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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: O Cidadão Ilustre / Os Campos Voltarão



O Cidadão Ilustre


Sinopse: Um escritor argentino e vencedor do Prêmio Nobel, radicado há 40 anos na Europa, volta a sua terra natal, ao povoado onde nasceu e que inspirou a maioria de seus livros, para receber o título de Cidadão Ilustre da cidade.

Vencedor do último Platino (O Oscar do cinema latino), nas categorias de melhor filme, roteiro e ator (o ótimo Oscar MartínezO Cidadão Ilustre levanta inúmeras discussões (como retornar as raízes) em uma única trama, com excelente roteiro, desfecho inteligente e boas atuações. Aliás, cinema argentino tem esse poder: de contar histórias que se desmembram, que trazem críticas à sociedade e que evidenciam a complexidade da natureza humana, os seus sentimentos e atitudes que nem sempre são assim tão ‘nobres’ como parecem ser. 
O Cidadão Ilustre é uma película que mistura humor sarcástico com drama em um teor áspero, que convida o espectador a pensar sobre diversos aspectos acerca da sociedade atual, seus interesses e condutas. Não é um filme de risadas gratuitas, mas tem a dose certa de humor, é instigante e prende a atenção do início ao fim. 

 

Os Campos Voltarão



Sinopse: No final da Primeira Guerra Mundial, um grupo de soldados italianos enfrenta os horrores da guerra. A tensão aumenta entre os homens, que aguardam novas ordens, sem saber até quando vão sobreviver.
Nesse trabalho, Ermanno Olmi volta à primeira grande Guerra de 1914 a 1918, explorando dramaticamente aquele período num único cenário e o faz com bastante emoção e perfeccionismo. A indefinição quanto àquilo que se passa, ao espaço onde se combate e à possibilidade da vida durar não mais que um segundo são as bases nas quais se apoia Os Campos Voltarão. Olmi opta por fazer um filme de guerra sem ação, sem combates, explorando essencialmente o estado psicológico dos personagens principais.
Com isso, o cineasta explora de forma dramática e imagem de forma a transmitir ao cinéfilo a torturante sensação de noite sem fim nas trincheiras. Se a manipulação digital das imagens, da qual parte o trabalho fotográfico Fabio Olmi (filho de Ermanno), traz uma palheta de cores  artificial que pode não ser esteticamente chamativa, por outro lado essa artificialidade consegue reforçar as intenções de Olmi quanto a transmitir o absurdo da situação que despe os personagens de um naturalismo, mas reforça sua carga de humanidade.
Em tempos onde o humanismo em cinema está mais associado a uma exploração quase pornográfica e piegas de dramas individuais, é bom sermos lembrados que Ermanno Olmi ainda é um cineasta que pode ser considerado um humanista sincero, pensando acima de tudo, e de forma quase sempre crítica, em como a raça humana consegue manter sua dignidade acima desses dramas.  Nem sempre acertando de todo, como pode ser evidenciado por um excesso de monólogos literários nesse Os Campos Voltarão. Mas conseguindo ainda compor quadros e momentos de emoção pura que justificam as razões para as quais assistir ao seu novo filme se configure numa experiência ainda intensa e gratificante.



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