ENTRE ERROS, ACERTOS E PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS
Sinopse: O Espetacular Homem-Aranha é a história de Peter Parker um
estudante rejeitado por seus colegas e que foi abandonado por seus pais ainda
criança sendo então criado por seu Tio Ben e pela Tia May. Como muitos
adolescentes Peter tenta descobrir quem ele é e como ele se tornou apessoa que
é hoje. Peter também está começando uma história com sua primeira paixão Gwen
Stacy e juntos eles lidam com amor compromissos e segredos. Quando Peter
descobre uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai ele começa uma jornada
para entender o desaparecimento de seus pais - o que o leva diretamente à
Oscorp e ao laboratório do Dr. Curt Connors antigo sócio de seu pai. Procurando
por respostas e uma conexão Peter comete um erro que o coloca em rota de
colisão com o alter-ego do Dr. Connors O Lagarto. Como Homem-Aranha Peter tem
que tomar decisões que podem alterar vidas para usar seus poderes e moldar seu
destino de se tornar um herói.
As comparações com essa nova
reinvenção do herói nas telas, com a já clássica trilogia comandada por Sam
Raimi são inevitáveis, mas não quer dizer que não seja possível separá-las uma
da outra. Para começar, são filmes completamente diferentes, mas que
curiosamente, segue com o mesmo trajeto em inúmeros pontos da historia, mas apresentada
de uma forma fresca, como estivéssemos vendo pela primeira vez a origem
clássica do herói. Isso não quer dizer que essa nova versão esteja livre de
certos deslizes, ao começar pelo fato da Sony vender o filme “como a historia
não contada”, sendo mais especificamente sobre os pais de Peter, que jamais
foram citados na trilogia anterior. Mas se era para tocar neste ponto de
interrogação sobre eles, porque não seguiram adiante no decorrer da trama?
Saber quem eles eram e porque
eles foram embora, isso simplesmente é deixado de lado na primeira hora de
filme e serviu unicamente de desculpa, para o protagonista adentrar num
universo até então desconhecido dos seus pais, para então ele adquirir os seus poderes e
conhecer a sua contra parte nesta primeira aventura, o Dr Curt Connors. Ou
seja, uma coisa levou a outra, em coincidências que beiram de uma maneira forçada,
mas depois delas acontecerem, o filme retorna aos momentos sobre a construção do
herói, de uma forma gradual e sem pressa e mesmo já sabermos de cor e salteado
o que irá acontecer, nos simpatizamos, tanto com o protagonista, como também
com o seus simpáticos tios cheio de lição de moral, interpretados de forma
competente pelos veteranos Martin Sheen e Sally Field.
Andrew Garfield até que cumpre de
uma maneira satisfatória, a responsabilidade de interpretar um personagem tão
conhecido por todos. Sua forma de interpretar é natural, fazendo nos convencer
que realmente ele é um adolescente cheio de conflitos e duvidas interiores
(embora seus chiliques na boca e nos olhos tenham me incomodado um pouco).
Curiosamente, ele consegue muito bem separar a personalidade de Peter Parker,
com a do Homem Aranha, que surge soltando piadinhas a todo o momento no
decorrer do filme, fazendo o fã mais antigo, se lembrar dos bons e velhos
tempos do personagem nas HQ, o que torna isso um grande acerto. Falando em bons
e velhos tempos, os produtores acertaram em não repetir o casal do filme
anterior e trouxeram a vida o verdadeiro primeiro amor de Peter, Gwen Stacy, interpretada de uma forma competente por Emma Stone, que cá entre-nos,
consegue passar muito mais personalidade de sua personagem, se comparada a
contra parte das HQ.
Em contrapartida, o personagem Curt
Connors (Rhys Ifans) se divide em dois atos completamente
diferentes. Se em um primeiro momento nos simpatizamos com ele, em sua busca
para ajudar a humanidade (e na tentativa de adquirir um novo braço), por outro
lado, ele acaba se tornando um vilão sem sal, ao se tornar no monstro lagarto,
cujo objetivo é tornar á sua idéia megalomaníaca em realidade, de transformar
todas as pessoas em lagartos! Se o filme investisse unicamente em seu conflito
em tentar controlar o seu monstro interior, garanto que sairiam ganhando.
Quanto à direção, fica muito claro do
porque de Marc Webber ser escolhido para o comando, pois após bem sucedido 500
Dias Com ela, era uma questão de lógica que ele seria convidado, para comandar
tramas que ficassem em voltas de um relacionamento complicado. No caso do casal
aracnídeo, Webber torna bem verossímil, e porque não em alguns momentos,
superior ao casal visto na trilogia original, principalmente pelo fato do casal
de atores ter tido uma boa química, tanto dentro como fora da tela. Já nos
momentos quando o filme engrena para as cenas de ação, Webber não cria nada de revolucionário
em termos de efeitos visuais ou truques de câmera, mas elas acontecem de uma
forma gradual e promissora, embora não espere algo tão inesquecível, como a fantástica
cena de ação no trem em Homem Aranha 2, que ainda hoje continua insuperável.
Entre altos e baixos, O Espetacular
Homem Aranha até que se sai bem como uma boa aventura, sem com muitas ambições e
tão pouco revolucionário, em termos de trama e ação. Se o novo universo cinematográfico
do aracnídeo era para começar dessa forma, na próxima aventura, talvez as
coisas fiquem mais claras e sem promessas a não serem cumpridas no meio do
caminho.
E sim, Stan Lee faz sua ponta habitual,
hilária digas se de passagem.
Leia também: Trilogia HomemAranha
Um comentário:
Eu já esperava um filme repleto de altos e baixos, renovar uma franquia não é uma tarefa fácil.
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