Nos dias 03 e 04 de
setembro na Cinemateca Capitólio, eu estarei participando do curso D. W.
Griffith: A criação do cinema narrativo, criado pelo Cine Um e ministrado pelo
crítico de cinema Pedro Henrique Gomes.
Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei postar as minhas analises
pessoais de cada obra que eu vi desse cineasta, sendo ele responsável pelas
primeiras grandes produções da história do cinema.
O Nascimento de uma
Nação (1914)
Sinopse: Dois irmãos
da família Stoneman visitam os Cameron em Piedmont, Carolina do Sul. Esta
amizade é afetada com a Guerra Civil, pois os Cameron se alistam no exército
Confederado enquanto os Stoneman se unem às forças da União. São retratadas as
conseqüências da guerra na vida destas duas famílias e as conexões com os
principiais acontecimentos históricos, como o crescimento da Guerra da
Secessão, o assassinato de Lincoln e o nascimento da Ku Klux Klan.
Na época de seu
lançamento foi considerado uma das maiores superproduções de todos os tempos, o
primeiro a passar a marca de 100 minutos e sendo o primeiro longa metragem a
ter realmente uma história. Apesar de toda sua importância histórica, porém, o
filme não escapou (e com razão) do seu conteúdo racista onde os personagens
negros eram um dos grandes vilões da trama e, para piorar, todos eram
retratados na verdade por brancos, pitados com tinta negra, algo que hoje
simplesmente não seria aceito de forma alguma.
Baseado na peça de
Tomas Dixon, a trama coloca a tão polêmica organização Ku Klus Klan como
responsável pela restauração da política e pelo estilo de vida do Sul após a
derrota na guerra. Polêmicas a parte, a trama possui momentos marcantes como as sequências de batalha e a cena do assassinato de Abraham Lincoln.
Por muito tempo o
filme ficava sempre entre os 100 maiores obras primas de todos os tempos, mas
em um mundo politicamente correto de hoje, isso não ocorre mais com certa frequência. Mesmo com todo o seu conteúdo histórico, o
filme deve ser mais apreciado pelos cinéfilos de mente aberta que souberem
aceitar mentalidade racista e estúpida da época.
Curiosidade: O Nascimento de
uma Nação foi banido em várias cidades importantes dos Estados Unidos, como Los
Angeles.
INTOLERÂNCIA (1916)
Sinopse: A intolerância
vista e analisada em quatro diferentes estágios da História: na Babilônia, onde
uma garota vê-se entre o ódio religioso, levando uma cidade à ruína; na Judéia,
onde os hipócritas condenam Jesus Cristo; na Paris de 1572, no Massacre da
Noite de São Bartolomeu; e, finalmente, na América, onde reformadores acabam
com a vida de um jovem casal.
Esses episódios não
são apresentados em série. Em vez disso, o diretor D. W. Griffith corta de um
para outro e, muitas vezes, intercala sequências plano a plano dentro dos
próprios episódios, para criar suspense. Essa estrutura revolucionária se
mostrou complexa demais para a maior parte do público da época, que também pode
ter sido desencorajado pela duração do filme (quase três horas). É possível que
Griffith tenha investido até dois milhões de dólares no projeto (valor
astronômico em 1916), porém o filme nunca chegou perto de recuperar seus
custos, nem mesmo depois de remontado e lançado como dois filmes separados.
Não houve economia
nas recriações históricas. Os enormes cenários para a história babilônica, que
permaneceriam um marco em Hollywood por anos a fio, contaram com três mil
figurantes. Esses números de produção foram rivalizados pelos figurinos suntuosos
e elaboradas sequências de multidão no episódio francês.
Intolerância é um monumento
ao talento de Griffith como roteirista, diretor, criador de planos e montador -
uma obra-prima única, que nunca foi igualada em termos de magnitude e dimensão.
feito para persuadir, este filme exerceu mais influência sobre o cinema
revolucionário soviético de Sergei Eisenstein, entre outros, do que sobre os
contemporâneos americanos de Griffith.
Corações da Humanidade (1918)
Sinopse: Durante a Primeira Guerra
Mundial, duas irmãs francesas veem a aldeia onde moram ser invadida e tentam
resistir
D.W.Griffith de certa forma
respondia às acusações de racismo e belicismo (por O Nascimento de uma Nação)
com esse filme ambientado durante a Primeira Guerra Mundial. As filmagens
ocorreram na Grã-Bretanha e perto da frente Ocidental, feito a pedido do
governo britânico para mudar a mentalidade neutra do público estadunidense. A
ação se passava na França, onde duas irmãs viam a sua aldeia ser invadida. A
favorita de Griffith, Lilian Gish, estava no elenco.
Visto hoje, percebe que o
cineasta usou algumas imagens de arquivo sobre a Primeira Grande Guerra e
intercalando elas com cenas que ele realmente filmou. Embora seja uma grande super
produção para época, é um filme que não possui a mesma coragem dos seus filmes
anteriores, mas não significa que seja dispensável para aqueles que forem
estudar mais minuciosamente o cineasta.
Infelizmente tenho de confessar que nunca assisti nada desse diretor.Vergonhoso. Belo resumo crítico de suas obras. Parabéns
ResponderExcluirNão se envergonhe Conde, pois eu também não assisti quase nada do diretor, sendo que agora preciso correr contra o tempo antes da minha participação no curso. Acompanhe o meu blog e aguarde novas matérias.
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