Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Chegamos a um
final de semana com poucas estréias, sendo a de maior destaque é Curvas da Vida,
filme que mais ta sendo conhecido como o projeto que fez Clint Eastwood em
voltar a traz da sua decisão de não voltar mais atuar.
Mas para aqueles que
buscam algo mais alternativo, lembro a vocês que de hoje até domingo, estará acontecendo
a segunda mostra da Vingança dos Filmes B na Usina do Gasômetro. Ontem mesmo foi
aberta oficialmente a mostra, com o simpático documentário Horror. Doc, que
teve a presença da própria diretora do projeto, a simpática cineasta Renata Heinz. O
filme será novamente exibido hoje as 19h30 e o resto da programação vocês podem conferir
na pagina da sala clicando aqui.
Para todos um ótimo final de semana e ótimas sessões.
Curvas da Vida
Sinopse:
Gus Lobel (Clint Eastwood) é um veterano olheiro de baseball daqueles que se
recusam a trabalhar usando o computador e apostam todas as fichas em seu
feeling sobre os jogadores. Restando apenas três meses para o fim de seu
contrato ele começa a ter problemas de visão devido a umglaucoma.
Escondendo a doença de todos Gus é enviado para analisar Bo Gentry (Joe
Massingill) um promissor rebatedor que pode ser a escolha de sua equipe no
próximo draft. Entretanto ao desconfiar que há algo errado com o velho amigo
Pete Klein (John Goodman) pede à filha dele Mickey (Amy Adams) que o acompanhe
na viagem. Mickey trabalha como advogada e está prestes a se tornar sócia na
empresa em que trabalha mas passa por cima dos compromissos profissionais para
acompanhar o pai apesar deles terem um relacionamento problemático. Juntos eles
avaliam o potencial de Gentry e encontram Johnny Flanagan (Justin Timberlake)
um ex-jogador de baseball que é agora olheiro de outra equipe.
As Palavras
Sinopse: Rory Jansen (Bradley Cooper) é casado com Dora (Zoe
Saldana) e trabalha em uma editora de livros. Ele sonha em publicar seu próprio
livro mas a cada nova tentativa se convence mais de que não é capaz de escrever
algo realmente bom. Um dia em uma pequena loja de antiguidades eleencontra uma pasta com várias folhas amareladas. Rory começa
a ler e logo não consegue tirar a história da cabeça. Logo ele resolve
transcrevê-la para o computador palavra por palavra e a apresenta como se fosse
seu livro. O texto é publicado e Rory se torna um sucesso de vendas. Entretanto
tudo muda quando ele conhece um senhor (Jeremy Irons) que lhe conta a verdade
por trás do texto encontrado.
Dia de Preto
Sinopse:Jovem
negro luta por sua liberdade, fugindo de seu patrão e de uma gangue. Ao se
envolver em um roubo de uma relíquia do século 17, no Rio de Janeiro, descobre
que sua história está relacionada com a do primeiro negro alforriado do Brasil.
Nos dias 24 e 25 de novembro, estarei
participando do curso Neorrealismo Italiano, criado pelo Cena Um e
ministrado pelo jornalista Franthiesco
Ballerini. Enquanto os dois dias não chegam, estarei por aqui escrevendo sobre
os principais filmes, desse movimento que é considerado um dos mais importantes
da historia do cinema mundial.
A Terra Treme
Sinopse: Logo após a Segunda Guerra,
num pequeno porto da Catania, uma família de pescadores tenta escapar dos
patrões (canotieri) que os exploram. Hipotecam a casa para se estabelecerem por
conta própria, mas acabam arruinados.
No elenco, estão exclusivamente atores
não profissionais. Aliás, Visconti convidou os próprios moradores de Trezza. Os
créditos iniciais desta obra, em vez de listar o nome dos intérpretes, anuncia
apenas que o elenco é formado por “pescadores sicilianos”. Até porque seria
impossível imaginar aquela pobre gente interpretando outra coisa.
Em Trezza, os habitantes são
castigados pelo sol, pela areia, pelo vento. As mulheres estão sempre de preto,
ocupando-se dos afazeres domésticos, procuradas pelos namorados como uma
espécie de “refúgio sentimental”. De dia, os homens preparam os barcos e as
redes; à noite, saem para trabalhar. Lá, até as crianças ajudam no sustento da
casa, pescando com os seus familiares ou vendendo frutas de porta em porta. Uma
vida dura e sofrida.
Visconti quis apontar em A Terra Treme
um ciclo de desigualdade e injustiça que perdura até hoje em diversos países
africanos, latino-americanos e asiáticos (e até, sim, em nações desenvolvidas):
a exploração dos pobres pelos ricos. Os trabalhadores do mar, à beira da
miséria, são obrigados a vender o seu pescado aos comerciantes por preços
baixíssimos. Obviamente, isso ajuda na prosperidade dos comerciantes, que
revendem a mercadoria em outras cidades a preços elevados, mas não altera em
nada a vida dos pescadores... Um deles resolve se rebeliar. O herói chama-se
‘Ntoni (abreviação de Antonino) Valastro.
Assim como faria em Rocco e Seus
Irmãos anos mais tarde (contudo com menos brilho), Visconti toca num assunto
delicado: a desintegração de uma família devido à escassez de recursos. Coca,
um dos irmãos Valastro, foge da vila aparentemente para trabalhar com tráfico
de cigarros (basta lembrar que muitos clãs de mafiosos e traficantes surgiram
naquela mesma ilha italiana durante a primeira metade de século 20).
A Terra Treme promete deixar muita
gente com um nó na garganta, assim como quase todo o bom filme produzido em
Itália entre as décadas de 40 e 60. A Terra Treme e as demais fitas
neo-realistas daquele período, como Europa ’51, Umberto D., etc., são muito
pesadas e sérias para qualquer tipo de público. Contudo, são testemunhos de uma
época que não pode ser esquecida.
O Leopardo
Sinopse: Sicília, durante o período do
"Risorgimento", o conturbado processo de unificação italiana. O
príncipe Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) testemunha a decadência da
nobreza e a ascensão da burguesia, lutando para manter seus valores em meio a
fortes contradições políticas.
Em 1963, data do filme, estamos num
ano em que se pode finalmente discutir o cinema italiano como dos mais
importantes no mundo inteiro. Após a revitalização do cinema que foi o
neo-realismo, surgiram ao longo da década de 50, e nos primeiros anos da
seguinte, várias fitas e realizadores-autores que se impuseram como verdadeiros
vanguardistas do cinema ou excelentes contadores de histórias, colados à
tradição italiana. Aqui encontramos nomes como Michelangelo Antonioni e a sua
fantástica trilogia L'Avventura (1960), La Notte (1961) e L'Eclisse (1962),Federico Fellini com I Vitelloni (1953), La Strada (1954), e sobretudo La Dolce
Vita (1960) e Otto e Mezzo (1963), Roberto Rossellini e Vittorio de Sica,
mestres do neo-realismo, já a servirem de inspiração, e finalmente Luchino
Visconti, com obras como Senso (1954), Le Notte Bianche (1957) e Rocco e i suoi
Fratelli (1960).
A obra seguinte de Visconti é exatamente Il Gattopardo, um épico de três horas sobre o momento mais marcante
da história da Itália - naturalmente, a sua libertação e unificação. Ao longo
do filme seguimos este evento visto pela família, e sobretudo, pelos olhos do
príncipe Don Fabrizio Salina, numa interpretação fantástica de Burt Lancaster.
Podemos ver como, apesar de tantas lutas, tantos gritos, tanta vontade, o
essencial fica na mesma. Os nomes continuam, a essencial rotina da nobreza,
como explica o genial padre Pirrone, não muda, as classes não vão acabar, as ideias
são ideias, mas o povo italiano, os seus modos e tiques, e acima de tudo, o
siciliano, esse, não quer mudança, ou melhor, quer mudar tudo para ficar tudo
na mesma - escondidos no seu cantinho, lamentando-se diariamente pela tarefa
inevitável do viver pesado.
E pela história de um país, das suas
personagens e cenas típicas genialmente interpretadas, vemos cenários
fabulosos, dignos da arte mais impressionista ou da arte mais ricamente
realista. Desde o forrado da sala, aos vestidos das senhoras, aos pratos
servidos, à disposição de cada um pelo ecrã scope, cada plano aparece-nos como
um quadro eterno, uma imagem digna de um sonho, vindo da maior sensibilidade do
belo de todas - a de Visconti.
Mesmo os choques encaixam-se na
fluidez da filmagem, as aparições geniais como a de Don Calogero Sedara, novo
burguês tosco pinto-calçudo, que se diverte ao calcular tanta riqueza antiga
que o rodeia por equivalências em hectares e propriedades, a entrada da
fabulosa Angelica, Claudia Cardinale no seu papel mais carnal e fatal, ou as
barulhentas tropas e o seu general de botas por dentro de um último baile da
mais alta e exclusiva classe. A mesma atriz é protagonista, com Alain Delon,
de uma das cenas mais eróticas da história do cinema, ao se
"passear", com o seu noivo, pela casa abandonada, já demasiadamente
vazia para poder controlar tanto desejo.
E no fim, o que temos, é a morte do Leopardo,
genialmente filmada por Visconti através, desta vez, de um verdadeiro quadro, e
de uma valsa, a pontuar o auge da decadência mais bela do cinema. É ele que
segue sozinho por entre os tiros de uma guerra inacabada, que ele próprio
aceitou naturalmente, uma guerra que já não travará totalmente, nem precisará.
Segue o seu sobrinho (Alain Delon), financeiramente equivalente a uma suposta
classe média, que protege a sua noiva burguesa, bela, e rica (Claudia Cardiale)
dos brutos sons vindos do exterior do seu coche.
Entre os dias23 e 25 de novembro
a Sala P. F.Gastal da Usina do
Gasômetro (3° andar) recebe a segunda edição da mostra A Vingança dos Filmes B, reunindo uma série de produções
inéditas nos cinemas locais.
O termo “filme B” surge durante os anos 1920 para classificar produções
baratas de pequenos estúdios (westerns, suspenses, seriados de aventura), que
serviam de complemento em sessões duplas para os filmes “classe A”, ou seja,
aqueles realizados pelos grandes estúdios com orçamentos milionários e grandes
estrelas. Os “filmes B” eram feitos a toque de corda, em poucos dias, com
astros de terceira e orçamento irrisório. Existia uma área em Hollywood
conhecida como Powerty Row (cinturão da pobreza), por reunir diversas
produtoras independentes que forneciam filmes de baixo orçamento que eram
comprados e distribuídos pelos grandes estúdios. Esse sistema funcionou até o
final dos anos 1950, quando acaba a chamada “Era de Ouro de Hollywood”. Apesar
da deturpação de seu contexto original, e das modificações na simbiose entre os
grandes estúdios e os produtores independentes, o termo “filme B” sobreviveu
adquirindo conotações diferentes, mas ainda é uma boa definição para filmes de
gênero realizados fora do sistema dos estúdios, com orçamento limitado, atores
desconhecidos e temática fora dos padrões. Porém, hoje a tela dos cinemas é uma
realidade distante para a maioria destas produções que lutam por um espaço
público de exibição.
A mostra A Vingança dos Filmes B foi concebida para
servir de vitrine para produções independentes que flertem com o cinema de
gênero, funcionando como um espaço democrático onde coexistam os mais variados
tipos de expressão cinematográfica, do horror à comédia, passando pelos filmes
sci-fi e pelo cinema de ação, sem se importar com o orçamento investido (sejam
produções rebuscadas ou de orçamento zero), ou com o suporte de realização.
Produções em película, digital e VHS ocupando pacificamente o mesmo espaço. Um
evento destinado ao resgate e à divulgação de filmes independentes, bizarros,
engraçados ou assustadores, incentivando o público a dialogar com obras que
dificilmente encontram espaço nas telas dos cinemas. Toda a programação tem entrada franca. Classificação indicativa: 16
anos.
Programação, horários
e informações vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.
Nos dias 24 e 25 de
novembro, estarei participando do curso Neorrealismo Italiano, criado pelo Cena
Um e ministrado pelo jornalista
Franthiesco Ballerini. Enquanto os dois dias não chegam, estarei por aqui
escrevendo sobre os principais filmes, desse movimento que é considerado um dos
mais importantes da historia do cinema mundial.
Paisà
Sinopse: Paisà traz
seis episódios que mostram a luta das tropas aliadas para libertar diferentes
regiões da Itália do domínio nazista, entre 1943 e 1944.
São histórias de
amor, amizade e lealdade, que focalizam o relacionamento do povo italiano com
os soldados estrangeiros. Paisà integra a célebre "trilogia da
guerra" de Rossellini, iniciada por Roma, Cidade Aberta e finalizada com
Alemanha, Ano Zero.Federico Fellini participa no argumento enquanto Giulietta
Masina (Noites de Cabíria) faz sua estréia no cinema europeu.
Em 1943, Rossellini
ingressou na Resistência, passando a viver na clandestinidade. Dois meses
depois da liberação da Itália, em 1945, deu início às filmagens de Roma, Cidade
Aberta, obra que, incompreendida e recusada pela crítica italiana, foi, um ano
depois, aclamada pela crítica francesa e se tornou um dos marcos fundamentais
do neo-realismo italiano. Contudo, Roma, Cidade Aberta e Paisà (1946) extrapolaram
o contexto do cinema italiano, influenciando decisivamente o moderno cinema do
pós-guerra.
As filmagens de
"Paisà" seguiram o mesmo estilo do seu filme anterior, usando luz
natural e atores amadores. Em "Paisà", cada episódio é separado por
uma narração 'off screen', acompanhada do mapa da Itália, onde é mostrado o
local onde o próximo episódio terá lugar.
Tal como "Roma, Cidade
Aberta", este também foi nomeado para o Óscar de melhor argumento. Foi
escrito por 5 argumentistas, entre os quais, o próprio realizador e os dois
autores do argumento do filmes anterior: Federico Fellini e Sergio Amidei.
Em plena atividade, um dos
maiores cineastas americanos ainda vivo, completou 70 anos de vida no ultimo
dia 17 deste mês. Tive o prazer neste ano de participar do curso Martin
Scorsese: Cinema, fé e Violência, que foi criado pelo Cena Um e se tornou um
dos mais frutíferos desses últimos meses. Digo isso, porque além de me adentrar
mais ao universo pessoal do cineasta, o ministrante da época, Eduardo Fonseca,
fez questão de contar as origens do cinema americano mais autoral, que surgiu
mais precisamente no final dos anos 60, cujo nascimento teve influencia
justamente pelo cinema Neorrealista Italiano e o cinema Francês Nouvelle Vague.
Embora de países diferentes, os filmes de ambos serviram para chacoalhar o
cinema mundial, que não só serviu para nascer “a Nova Hollywood”(do qual
Scorsese fez parte), como também se fez criar uma nova tendência do nosso
cinema brasileiro nos anos 60, que muitos chamam hoje de “Cinema Novo” e que no
qual nasceram perolas como Deus e o Diabo na Terra do Sol.
Em meio a isso tudo,
Scorsese foi criando seu universo particular dentro do cinema, lançado obras
primas que melhor souberam sintetizar a época em que o filme foi realizado. Bom
exemplo disso é Taxi Drive, filme que melhor tirou do armário o lado feio de
uma Nova York tomada pela marginalidade e pela descrença do americano perante a
política dos seus lideres. Tudo isso muito bem representado por Robert De Niro,
num desempenho que marcou época e garantiu a pareceria com o cineasta em
diversos filmes posteriormente.
Com a minha participação no próximo
curso em que será focado o Neorrealismo Italiano, o Cena Um fecha um circulo
neste ano, sobre o cinema de diversas épocas e que serviu de base para a
criação de outros. Martin Scorsese é o melhor fruto disso tudo, pois o seu
cinema serviu de base na formação de outros cineastas posteriormente, como Tarantino,
Rodriguez e tantos outros, que nos fazem ir ao cinema e fazendo a gente desejar
assistir uma incrível historia.
Nos dias 24 e 25 de
novembro, estarei participando do curso Neorrealismo Italiano, criado pelo Cena
Um e ministrado pelo jornalista
Franthiesco Ballerini. Enquanto os dois dias não chegam, estarei por aqui
escrevendo sobre os principais filmes, desse movimento que é considerado um dos
mais importantes da historia do cinema mundial.
A Estrada da Vida
Sinopse: Gelsomina é
vendida por sua mãe para Zampanò. Ambos não têm nada em comum: o jeito ingênuo
e humilde da jovem é o oposto da rudeza de Zampanò, um artista mambembe. A
chegada de um equilibrista que admira especialmente Gelsomina trará
acontecimentos inesperados.
Pode não ser a obra
prima máxima de Fellini, mas é um dos meus filmes preferidos do cineasta. Embora
não tenha uma beleza deslumbrante como outras atrizes da época, a atuação de
Giulietta Masina (que era casada com o diretor na vida real) que interpreta
Gelsomina, uma jovem que é vendida por sua mãe para trabalhar junto a Zampano
(Anthony Quinn, brilhante), homem forte e insensível, em um circo itinerante, é
realmente espetacular e rende momentos tocantes.
Quinn por sua vez
cria um desempenho digno de nota e que se destaca até mesmo ao lado de seus
outros personagens memoráveis como Zorba: O Grego. Quando o seu personagem
Zampano encontra um velho rival, o artista Louco (Richard Basehart), sua fúria
chega ao ponto máximo.
Embora "A estrada da
vida", ainda ecoe o cinema neorrealista, Fellini deixa um pouco para trás essas
indicações familiares, para uma fábula singela sobre o amor e a crueldade que
vem de dentro de todos nos, criando assim desempenhos inesquecíveis. Com esse
filme, o diretor conquistou o coração do público e dos críticos em todo o
mundo. Foi vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1956.
Sinopse: O filme é centrado
na amizade de longo prazo e na parceria entre dois policiais. Na trama
Gyllenhaal e Michael Peña (Roubo nas Alturas) são jovens oficiais que patrulham
as áreas mais ameaçadoras da região centro-sul da cidade dos anjos. Ao se
depararem com uma terrível descoberta envolvendo o cartel de drogas que comanda
a região colocam suas vidas e de suas famílias em perigo.
Os falsos documentários (ou
filme em primeira pessoa) começaram mais no gênero de terror, vide aBruxa de
Blaire a franquia Atividade Paranormal, mas de uns tempos para cá começou a se
alastrar em outros gêneros, como a comedia adolescente Projeto X e o filme de
super heróis com teor adulto Poder Sem Limites. Esse tipo de filme para se
contar uma historia, chega finalmente no gênero policial, nas mãos do cineasta David
Ayer (Reis da Rua), que viveu a sua juventude nos bairros barra pesada de Los Angeles,
sendo que tudo que vemos na tela, talvez seja um pouco o que o diretor viveu na vida.
O grande charme do filme,
fica para a dupla central de policias, interpretados com competência por Jake
Gyllenhaal e Michael Peña, que demonstram
química desde o primeiro momento, onde ambos enfrentam o dia a dia de
uma cidade violenta, mas que não deixam de lado um bom bate papo ao longo do
percurso, desde assuntos como mulheres, sexo e relacionamentos. Infelizmente
certos pontos da trama acabam se perdendo, como o fato dos protagonistas adentrarem
em certos casos (como a venda de imigrantes ilegais), mas que acabam sendo
esquecidos ao longo do percurso da trama. Essa falha somente é contornada, graças
a momentos de pura tensão, onde graças ao fato de estar com a câmera mão, o
filme vira uma espécie de jogo de tiro, onde a qualquer momento surge um perigo
iminente na frente deles.
É interessante, que embora o
filme venda uma proposta ousada em sua narrativa, acaba por então se entregar a
um final um tanto que forçado demais. Isso acontece, justamente quando parecia
que a trama terminaria de uma forma trágica, mas justa, pois o que estamos
vendo é um filme que se agarra a realidade crua, mas que pelo visto, os
produtores não foram corajosos o suficiente até o ultimo minuto do segundo tempo.