Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Nos dias 05 e 06 de
dezembro eu estarei participando do curso Francis Ford Coppola: O Apocalipse do
Chefão, criado pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema Robledo Milani. Enquanto atividade não chega
por aqui eu irei destacar os principais filmes de cada década desse grande Padrinho
da 7ª arte.
(ANOS 70)
O PODEROSO CHEFÃO
(1972)
Sinopse: Em 1945, Don
Corleone (Marlon Brando) é o chefe de uma mafiosa família italiana de Nova
York. Ele costuma apadrinhar várias pessoas, realizando importantes favores
para elas, em troca de favores futuros. Com a chegada das drogas, as famílias
começam uma disputa pelo promissor mercado. Quando Corleone se recusa a
facilitar a entrada dos narcóticos na cidade, não oferecendo ajuda política e
policial, sua família começa a sofrer atentados para que mudem de posição. É
nessa complicada época que Michael (Al Pacino), um herói de guerra nunca
envolvido nos negócios da família, vê a necessidade de proteger o seu pai e
tudo o que ele construiu ao longo dos anos.
Baseado no romance de
Mario Puzo, adaptado por ele e pelo diretor Coppola, é um espetáculo grandioso
e belíssimo, que empresta um tom épico e inédito nos filmes de gângster.
Pontuado por diversas cenas clássicas, tem um elenco impecável, uma fotografia
primorosa (cortesia de Gordon Willis de Manhattan) e trilha sonora inesquecível
de Nino Rota, conduzida pelo maestro Marmine Coppola, pai de Francis. O próprio
cineasta dirigiu duas sequências que deram continuidade a saga (74 e 90) e uma
montagem dos dois primeiros filmes para ser apresentado para a TV. Vencedor de
3 Oscar.
Curiosidade: Francis
Ford Coppola e Mario Puzo, autores do roteiro do filme, evitaram a todo custo
utilizar a palavra "máfia" nos diálogos dos personagens.
O PODEROSO CHEFÃO:
Parte II (1974)
Sinopse: Início do
século XX. Após a máfia local matar sua família, o jovem Vito (Robert De Niro)
foge da sua cidade na Sicília e vai para a América. Já adulto em Little Italy,
Vito luta para ganhar a vida (legal ou ilegalmente) para manter sua esposa e
filhos. Ele mata Black Hand Fanucci (Gastone Moschin), que exigia dos
comerciantes uma parte dos seus ganhos. Com a morte de Fanucci o poderio de
Vito cresce muito, mas sua família (passado e presente) é o que mais importa para
ele. Um legado de família que vai até os enormes negócios que nos anos 50' são
controlados pelo caçula, Michael Corleone (Al Pacino). Agora baseado em Lago
Tahoe, Michael planeja fazer por qualquer meio necessário incursões em Las
Vegas e Havana instalando negócios ligados ao lazer, mas descobre que aliados
como Hyman Roth (Lee Strasberg) estão tentando matá-lo. Crescentemente
paranóico, Michael também descobre que sua ambição acabou com seu casamento com
Kay (Diane Keaton) e até mesmo seu irmão Fredo (John Cazale) o traiu. Escapando
de uma acusação federal, Michael concentra sua atenção para lidar com os seus
inimigos.
Flashbacks
interrompem a narrativa, para mostrar o surgimento do império Corleone. Minguém
em Hollywood acreditava, mas Coppola conseguiu fazer uma continuação ainda
melhor que o filme original. O diretor e Mario Puzo criaram uma emocionante
complemento do primeiro filme, revelando detalhes que explicam o comportamento
dos personagens. Esse amargo e irresistível vaivém no tempo, que cobre três
décadas e três gerações da família Corleone, forma também um grande e romântico
painel sobre o EUA do século XX. Oscar de melhor filme, direção, roteiro
adaptado, ator coadjuvante (Robert De Niro, perfeito como o jovem Vito
Corleone), trilha sonora e direção de arte.
Curiosidade: Para se
preparar para o papel, Robert De Niro viveu durante certo período na Sicília.
Ele faz parte do grupo de atores que ganhou um Oscar falando a maior parte de
seus diálogos numa língua diferente da inglesa (os demais foram Sophia Loren,
Roberto Benigni e Marion Cotillard).
A Conversação (1974)
Sinopse: Harry Caul (Gene
Hackman), expert em vigilância e conhecido nacionalmente por seu grande
profissionalismo, é contratado pelo diretor de uma grande empresa para vigiar e
gravar a conversa de um casal de amantes. Mas no passado um trabalho dele
provocou a morte de três pessoas e agora ele teme que algo parecido aconteça.
Harry Caul é
magistralmente interpretado por Gene Hackman que consegue transmitir toda a
desconfiança e insatisfação que vive o personagem. A cena final é um misto de suspense e
incerteza - como quase todo o filme, porém com doses ainda mais cavalares -
onde Coppola questiona a passividade do espectador ao colocar um desfecho que
foge totalmente do óbvio. Superando uma monotonia presente até certo ponto, o
filme cresce de forma vertiginosa, prendendo à atenção do espectador numa rede
de mistérios e até "delírios".
Apocalypse Now (1979)
Sinopse: Capitão
(Martin Sheen) tem a missão de encontrar e matar coronel (Marlon Brando), que
aparentemente enlouqueceu e se refugiou nas selvas do Camboja, onde comanda um
exército de fanáticos.
Mais de 35 anos depois, filme de Francis Ford
Coppola não é sobre o Vietnã, o filme é o Vietnã. Uma odisséia que mostra de
forma muitas vezes surrealista a devastação e o horror da guerra, com um final
bastante sombrio e marcante. Nas comemorações dos 25 anos do filme, foi lançada
uma versão com mais de três horas de duração, dando mais detalhes da trama e
explorando pontos antes inexplicáveis. Para a surpresa de muitos da época, o
filme se tornou muito mais ágil, mesmo com a longa duração e provando ainda
mais o talento de Coppola.
Desempenhos
magistrais de Martin Sheen e Marlon Brando. Palma de Ouro no Festival de Cannes
Curiosidades: O cronograma
original de Apocalypse Now previa filmagens de apenas 6 semanas, mas a produção
terminou se estendendo para 16 meses. O motivo de tamanho atraso foi um
furacão, que destruiu todos os sets de filmagens.- O ator Martin Sheen teve um
ataque cardíaco durante as filmagens, aumentando ainda mais o atraso para a
conclusão do filme enquanto o diretor Francis Ford Coppola ameaçou por diversas
vezes se suicidar.