Nos dias 10 e 11 de
março, estarei participando do curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado
pelo CENA UM e ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por
aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que
muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.
Um Tiro Na Noite
Sinopse: Um jovem que
trabalha em uma produtora de cinema de filmes B grava acidentalmente alguns
ruídos em uma rua à noite, referentes a um acidente de carro que resultou na
morte de um governador. Ele tenta então reconstituir os acontecimentos, através
de suas gravações, para desvendar um intrincado quebra-cabeças.
Mesmo que algumas
vezes ou outra tenha sido acusado de, imitar demais o mestre Alfred Hitchcock,
De Palma jamais desapontou em inicio de carreira, principalmente quando
colocava 100% de sua visão pessoal de fazer filmes na tela, sendo que aqui não foi
diferente. O assassinato da trama é uma mera desculpa para o diretor deitar e
rolar com sua câmera, sendo em momentos em que divide a tela (assim como em
Carrie: A Estranha) ou sendo em momentos, em que pega a cena do crime e
apresenta em diversos ângulos, a partir de cada passo que o personagem de John
Travolta vai se aprofundando no caso. O diretor ainda aproveita para fazer
sempre quando pode uma pequena homenagem a 7ª arte lá e aqui com os recursos
técnicos de cinema, através do personagem de John Travolta, que é do ramo.
É simplesmente delicioso ver o personagem
fazendo um filminho mental a partir de recortes de uma revista, sendo que foi
uma das minhas partes preferidas. E se já não bastasse isso, De Palma prova
aqui que é um diretor que vai contra a maré e apresenta um final
anti-hollywoodiano que poucas pessoas estão acostumadas. E para dizer que o
diretor não deu nenhum pequeno toque a “lá Hitchcock”, ele presta uma pequena
homenagem inocente ao diretor inglês no inicio do filme, mas aqui, não passa de
uma mera pequena brincadeira.
Curiosidade: Durante o
processo de edição de Um Tiro na Noite dois rolos de filmagens foram roubados e
nunca mais vistos. As cenas contidas nestes rolos tiveram então que ser
novamente rodadas, com um custo de US$ 750 mil. Como o diretor de fotografia
Vilmos Zsigmond já estava trabalhando em outro filme neste período, ele foi
substituído nestas cenas por Laszlo Kovacs.
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