quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz e no Streaming: 'Era Uma Vez Um Sonho'

Sinopse: A família Vance se muda para Ohio na esperança de viver longe da pobreza. O membro mais jovem do grupo cresce e se torna um estudante de direito na universidade de Yale. Um dia ele é obrigado a retornar para sua cidade natal e se depara com a dura realidade de sua família. 

O quadro político de uma nação se deve a situação de sua sociedade atual. Os EUA, por exemplo, são formados por uma parcela de uma sociedade conservadora vinda do interior, de sua ignorância, violência e vícios frenéticos. "Era Uma Vez Um Sonho" (2020) não se aprofunda muito em questões política, mas explicita as raízes de uma sociedade movida pela brutalidade e da qual sobrevive com o pouco que resta.

Dirigido por Ron Howard, o filme conta a história da família Vance, que se muda para Ohio na esperança de viver longe da pobreza em um período pós-guerra. Quando o membro mais jovem da família cresce e se torna um estudante de direito na universidade de Yale, ele é obrigado a retornar à sua cidade natal, se deparando com o tão famoso sonho americano. Porém, ao perceber a luta de sua família contra o racismo, abusos, alcoolismo e pobreza, o jovem logo descobre que esse estereótipo americano é superficial e está longe de parecer um sonho.

Baseado na obra "Hillbilly Elegy" de  J. D. Vance, o filme destrincha sobre a cruzada de uma família no interior dos EUA, mas da qual a mesma pode muito bem ser uma representação do país como um todo. Movido pelas emoções, são pessoas que não pensam nas consequências de suas ações e com isso acumulando dores e vícios ao longo do seu tempo. Tudo isso é visto pelo olhar do protagonista   J. D. Vance, seja quando ele é interpretado na fase adulta pelo ator Gabriel Basso, ou pela sua versão mais jovem interpretado pelo ator Owen Asztalos.

Embora eu não tenha lido o livro, é notório que os realizadores tentaram suavizar as questões vistas na obra e fazendo do protagonista o bom moço que alcança os seus sonhos em meio as adversidades familiares. Se por um lado faltou coragem para nos dizer que a realidade não é bem assim, ao menos, os intérpretes fizeram questão de darem tudo de si em momentos que exigem trabalho em dobro e sintetize pessoas que carregam cicatrizes desde o princípio.  

Tanto Emy Adams como Glenn Close estão ótimas em seus respectivos papéis, sendo que a primeira é uma entidade descontrolada de emoções e não medindo as consequências com relação a sua realidade em volta. Já Glenn Close, por sua vez, nos brinda com mais uma de suas magníficas interpretações e fazendo somente a gente se perguntar como pode essa grande atriz ainda não ganhar um Oscar pela academia. E se por um lado Gabriel Basso não nos convence como J.D. Bance, ao menos, a versão mais jovem do protagonista é defendida pela interpretação de Owen Asztalos e fazendo a gente desejar observar sua carreira mais de perto.  

O terceiro ato final se encaminha para selar as pontas soltas da jornada dessa família e cujo o resultado é de certo alívio para quem esperava o pior na reta final disso tudo. Tudo, logicamente, é romantizado em sua reta final, nos passando a ideia que aquela família aprendeu com os erros e que irá se revitalizar a partir do momento em que o protagonista trilhar o seu próprio caminho. Uma mensagem positiva, mas que poderia ter sido melhor trabalhada.  

"Era Uma Vez Um Sonho" se sustenta graças ao seu elenco, mas que poderia chegar mais longe se explicitasse ainda mais os tempos de ontem e hoje do povo conservador norte americano.   

Onde Assistir: Netflix


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