhe falta, Lima não poupou em termos de ousadia e que com certeza
irá tocar na ferida de muita gente. No período em que Tim Maia buscava uma
oportunidade, acompanhamos a sua “via cruz”, na tentativa de buscar uma ajuda
através de seu melhor amigo (?), ninguém menos que Roberto Carlos (George
Sauma). É de se tirar o chapéu para o cineasta que, de uma forma bem
escancarada, apresenta aqui o rei da música de uma forma caricata, vendida e
modelada pelo sistema da ditadura da época.
Após ter se vendido (mas não muito) ao sistema (e ao Roberto Carlos) adentramos na segunda fase do filme, onde o cantor (interpretado agora por Babu Santana) começa a construir os seus primeiros anos de sucesso. Ponto para o cineasta onde soube muito bem retratar o período em que Maia introduziu o seu estilo soul (música negra americana) com a música popular brasileira. Aliás, os anos 70 aqui é o melhor período retratado, onde as cores e a moda do período explodem na tela.
Após ter se vendido (mas não muito) ao sistema (e ao Roberto Carlos) adentramos na segunda fase do filme, onde o cantor (interpretado agora por Babu Santana) começa a construir os seus primeiros anos de sucesso. Ponto para o cineasta onde soube muito bem retratar o período em que Maia introduziu o seu estilo soul (música negra americana) com a música popular brasileira. Aliás, os anos 70 aqui é o melhor período retratado, onde as cores e a moda do período explodem na tela.
É nesta parte que surge
Janaina (Aline Moraes, ótima) que é na realidade uma representação condensada
de duas mulheres que passaram na vida do cantor. Curiosamente o mesmo vale para
o personagem Fabio (Cauã Reymond), que é uma junção de alguns amigos que
ajudaram na carreira de Maia. Embora em parte os personagens sejam fictícios,
ambos os atores estão muito bem em seus respectivos papeis e Reymond, ao que
parece, está deixando aos poucos a fama de interpretar ele mesmo e provando que
tem uma veia de interprete, mesmo ainda pouco escondida.
Se há um ponto falho no filme
é dele se alongar mais do que devia e do fato de algumas passagens não terem
sido muito bem exploradas, como no caso da época que o cantor se voltou mais para
a igreja, mas logo abandonou. Mas isso é contornado graças às ótimas
interpretações do elenco e principalmente de Babu Santana: vê-lo falar, cantar
e agir como Tim Maia, dá a sensação que o gênio ressuscitou, graças a um
desempenho marcante, onde o ápice se vê, nas sequências onde o ícone sucumbe em
meio ao sexo e drogas desenfreadas.
Com os derradeiros minutos
finais, que retratam os últimos passos do cantor no seu ultimo show em Niterói
de 1998, o filme encerra e nos dá aquela sensação mórbida sobre o inevitável.
Porém, essa autodestruição imposta pelo próprio gênio, não foi o suficiente
para que ele terminasse num lugar comum, mas sim no coração daqueles que
apreciavam uma boa musica brasileira, que cada vez mais se torna rara hoje em
dia.
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