quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CINE ESPECIAL: ALFRED HITCHCOCK: FINAL


Hoje, quarta feira, dia 16 de Novembro e com isso, começa hoje e vai até sábado, o curso A Obra de Alfred Hitchcock, organizado pelo CENA UM no qual eu irei participar. Devido ao curso, decidi rever boa parte de sua filmografia e ao mesmo tempo postar para vocês um pouco que eu sei sobre ele, e com essa revisão e com o curso chegando hoje a noite, o que tenho a dizer sobre Hitchcock?
Por muito tempo, ele sempre foi rotulado como mestre do suspense, mas isso é pouco para ele, já que Hitchcock fazia cinema como ninguém, onde criava cenas nas quais elas próprias já contavam a historia para o publico que assistia. Hitchcock nasceu do cinema mudo, que por sua vez aprendeu muito com o expressionismo alemão daquela época, mesmo tendo começado a fazer cinema na Inglaterra, mas é fato, que tanto o que foi visto no cinema da Alemanha, como dos EUA, serviu de base para Hitchcock criar suas idéias e transportá-las para as telas. Seu primeiro grande sucesso no gênero do Suspense na Inglaterra foi O Pensionista, que tinha um pouco de Fantasma dos Opera (EUA) e um pouco de Gabinete do Dr. Caligari (Alemanha), mas nascia ali, algo que Hitchcock levaria para quase todos os seus filmes, que era em criar personagens ambíguos e nunca ter uma exata certeza de suas intenções interiores. Fato que se repetiria em filmes já nos EUA, como Acusada, onde a ultima cena, mostra Cary Grant pondo seu braço sobre Joan Fontaine, fazendo com que a cena tenha duas interpretações, de que eles “viveram felizes para sempre” ou que o “gato pegou o rato”.
Hitchcock também foi o melhor entre poucos que soube muito bem sobreviver à passagem do cinema mudo para o falado, mas nem por isso, tenha deixado o que o cinema silencioso lhe ensinou, que era criar a historia sem nenhuma palavra, somente com cenas que falam por si. Exemplo mais do que claro é Janela Indiscreta, onde a câmera apresenta ao publico o ambiente que passara a historia, e quando chegamos a James Stewart, a câmera do diretor começa a passar pelo ambiente, onde mostra no que ele trabalha com quem se relaciona e os motivos que o levaram a ficar com a perna quebrada. O publico acaba ganhando inúmeras informações, sem nenhuma palavra dita, e quando se menos se percebe o palco já está armado para historia. Falando nela, é impressionante como ele sabia intercalar momento de suspense com humor na trama, mas isso era um artifício que ele fazia, para o publico relaxar por uns momentos, para depois voltar a aflição, ou vise versa. E sendo um diretor que tentava se superar era de se esperar que fizesse filmes, nos quais o publico não estava preparado. Portanto tenho a maior inveja, daquela geração dos anos 60, que teve o privilégio de ver Psicose e fazer o publico pensar duas vezes antes de se hospedar num motel de lugar nenhum, ou então assistir Pássaros, e começar a enxergar as aves numa nova perspectiva.
Alfred Hitchcock foi isso e mais, um cineasta a frente do seu tempo, que pensava no que o publico queria assistir, mas sempre querendo passar a eles, no mínimo algo original e com sua visão pessoal do cinema. Não é de se espantar, que cineastas consagrados como Brian De Palma, Robert Zemeckis, M. Night Shyamalan, David Fischer e tantos outros, uma vez ou outra prestam homenagem (ou imitam) a ele, mas a meu ver, só haverá um mestre do suspense, ou melhor, dizendo, um verdadeiro mestre em fazer cinema de verdade.

Abaixo, um dos últimos prêmios (merecidos) que o diretor ganhou:

REVEJA AQUI TODAS AS PARTES DO ESPECIAL: Parte 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.


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Um comentário:

  1. Concordo com sua visão.

    Definir diretor A ou B como representante desse estilo ou de outro é complicado e incorreto.

    Os mestres, como o diretor de Psicose é muito além do maior mestre do suspense.....foi um dos grandes gênios.

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