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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Bugonia'

Sinopse: Dois homens obcecados por conspirações sequestram a CEO de uma grande empresa quando se convencem de que ela é uma alienígena que quer destruir a Terra.  

Yorgos Lanthimos é excêntrico em sua essência e é justamente por isso que os seus filmes são geniais, pois nos últimos tempos os seus longas têm explorado a perdição do ser humano em tempos contemporâneos. Se "Pobres Criaturas" (2023) revela a genialidade alinhada com hipocrisia, por outro lado, "Tipos de Gentileza" (2024) é uma síntese de uma sociedade perdida e que abraça qualquer ideia que soe maravilhosa, mas que na realidade é bem imbecil. Em "Bugonia" (2025) o realizador dá continuidade sobre a desconstrução da humanidade, alinhada com a ficção, mas que está muito próxima do nosso mundo real.

Sendo uma refilmagem do filme sul-coreano "Save the Green Planet", na trama acompanhamos Teddy (Jesse Plemons) e Don (Aidan Delbis), dois homens que decidem raptar uma poderosa empresária chamada Michelle Fuller (Emma Stone). Teddy acredita que ela seja uma alienígena que planeja destruir a Terra em um eventual eclipse e que fará de tudo para arrancar dela a verdade. Não demora muito para que esse sequestro desencadeia situações que beiram a loucura.

Em tempos em que a sociedade se encontra cada vez mais alienada, sendo que uma em cada dez pessoas nove não conseguem largar o seu próprio celular, Yorgos Lanthimos decide tirar sarro desse quadro em que o ser humano se perdeu em suas próprias conquistas tecnológicas. Teddy e Don nada mais são do que um exemplar de uma grande parcela da sociedade que decidiu acreditar nas mais absurdas teorias da conspiração e fazendo com que isso se torne uma forma para que se sintam especiais. Se em um determinado momento surgir na tela uma terra plana não se surpreenda, pois Yorgos Lanthimos está cutucando um tipo de pessoas que nós brasileiros conhecemos muito bem já algum tempo.

Por conta disso o longa nos brinda com diálogos excêntricos, humor ácido e um clima até mesmo claustrofóbico e doentio em alguns momentos. Tendo trabalhado anteriormente com o diretor, o ator Jesse Plemons novamente nos brinda com uma atuação digna de nota, onde ele consegue construir todo lado paranóico e pouco lúcido de seu personagem e fazendo com que os seus momentos de explosão se tornem imprevisíveis. Já Aidan Delbis tem pouco o que fazer perante a atuação do seu colega em cena, muito embora a sua cena final pegará muitas pessoas de uma forma desprevenida.

Porém, é Emma Stone que nos brinda com uma atuação espetacular, sendo que a sua parceria com o diretor a partir do filme "A Favorita" (2018) já lhe deu diversos frutos, incluindo o seu segundo Oscar pelo já citado "Pobres Criaturas". Aqui, sua personagem se apresenta como uma pessoa fria e calculista, mas não nos passando exatamente uma suspeita plausível que é levantada pelos dois sequestradores. Porém, é graças a construção de um ar de ambiguidade para a sua personagem que faz com que Stone nos provoque e fazendo a gente se perguntar o que é mentira e verdade vindo do seu lado persuasivo em determinados momentos. Portanto, não me surpreenderia uma nova indicação ao Oscar a caminho.

Curiosamente, Yorgos Lanthimos brinca com a nossa perspectiva com relação a trama até o seu minuto final, principalmente no derradeiro momento que faz com que tudo o que achamos até aquele instante vai por água abaixo. Porém, na minha interpretação, o realizador faz uma espécie de licença poética ao nos dizer que, independentemente do fato de certas teorias da conspiração serem verdades ou não, a humanidade já se encontra em transe e despreparada para a sua própria extinção iminente. Onde erramos para chegarmos a esse ponto isso sim merecia um outro filme para ser apreciado de perto.

"Bugonia" é um filme apocalíptico peculiar bem ao estilo de Yorgos Lanthimos e nos revelando uma sociedade doente, afogadas em informações via internet e perdendo cada vez mais a sua própria individualidade. 



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