Sinopse: A jovem e
aflita mãe Liz se esforça para cuidar de seu filho recém-nascido enquanto o
marido cineasta trabalha. Sentindo-se excluída do grupo dos outros pais que
frequentam o parque, Liz acaba se aproximando da operária Rosa, uma mãe
solteira de palavras simples. Mas as diferenças de classe cada vez mais
aparentes entre as amigas, juntamente com os rumores que circulam sobre as
intenções de Rosa, alimentam as suspeitas de Liz de que esta amizade pode ser
perigosa.
Minha Amiga do Parque
somente comprova que o cinema argentino continua forte em termos de qualidade
de roteiro e que não deve nada aos gringos. Ganhador do Prêmio Especial do Júri
no Festival de Sundance, Minha amiga do parque, dirigido, escrito e
interpretado por Ana Katz é uma crônica sobre a dificuldade de aceitação da
maternidade em tempos de empoderamento feminino. Liz (Julieta Zylberberg, de um
dos contos de Relatos Selvagens) é uma jovem mãe que cria seu bebê Nicanor,
praticamente sozinha. Seu marido Gustavo (Daniel Hendler, marido na diretora)
está realizando um documentário sobre um vulcão nos confins do Chile e não dá o
suporte necessário para que Liz tenha uma vida autônoma, fazendo contatos
esporádicos via Skype. Ouvindo o conselho do pediatra, Liz leva Nicanor para
passear no parquinho e lá ela conhece a estranha Rosa (Ana Katz), uma operária
que cuida do filho pequeno de sua irmã Renata (Maricel Alvarez). A partir daí,
as duas desenvolvem uma amizade constantemente abalada pela instabilidade de
Rosa.
O cinéfilo entra então
num cenário de ambiguidade, tomado por curiosidade, mas no fundo com muito
receio. Minha Amiga do Parque é um filme psicológico, transitando entre o drama
e até mesmo com algumas pitadas de suspense, onde se coloca os desafios da
maternidade como pano de fundo e de um retrato sobre o preconceito contemporâneo
de uma forma sutil, mas eficaz. A cineasta consegue ir muito além do previsível
e obtendo a criação de um retrato sobre a prisão da vida domestica de muitas
mulheres de hoje e sem que elas se deem conta disso.
De um lado, temos a
classe (aparentemente) de boa vida, representada por Liz, que abandona seus
ideais para cuidar do filho. Do outro á humilde Rosa, operária livre, malandra
e independente. Em comum, ambas são prisioneiras no seu dia a dia maternal, mas
que procuram sempre uma válvula de escape para que assim consigam obter a realização
de suas vidas profissionais e pessoais. O obstáculo então só será vencido
quando então as cortinas do preconceito se abrir e fazerem elas se darem conta
o quão às mulheres são fortes juntas.
Minha Amiga do Parque
é um retrato sobre a paranoia criada pelas diferenças de classes do mundo de
hoje, cada vez mais absorvida pelo medo e se esquecendo do bem mais precioso
vindo da união e amizade pelo próximo.
Em Cartaz: Cinebancários: Rua General da Câmera
424, centro histórico de Porto Alegre. Horários: 15h, 17h e 19h.
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