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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cine Especial: Historia do Cinema de Horror: Parte 13


O curso sobre o cinema de horror já começou, mas decidi continuar com as matérias, pois muita coisa merece destaque. Hoje, deixarei abaixo os meus filmes de horror preferidos, dez no total. Alguns podem não ser nenhuma obra prima, mas nem por isso impediu que deixasse algo de significativo na historia do cinema. Confiram:    

O Exorcista
Levei anos para ver esse filme (minha mãe não deixava, hehe), mas no fim valeu à pena. Se tiver um filme que mostra a verdadeira cara do puro mau, esse é o Exorcista. A pequena Regan (Linda Blair, extraordinária) aterrorizou milhares de espectadores no anos 70 e ainda hoje causa o mesmo efeito. William Friedkin (Operação França) surpreendeu o mundo, ao criar um filme de terror, onde a historia se passa num mundo real como nosso. Onde há pessoas reais, mas que de uma hora para outra, tudo vira do avesso, com esses estranhos acontecimentos. Ainda hoje há sempre filmes sobre exorcismo, mas nenhum deles superou esse, ainda com status de filme mais aterrorizante de todos os tempos!
Psicose
No curso sobre Alfred Hitchcock, Carlos Primati mostrou a famosa cena do assassinato do chuveiro sem trilha sonora, e para ele, sem a trilha, a cena se torna muito mais angustiante e violenta. Eu discordo, pois a cena causa muito mais impacto com a trilha, por fazer um belo casamento com cada movimento em que a faca atinge a protagonista da trama. E o legal, que normalmente as trilhas sempre preparam o espectador para o pior que esta por vir, já essa não. Nos pega desprevenidos e causa um efeito ainda hoje arrepiante.
Em poucos segundos, Hitchcock mudaria a forma de fazer cinema para sempre. Houve inúmeros imitadores, alguns até chegando perto, mas nada se comparado com aquilo.
Nosferatu (1979)
A briga de cão e gato do diretor Werner Herzog e do ator Klaus Kinski se tornaram épicas em cada filme que trabalharam juntos. Mas dessas farpas, surgia sempre algo de bom (vide A Cólera dos Deuses) e Nosferatu (79) não é exceção.
Segundo as próprias palavras do diretor, Nosferatu (1922, dirigido por Murnau) não é só um dos melhores filmes do expressionismo, como também um dos melhores filmes alemães de todos os tempos. Dito isso, não é de se espantar que ele tenha caprichado nesta refilmagem de 1979, mas ninguém imaginava o quanto ele tornaria essa obra, por vezes, superior ao clássico de 1922. Tudo isso se deve por ele criar um visual gótico, onde representa o temor da morte a cada momento (os créditos iniciais são um bom exemplo), e como sempre, nos brinda com uma grande interpretação de Kinski, como o Conde Vampiro, muito mais próximo da visão, tanto de Stoker, como a de que Murnau criou no passado. Com um clima de horror apocalíptico, o filme hipnotiza a cada cena que passa e termina de uma forma, que faz com que agente continue com historia em nossas mentes.
Tubarão
Pode se dizer que Steven Spielberg assistiu bastante os filmes de Alfred Hitchcock, pois suas primeiras obras (começando com Encurralado) lembram muito os trabalhos do mestre do suspense. Desses primeiros filmes, o melhor que se destaca é realmente tubarão, onde ele cria um cenário de suspense sufocante, mesmo com o fato do tubarão em si, aparecer bem depois. Claro que isso se deve um pouco a majestosa trilha sonora de John Willians, que graças a ela, serve para criar tensão e um sinal de alerta, da aproximação da fera.
REC
Num mundo pós 11 de setembro, cada vez mais o espectador exigiu mais realismo dos filmes que se assistia. Pode-se dizer que atualmente, quanto mais real melhor. Só assim para explicar o fenômeno de filmes que representam um possível documentário, mas que no final das contas, é uma incrível encenação dos eventos que ocorrem na tela. Dentre esses filmes, a produção espanhola REC se destaca pelo seu realismo cru, ao fazer o espectador assistir o nascimento de um verdadeiro inferno na terra (ou melhor, dentro de um prédio). A simples historia de uma reporte, cobrindo o dia a dia dos bombeiros, toma proporções espetaculares, onde os atores realmente transmitem medo para nos no decorrer do filme. O ato final, esta entre os mais assustadores do cinema recente.
A Bruxa de Blair
Na época, boa parte das pessoas acreditou que os eventos mostrados neste filme fossem realmente reais. Tanto, que nas vésperas da estréia da película, havia sido lançado na TV americana, um documentário sobre a Bruxa de Blair e sobre os três jovens que desapareceram na floresta. Alias o filme havia pegado carona com os primeiros passos da internet, e sua divulgação pela rede serviu de base para outros filmes no decorrer dos anos.
Após a poeira baixar, tudo foi revelado, e as três vitimas da bruxa estavam vivos, sendo uma tremenda forma de vender o seu peixe, mas que gerou resultados positivos. Mesmo dividindo a critica e publico na época, A Bruxa de Blair fez escola, e se muitos curtem filmes como Atividade Paranormal, muito se deve a essa produção de 99.
Pássaros
Hitchcock nunca fez um filme do gênero fantástico, mesmo com um currículo que lhe garantiria uma vaga fácil para fazer uma adaptação de uma das obras de Edgar Alan Poe. Pássaros é o mais próximo de um gênero fantástico que ele pode oferecer, ou melhor, dizendo, um filme que mostra um ataque de pássaros de uma forma inexplicável, embora ajam momentos com situações subliminares que possam dar alguns esclarecimentos, mas nunca esclarecidos explicitamente.
Com inúmeras cenas de suspense eletrizantes, Hitchcock usou o melhor que tinha de efeitos especiais da época, e ainda hoje impressiona nas cenas de ataque dos pássaros, como aquela onde os bichos atacam o centro da cidade.
FOME ANIMAL
A primeira vez que eu assisti a esse filme, foi no saudoso Cine Band Trach, e nunca mais me esqueci do verdadeiro banho de sangue que o filme proporciona, o agito da câmera ensandecida, mas acima de tudo, o humor negro dos mais divertidos. Mesmo com um baixo orçamento, Peter Jackson deitou e rolou fazendo esse filme, não poupando nenhum pouco nas cenas de violência, sangue e bizarrice (como a cena de um intestino vaidoso). Na época, nem imaginava quem era o diretor, muito pouco imaginava que um dia ele filmaria uma das melhores trilogias do cinema de todos os tempos (Senhor dos Anéis), mas é assim que os grandes diretores começam, por baixo, mas com grande estilo.

Todo mundo quase morto
Eu fico me perguntando se George A, Romero sabia que, com a sua criação de A Noite dos Mortos Vivos geraria tamanhos frutos, tanto para inúmeros filmes com o mesmo tema, como também inúmeros debates que esses filmes proporcionam. No caso da deliciosa produção inglesa Todo Mundo Quase Morto, o filme não é somente uma mistura do gênero terrir com os filmes de zumbis, mas sim uma critica sobre a alienação das pessoas durante o dia a dia, no qual chega a um ponto, que não precisaria de um vírus ou outra coisa para se tornarem zumbis, pois eles próprios estão se tornando isso. Belo exemplo é a fantástica cena do protagonista (Simon Pegg, hilário) onde ele sai da casa, atravessa a rua, vai para a calçada e chega ao mercado, sendo que durante o trajeto, a cidade já esta tomada de zumbis, mas ele simplesmente não se da conta, porque ele sempre faz todo o santo dia o mesmo trajeto e esquecendo o que rola em volta. Infelizmente, o filme teve uma distribuição infeliz para cá, chegando apenas em DVD, mas rapidamente conquistou uma legião de fãs.

O Silencio dos Inocentes
Jonathan Demme fez alguns ótimos filmes ao longo da carreira (como Filadélfia),mas jamais superou o verdadeiro jogo de gato e rato que criou em 1991, ao transportar para as telas, um dos grandes vilões do cinema, o Anníbal Lecter, interpretado magistralmente por Anthony Hopkins, que mesmo em apenas 30 minutos de cena, foram suficientes para conquistar o publico e critica e levar o seu merecido Oscar. Jodie Foster, porém, não fica atrás, e duela de igual para igual na interpretação, quando esta frente a frente com Hopkins, sendo que ambos proporcionam momentos únicos de jogo psicológico, onde se desenterra o passado da protagonista. Atenção pelo verdadeiro jogo de cenas em que o diretor nos brinda no ato final da trama, fazendo que nos mesmos fiquemos aflitos, junto com a protogonista.


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