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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Cine Especial: O 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos



24. Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro

Sinopse: Na noite de núpcias, um homem descobre que sua mulher não era virgem e, enfurecido, a mata. Absolvido, vai para uma pequena cidade, contratado para prestar serviços de construção e acaba apaixonando-se por uma jovem inocente.

Em sua primeira exibição, Ganga Bruta renderia pouco menos de 15 mil réis, sendo que os cinéfilos cariocas da época chamaram o filme de “Abacaxi da Cinédia”, “o pior filme de todos os tempos”. Humberto Mauro ficou conhecido como “Freud de Cascadura” (referindo-se a cidade onde nasceu) e sobre a Cinédia diziam que daria uma “esplêndida fábrica de goiabada”. Assim eram recebidos os filmes que fugiam do senso comum, ditos de vanguarda, consequentemente o filme logo saiu de circulação e caindo no esquecimento. Porém, foi preciso que os anos passassem e o acaso para que Ganga Bruta tivesse outra chance na história. Carl Scheiby, remexendo nos arquivos da Cinédia encontrou os negativos, remontou-os (com aprovação de Humberto Mauro) e exibiu-os, no ano de 1952, na 1a Retrospectiva do Cinema Brasileiro e, finalmente, obtendo sua consagração. 
Ganga Bruta é um dos mais belos filmes já feitos. Não apenas pelo roteiro que apresenta a trama de forma não linear, através de Flashbacks, como também pelo apuro técnico, pela inventiva utilização de técnicas cinematográficas de vanguarda em união com uma linguagem sensorial, instintiva, sensual. Usavam pela primeira vez três câmeras para filmar uma sequência, além do criativo uso do som, pontuado de ruídos, sussurros e uma intervenção musical. Curiosamente o filme transita pelo mudo e o sonoro, já que naquele o cinema falado estava começando a dar os seus primeiros passos no Brasil e no mundo.  


 

25. BANG BANG (1971)



Sinopse:Nas palavras de um dos personagens “Era uma vez três bandidos muito maus. Dizia-se que um deles era a mãe dos outros, mas nada se sabia ao certo. Roubavam tudo, matavam tudo, comiam tudo. Mas isso também não se sabia ao certo”.


Experimental, confuso, desconexo, dinâmico, alucinado. O filme de  Andrea Tonacci esbanja planos sequências de longa duração que, quase sempre, não estão diretamente relacionados com o plano anterior ou seguinte. Um espectador desatento poderia até pensar que não existe relação alguma, o que não estaria de todo errado. O grande segredo de Bang Bang, para mim, é justamente esse caos narrativo. A história é o que menos importa, e Tonacci deixa isso bem claro no final quando pela primeira vez a “mãe” dos ladrões começa contar a história do filme, mas é interrompida por uma torta sem remetente. O destinatário é claro: a todos aqueles que precisam e procuram uma narrativa transparente. Para eles o diretor manda uma torta, a lá "Gordo e Magro ou os Três Patetas".



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