Sinopse: Na década de 1990, Sonny Hayes era o piloto mais promissor da Fórmula 1 até que um acidente na pista quase encerrou sua carreira.
"top Gun: Maverick" (2022) não só se tornou o maior sucesso da carreira de Ton Cruise como também provou que o público está mais interessado em cenas de ação realistas e não moldadas por CGI. O grande feito disso se deve um pouco a ótima direção de Joseph Kosinski, que conseguiu rodar cenas impressionantes e que fizeram com que o público entrasse dentro do filme e sem ao menos o uso do já ultrapassado 3D. Em "F1" (2025) o cineasta novamente prova o seu talento na direção de filmes de ação e criando um longa que presta uma bela homenagem para aqueles que ainda gostam desse tipo de corrida.
Produzido pelo piloto Lewis Hamilton, o filme conta a história sobre o lendário piloto Sonny Hayes (Brad Pitt) que, após longos anos afastado após um grave acidente, é convencido a voltar a correr para apoiar Joshua Pearce (Damson Idris), o jovem novato da escuderia fictícia ApexGP. Disposto a todos os riscos, Sonny monta uma estratégia para fazer a equipe se tornar vitoriosa, mesmo correndo sério risco de quebrar certas regras.
Para os brasileiros o filme desperta uma grande nostalgia, principalmente para aqueles que acordam cedo para assistir e torcer pela vitória de Ayrton Senna na pista. Ao mesmo tempo, se percebe que a premissa é bastante semelhante ao que foi visto em "Maverick", já que Sonny corre não pela riqueza, mas sim pela paixão pela corrida e disposto em testar os seus limites. Por conta disso, o filme também pode ser interpretado como uma forma de redenção que Brad Pitt procura fazer para si, seja com relação a sua carreira, como também em sua vida pessoal, por vezes, atribulada.
Embora seja uma ficção, a história possui alguns elementos familiares para aqueles que acompanhavam a Fórmula 1 de antigamente, principalmente em uma cena de uma determinada cena e onde vemos o nosso Senna na pista. Além disso, o filme tem participações especiais de vários pilotos da vida real e o que faz com que o fã se sinta ainda mais em casa ao assistir o longa. Porém, é nas cenas de ação que o filme obtém o espetáculo.
Joseph Kosinski dirige como ninguém ao realizar cenas realistas, onde vemos Brad Pitt realmente dentro do veículo e elevando ainda mais o lado verossímil das cenas. Praticamente não há uso de efeitos visuais, sendo que sentimos o peso dos carros, assim como as suas batidas e elevando ainda mais a nossa tensão quando testemunhamos elas. Uma forma de homenagear a fase dourada da Fórmula 1, da qual era mais perigosa, porém, emocionante e inesquecível.
Curiosamente, existe uma rivalidade entre Sonny e Joshua Pearce, sendo que esse último não vê com bons olhos o retorno do veterano e gerando assim desavenças, tanto na pista, como também nos bastidores da escuderia. Para os fãs da velha guarda essa rivalidade remete os bons tempos de duelos entre Senna e Alan Prost, sendo que ambos pilotavam na mesma equipe, mas trocavam farpas a todo momento durante as provas. Porém, o filme nos ensina que o trabalho em equipe é o melhor caminho para um bom alinhamento e para que daí possam alcançar os seus objetivos.
Embora previsível em alguns momentos o filme acaba sendo também uma grata surpresa para aqueles que não davam muito crédito, pois a Fórmula 1 não é muito popularmente conhecida nos EUA. Com o estrondoso sucesso do filme, o projeto não somente superou as expectativas, como também provou que o público está procurando algo novo e realístico quando vai ao cinema. A meu ver, os dias de CGI estão se esgotando e abrindo novamente as portas para tempos em que realmente se colocava a mão na massa para se fazer um grande espetáculo.
"F1" é uma grata surpresa, principalmente para aqueles que davam pouco crédito, mas que tiveram que se calar perante a sua qualidade e sucesso.
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