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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: RÂNIA


Sinopse: Rânia é uma menina que vive em Fortaleza, no morro Santa Terezinha. Ela ajuda sua mãe com os afazeres domésticos, estuda em escola pública, trabalha numa barraca de praia e sonha em ser bailarina. Sua inseparável amiga, Zizi, a introduz no Sereia da Noite, local de boemia, onde dança, orgia e dinheiro se misturam e agitam a madrugada. Quando Rânia conhece a coreógrafa Estela, a jovem se vê dividida entre a farra (e possibilidade de ganhar dinheiro na noite) e a disciplina da dança.

A transição da adolescência para a vida adulta sempre é uma faca de dois rumes, em que o jovem (por vezes), não consegue administrar um caminho correto para seguir em frente na vida. Mas há casos em que o “ser” sabe exatamente o que quer, mas por uns motivos e outros, acabam o colocando num beco sem saída e num caminho sem volta. Em Rânia, dirigida pela cineasta Roberta Marquez, vemos a jovem protagonista (a estreante Graziela Felix) transitando entre a oportunidade de dançar fora do país, ou adquirir dinheiro fácil dançando numa boate de um bairro humilde da capital do Seara.
Claro que nesta ultima opção, o roteiro da todos os indícios que esse não é o caminho certo para ela, principalmente quando ela se vê na sua melhor amiga Zizi (a ótima Nataly Rocha), freqüentando esses inferninhos, como uma imagem dela futura. Embora a protagonista consiga conforto e oportunidade através da coreógrafa Estela (Mariana Lima, de "Amor" e "A Alegria"), a falta de informação e entendimentos dos seus pais (e pela dependência que sentiriam na falta da filha) impede com que ela possa mudar de vida. Neste cenário, portanto, não podemos julgar mal a jovem pelas possíveis escolhas que ela fará, mas também tão pouco julgarmos os seus pais. Então a quem culpamos?      
Não existe uma resposta fácil para certas coisas, sendo que o filme tão pouco joga soluções fáceis para os personagens, que transitam entre a oportunidade e a decadência, mas que tentam (mesmo sem muita esperança), se manterem nos trilhos para não caírem num buraco sem fundo. Para sua primeira incursão como cineasta, Roberta Marquez impressiona por nos apresentar um filme intimista, que embora não possua nenhuma cena pesada, a realidade nua e crua que nos é apresentado na trama, se torna muito mais perturbadora. Um filme que deixa em aberto sobre os destinos dos personagens e cabe a nos imaginarmos qual seria o caminho  de cada um deles no dia seguinte.    

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