Sim, o gênero de
horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo
Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador
dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O
curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio. Enquanto os dias da atividade não chegam,
irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de
assistir, seja em DVD ou no cinema.
TRILOGIA DE TERROR DE RODRIGO ARAGÃO:
Mangue Negro (2008)
Sinopse: Certo dia,
em uma comunidade de pescadores e catadores tão pobre quanto fora do tempo, a
natureza resolve mostrar seu lado macabro. Do manguezal de onde sai o mísero
sustento emergem zumbis canibais. Ninguém sabe o que causa a “contaminação”. O
que importa é fugir e sobreviver para fugir de novo. A cada mordida, pais,
amigos e irmãos se transformam em criaturas abomináveis. Diante de um horror
que não recua nem com a claridade do dia, que não poupa sequer peixes e
crustáceos, um sobrevivente relutante e amedrontado se descobre hábil com o
machado e péssimo na hora de se declarar para a morena que faz seu coração
bater. (produtores).
A maior qualidade de
Mangue Negro é que ele conseguiu se tornar um filme de horror, genuinamente
brasileiro. Rodrigo Aragão conseguiu entremear bem universalidade dos clássicos
filmes sobre mortos vivos, com elementos específicos da cultura regional
capixaba. A trama coloca em cena um grupo de pescadores e moradores do mangue,
que aos poucos percebem que tudo em sua volta está morrendo, se decompondo para
se tornar uma ameaça ainda maior, configurada nas figuras dos zumbis
carniceiros que se movem pelos cenários naturais do mangue, que colabora para a
criação de uma atmosfera única. Fã confesso de Evil Dead – A Morte do Demônio,
de Sam Raimi, e de Fome Animal, de Peter Jackson, Rodrigo Aragão procurou
imprimir seu estilo próprio, em uma obra audiovisual que consumiu três anos de
trabalho de toda a equipe, sem apoios governamentais - aliás, esse projeto
jamais seria aprovado pelos anódinos pareceristas da Petrobrás, e seus
similares.
No quesito diversão,
Mangue Negro não decepciona os fãs. Com bons momentos do gore e efeitos
especiais eficientes, tem uma montagem de ritmo cada vez mais alucinado, que
diminui brevemente para a entrada em cena da Preta Velha – uma surpresa
inesperada. Outra qualidade do filme é sua fácil comunicação com o público, que
lhe rendeu o Prêmio do Júri Popular no Festival Rojo Sangre de Buenos Aires em
2008.
A Noite do
Chupacabras (2011)
Sinopse: Um jovem casal retorna para a sua
terra de origem, no interior do Espírito Santo. Quando chegam lá, Douglas (Joel
Caetano) reencontra os parentes transtornados pela misteriosa morte dos animais
da fazenda, principalmente, porque acende uma antiga rixa entre famílias que
acreditam tratar-se apenas de uma vingança pessoal. Mas um dos patriarcas
acredita que algo mais sinistro está escondido entre as matas e a guerra entre
os humanos vai encontrar um inimigo a altura, o Chupa Cabras (Walderrama dos
Santos), disposto a passar por cima de tudo para se alimentar do sangue de suas
vítimas, não importando a qual família ela pertença.
O filme A noite do
Chupacabras é uma produção independente, dirigida Rodrigo Aragão (quem faz uma
participação especial no filme). Dos filmes independentes esse é um dos casos
que teve o orçamento numa quantia maior, cerca de 200 mil reais. Explorando um ambiente semelhante ao de Mangue Negro que também é de Rodrigo, o filme conta a história de um
personagem popularmente conhecido, porém não visto em um filme. O chupacabra!
Não que tenha alguma origem do bicho, mas a história mostra uma caçada ao
chupacabra, uma vez que ele se torna um problema para as duas famílias que vive
em conflito.
Joel Caetano da Recurso Zero Produções deveria ser o personagem principal, afinal de contas mesmo que o filme seja sobre o monstro, inicia-se com a história do personagem em ambiente com sua família, porém Petter Baiestorf roubou a cena, e devidos eu carisma conseguiu se destacar de maneira incrível como “anti-herói”.O roteiro ficou bem cuidado para não parecer artificial demais as falas, um exemplo é que se o personagem de Petter tem que falar “Oi, bom dia”, ele pronuncia “Oi caralho, hehehe, bom dia seus puto hehehehehe!".
Em alguns pontos percebe-se um pouco de descuido com o roteiro onde a história passa ficar estática demais, mas logo é surpreendido por alguma cena extremamente sanguinária e muito bem feita, a maquiagem também foi feita por conta do diretor que tem bastante conhecimento na área.Outro personagem que se destaca bastante e não pode passar despercebido é o louco do saco, que mais uma vez foi muito bem explorado o personagem, além de contar com uma maquiagem tão sinistra quanto á das outras cenas.
O filme é a prova de que tem personagens populares do qual podemos explorar, ao invés de ficar sendo baba-ovo das criações mainstream do modelo americano de cinema.
Joel Caetano da Recurso Zero Produções deveria ser o personagem principal, afinal de contas mesmo que o filme seja sobre o monstro, inicia-se com a história do personagem em ambiente com sua família, porém Petter Baiestorf roubou a cena, e devidos eu carisma conseguiu se destacar de maneira incrível como “anti-herói”.O roteiro ficou bem cuidado para não parecer artificial demais as falas, um exemplo é que se o personagem de Petter tem que falar “Oi, bom dia”, ele pronuncia “Oi caralho, hehehe, bom dia seus puto hehehehehe!".
Em alguns pontos percebe-se um pouco de descuido com o roteiro onde a história passa ficar estática demais, mas logo é surpreendido por alguma cena extremamente sanguinária e muito bem feita, a maquiagem também foi feita por conta do diretor que tem bastante conhecimento na área.Outro personagem que se destaca bastante e não pode passar despercebido é o louco do saco, que mais uma vez foi muito bem explorado o personagem, além de contar com uma maquiagem tão sinistra quanto á das outras cenas.
O filme é a prova de que tem personagens populares do qual podemos explorar, ao invés de ficar sendo baba-ovo das criações mainstream do modelo americano de cinema.
Mar Negro (2013)
Sinopse: Quando a
estrela do purulento Baiacu-Sereia brilhar no breu da noite, até que haja luz
no mar de Perocão, então se dará inicio a estranha contaminação, causada pela
mancha negra que se aproxima silenciosa pelo litoral transformando a vida
marinha e a comunidade pesqueira em mortos-vivos que, ao perder uma parte
decepada (olho, guelra, perna, barbatana, mão ou puã), imediatamente, se junta
à outra parte, e outra, e assim sucessivamente até que o caos se estabeleça.
Não me lembro da ultima vez em que ri tanto
dentro de uma sessão de cinema, mas foi exatamente isso que me aconteceu na
abertura do Fantaspoa de 2013, com a
exibição do filme Mar Negro. Dirigido por Rodrigo Aragão (A Noite do Chupa
Cabra), o filme é tosco, ao ponto de você nunca se assustar com o que esta
acontecendo na tela, mas sim se divertir com os absurdos que acontecem a todo o
momento, com direito a muito sangue, humor negro, nudismo e com inúmeros
clichês do gênero de horror que estão todos juntos dentro desse liquidificador
cheio de gore. Embora seja uma produção visivelmente barata (e com elenco
amador), Aragão transmite paixão em tudo que faz na tela, com o direito de usar
a câmera das mais diversas formas possíveis, num verdadeiro jogo de edição que
não deve em nada a qualquer outra produção de grande orçamento.
O filme é violento, mas ficamos sem tempo para a gente se chocar, mas sim rir a cada segundo.Isso graças à injeção de piadas e palavrões (bem ao estilo brasileiro), que são disparados o torto ao direito a cada momento enquanto acontecem as atrocidades que explodem na tela. Numa verdadeira mistura de A noite dos Mortos Vivos, Drink No Inferno, A Morte do Demônio e Fome Animal, o ápice da jornada sanguinolenta acontece num bordel, onde rola de tudo um pouco, com direito a um deputado tarado que se meteu no lugar errado e na hora errada. Para a surpresa de todos (e minha) quem rouba a cena na noite do juízo dentro do bordel, é o dono (a) do próprio estabelecimento: um travesti hiper engraçado, interpretado por ninguém menos pelo Cristian Verardi (assessor da programação da sala P.F Gastal), que simplesmente vai se descascando e se transformando em outra figura quando a coisa aperta, ao ponto, de tirar do seu armário um trabuco tamanho gigante e detonar tudo que esta em sua frente.
O filme é violento, mas ficamos sem tempo para a gente se chocar, mas sim rir a cada segundo.Isso graças à injeção de piadas e palavrões (bem ao estilo brasileiro), que são disparados o torto ao direito a cada momento enquanto acontecem as atrocidades que explodem na tela. Numa verdadeira mistura de A noite dos Mortos Vivos, Drink No Inferno, A Morte do Demônio e Fome Animal, o ápice da jornada sanguinolenta acontece num bordel, onde rola de tudo um pouco, com direito a um deputado tarado que se meteu no lugar errado e na hora errada. Para a surpresa de todos (e minha) quem rouba a cena na noite do juízo dentro do bordel, é o dono (a) do próprio estabelecimento: um travesti hiper engraçado, interpretado por ninguém menos pelo Cristian Verardi (assessor da programação da sala P.F Gastal), que simplesmente vai se descascando e se transformando em outra figura quando a coisa aperta, ao ponto, de tirar do seu armário um trabuco tamanho gigante e detonar tudo que esta em sua frente.
Embora com um final um tanto
que alongado (mas jamais cansativo), o filme termina em aberto e fazendo a
gente imaginar como seria divertido se Aragão criassem uma nova trama, onde se
explora todas as pontas soltas (ou furos) que o roteiro deixou em aberto nos
minutos finais da projeção.
Há alguns anos atrás, eu cheguei a ver o DVD de Mangue Negro numa locadora.
ResponderExcluirA Noite do Chupacabra eu também já tinha ouvido falar.
Mas Mar Negro eu desconhecia completamente.rs
Vivendo e conhecendo colega
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