Sinopse:Argentina, 1979. Da
mesma forma que seu pai (César Troncoso), sua mãe (Natalia Oreiro) e seu
querido tio Beto (Ernesto Alterio), Juan (Teo Gutiérrez Romero) leva uma vida
clandestina. Fora do berço familiar ele é conhecido por um outro nome, Ernesto,
e precisa manter as aparências pelo bem da família, que luta contra a ditadura
militar que governa o país. Tudo corre bem, até ele se apaixonar por Maria, uma
colega de escola. Sonhando com voos mais altos ao seu lado, ele passa por cima
das rígidas regras familiares para poder ficar mais tempo com ela.
Com o fim da Ditadura nos países
latinos americanos, começaram a surgir bons filmes que retrava esse nebuloso período,
tanto o nosso, como dos países vizinhos. A Argentina foi uma, que não se intimidou
em lançar filmes pesados sobre a época, como Crônicas de uma Fuga, mas cabe
observar, que um assunto tão conhecido por muitos, pode ser observado por uma ótica
diferente. Em Infância Clandestina, vemos esse período conturbado através do
olhar do jovem Juan (Teo Gutiérrez Romero), que embora aparente ser leigo sobre
o que está acontecendo, não disfarça o incomodo de ter que viver disfarçado
junto com os seus pais, que lutam contra o governo opressor.
Com a câmera na mão, o cineasta
Benjamin Avila transforma, no que poderia ser mais um filme que retrata o período,
numa fabula sobre o amadurecimento de uma criança perante aos obstáculos da
vida real, que tenta de todas as formas fazer coisas normais, desde há ir à
escola e se apaixonar por uma bela jovem. Curiosamente, a câmera de Avila
desfila nas cenas, que da a entender, que ela representa visão que Juan tem com
relação ao universo em que vive. Com isso, em muitos momentos apreciamos inúmeras
belas cenas, desde ao mais simples movimentos dos corpos dos personagens, como também
aos objetos inanimados que desfilam nas imagens.
De uma forma certeira (mesmo
não muito original), o cineasta cria seqüências na forma de desenho (parecendo
HQ), quando surge a realidade crua batendo a porta de Juan. Isso pode até amenizar
as cenas com teor mais impactante, mas não diminui as conseqüências que mudam a
vida do protagonista, principalmente no ato final, no qual coloca o destino do
jovem em xeque. Do resto do elenco, destaque pela estupenda interpretação de
Ernesto Alterio, que interpreta o revolucionário e tio de Juan, cujas cenas de
ambos juntos são cativantes e sem sombra de duvida as melhores partes do filme.
Um filme singelo sobre o período,
que embora pessimista em alguns momentos, entrega momentos de esperança, por
mais que a realidade possa ser dura.
Infância Clandestina! Parece estranho,mas a realidade dos países latinos americano, trazem em seu contexto histórias de muitas amarguras, injustiças que não se apagam em um piscar de olhos. Seu texto é maravilhoso e explica com detalhes uma realidade desconhecida aos atuais jovens. Filmes dessa categoria deveriam ter maior divulgação. A ditadura foi um episódio muito triste de nossa história, porém..., olhando nossa atual situação fico a pensar..."Qual época foi pior? A repressão de outrora ou o desconhecimento da realidade agora?
ResponderExcluirParabéns.