Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Para todos um feliz natal, boas festas e boas sessões de cinema. Deixo aqui uma pequena lembrança nostálgica para aqueles que esperavam o natal para ver esse delicioso longa metragem de Tim Burton
Snopse: Nico, um
ator de 30 anos, tomou uma decisão que pode mudar sua vida para sempre: após
romper o relacionamento que tinha com seu produtor de maneira abrupta, decidiu
abandonar sua carreira promissora na Argentina para começar do zero em Nova
York. O problema é que, em meio aos problemas em sua nova realidade, um
fantasma do passado insiste em reaparecer.
A união entre o
cinema argentino e brasileiro atingiu o seu ápice nesse ano que está
terminando, com títulos como Invisível,Vergel e agora Ninguém Está olhando,
sendo talvez a obra mais complexa, mas tendo um teor convidativo e que deve ser
visto por todos. Dirigido pela cineasta Julia Solomonoff, Ninguém está olhando
acompanha a cruzada do astro Nico, interpretado com uma energia e delicadeza
fora do comum pelo ator Guillermo Pfening, cujo seu personagem, após o termino
de uma relação conflituosa, decide morar por uns tempos em Nova York em busca
de novas oportunidades e para sim ter um reconhecimento mundialmente. Embora
muito conhecido na Argentina, Nico larga de mão de uma série de sucesso que
atuava por lá e que, ao lado de um amigo cineasta, tenta abraçar a todo custo
um novo projeto.
Contudo, a terra das
oportunidades, por vezes, possui uma realidade mais amarga, mesmo com todo
aquele visual colorido de uma grande cidade tem a oferecer, mas com promessas
que ficam somente na superfície. Como o futuro projeto fica emperrado, Nico
precisa se virar no seu dia a dia, desde a trabalhar em restaurantes, como
também sendo baba de crianças, cujo ás mães são amigas que moram por lá. É
nesses momentos que sentimos total carinho pelo personagem que, embora esteja
passando por tempos difíceis, nunca deixa de lado o seu ar carinhoso com as
crianças que ele cuida.
Julia Solomonoff nos
brinda então com um conto sobre solidões, sobre a realidade dura em ter que
encarar o fracasso profissional de uma forma intima e individual. Quando Nico
decide tentar a sorte num teste de elenco, por exemplo, ele acaba encarando
todo um lado preconceituoso do qual os latinos vivem sofrendo, onde são somente
sucumbidos a papeis cujo estereótipo latino é muito notório. Com isso, o
protagonista vive na corda bamba, entre os sonhos fraturados, mas ao mesmo
tempo mantendo em seu intimo uma resistência, mas da qual enfrenta uma desorientação
emocional ao longo do percurso e do qual ele terá que enfrentá-lo.
Tanto a cineasta,
como também a roteirista Christina Lazaridi faz da fragilidade emocional, do
qual protagonista tenta esconder, uma espécie de catalisador de muitas ações e
reações que vemos ao longo do seu percurso. O filme chega aos nossos cinemas após
ter passado por festivais de Tribeca, onde ganhou o prêmio de melhor ator, Rio
de Janeiro e com prêmio máximo conquistado no Cine Ceará. Embora retrate o universo
de altos e baixos do mundo das celebridades Ninguém Está Olhando possui uma aura
universal, da qual todos se identificam facilmente com o personagem e fazendo a
gente desejar caminhar ao lado dele em meio aos percalços de uma realidade sem
muito brilho.
Onde assistir:
Cinebancários: Rua General da Câmara 424, centro de Porto Alegre. Horário:
15horas.
Sinopse:Suburbicon, 1959. Quando uma invasão de domícilio se torna mortal, a família aparentemente perfeita de Gardner Lodge (Matt Damon) se submete à chantagem, vingança e traição, gerando um rastro de sangue que mancha o suposto paraíso.
Assim é a vida
Sinopse: Max, responsável pelo catering do evento com a sua empresa que gere há mais de 30 anos, recrutou como de costume uma equipa de empregados, cozinheiros e lavadores de pratos, para além de ter também aconselhado o casal em relação à escolha de fotógrafo e ter reservado a banda: tudo para que a festa seja um sucesso.
As aventuras de Tadeo 2
Sinopse: Tadeo é um pedreiro que tem grandes sonhos e sempre se mete em grande aventuras. Aqui, ele está de volta e parte agora para Las Vegas, onde irá ouvir algo extraordinário: que o colar de Midas, o rei transformava tudo o que tocava em ouro, existiu de verdade. Mas o problema surge quando Sara Lavroff, que fez a descoberta, desaparece misteriosamente.
Cora Coralina
Sinopse: Cruzando a fronteira entre a realidade e a ficção, esta é a história da escritora e poeta brasileira Cora Coralina, uma mulher que trabalhou como doceira durante quase toda sua vida, apenas publicando seu primeiro livro aos 75 anos de idade. No entanto, nem mesmo todos os anos de espera a impediram de se tornar uma das autoras brasileiras mais importantes de sua geração.
Corpo e Alma
Sinopse: Um homem e uma mulher, colegas de trabalho, passam a se conhecer melhor e acabam descobrindo que eles sonham as mesmas coisas durante o sono. Eles decidem torná-los realidade, apesar das dificuldades no mundo real.
Jovem Mulher
Sinopse:Paula decidiu seguir seu companheiro até Paris. No local, ela acaba sendo deixada por ele após 10 anos de relacionamento. Ela decide permanecer nessa cidade desconhecida e ser engolida por ela, aproveitar tudo que for possível.
TODAS AS MENINAS REUNIDAS, VAMOS LÁ!
Sinopse: O documentário acompanha as atividades no Girls Rock Camp Brasil, um acampamento só para meninas em Sorocaba, São Paulo, que tem como missão principal empoderar e promover a autoestima das visitantes, através de atividades que envolvem a educação musical, criatividade e feminismo. Lá elas aprendem ainda a tocar algum um instrumento, formam uma banda e se apresentam ao vivo para uma plateia formada por pais, familiares e amigos.
Sinopse: Documentário
revela os bastidores do filme O Mundo de Andy, em que Jim Carrey encarnou o
comediante Andy Kaufman. O próprio Carrey comenta como foi sua preparação para
viver o personagem e a experiência de se manter no personagem o tempo todo.
Em seu novo trabalho,
o diretor Chris Smith (American Movie, Collapse) mergulha nos bastidores da
conturbada gravação de O Mundo de Andy, na medida em que apresenta ao
espectador um emocionante relato da simbiose de dois gênios da comédia: Andy
Kaufman e Jim Carrey. “Mestre” e “discípulo” que estabeleceram uma conexão
quase espiritual. Ou algo nesse sentido. Na década em que esteve no auge, Andy
Kaufman revolucionou a comédia. Uma força incontrolável da natureza, ele foi
pioneiro na arte de testar os tais limites do humor. Seus personagens, como o
Foreign Man e Tony Clifton, eram extensões de sua visão pouco convencional.
Sendo grande fã do
artista, Jim Carrey passou então a
perseguir o sucesso se inspirando em seu ídolo e, alcançando então o seu sonho
de maneira meteórica durante os anos 90. Nada mais justo que ele movesse céus e
terras para interpretar Andy em sua cinebiografia. O que ninguém poderia
imaginar é que essa ambição tomaria um rumo inesperado. Nas imagens feitas por
Lynne Margulies e Bob Zmuda, namorada e melhor amigo de Andy, podemos ver como
as peripécias de Carrey tiraram o sossego de todos os envolvidos em O Mundo de
Andy. Destaque especial para o momento em que o renomado diretor Milos Forman
(Um Estranho no Ninho) implora para que Jim, devidamente caracterizado com toda
a babaquice de Tony Clifton, faça pelo menos uma cena de acordo com o roteiro.
Sem contar os problemas com Danny DeVito, Paul Giamatti e o ex-lutador Jerry
Lawler. Incomoda bastante conhecer essa versão de Jim Carrey, talvez na mesma
medida em que seja algo fascinante. Babaquice e genialidade nunca andaram tão
próximas.
Vendo atualmente Jim
Carrey falando com total sinceridade sobre o que o levou a interpretar Andy, a
sua maneira de querer entrar a fundo nele, são momentos riquíssimos ao ser vistos
e revistos. Claro que tudo há um grande preço a se pagar. Carrey jamais gostou
de retornar aos seus respectivos papeis e voltar a ser Andy era algo inadmissível,
pois por pouco lhe custou a sua própria sanidade. Após O Mundo de Andy, Carrey lutou
ser um ator versátil em diversos outros projetos, mas a imagem do comediante
escondia um talento nato e do qual temos um verdadeiro vislumbre, não somente naquele
filme de 1999, como também neste documentário e do qual testemunhamos a
verdadeira pessoa como ele realmente é.
O Zoológico de
Varsóvia
Sinopse: Polônia, 1939. O
zoológico de Varsóvia é mantido sob o comando de Jan Zabinski e cuidados de
Antonina, sua esposa. Quando o país é invadido pelos nazistas, eles são
forçados a se reportar para o zoologista, Lutz Heck.
O holocausto criado
por Hitler foi uma das maiores manchas da história da humanidade. Ao longo da
história sempre houve adaptações sobre inúmeras histórias que realmente aconteceram
naquele tempo e esse filme é mais uma de inúmeras lutas pela sobrevivência. A
história só veio à tona em 2007, quando a escritora Diane Ackerman publicou o
livro que inspirou o filme, e de lá pra cá o casal de heróis ganhou uma mostra
permanente em Varsóvia e esta cinebiografia respeitosa O Zoológico de Varsóvia
merecia sorte maior nos cinemas do Brasil, tendo pulado as salas e ido direto
para DVD e canais de aluguel (como o Now, Telecine e Youtube), mas merece
atenção por tudo que representa neste momento conturbado em que a humanidade
anda sendo envenenada por um conservadorismo perigoso.
Atriz internacional
de cinema Cris Lopes ganha Prêmio no Brasil
2o. Prêmio na Categoria Melhor Atriz no Festival
de Cinema FFF pela atuação com a francesa exótica de
AGS
A atriz brasileira Cris Lopes que atua no
cinema nacional e internacional nos últimos anos, atriz fluente em 05
idiomas, encerra 2017 com mais uma premiação na carreira.
Cris ganhou 2o. prêmio na categoria Melhor
Atriz por sua atuação no conhecido humor negro AGS, no qual a
atriz protagoniza a francesa exótica de muito bom gosto que
deseja planejar sua morte com requinte mas que tem muitas dúvidas apesar do
seu entusiamo quando visita a Agência de Suicidio AGS (Agence Générale du
Suicide: baseado na obra do poeta francês Jacques Rigaut anos 20)
atendida pelo gerente da agência "Monsieur" (vivido pelo ator Euler Santi).
Aclamado no Brasil e no exterior, o filme AGS dirigido por Rodney
Borges com roteiro do ator e roteirista Euler Santi, conquistou o público
com críticas positivas como na Espanha, Uruguai e Argentina: "humor negro ao
estilo inglês" e muitos outros elogios que renderam outras premiações em
diversas cidades do Brasil entre eles: para a atriz Cris
Lopes pela Direção de Arte (Curta Canedo); Direção
de Fotografia para diretor Rodney Borges (Corvo de Gesso) e Melhor
Roteiro para o ator Euler Santi (PopCorn) entre outras indicações nos
festivais de cinema.
A jornalista Carmelita Gomes (Imprensa
Criativa) representou a atriz internacional Cris Lopes na cerimônia de
premiação do festival de cinema FFF 2017
(Festival de Filmes de Faina) que exibiu mais de 100 filmes e distribui
mais de 50 prêmios. Com o objetivo de promover, exibir, discutir, premiar e
difundir o cinema brasileiro, o FFF é uma realização de Weslle Fellipe de Araújo
e Daiane Bastos e foi realizado na Câmara Municipal dos Vereadores da cidade de
Faina.
CineBancários fecha programação de 2018 com o longa argentino "Ninguém Está Olhando"
Entra em cartaz no CineBancários, dia 21 de dezembro, com sessões sempre às 15h, o longa "Ninguém Está Olhando" da argentina Julia Solomonoff, dividindo a grade da última semana de programação da sala com "Meu Corpo é Político", de Alice Riff e "Corpo Delito", de Pedro Rocha.
O CineBancários entra em recesso dia 29 de dezembro de 2017, retomando a programação de 2018 a partir de fevereiro, com os filmes Zama, de Lucrécia martel e Pela janela, de Caroline Leone.
O filme participou da 27° edição do Cine Ceará - Festival Ibero-americano de Cinema e levou para casa quatro prêmios, inclusive o de melhor filme e melhor ator (para Guillermo Pfening). Também concorreu ao prêmio de melhor filme internacional no Zurich Film Festival.
O CineBancários funciona de terça a domingo e os ingressos podem ser adquiridos no local ou no siteingresso.com a R$10,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$5,00. Aceitamos os cartões Banricompras, Visa e Mastercard.
Sinopse: Nico (Guillermo Pfening) é um ator argentino que tomou uma decisão que pode mudar sua vida para sempre: após romper de maneira abrupta o relacionamento às escondidas que tinha com Martin (Rafael Ferro), seu produtor na série de TV "Rivales", decidiu abandonar sua carreira promissora para começar do zero em Nova York. Apalavrado com um filme que será rodado por um expoente do novo cinema mexicano, ele precisa encontrar meios de se manter na cidade enquanto as filmagens não começam. Para tanto, cuida do bebê de uma amiga e aplica pequenos golpes.
NINGUÉM ESTÁ OLHANDO
[Drama / Argentina, Colômbia, Brasil, EUA, França / 1h 41min]
Sinopse: Depois de se mudar
para Oslo, uma estudante norueguesa vai passar pelos momentos mais estranhos de
sua vida. Isso porque, inesperadamente, ela acaba descobrindo que tem poderes
sobrenaturais e, para completar, está perdidamente apaixonada.
Imagine um filme dos X-Men, do
qual é ainda mais com um pé dentro da realidade e que o maior vilão seria o próprio
conservadorismo da nossa sociedade. Imagine uma realidade em que uma jovem
possui poderes fora do comum, mas não há um Charles Xavier para poder guiá-la. Assim é o universo apresentado em Thelma, da
qual a realidade esconde pessoas com dons especiais, mas dos quais sofrem por
uma opressão imposta pela intolerância e fé cega.
Dirigido por Joachim Trier (Mais
forte que bombas), acompanhamos o dia a dia de Thelma (Eili Harboe), uma jovem
recatada e sempre sendo observada de longe pelos pais conservadores. No decorrer
dos dias ela conhece a estudante Anja (Kaya Wilkins) da qual se apaixona, mas
que faz despertar nela desejos nunca antes sentidos, assim como um poder vindo
dela adormecido. Tendo sido criada em meio a fortes crenças, Thelma começa a
descobrir aos poucos o que ela é relembrando um passado que até então ela havia
esquecido.
Já nos primeiros minutos o
cineasta Joachim Trier faz questão de mover a sua câmera como uma espécie de
segunda pessoa em cena e da qual observa Thelma a todo momento. Aos poucos
percebemos algo de errado no ar, desde as mudanças do clima, sons estranhos e
os pássaros agindo de forma peculiar. Esses momentos ocorrem onde Thelma se
encontra e de acordo com o que ela está sentido num determinado momento.
Basicamente a trama é sobre
a passagem da inocência para um cenário de descobertas, mas que a repressão que
a própria protagonista causa nela, não somente lhe prejudica, como também pode
causar certo perigo para as outras pessoas em volta. Não tendo opção, Thelma
recorre aos seus pais, mas que, ao invés de ajudá-la, seguem somente uma visão retrógrada
e impondo isso a ela de uma maneira errônea. Porém, não esperem desses pais uma
aura perversa, assim como foi visto na mãe movida pela fé ensandecida no clássico
Carrie: A Estranha, mas sim conhecemos gradualmente através de Flashbacks as raízes
do porque eles agirem dessa maneira e fazendo a gente compreender então a dor e
o medo que eles sentem pela própria filha no dia a dia.
Tecnicamente o filme possui
uma fotografia maravilhosa, onde cada quadro é uma verdadeira revelação e
sintetizando até mesmo os pensamentos vindos do mais fundo do consciente da
protagonista. Embora sejam elementos fantásticos que movem a trama, é interessante
como o cineasta injeta um alto-grau de verossimilhança e nos dando a entender
que tudo o que acontece tem então uma explicação plausível. Pegamos, por
exemplo, a cena em que a protagonista tem uma experiência sexual, mas que
começa a ser envolvida por uma cobra em meio aos desejos que ela antes nunca
havia sentido.
Podemos simplificar que
aquele momento seria uma forma de manifestação do poder dela a partir do
momento em que ela sente sensações que a deixam insegura e fazendo com o seu
dom interior reaja. Porém, a cena em questão, seria na realidade um pensamento
de acordo com o entendimento que ela tem com relação ao sexo a partir dos
ensinamentos conversadores que ela obteve vindo dos seus pais. A opressão aqui,
aliás, não faz com que ela tenha uma vida dentro dos trilhos, mas faz com que
ela se encaminhe cada vez mais pelos prazeres do mundo contemporâneo e tendo
cada vez mais curiosidade sobre os seus reais dons nunca antes alcançados em
total plenitude.
Thelma é uma pequena fábula,
onde o verdadeiro mal se encontra na desinformação e nas atitudes retrógradas vindas
de uma sociedade conservadora.