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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: AMY



Sinopse: Documentário conta a história da cantora inglesa Amy Winehouse. Mostrando o ponto de vista da estrela, o filme revela imagens de arquivo inéditas, além de canções que não chegaram a ser lançadas. Amy despontou em 2006 com seu segundo álbum, "Back to Black", mas teve uma vida marcada por problemas com bebidas e drogas. Em 23 de julho de 2011, a cantora foi encontrada morta em sua casa, no bairro de Camden Town, em Londres. A morte, aos 27 anos, foi acidental por ingestão de álcool após um período de abstinência.

 

Nunca me esqueço quando eu assisti o documentário de Senna, pois não estava vendo somente a vida e a carreira do piloto, como também a sua ida gradual para o calvário. Asif Kapadia conseguiu fazer com que eu tivesse a sensação de ter levado um verdadeiro soco no estômago, pois mesmo eu sabendo do destino trágico que Senna teria, até o momento fatídico é uma verdadeira angustia, mesmo a gente assistindo aos maiores triunfos do piloto no decorrer disso. Asif Kapadia é habilidoso nas escolhas precisas de cenas para emocionar a pessoa que assiste aos seus documentários e aqui em Amy o resultado chega a ser tão bom quanto o documentário estrelado pelo piloto brasileiro.
O documentário nos brinda com inúmeras cenas de arquivos, mostrando a jovem Amy Winehouse, de sua infância, juventude, desejo pela música, auge do sucesso, decadência, até a sua morte precoce. As primeiras cenas a gente vê uma Amy cheia de vida, descontraída e com sede para alcançar os seus objetivos. De uma simples paixão pela música, gradualmente percebemos que ela nasceu para isso, pois uma vez em que ela soltava a sua voz, as pessoas em volta, como a sua família, por exemplo, paravam o que faziam para ouvi-la.
É claro que não demorou muito para as gravadoras perceberem o seu potencial e as chances de cantar em shows e lançar o seu cd (Back to Black) era questão de tempo. Acima de tudo, Asif Kapadia gosta de mostrar o lado humano de Amy, uma garota baladeira, cheia de energia, mas ao mesmo tempo com interesse de receber sempre um carinho ou um aconchego do seu próximo. Crescendo numa vida em que os seus pais eram separados, claramente se percebe que Amy sempre desejou o amor vindo do seu pai, nem que para isso fizesse dele o seu próprio empresário.
Ao mesmo tempo em que, isso os aproximou, fez com que a gente questione as reais intenções do seu pai, mas o cineasta Kapadia nunca o rotula como o vilão da história, mas sim deixa para que a gente tire as nossas próprias conclusões. Isso acontece também nas escolhas que Amy vai tomando em sua vida e do qual a gente vai assistindo por aqui. Ficamos deslumbrados pelo seu talento ao vermos, por exemplo, em cenas de gravação de estúdio, onde ela criaria os seus maiores sucessos.  
Porém, ao questionarmos quando ela se envolve com pessoas, dos quais nós também tiramos as nossas próprias conclusões sobre elas, mas que diferentes do pai de Amy, são muito mais fáceis de serem tachados como os “homens da perdição” da cantora. Curiosamente, na primeira hora de filme, nós ouvimos Amy falar, dar as suas opiniões e fazer as coisas corriqueiras do seu dia a dia. Mas quando o sucesso lhe alcança, gradualmente a sua voz é deixada para trás e dando lugar somente a imagem da Amy que a conhecemos em seus shows.
Portanto o cineasta deixa mais do que claro a sua visão com relação à Amy: de uma garota talentosa devido a sua voz, imediatamente ela foi sendo remodelada pelos engravatados da música para encher os seus cofres e fazendo dela uma entidade dessa arte. Logicamente Amy nasceu para esse estrelado, mas ela talvez não estivesse pronta para os altos e baixos que essa vida lhe iria trazer.
Sucessos nas paradas, recorde de vendas, convites para fazer show em outros países e inúmeros prêmios que ela foi ganhando no decorrer dos anos e que fizeram dela ser reconhecida por todo mundo. Do sucesso meteórico, nós percebemos que Amy não consegue dar conta do recado, o que faz cair no universo das bebidas e das drogas, ao ponto dela se tornar o principal alvo da mídia. Asif Kapadia não poupa em cenas em que mostra apresentadores fazendo piada sobre os escândalos de Amy, ou quando reportes a todo o momento ficam perseguindo a cantora nas ruas para tirarem fotos dela em situações constrangedoras.
Mesmo com apoio de até mesmo de seus ídolos como Tony Beneti, percebemos que Amy se encontra num estagio do qual ela se encontra insegura e com o desejo de se desprender do mundo do qual ela vive. Quando se acha que ela vai voltar aos trilhos, logo ela mesma faz com que o trem descarrile. A cena em que ela vai para um show cantar, mas logo em seguida desiste, e agindo de uma forma fora do normal, talvez ali seja considerado o seu último canto do cisne.
Tudo que talvez Amy quisesse naqueles momentos fosse uma vida normal, onde estaria curtindo apenas os seus amigos e família dos quais ela sempre se dedicou a ficar próximo. Não deixa de ser tocante ao ouvirmos uma gravação, da qual é um telefonema de Amy ligando para uma de suas melhores amigas e desejar estar ao lado dela para ter um dia de felicidade. Infelizmente, devido à saúde debilitada, Amy foi encontrada morta no dia seguinte em sua casa e não conseguindo a paz que ela estava querendo obter naquele momento e deixando órfãos inúmeros fãs que a idolatraram.
Com pouco mais de duas horas de projeção, Amy é um documentário, não somente sobre o auge e a queda de um ícone da música, como também sobre uma pessoa humana, cheia de dons e falhas e que a gente iria simpatizar facilmente com ela. 


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