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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: INFÂNCIA CLANDESTINA



Sinopse:Argentina, 1979. Da mesma forma que seu pai (César Troncoso), sua mãe (Natalia Oreiro) e seu querido tio Beto (Ernesto Alterio), Juan (Teo Gutiérrez Romero) leva uma vida clandestina. Fora do berço familiar ele é conhecido por um outro nome, Ernesto, e precisa manter as aparências pelo bem da família, que luta contra a ditadura militar que governa o país. Tudo corre bem, até ele se apaixonar por Maria, uma colega de escola. Sonhando com voos mais altos ao seu lado, ele passa por cima das rígidas regras familiares para poder ficar mais tempo com ela.

Com o fim da Ditadura nos países latinos americanos, começaram a surgir bons filmes que retrava esse nebuloso período, tanto o nosso, como dos países vizinhos. A Argentina foi uma, que não se intimidou em lançar filmes pesados sobre a época, como Crônicas de uma Fuga, mas cabe observar, que um assunto tão conhecido por muitos, pode ser observado por uma ótica diferente. Em Infância Clandestina, vemos esse período conturbado através do olhar do jovem Juan (Teo Gutiérrez Romero), que embora aparente ser leigo sobre o que está acontecendo, não disfarça o incomodo de ter que viver disfarçado junto com os seus pais, que lutam contra o governo opressor.
Com a câmera na mão, o cineasta Benjamin Avila transforma, no que poderia ser mais um filme que retrata o período, numa fabula sobre o amadurecimento de uma criança perante aos obstáculos da vida real, que tenta de todas as formas fazer coisas normais, desde há ir à escola e se apaixonar por uma bela jovem. Curiosamente, a câmera de Avila desfila nas cenas, que da a entender, que ela representa visão que Juan tem com relação ao universo em que vive. Com isso, em muitos momentos apreciamos inúmeras belas cenas, desde ao mais simples movimentos dos corpos dos personagens, como também aos objetos inanimados que desfilam nas imagens.   
De uma forma certeira (mesmo não muito original), o cineasta cria seqüências na forma de desenho (parecendo HQ), quando surge a realidade crua batendo a porta de Juan. Isso pode até amenizar as cenas com teor mais impactante, mas não diminui as conseqüências que mudam a vida do protagonista, principalmente no ato final, no qual coloca o destino do jovem em xeque. Do resto do elenco, destaque pela estupenda interpretação de Ernesto Alterio, que interpreta o revolucionário e tio de Juan, cujas cenas de ambos juntos são cativantes e sem sombra de duvida as melhores partes do filme.
Um filme singelo sobre o período, que embora pessimista em alguns momentos, entrega momentos de esperança, por mais que a realidade possa ser dura.  

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Um comentário:

Unknown disse...

Infância Clandestina! Parece estranho,mas a realidade dos países latinos americano, trazem em seu contexto histórias de muitas amarguras, injustiças que não se apagam em um piscar de olhos. Seu texto é maravilhoso e explica com detalhes uma realidade desconhecida aos atuais jovens. Filmes dessa categoria deveriam ter maior divulgação. A ditadura foi um episódio muito triste de nossa história, porém..., olhando nossa atual situação fico a pensar..."Qual época foi pior? A repressão de outrora ou o desconhecimento da realidade agora?
Parabéns.