Ao assistir o filme de Lui Farias "Minha Fama de Mau" sai com a impressão de ter visto uma homenagem bem carinhosa a um dos artistas mais ilustres desse país. Foi como um diário narrado ao vivo, pelo então bem carismático ator Chay Suede, que encarna com absoluta autonomia, o cantor Erasmo Carlos. Um filme nacional com diálogos simples e originalmente trazendo à tona a história da Jovem Guarda, além da relação da imprensa bem afiada e interessada em mostrar o que se passava atrás da vida desses meninos, que encantaram platéias em tardes de domingo. Tudo nos anos 60. Época da efervescência musical influenciada por Elvis Presley e músicos românticos como Bob Darin.
A trajetória de Erasmo ,o tremendao, ao lado do então amigo eterno Roberto Carlos e da ternurinha Wanderléa, foi construída a partir do talento e do dom musical, que eles tinham. Interessante lembrar que Tim Maia aparece como amigo adolescente do garoto insistente e namorador, outro talento inesquecível. Se não me falha a memória, a formação da Jovem Guarda, teve outros músicos, que também fizeram parte deste recheio sonoro.
Imagino alguns vovôs mais conservadores escutando o som de guitarras e o palavreado daquela gurizada. Ficaram apavorados, e não só eles, como também os país e mães tentando tampar os ouvidos dos filhos. No meio de toda essa revolução, o diretor não deixou de fazer entrecortes de filmagem em preto e branco do desenvolvimento do Brasil. Acrescentando mais realidade ao cenário.
O rock nacional nascia derrubando tabus. E adivinhem quem ficou ainda mais enojado? A bossa nova, que criticou ferozmente essa onda de ie-ie-ie, chamando de porcaria e música que nada produzia e contribuía para a cultura musical. Enganaram -se. "Minha fama de mau",não é um ode a um talento apenas, é uma referência a todos os que viveram naquela época e que revolucionaram aquela sociedade marcada pelos bons costumes e da certeza de que o Brasil era um país que iria para a frente. E foi tão avante que perdemos o rumo das coisas. Bem,o que importa, bicho?
Eternizados nas canções delirantes de amor e danças que sacudiam a todos, as belas tardes de domingo ficaram eternizadas na história deste povo e certamente na memória. A música de valor deixou saudades eternas.
Autora: Professora Neusa Pereira dos Santos
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