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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 23 de julho de 2023

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Radioactive'

Sobre o Filme: Vários pioneiros de diversas invenções viram as suas obras serem mastigadas de forma errônea pela humanidade ao longo da história. Pegamos, por exemplo, o nosso Santos Dumont, que criou o avião a motor e que viu o seu maior feito sendo usados para um cenário que ele jamais queria que fosse inserido. Em 1932, ocorreu a revolução constitucionalista, em que o estado de São Paulo se levantou contra o governo revolucionário de Getúlio Vargas. Mas o conflito aconteceu e aviões atacaram o Campo de Marte, em São Paulo, no dia 23 de julho. Possivelmente, sobrevoaram o Guarujá, e a visão de aviões em combate pode ter causado uma angústia profunda em Santos Dumont que, nesse dia, aproveitando-se da ausência de seu sobrinho, suicidou-se, aos 59 anos de idade.  

Grandes feitos acabam sendo usados pela ambição do homem e do qual não consegue desvencilhar desse grande defeito ao longo da história. "Radiocative" (2021) fala sobre uma mulher à frente do seu tempo, mas que viu o seu grande feito sendo dividido entre a salvação e a destruição. Dirigido por  Marjane Satrapi, do filme "Persepolis" (2008), o filme conta sobre a cientista Marie (Rosamund Pike), que sempre enfrentou dificuldades em conseguir apoio para suas experiências devido ao fato de ser uma mulher. Ao conhecer Pierre Curie (Sam Riley), ela logo se surpreende pelo fato dele conhecer seu trabalho, o que a deixa lisonjeada. Logo os dois estão trabalhando juntos e, posteriormente, iniciam um relacionamento que resultou em duas filhas. Juntos, Marie e Pierre descobrem dois novos elementos químicos, rádio e polônio, que dão início ao uso da radioatividade. 

Confira a minha crítica já publicada clicando aqui e participe da próxima live do Cine Debate.

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sexta-feira, 21 de julho de 2023

Cine Especial: Revisitando 'Coração Satânico'

Sinopse: Em 1955, em Nova York, o detetive particular Harry Angel é contratado para encontrar um cantor desaparecido no final da Segunda Guerra Mundial. Sua investigação o leva a Nova Orleans, onde feitiçaria e assassinato seguem seus passos.  

Certa vez o escritor inglês Alan Moore estava passeando pelas ruas de Londres quando de repente ele cruzou com uma misteriosa figura que lhe piscou o olho e seguiu o seu rumo. Essa figura usava um casaco surrado, estava fumando e tinha a cara do cantor e compositor Sting. O escritor ficou tão fascinado por aquela pessoa que a mesma o acabou servindo de inspiração para a criação de Constantine, personagem ocultista, que enfrenta diversos demônios, que surgiu pela primeira vez nas HQ do "Monstro do Pântano" que o escritor estava no comando na época dos anos oitenta e que posteriormente acabou ganhando suas próprias histórias.

Quando eu penso nesta lenda urbana logo me vem à mente um outro personagem cuja sua trama é parecida, sobre um detetive dos anos cinquenta que é contratado por um homem misterioso para encontrar o paradeiro de um cantor que se encontra sumido desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O detetive, por sua vez, possui um visual semelhante ao Constantine e o homem misterioso que o contrata não é ninguém menos que o próprio Diabo. A história foi lida pela primeira vez em um livro lançado em 1978, intitulado "Coração Satânico" e escrito por William Hjortsberg.

Sendo assim, talvez a figura de Constantine não seja tão original como eu imaginava, pois a fonte de inspiração para a sua criação talvez já estivesse neste livro e a adaptação para o cinema de 1987 comandada por Alan Parker fortalece ainda mais esse meu pensamento. O filme foi lançado em um momento interessante do cinema norte americano, pois se de um lado havia filmes  esperançosos que e que compartilhavam a ideia da Utopia norte americana, do outro, havia produções que ainda exploravam o lado realista e obscuro da realidade do dia a dia. Embora seja um filme de terror "Coração Satânico" foge facilmente dos clichês do gênero e nos brindando com um belo filme investigativo.

Na realidade o filme é bem próximo do subgênero "Noir" do qual fazia muito sucesso nos anos quarenta e cinquenta e do qual foi revisitado ao longo das décadas. Tudo está lá, desde uma fotografia quase em preto e branco, como também cenários que são moldados por muita chuva, mulheres misteriosas, detetives durões e uma trama que explora o lado obscuro da alma humana. Não é à toa, portanto, que o filme o segue uma linha cujo elementos já haviam sido revistados em "Chinatown" (1974) e posteriormente em "Blade Runner" (1982).

Não é sempre, porém, que um filme consegue obter uma fidelidade perfeita quando nós comparamos a sua fonte de origem. Porém, Alana Parker surpreende ao filmar como ninguém, pois determinadas cenas remetem a forma como as obras literárias contam as suas histórias, principalmente quando pequenos detalhes acabam por cobrir meia página para termos uma exatidão sobre um personagem ou situação. Na cena, por exemplo, em que somos apresentados pela primeira vez o misterioso personagem de Robert De Niro logo observamos os detalhes de suas unhas, do seu modo de vestir a sua misteriosa bengala em sua mão direita.

Tudo realizado de uma forma perfeccionista, como se cada detalhe se tornasse crucial e que serviria para montarmos um quebra cabeça e para ficar finalizado ao final da trama. Além disso, a mente do personagem de Mickey Rourke é fragmentada, sendo que as suas lembranças vêm e voltam durante a trama e fazendo com que as mesmas se tornem peças principais da narrativa. O que era para ser a busca sobre um simples desaparecimento de um cantor esquecido acaba se tornando uma cruzada que leva o protagonista a um beco sem saída.

Mickey Rourke estava vindo de um enorme sucesso que foi "9 1/2 Semanas de Amor" (1986) e desde "O Selvagem da Motocicleta" (1983) estava sendo apontado como o mais novo Marlon Brando. Infelizmente os rumos não foram como a gente esperava e o ator acabou enfrentando uma extrema decadência o que é uma grande pena, já que neste filme ele obtém uma de suas melhores atuações, pois tanto o seu personagem como a sua pessoa do mundo real se cruza na construção de seu desempenho e fazendo do seu personagem alguém ainda mais complexo do que nós imaginamos. Embora com poucas cenas Robert De Niro novamente dá um show de atuação e cujo seu misterioso personagem já nos dá uma ideia do que ele é no primeiro ato da trama, mas fazendo com que a revelação se torne ainda mais assustadora.

O final, a meu ver, está entre os mais corajosos da história do cinema, pois ele é bem anti-hollywoodiano e fugindo de qualquer clichê previsível. Curiosamente, "Coração Satânico" foi destaque da primeira edição da saudosa revista Set de cinema e se tornando um verdadeiro item de colecionador para aqueles que buscam informações sobre críticas e análises quando a obra havia sido lançada. O filme por si só envelheceu muito bem e podendo até mesmo entrar facilmente na lista dos melhores filmes da década de oitenta.

"Coração Satânico" é um grande clássico ao saber cruzar o gênero de horror com o subgênero Noir e fazendo da obra se tornar venerada e até mesmo copiada ao longo das décadas.  

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quinta-feira, 20 de julho de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (20/07/2023)

 BARBIE

Sinopse: No fabuloso live-action da boneca mais famosa do mundo, acompanhamos o dia a dia em Barbieland - o mundo mágico das Barbies, onde todas as versões da boneca vivem em completa harmonia e suas únicas preocupações são encontrar as melhores roupas para passear com as amigas e curtir intermináveis festas. 


OPPENHEIMER

Sinopse: Oppenheimer é um filme histórico de drama dirigido por Christopher Nolan e baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin.


LOUCAS EM APUROS

Sinopse: Na comédia Loucas em Apuros, as amigas Audrey (Ashley Park), Lolo (Sherry Cola), Kat (Stephanie Hsu) e Deadeye (Sabrina Wu) se unem após uma viagem a negócios mal-sucedida.


MÁQUINA DO DESEJO

Sinopse: Máquina do Desejo narra a história dos 60 anos do Teatro Oficina, retratando a trajetória de Zé Celso, que revolucionou a linguagem teatral no Brasil e juntamente com seu grupo de atores, construiu uma forma de resistência política durante tempos conservadores e de ataques à expressões culturais.


TINTORETTO – UM REBELDE EM VENEZA

Com narração de Helena Bonham Carter e a participação especial de Peter Greenaway, esta nova produção de cinema celebra o 500o aniversário do nascimento do último grande artista do Renascimento italiano.


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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 20 A 26 DE JULHO DE 2023

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

O CRIME É MEU

A cinesemana de 20 a 26 de julho marca a estreia do documentário brasileiro MÁQUINA DO DESEJO – OS 60 ANOS DO TEATRO OFICINA, que celebra a trajetória do diretor e dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, que morreu recentemente. Também recebemos na nossa programação o longa francês O CRIME É MEU, refilmagem de François Ozon para uma peça da década de 1930 e já vista em filmes anteriores de Hollywood.

Sucessos de público, seguem em cartaz os dramas A NOITE DO DIA 12 e HERÓI DE SANGUE, além de A SINDICALISTA e O ÚLTIMO ÔNIBUS.Também temos algumas exibições especiais nesta semana, incluindo a pré-estreia do drama português ALMA VIVA e sessões comentadas dos filmes brasileiros MULHER DO PAI e O MESTRE DA FUMAÇA.


Confira nossa programação e o portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


14h30 – A NOITE DO DIA 12 Assista o trailer aqui.

(La nuit du 12 - Bélgica/França, 2022, 115min). Direção de Dominik Moll, com Bastien Bouillon, Bouli Lanners, Théo Cholbi. Pandora Filmes, 14 anos. Drama policial.

Sinopse: Foi na noite de 12 de outubro que Clara, uma garota de 21 anos, foi assassinada. Aparentemente, ela não tinha inimigos - apenas se apaixonava facilmente. O detetive Yohan assume o caso e começa a se envolver emocionalmente com a vida da vítima, ampliando os interrogatórios e as suspeitas sobre o crime. Vencedor de quatro prêmios César (incluindo filme e direção), o filme é baseado em um capítulo do livro de Pauline Guéna, que acompanhou durante um ano uma equipe de polícia em Versalhes.


16h45 – HERÓI DE SANGUE Assista o trailer aqui.

(Tirailleurs - Senegal/França, 2022, 100min) Direção de Mathieu Vadepied, com Omar Sy, Alassane Diong, Jonas Bloquet. Synapse Filmes, 14 anos. Drama histórico.

Sinopse: Durante a Primeira Guerra Mundial, o jovem senegalês Thierno é um dos muitos jovens recrutados pela França e tirados de suas famílias para lutar contra um inimigo desconhecido. Inconformado, seu pai, o aldeão Bakary, se alista nas tropas na tentativa de proteger o filho. Mais do que um filme de guerra, o diretor Vadepied (que trabalhou com Omar Sy em “Intocáveis”) traz aqui uma história de laços entre pai e filho.


18h45 – MÁQUINA DO DESEJO – OS 60 ANOS DO TEATRO OFICINA - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 109min). Documentário de Joaquim Castro e Lucas Weglinski. Descoloniza Filmes, 16 anos.

Sinopse: Em homenagem à trajetória do Zé Celso Martinez Corrêa (1937 – 2023), o documentário mostra a revolução provocada pelo Teatro Oficina na cena cultural do país desde os anos tropicalistas. Os dois diretores mergulharam no precioso acervo audiovisual da Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona para revisitar uma história que envolve personalidades como Caetano Veloso, Glauber Rocha, Lina Bo Bardi, Chico Buarque e Zé do Caixão e mistura arte e vida na busca de uma linguagem verdadeiramente brasileira sob o comando de Zé Celso. O filme foi visto em 10 festivais no Brasil e exterior, com vários destaques – incluindo o prêmio especial do júri no Festival de Cinema da Fronteira em 2021.


SALA EDUARDO HIRTZ


15h – O CRIME É MEU Assista o trailer aqui.

(Mon Crime - França, 2023, 102min). Direção de François Ozon, com Nadia Tereszkiewicz, Rebecca Marder, Fabrice Luchini, Isabelle Huppert. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Madeleine é uma jovem atriz que assume o assassinato de um famoso produtor na tentativa de ficar famosa. Sua melhor amiga, a advogada Pauline, resolve defendê-la nos tribunais com a perspectiva de ganhar algum dinheiro. Elas se saem bem no suposto golpe, mas não demora muito para a verdade vir à tona. A peça que inspirou o filme estreou em 1934 na França e já foi adaptada duas vezes para o cinema: “Confissão de Mulher” (1937) e “A Mentirosa” (1946).  

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA SEXTA, DIA 21)


17h – A SINDICALISTA Assista o trailer aqui.

(La Syndicaliste - França, 2022, 121min). Direção de Jean-Paul Salomé, com Isabelle Huppert, Grégory Gadebois, François-Xavier Demaison. Synapse Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O filme mostra a trajetória de Maureen Kearney, uma representante sindical francesa que denunciou acordos secretos da França com a China e abalou a potente indústria nuclear em seu país no início dos anos 2000. Maureen viveu tempos difíceis, já que sua denúncia resultou em episódios de intimidação, uma agressão em sua própria casa e até o rótulo de vilã dos fatos.  O filme é baseado em um livro-reportagem escrito pela jornalista francesa Caroline Michel-Aguirre, da revista Le Nouvel Observateur.


 19h15 – O CRIME É MEU

(Mon Crime - França, 2023, 102min). Direção de François Ozon, com Nadia Tereszkiewicz, Rebecca Marder, Fabrice Luchini, Isabelle Huppert. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Madeleine é uma jovem atriz que assume o assassinato de um famoso produtor na tentativa de ficar famosa. Sua melhor amiga, a advogada Pauline, resolve defendê-la nos tribunais com a perspectiva de ganhar algum dinheiro. Elas se saem bem no suposto golpe, mas não demora muito para a verdade vir à tona. A peça que inspirou o filme estreou em 1934 na França e já foi adaptada duas vezes para o cinema: “Confissão de Mulher” (1937) e “A Mentirosa” (1946).  


(NÃO HAVERÁ SESSÃO NO SÁBADO, TERÇA E QUARTA, DIAS 22, 25 E 26) SÁBADO, DIA 22, ÀS 19h15


19h15 – ALMA VIVA – PRÉ-ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Portugal, 2022, 85min). Direção de Cristèle Alves Meira, com Lua Michel, Ana Padrão, Jacqueline Corado. Imovision, 12 anos. Drama.

Sinopse: A cada verão, a pequena Salomé, filha de imigrantes portugueses que vivem na França, vai passar férias em um vilarejo no interior de Portugal. Lá vive sua avó, com quem Salomé tem uma relação muito próxima e que é considerada bruxa pelos outros habitantes da aldeia.


TERÇA, DIA 25, ÀS 19h15


19h15 – O MESTRE DA FUMAÇA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 105min). Direção de André Sigwalt e Augusto Soares, com Daniel Rocha e Tony Lee. Lança Filmes, 16 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Os irmãos Gabriel e Daniel se veem amaldiçoados pela máfia chinesa com a temida Vingança das 3 Gerações, que já ceifou a vida do avô e do pai de ambos. Para sobreviver, um dos irmãos precisa aprender os segredos do Estilo da Fumaça, uma arte marcial cannábica ancestral ensinada por um mestre único.

Seguida de debate com convidados da Lança Filmes.


QUARTA, DIA 26, ÀS 19h15


19h15 – MULHER DO PAI Assista o trailer aqui.

(Brasil, 95min, 2017). Direção de Cristiane Oliveira, com Maria Galant e Marat Descartes. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O primeiro longa da diretora gaúcha foi rodado na fronteira do Brasil com o Uruguai e gira em torno de Nalu, uma adolescente que precisa cuidar de Ruben, seu pai, que ficou cego há alguns anos. Dentro da programação da exposição “Outra maneira de ver: os 20 anos de uma parceria criativa”, apresentada pelo Ieavi-RS. Haverá debate com a artista visual Elaine Tedesco, a produtora Gina O’Donnell e a montadora Tula Anagnostopoulos.


SALA NORBERTO LUBISCO


14h45 – O ÚLTIMO ÔNIBUS Assista o trailer aqui.

(The Last Bus – Reino Unido, 2022, 92min). Direção de Gillies MacKinnon, com Timothy Spall, Phyllis Logan, Grace Calder. Pandora Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Depois da morte da esposa, Tom Harper sai do lugarejo onde viviam, no norte da Escócia, decidido a cumprir uma promessa. Para isso, ele vai fazer uma viagem de ônibus por 1.400 quilômetros até o sul da Inglaterra, usando seu passe gratuito de idoso. No percurso, enfrenta percalços, conhece pessoas gentis e desafia as limitações da idade – ao mesmo tempo em que revisita o seu passado e se depara com um país diverso e multicultural.


16h30 – MEU VIZINHO ADOLF Assista o trailer aqui.

(Colômbia/Israel/Polônia, 2022, 96min). Direção de Leon Prudovsky, com David Hayman, Udo Kier, Danharry Colorado. A2 Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Depois de perder sua família para o regime nazista, o sobrevivente polonês Marek Polsky vai viver em um vilarejo no interior da Colômbia. Em plena década de 1960, já acostumado com a solidão dos dias, o velho Polsky entra em disputa com um novo vizinho por causa de um pedaço do terreno. A situação piora quando Polsky começa a desconfiar que o alemão da casa ao lado pode ser Adolf Hitler – o que até faz algum sentido, pois a América do Sul se tornou um destino de fuga para muitos líderes do ditador.


18h30 – A NOITE DO DIA 12

(La nuit du 12 - Bélgica/França, 2022, 115min). Direção de Dominik Moll, com Bastien Bouillon, Bouli Lanners, Théo Cholbi. Pandora Filmes, 14 anos. Drama policial.

Sinopse: Foi na noite de 12 de outubro que Clara, uma garota de 21 anos, foi assassinada. Aparentemente, ela não tinha inimigos - apenas se apaixonava facilmente. O detetive Yohan assume o caso e começa a se envolver emocionalmente com a vida da vítima, ampliando os interrogatórios e as suspeitas sobre o crime. Vencedor de quatro prêmios César (incluindo filme e direção), o filme é baseado em um capítulo do livro de Pauline Guéna, que acompanhou durante um ano uma equipe de polícia em Versalhes.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA TERÇA, DIA 25)


TERÇA, DIA 25, ÀS 19h


19h – EPIDEMIA DE CORES – ENTRADA FRANCA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2016, 70min). Documentário de Mário Saretta. Lança Filmes, Livre.

Sinopse: O filme retrata o dia a dia dos participantes e coordenadores da Oficina de Criatividade ministrada no Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, que hoje reúne um acervo de 200 mil peças. Realizado ao longo de dois anos, o documentário propõe uma reflexão sobre arte, loucura e liberdade. Sessão de lançamento do catálogo da exposição “Podium”, seguido de debate com os curadores Barbara Neubarth e Edson Souza.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 19 de julho de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Beau Tem Medo'

Sinopse: Um homem paranoico embarca em uma odisseia épica para voltar para casa e encontrar sua mãe. 

Ari Aster é um diretor incomodo, do qual incomoda muita gente e cujo seus filmes nos provocam sensações angustiantes e a gente só agradece. Se "Hereditário" (2018) é apontado como um dos melhores filmes de horror dos últimos tempos não duvide, pois a sua qualidade prosseguiu com "Midsommar" (2019) e piorando ainda mais as nossas sensações interiores. Agora, "Beau Tem Medo" (2023) não só incomoda como nos leva para uma odisseia pessoal, talvez não só protagonista em si, como também da situação peculiar que todos nós convivemos em tempos contemporâneos.

Ambientado em nosso presente (?), a trama acompanha Beau Wassermann (Joaquin Phoenix), um homem extremamente tenso e paranoico que tem uma relação turbulenta com a mãe dominadora, Mona (Patti LuPone), e nunca conheceu o pai. Quando Mona morre, Beau precisa ir até sua antiga casa para o funeral, mas a viagem acaba sendo dificultada por uma série de acontecimentos imprevisíveis que parecem tentar desviá-lo de sua jornada a qualquer custo. Agora, ele deve enfrentar seus piores - e mais absurdos - medos se quiser chegar ao seu destino.

Ari Aster procura falar alguma coisa através dos seus filmes, mesmo quando as suas obras anteriores se prendiam ao gênero de horror, mas que se elevavam ao inusitado e nos brindando com uma experiência fora do comum. Aqui não é diferente, principalmente quando assistimos em algumas ocasiões situações que são de acordo com a perspectiva do protagonista, sendo que isso já começa no minuto inicial, ou mais precisamente no momento em que o protagonista nasce em um parto que, aparentemente, gerou complicações. A partir daí pode esperar tudo, menos o lado rotineiro do cinema norte americano.

Beau se apresenta como um personagem paranoico, temendo morrer por qualquer coisa e contendo dentro de si os seus desejos dos quais acredita que podem até matar. A rua em que ele mora, por exemplo, é ambientada por mendigos, viciados, policiais despreocupados e “cidadãos do bem” esperando para que uma pessoa salte de um prédio. Embora possamos acreditar de que se trate da maneira que o protagonista enxergue aquele mundo talvez seja a maneira que o cineasta esteja enxergando os tempos atuais cada vez mais desgovernados e que até mesmo Freud duvidaria que um dia chegaríamos neste ponto.

Falando em Freud, é notório que o protagonista possui uma relação não resolvida com a sua mãe, mas cujo ponto problemático conhecemos somente na superfície e só vamos conhecendo-o aos poucos na medida em que o protagonista tenta ir ao seu funeral. Tenta, já que ao longo do percurso acontece situações que beiram ao surrealismo e fazendo dessa jornada uma autodescoberta para Beau, mas fazendo com que ficamos na dúvida se isso tudo está realmente acontecendo, se são delírios ou se não passa de um grande pesadelo constante. Isso tudo se inicia a partir do ponto em que alguém está se escondendo em seu banheiro, ele correndo nu para a rua, sendo esfaqueado também por um homem nu e atropelado logo em seguida.

Toda essa loucura acontece em poucos minutos, mas sendo jogado para uma linha narrativa ainda bem menos lucida, mas que faz com que conhecemos melhor o seu passado, desde a personalidade complexa de sua mãe, como também de um amor nunca desfrutado. Ao mesmo tempo Ari Aster parece querer cutucar sobre o sonho norte americano, onde nos é apresentado uma família aparentemente perfeita, mas que não esconde as feridas nunca cicatrizadas e orquestradas por uma nação que se diz democrática. Quando esse cenário se descontrola e transborda para fora da borda é então que Ari Aster nos brinda com algo mais surpreendente.

É notório em que nos seus filmes haja uma predileção pelos símbolos significativos vindos da natureza e dos quais não são menos misteriosos do que qualquer conto vindo dos Irmãos Grimm. Aqui isso é acentuado no momento em que o protagonista testemunha uma peça de teatro, mas fazendo com que o mesmo se identifique com ela e fazendo com que a sua história se misture com a mesma e nos levando para uma nova camada de interpretação com relação ao enredo principal. É neste ponto, aliás, que o realizador nos surpreende como uma forma incomum de contar uma história, mas ao mesmo tempo familiar, desde ao usar desenhos tradicionais como também da mesma maneira em que o mágico e cineasta Georges Méliès realizava os seus curtas metragens clássicos como "A Viagem a Lua" (1902).

Até aqui, eu dou a entender que o diretor comanda tudo de forma espetacular, mas tudo fica ainda melhor graças atuação de Joaquin Phoenix. Após ter ganho o Oscar de melhor ator por "Coringa" (2019), Phoenix novamente nos brinda com um personagem problemático, do qual o mesmo não sabe compreender ao certo o que está acontecendo, mas que começa a fazer sentido no momento em que, aos poucos, se abre para revelar os seus segredos. Por vezes de forma abstrata, o filme escancara o fato do ser humano não aceitar os seus próprios erros, acumulando assim diversas dores e o levando para um caminho sem volta, mas que poderia ser evitada.

Tudo alinhado com situações, por vezes, abstratas e das quais nos faz levantar mais perguntas do que respostas. O ato final não é muito diferente com relação a tudo o que vimos ao longo do tempo, mas fazendo com que ficamos com determinadas cenas encravadas em nossas mentes e das quais não poderemos desvencilhar delas tão cedo. "Beau Tem Medo" é uma das experiências sensoriais mais imprevisíveis do ano e que somente Ari Aster poderia obter tamanho feito.     

Onde Assistir: Apple TV+ 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 20 A 26 DE JULHO

 ESTREIAS:

BRICHOS 3 MEGAVÍRUS

Brasil/ Animação/ 74min/

Direção: Paulo Munhoz

Classificação indicativa:

Sinopse: A maravilhosa Vila dos Brichos é atacada por um vírus terrível que atinge as mentes das pessoas e que coloca quase toda a população em estado de coma. Nessa situação, a parte ainda saudável da população se une e se organiza para salvar os doentes, enquanto RATÃO (o mal elemento) aproveita o caos para saquear toda a cidade. O jaguar adolescente TALES e sua turma terão que usar de muita tecnologia e um tanto de magia, além de sua tradicional coragem, para entrar nos sonhos das pessoas e combater o MEGAVIRUS cara a cara.

Vozes: Diegho Kozievitch, Jeff Franco, Renet Lyon, Fabiane Gouvêa, Paulo Munhoz, Tales Munhoz, Caroline Roehrig, Nana Vendruscolo e Wellington Wella


#EAGORAOQUE

Brasil/Documentário /2020/70min.

Direção: Jean-Claude Bernardet / Rubens Rewald

Sinopse: Como agir hoje politicamente? É possível mudar as coisas, as pessoas, a sociedade? E agora, o que fazer? Um intelectual e suas contradições.


EM CARTAZ:

PRAGA + A ÚLTIMA PRAGA DE MUJICA(curta-metragem)

Brasil/Ficção/2022/ 97min.

Direção: Pedro Junqueira, Matheus Sundfeld, Luis Claudio Bonacura, Cédric Fanti, José Mojica Marins

Classificação indicativa: 16 anos

Sinopse: "A Praga", último filme inédito dirigido pelo mestre do horror José Mojica Marins (Zé do Caixão), conta a história de Marina e Juvenal. Um casal, que durante um passeio pelo campo, para em frente à casa de uma estranha idosa para tirar fotos. Irritada, ela se revela como uma bruxa e joga uma maldição em Juvenal: uma perseguição psíquica horrorizante, provocando uma ferida que se abre em seu corpo de forma descontrolada. O ferimento leva Juvenal a uma fome insaciável por carne crua e precisa ser alimentado constantemente para ser saciado. Como abertura do filme, o curta-metragem "A Última Praga de Mojica", com direção de Cédric Fanti, Eugenio Puppo,


HORÁRIOS DE 20 A 26 DE JULHO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: BRICHOS 3 MEGAVÍRUS

17h: A PRAGA

19h: #EAGORAOQUE


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

ATENÇÃO: NAS QUINTAS-FEIRAS TODOS PAGAM MEIA ENTRADA EM TODAS AS SESSÕES!


CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

terça-feira, 18 de julho de 2023

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'A Noite do Dia 12'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA 

Local: Espaço de Cinema, Sala 3, Bourbon Shopping Country
Data: 22/07/2023, sábado, às 10:15 da manhã

"A Noite do Dia 12" (La nuit du 12)
Bélgica/ França, 2022, 115min, 14 anos

Direção: Dominik Moll
Elenco: Bastien Bouillon, Bouli Lanners, Théo Cholbi 

Sinopse: Foi na noite de 12 de outubro que Clara, uma garota de 21 anos, foi assassinada. Aparentemente, ela não tinha inimigos - apenas se apaixonava facilmente. O detetive Yohan assume o caso e começa a se envolver emocionalmente com a vida da vítima, ampliando os interrogatórios e as suspeitas sobre o crime. Vencedor de quatro prêmios César (incluindo filme e direção), o filme é baseado em um capítulo do livro de Pauline Guéna, que acompanhou durante um ano uma equipe de polícia em Versalhes.

Sobre o Filme: Se percebe que no Brasil sempre quando uma mulher é espancada ou morta por um homem imediatamente parece surgir uma obsessão em tentar culpar a vítima ao invés de obter os verdadeiros fatos sobre o atentado. Porém, acredito que esse pensamento machista não se limite somente em nosso território, como também em todo o globo. "Noite do Dia 12" (2022) fala sobre um crime bárbaro e do qual é, infelizmente, um de muitos que ocorrem a todo momento.  

Dirigido por Dominik Moll, a trama é sobre uma investigação policial que gira em torno de Yohan Vivès (Bastien Bouillon), um investigador da polícia perseguido por um caso que lhe causa mais incômodo do que qualquer outro em sua carreira. Trata-se do chocante assassinato da jovem Clara Royer (Lula Cotton-Frapier) que, aparentemente, se dava bem com todos. Cada vez mais obcecado em solucionar o caso, o investigador embarca em uma espiral interminável de segredos obscuros em busca de pistas e quaisquer sinais que possam levá-lo até o culpado do crime brutal.

Vencedor de 6 prêmios César - incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor no festival de Cannes 2022, o filme se inicia de uma forma descontraída, onde vemos policiais veteranos comemorando a promoção de um deles, mas mal sabendo o que viria a seguir. Ao testemunharmos o crime logo em seguida nós ficamos impotentes perante a situação, mas fazendo a gente se dar conta que é um em meio a inúmeros, mas do qual não pode ser esquecido. Uma vez que a dupla de policiais centrais da trama começa a investigação cada vez temos maior noção sobre o passado da vítima e dos seus círculos de amizades que ela adentrava.

Dominik Moll procura testar os nossos pensamentos e julgamentos sobre o caso, já que Clara se relacionava com homens desajustados e fazendo com que cada um se torne um suspeito. Porém, não demora muito para alguém levantar a mão e dizer que ela procurou por isso e fazendo com que o crime hediondo seja tudo culpa da mulher. O protagonista Yohan, por sua vez, procura ser profissional no caso e busca pelos verdadeiros fatos e não se limitar com esse pensamento retrógrado.

Ao mesmo tempo ele precisa enfrentar os conflitos internos do seu veterano parceiro, interpretado intensidade por Bouli Lanners e que começa gradualmente a se transformar ao longo da investigação. É através dele, por exemplo, que testemunhamos a primeira explosão de revolta com relação ao caso, principalmente quando determinados suspeitos tratam sobre o assunto como piada e revelando os lados mais obscuros da alma humana. Embora a maioria seja inocente, por outro lado, isso não retira o fato de cada um ali ser potencialmente perigoso e que talvez não cometam tais crimes para não serem presos.

Infelizmente o filme possa vir a desapontar para aqueles que esperam uma solução fácil com relação ao crime, sendo que não há uma resposta clara para isso. Baseado em diversos crimes reais do dia a dia, o filme nos fala que certos horrores são difíceis de serem explicados, mas que ao mesmo tempo devemos ser fortes para seguirmos em frente e lutarmos para que isso não aconteça novamente. Infelizmente eles continuam enquanto não começarmos a sermos mais exigentes com relação a nós mesmos e evitarmos a todo custo para que esses horrores não aconteçam de novo.

"Noite do Dia 12" é uma reconstituição de um crime, mas do qual representa inúmeros e cometidos por homens vazios por dentro e que merecem serem punidos a todo custo. 


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