Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
Pickpocket
Sinopse: Introspectivo e revoltado com a estrutura social, o jovem Michel começa a bater carteiras pelo prazer e a emoção de roubar. Com o tempo, o hábito torna-se uma compulsão. Michel é preso e, na cadeia, reflete sobre seus atos ao perceber o forte choque causado em sua família e amigos. Ainda assim, ao ser solto, une-se a um ladrão veterano e volta ao crime. Sua consciência pesa novamente, agora por ter se apaixonado por Jeanne, vizinha que cuida de sua mãe. Entre os dois nasce uma relação afetuosa, capaz de motivar o protagonista a abandonar a compulsão ao roubo. O filme é uma concretização das teorias de Bresson acerca do cinema: o diretor buscava acentuar a distinção da linguagem cinematográfica em relação a todas as outras.
Levemente inspirado em "Crime e Castigo" de Fiodor Dostoievski, Pickpocket (ou Batedor de Carteiras), é uma das grandes obras de Robert Bresson, que se separa do romance do escritor russo, para abordar dois temas que o cineasta bastante recorreu na sua carreira, a questão da culpa e da redenção.
Os melhores momentos do filme ficam sendo quando o protagonista rouba as carteiras de uma forma artística e bem aventurada. Sendo com atores pouco conhecidos, o filme vai mais para lado natural e cru, ao mesmo tempo é rico em detalhes, (como olhos, gestos, enquadramentos), que conta a história de um ladrão de carteiras, que vai do seu auge há queda, para então encontra o amor e a redenção. Tive o prazer de ver esse filme em abril desse ano no cinebancários, e em minha opinião, pode tranquilamente estar ao lado de Acossado, Incompreendidos e dentre outros, como um dos melhores representante do Nouvelle Vague.
Sala de Cinema P.F. Gastal apresenta obra prima do horror, para uma nova geração.
Sinopse: Um famoso cirurgião, após desfigurar a filha num acidente de carro, lança-se no desenvolvimento de uma nova forma de transplante facial a partir de uma doadora viva, fato que o levava a matar suas pacientes para roubar-lhe os rostos. A técnica funcionou na sua assistente, mas o corpo da filha rejeita sucessivamente os novos rostos implantados, causando uma série infindável de crimes que logo chama a atenção da polícia, dando início às investigações.
Durante vários dias, OS OLHOS SEM ROSTO foi o grande destaque da mostra "Dialogo com o novo de Almodóvar" na Sala de Cinema P.F. Gastal, da Usina do Gasômetro, sendo então, redescoberto por uma nova geração de cinéfilos gaúchos, que até então a maioria, desconhecia sobre esse filme. Lançado em 1960 na França, essa produção faz parte da galeria de filmes que, embora obscuros para o grande público, são idolatrados por uma minoria de cinéfilos interessados em filmes de horror com originalidade. Só para se ter uma idéia, esse filme foi o primeiro longa-metragem de um dos fundadores da lendária Cinemateca Francesa, “Les Yeux Sans Visage”, porém, na época a produção não despertou muito interesse em seu lançamento, obtendo as piores criticas possíveis. Mas, como eu sempre prego, é o tempo que justifica os meios, pois o trabalho de Georges Franju vai além da simples proposta de pregar sustos na platéia, e sim, vai construindo um clima fantasmagórico e inquietante, no qual o publico jamais esquece tão cedo.
Embora tenha fracassado, o filme de Franju foi resgatado graças a opinião da crítica norte-americana Pauline Kael, que na época, era o nome de maior atividade na profissão durante os anos 1960 e 1970, Kael conseguiu ver neste filme, algo mais do que um mero filme de terror. Para Kael, o filme tinha uma qualidade etérea que transcendia os encantos do gênero. Como acontecia com freqüência, a crítica percebeu, antes de resto do mundo, que estava diante de uma obra original, um filme capaz de mesclar elementos de gêneros díspares – o surrealismo, o thriller policial e o naturalismo macabro do teatro Grand Guignol – para construir algo único.
OS OLHOS SEM ROSTO é um filme construído sobre uma imagem fascinante de Catherine, que se torna uma figura fantasmagórica, com sua máscara branca de porcelana e os seus vestidos brancos, vagando sem rumo pelos amplos corredores da mansão gótica, afastada da capital francesa, onde vive com o pai. Os enormes e expressivos olhos claros da atriz Edith Scob ajudam a transformar a figura de trágica de Christiane numa personagem complexa, de nuances que vão muito além das palavras. De fato, OS OLHOS SEM ROSTO é um filme lento, repleto de seqüências sem diálogos, e isso pode incomodar alguns espectadores, mas funciona a favor do filme, no sentido em que contribui para a construção de uma atmosférica lúgubre.
A grande fotografia do polaco Eugen Schüfftan (responsável pelos efeitos especiais do clássico “Metrópolis”, de Fritz Lang) vai além do mero contraste claro/escuro que sempre caracterizou o expressionismo alemão. A câmera busca ângulos que acentuam o isolamento da família Génessier, bem como a progressiva perturbação emocional de pai e filha. Há pelo menos três belas seqüências filmadas à noite, perturbadores por captar um senso agudo de desolamento e solidão. Schüfftan usa os cômodos do casarão da família (especialmente o sinistro porão) para dar um toque levemente macabro a Christiane, cujo guarda-roupa – observe que ela usa sempre vestidos claros e compridos, que a fazem parecer flutuar como um fantasma, ao invés de caminhar – completa o trabalho brilhantemente.
Pedro Almodóvar, que é grande fã dessa obra, fez recentemente, o seu mais novo sucesso, (A pele que Habito), se inspirando em elementos vistos nesta obra francesa. Com isso, muitos cinéfilos sabendo disso, foram correr atrás desse clássico, e atualmente, não me admira que a obra comece a ganhar mais e mais fãs gradualmente.
Semana que vem, de terça a domingo, estará acontecendo aqui em Porto Alegre a segunda edição do CLOSE - Festival Nacional de Cinema da Diversidade Sexual. Esse ano, o festival aumenta sua duração para seis dias, e segue com uma programação de filmes e debates muito bacana, dividida em três salas de cinema: CineBancários, Eduardo Hirtz (CCMQ) e Memorial do RS . A maioria dos filmes exibidos no CLOSE são inéditos no Rio Grande do Sul, e não estão disponíveis nem em locadoras ou internet. Assim, são oportunidades únicas de assistir a esses filmes, e que, na maioria das sessões contam com debates após as exibições.
Já na sessão de abertura, teremos o longa Meu Amigo Cláudia, e debate com seu diretor, Dacio Pinheiro. Uma retrospectiva do cinema LGBT brasileiro é feita no média-metragem Cinema em Sete Cores, com a presença do diretor Filipe Tostes. A co-produção Brasil/Dinamarca Rosa Morena é um dos destaques, que contará com o ator Pablo Rodrigues. A Mostra Corpo Militar, através dos filmes Sebastiane (Derek Jarman e Paul Humfress) e Brigada Pára-Quedista (Evaldo Mocarzel) visa abordar a retratação do corpo militar no cinema através de uma perspectiva homoerótica. Ainda vale ressaltar o polêmico Bocage - O Triunfo do Amor (Djalma Limongi), considerado o Calígula brasileiro; e a estréia em Porto Alegre do intenso documentário Olhe Pra Mim de Novo (Kiko Goifman); entre outros. Todos esses filmes c ompõe a Mostra Informativa, de curadoria do paulista Christian Petermann, crítico de cinema da revista Junior.
Por fim, a sempre aguardada Mostra Competitiva de curtas, com curadoria de Marcus Mello, traz os filmes recentes de maior destaque no país dos últimos dois anos, que concorrem a dez prêmios, que serão entregues na noite de encerramento.
E o melhor de tudo: toda a programação do CLOSE é inteiramente GRATUITA! Aumentando, assim, a democratização e o acesso à cultura.
Uma realização do Grupo SOMOS - Comunicação, Saúde e Sexualidade (www.somos.org.br), com produção da Avante Filmes (http://www.avantefilmes.com/).
Mais informações sobre o evento, pelo Cinebancários clicando aqui.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
HIROSHIMA MEU AMOR
Onde hollywood não teve coragem
Sinopse: Hiroshima, 1959. Uma atriz francesa casada (Emmanuelle Riva) veio de Paris para trabalhar num filme sobre a paz. Ela tem um affair com um arquiteto japonês (Eiji Okada) também casado, cuja esposa está viajando. Nos dois dias que passam juntos várias lembranças vêem à tona enquanto esperam, de forma aflita, a hora da partida dela. Ela conta que foi "tosquiada", pois se apaixonou por um alemão (Bernard Fresson) quando tinha apenas 18 anos e morava em Nevers, sendo libertada no dia em que seu amor foi morto, já no final da 2ª Guerra Mundial. Por ter amado um inimigo ela foi aprisionada por sua família numa fria e escura adega e agora, 14 anos depois, novamente sente o gosto de viver um amor quase impossível.
Uma historia, aparentemente, de difícil entendimento, para um publico especifico, que foi baseada nos escritos e com roteiro e dialogo de Marguerite Duras. Bela fotografia, com tons cinzas, de Sacha Vierny, e a musica romântica de Giovanni Fusco e George Delerue, que realçam o realismo poético desta fita de Alain Resnais. Até hoje, está na lista de filmes que serviram de base para influenciar os jovens intelectuais engajados politicamente, nos anos 60. E como os EUA jamais tiveram coragem de criar um filme que retratasse uma de suas maiores manchas do passado, coube o cinema Francês dar conta do recado de uma forma poética e jamais vista. Atenção para o uso do flashbacks, que foi usado de uma forma inovadora para a época.
NOTA: Filme que ficou exibido somente nos dias 22 e 27 desse mês no Cinebancários.
Sinopse: A história de dois amigos que trabalham com a captação de áudio e um terceiro que “toca”, totalmente desafinado, uma espécie de clarineta. Os dois primeiros estão insatisfeitos na nova empreitada e a esposa do "instrumentista" o coloca para fora de casa. Assim, os três se reaproximam.
Exibido no Cinebancários de Porto Alegre, o filme fez parte dos títulos que integra a série de lançamentos da Sessão Vitrine, projeto de distribuição de filmes brasileiros independentes implantados pela distribuidora paulista Sílvia Cruz (que também ocorre na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro). O filme é protagonizado pelos próprios diretores, que por sua vez, criam o que chamam de “cinema de observação”, onde a câmera fica parada durante vários minutos, observando os protagonistas em determinada situação, que por vezes, pode soar cansativo para o publico geral,
Assistir a esse filme, levado pelo titulo (achando que pode ser um filme de terror) é que nem cair numa ratoeira, pois o filme nada tem de fantasmagórico nem nada, unicamente mostra a amizade de três amigos, em meio as suas vidas se afundando ao comodismo, apesar de jamais quererem largar o que mais gostam que, é a musica e a parte técnica do cinema. Então porque o titulo Os Monstros? Seria uma forma de julgar eles, por serem pessoas deslocadas, indo contra a maré e não saberem mais o que fazer na vida a não ser o que gostam e aonde realmente sentem certo prazer? Talvez seja mais ou menos por ai. Mas a pessoa comum que for embarcar nesta historia, é preciso ir com a mente aberta e ter fôlego para digerir certas cenas, e não estou falando de certas cenas fortes nem nada, mas sim, me referindo ao que falei no inicio do texto, que há seqüências que ficam durante vários minutos focando uma terminada situação, que por vezes não acontece nada, e, portanto, exige a paciência da pessoa comum, que vai para o cinema unicamente se entreter, mas que acaba dado de cara com o cinema mais experimental e (por que não) original.
Mas vale a pena assistir? Com toda a certeza. Porque vai contra as nossas expectativas, principalmente por ser um filme que passa uma imagem crua do dia a dia de pessoas em busca dos seus sonhos, mas que nunca alcançam, e já que não há outro jeito, então se entregar ao prazer do seu hobby. A cena final, alias, é um exemplo disso, tanto, que por alguns momentos sentimos o prazer que os protagonistas sentem enquanto tocam a musica com os seus instrumentos, e ao termino do ensaio, parecem todos cansados, como se tivessem saído de uma orgia. Uns ficaram anestesiados, outros vão até rir por ter pagado para assistir isso, mas todos terão a certeza, que assistiram algo bem diferente do convencional.
Daniel Accioly está produzindo, junto com alguns parceiros, um documentário sobre a canção "Você não soube me amar". É uma história muito legal para músicos e para aqueles que gostam de música ou mesmo de uma boa história. Estão buscando parceiros para finalizar o doc e colocar ele em festivais. O único apoio que tiveram é de uma produtora que emprestou equipamentos em troca de propaganda. Estão enviando para os principais veículos de comunicação para tornar o projeto conhecido e, assim, quem sabe atrair apoios. Estão trabalhando para lançar o filme em 2012, ano em que se comemorará 30 anos do lançamento do primeiro disco da Blitz.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
DESPREZO
BARDOT, BARDOT, BARDOT
Sinopse: O Desprezo conta a história da crise de um casal em uma viagem à Itália que acaba mal. Camille (Brigitte Bardot) tem a impressão de que seu marido não lhe ama mais. Paul Javal, seu marido, é um roteirista que, para garantir o conforto da esposa e evitar o rompimento da relação, aceita escrever uma nova adaptação da obra grega "A Odisséia" para o cinema. Primeiro, nascem à dúvida e o desprezo em Camille e depois vem a incompreensão e a raiva de Paul. Diferente do livro de Homero, não é Ulisses que vai embora e abandona sua amada Penélope.
Baseado no romance de Alberto Moravia, um dos filmes mais fáceis de Godard, com uma narrativa linear e tratamento de tragédia grega. Bardot no auge da beleza tem o seu corpo generosamente dissecado pela câmera e ao mesmo tempo nos apresenta um dos seus melhores papeis de sua carreira bem sucedida. Assim como em Acossado, Godard explora a relação amorosa de um casal em um único cenário, mas em vez de somente um quarto, vemos o casal central andando em vários cômodos da casa, discutindo sua relação que está à beira do fim, enquanto a câmera somente segue ambos, assim como o espectador. O filme em si, também é uma homenagem ao próprio cinema que Godard faz, principalmente com a cena inicial totalmente inusitada, mas que da uma vaga idéia do que vira a seguir. Atenção para participação para lá de especial do diretor Fritz Lang, (Metropolis) fazendo ele propio em meio às gravações de Ulisses. Uma homenagem de um mestre para outro mestre.
Chegamos a mais um final de semana e com diversas opções no cinema, apesar de que ainda (e por um bom tempo) o circuito está tomado pelo novo capitulo de Crepúsculo, que apesar de ter faturado alto, tanto aqui como lá fora, esta rendendo as piores criticas de toda a serie. Uns se arriscam a assistir, mesmo não sendo fã, outros não querem nem pensar em assistir, nem que a namorada chore por querer ver. Quem for esperto, opções não faltam, como Happy Feet 2, que apesar de ser um seqüência dispensável, é ideal para toda a família ir junto. Destaco também, o grande numero de documentários que estrearam em nossas salas, e se você ver embaixo, verá que há inumeras opções. Provando que o genero não se vive apenas de Michael Moore.
Lembrando, que além de toda essa lista ai embaixo, até domingo, tem exibição O Monstro, no Cinebancários, e Dialogo com Almodóvar, na Usina do Gasômetro, que reúne dois grandes clássicos dos filmes de horror, e que serviu de base para o novo filme de Almodóvovar.
Como vêem, quem esta a fim de ficar longe de vampiros florescentes, opções é o que não faltam. Confiram:
Happy Feet 2: O Pinguim 3D
Sinopse: Seqüência do sucesso ganhador do Oscar de Melhor Animação Happy Feet 2 leva o público de volta às paisagens magníficas da Antártica. Mano e Gloria agora tem um filho Erik que se esforça para encontrar seus próprios talentos no mundo do Pinguim Imperador. Porém novos perigos ameaçam a nação pingüim e todos vão precisar trabalhar e dançar para salvá-la.
Assalto em dose dupla
Sinopse:Tripp caminha em um banco quando duas gangues diferentes uma claramente feita por profissionais e a outra por uma dupla de palhaços involuntariamente aparecem para um assalto. Tripp aborda a bonita caixa do banco Kaitlin para protegê-la. O sistema de segurança do banco inicia o bloqueio do final do dia e tranca todos dentro do prédio. Durante a noite um hilariante jogo de gato e rato segue enquanto Tripp e Kaitlin tentam salvar o dia.
Não Sei Como Ela Consegue
Sinopse: Kate é o exemplo perfeito da mulher moderna: trabalha fora de casa educa dois filhos cuida do marido e de si mesma. Tudo vira de cabeça para baixo com o chegada de um novo e charmoso colega de trabalho Jack. E agora conciliar amor trabalho e família: será que ela consegue?
Evóe - Retrato de um Antropógrafo
Sinopse: Um filme que mistura de forma labiríntica depoimentos recentes e imagens históricas da carreira do o diretor, ator e dramaturgo Zé Celso, do Teatro Oficina. O documentário adquiriu o seu verbo principal em quatro viagens a pontos chave da trajetória do Zé: Sertão da Bahia, Praia de Cururipe em Alagoas (onde o Bispo Sardinha foi devorado), Epidaurus e Atenas, na Grécia e o apartamento de São Paulo.Com acesso livre ao infindável e sempre crescente arquivo de imagens e sons do Grupo Oficina, misturados com imagens contemporâneas,constrói-se aqui uma visão muito particular de uma das maiores personalidades das artes do Brasil de todos os tempos. O filme pode ser exibido de forma cíclica, pois não tem um começo e com certeza nunca terá fim.
Dawson Ilha 10
Sinopse: Em 1973, o general Pinochet lidera o golpe de estado que depõe o governo democrático de Salvador Allende no Chile. Os ministros e autoridades depostas tornam-se presos políticos dos militares e são levados para a ilha Dawson, no extremo sul do país, utilizada como campo de concentração da ditadura chilena. Lá os presos políticos são submetidos a violentos interrogatórios, trabalhos forçados, constantes torturas físicas e psicológicas. Dawson Ilha 10 representa um momento histórico que se propagou por toda América do Sul.
O Dia Em Que Eu Não Nasci
Sinopse: Durante uma passagem por Buenos Aires, Maria reconhece uma canção de ninar e estranhamente se sente familiarizada com a cidade, ao comentar sobre esse sentimento com seu pai ela fará uma descoberta que mudará sua história.
O Jardim das Folhas Sagradas
Sinopse: Salvador. A expansão imobiliária da cidade, decorrente de sua modernização, faz com que o candomblé, tradicional religião afro-brasileira ligada à natureza, seja afetada. A causa é que o candomblé pede a existência de lugares amplos e naturais, para a realização de sua liturgia. É neste contexto que Miguel Bonfim (Antônio Godi), um ex-bancário que é filho de uma yalorizá e um jornalista de esquerda, decide criar o Jardim das Folhas Sagradas. Sem conseguir um local na cidade, ele decide montá-lo na periferia. Por questionar o sacrifício de animais, Bonfim resolve fazer um terreiro modernizado e descaracterizado. Só que esta decisão lhe traz graves conseqüências.
Prova de Artista
Sinopse: Prova de Artista acompanha o dia-a-dia de cinco jovens e talentosos músicos em suas audições, estudos e ensaios para orquestras de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. O filme revela os conflitos, a paixão e a disciplina envolvidos na escolha de seguir a vocação artística.
REIDY, A CONSTRUÇÃO DA UTOPIA
Sinopse: O documentário aborda a trajetória do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, nascido em Paris e radicado no Rio de Janeiro, desde os anos 1930 até a construção do Aterro e Parque do Flamengo, em que retorna à cidade como tema central de sua arquitetura. Textos do próprio arquiteto mostram suas alegrias, decepções e vitórias, além de sua contribuição para o Rio de Janeiro nos tempos modernos. Sua obra é debatida nas entrevistas exclusivas do urbanista Lucio Costa, para quem Reidy era o mais elegante e civilizado de sua geração.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
Jules e Jim — Uma Mulher para Dois
OS DESEJOS INTIMOS DE TRUFFAUT
Sinopse: O filme conta a história de Jules, um alemão ingênuo, e Jim, um francês do tipo elegante e sedutor. Eles são amigos e se apaixonam pela mesma mulher.
Ao lado de Os Incompreendidos, esse, talvez, seja a maior obra prima de François Truffaut. Aqui ele cria um triangulo amoroso inusitado e a frente da sua época, que criara situações de proporções arrasadoras, em meio a uma fotografias primorosa e cenas inesquecíveis (a cena do trio correndo juntos é inesquecível). Henri Serre, Oskar Werner e Jeanne Moreau fazem seus papeis como se fossem os últimos de suas vidas e Moreau é a que mais se sobressai, numa interpretação completa e intensa. Uma das musicas temas do filme foi cantada pela própria atriz, numa determinada cena, e se tornou clássica. Se muitos quiserem embarcar no cinema francês comece por esse então, pois anos mais tarde, o filme serviu até mesmo de base para a criação de outros filmes posteriormente, como o filme Três Formas de Amar, dos anos 90.
Curiosidade: Refilmado como Willie e Phil - Uma Cama Para Três (1993).
Amo as cinematecas de Porto Alegre, pois uma vez ou outra, ela nos da uma oportunidade de rever grandes clássicos da tela grande. Com a chegada do ultimo filme de Pedro Almodóvar na capital, “A Pele Que Habito”, a sala P.F Gastal, da Usina do Gasômetro, começou nesta semana, há exibir filmes que serviram de inspiração, para o diretor espanhol criar o seu mais novo filme. A Noiva de Frankenstein dispensa apresentações, mas nunca é demais relembrar um pouco esse grande clássico da Universal. Agora, fico devendo uma critica do filme de horror Francês Os Olhos Sem Rosto, já que eu ainda não vi essa produção, mas pelo trailer e foto, da para se ter uma idéia que é um grande filme e foi o que melhor serviu de base para Almodóvar. Portanto, em breve no meu blog, minha critica sobre o que eu achei dessa obra. Quem se interessar em assistir os dois filmes, tem até domingo para assistir por lá. Confiram:
A Noiva de Frankenstein
Sinopse: O filme começa de onde o original, de 1931, terminou: Frankenstein escapa do cerco ao moinho vivo, enquanto Dr. Frankenstein tem sua noiva seqüestrada por outro lunático cientista. O objetivo dele é convencer o doutor a criar uma companheira para o monstro.
Apesar de relutante, James Whale acabou cedendo às pressões do estúdio e criou essa seqüência que por sinal acabou se tornando melhor que o filme o original. Fotografia e edição de arte soberba, remetendo bastante ao expressionismo alemão. As melhores partes do filme ficam por conta do momento que a criatura encontra o velho sego e o surgimento da noiva da criatura que se tornou um grande momento da sétima arte. Do elenco destaque novamente para Boris Karloff e pela excentricidade do personagem cientista louco interpretado pelo também excêntrico Ernest Thesiger,
Curiosidades: Atriz Elsa Lanchester que no inicio do filme aparece representando a própria Mary Shelley escritora do livro Frankenstein interpreta a noiva da criatura no final do filme Boris Karloff não queria que a criatura do filme falasse mas devido as pressões dos estúdios ele acabou cedendo, que por sinal mostrou um melhor desempenho com relação ao filme anterior.
Os Olhos Sem Rosto
Sinopse: Um famoso cirurgião, após desfigurar a filha num acidente de carro, lança-se no desenvolvimento de uma nova forma de transplante facial a partir de uma doadora viva, fato que o levava a matar suas pacientes para roubar-lhe os rostos. A técnica funcionou na sua assistente, mas o corpo da filha rejeita sucessivamente os novos rostos implantados, causando uma série infindável de crimes que logo chama a atenção da polícia, dando início às investigações.
Critica: Em breve.
Em Cartaz: Sala P.F Gastal: Usina do Gasômetro: Rua João Goulrt 551, Porto Alegre.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
ACOSSADO
A JUVENTUDE FRANCESA CONQUISTADA
Sinopse: Após roubar um carro em Marselha, Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) ruma para Paris. No caminho mata um policial, que tentou prendê-lo por excesso de velocidade, e em Paris persuade a relutante Patricia Franchisi (Jean Seberg), uma estudante americana com quem se envolveu, para escondê-lo até receber o dinheiro que lhe devem. Michel promete a Patricia que irão juntos para a Itália, no entanto o crime de Michel está nos jornais e agora não há opção. Ele fica escondido no apartamento de Patricia, onde conversam, namoram, ele fala sobre a morte e ela diz que quer ficar grávida dele. Ele perde a consciência da situação na qual se encontra e anda pela cidade cometendo pequenos delitos, mas quando é visto por um informante começa o final da sua trágica perseguição.
Godard tornou-se um dos Deuses do cinema Francês, entre os jovens daquele tempo. Com esse filme, acabou que, com o tempo, sendo um dos mais lembrados da cinematográfica Nouvelle Vague. Segundo fontes, foi François Truffaut que forneceu a idéia a Godard em criar a historia. Certo dia de manhã, Truffaut leu uma notícia num jornal parisiense: um motociclista matou um policia e escondeu-o na casa de sua namorada, que depois o traiu, entregando-o à polícia.
Acossado é o primeiro filme de Godard, e com ele, cria um filme espirituoso e romântico de perseguição com Jean-Paul Belmondo como um criminoso parisiense, e Joan Seberg como uma pequena americana que, de vez em quando, vive com ele. Godard, que dedicou este filme á Monogram Pictures, viu algo nos antigos filmes de gângster americanos que preenchia nos filmes franceses. Ele poetizou, agilizou e deixo-o tão moderno (com rápidos cortes na montagem), que o tornou uma das maiores influências para o cinema conservador americano dos anos 60. Aqui, ele trouxe elementos desarmoniosos, ironia, palhaçada e derrota e procurou elementos psicológicos de outros filmes para o seu próprio produto. O filme é agiu, divertido e com toques de improviso, até mesmo um pouco banal, mas eficaz. O filme tornou-se num autêntico clássico, e é visto normalmente em listas dos melhores filmes de todos os tempos.
Curiosidade: No início das filmagens o diretor Jean-Luc Godard ainda não tinha o roteiro concluído, escrevendo cenas no período da manhã para que fossem rodadas mais tarde.
Sinopse:'Contra o Tempo' acompanha o capitão Colter Stevens (Gyllenhaal), que acorda no corpo de um outro homem e descobre que faz parte de uma missão para salvar Chicago de um trem desgovernado. Em uma tarefa que não se parece a nenhuma das que já realizou, percebe que é parte de um experimento do governo chamado “Source Code,” um programa que lhe permite passar pela identidade de outro homem nos últimos 8 minutos de sua vida. Ele tem poucos minutos para descobrir o que irá acontecer com o trem.
Muito se falou, que o cinema americano 2011, tem sido um dos piores dos últimos anos, mas bem da verdade, podemos dizer, que alguns pequenos filmes tem defendido a pátria, com relação as aqueles que buscam algum conteúdo original, para então gerar uma boa reflexão. De exemplos, tivemos bons pequenos filmes de ficção, como Agentes do Destino e Sem Limites, ambos que se por um lado não arrebentaram nas bilheterias, por outro, conquistaram gradualmente opinião, tanto da critica como do publico. Mas foi realmente com o esse recente Contra o Tempo que me surpreendeu bastante, ao pegar elementos já vistos em outros filmes, (como Feitiço do Tempo e Matrix) para se criar uma trama que nos leva a um território desconhecido, embora familiar, mas renovado.
O comandante dessa salada é ninguém menos que Ducan Jones, que mesmo com pouco dinheiro, surpreendeu pela suas idéias criativas em Lunar, e com essa nova produção, não intimidou com um orçamento mais alto, criando assim, uma historia rápida, mas criativa, que brinca com as leis, tanto do espaço tempo, como também da vida e da morte. O filme ainda tem espaço de ser justamente uma produção “pós 11 de Setembro” que devido aquele evento que parou o mundo, se tornou um prato farto, para gerar diversas tramas, com relação paranóia, terrorismo e os limites do patriotismo, perante a um governo que pouco se importa com os seus soldados. Colter Stevens (Gyllenhaal) é um soldado a serviço do país, mas que sente na pele, a frieza dos seus superiores, que não demonstra nenhum pouco de remorso, nem ao menos no ponto aonde deixaram o protagonista, e a verdadeira situação do personagem, é uma clara critica ao governo instinto da era Bush.
Reflexões a parte, o filme também serve de um grande entretenimento, já que é divertido vermos o protagonista, sempre sendo jogado no mesmo lugar, para tentar cumprir sua missão em oito minutos cravados, e em cada viagem que faz de volta, sempre tem um novo detalhe que o espectador pegar, embora seja o mesmo lugar. Efeitos especiais e montagem fazem o show a parte, mas é o pequeno elenco que traz mais vida a trama, embora alguns fiquem meio que perdidos sem saber o que fazer, como a personagem de Michelle Monaghan, que esta somente ali, para fazer parzinho romântico com o protagonista. Já Vera Farmiga (Amor Sem Escalas), embora não fazendo parte da ação direta da trama, está muito bem e tem papel fundamental, principalmente no ato final da historia. E é justamente neste ato, que Duncan Jones surpreende. Ao tentar fazer com que o espectador não saia traído, após assistir o filme, o diretor pelo visto, tentou de todas as formas, que os minutos finais não soassem previsível. Para isso, implantou uma pequena idéia nos minutos cruciais, para que ela se tornasse satisfatória, e de certa forma, o final agrada, tanto para aqueles que buscam somente entretenimento, como para aqueles que exigem algo mais de um filme.
Num tempo em que cada vez mais os engravatados se preocupam com o que os cinéfilos vão entender ou não da trama, Duncan Jones sabe por onde tem que implantar suas idéias criativas.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
O PONTA PÉ INICIAL PARA A REVOLUÇAO AUTORAL DO CINEMA FRANCÊS
OS INCOMPREENDIDOS
sinopse: Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) é o filho negligenciado de Gilberte Doinel (Claire Maurier), que parece ter tempo para tudo menos o bem-estar da criança. Julien Doinel (Albert Rémy) não é o pai biológico, mas cria o menino como se fosse seu filho. Gilberte está tendo um caso e não se surpreende quando, por acaso, Julien fica sabendo que Antoine não está indo à aula, pois ela sabia que na hora do colégio o filho a tinha visto com seu amante. A situação se agrava quando Antoine, para justificar sua ausência no colégio, "mata" a mãe. Quando seus pais aparecem na escola, a verdade é descoberta e Julien o esbofeteia na frente de seus colegas. Após isto ele foge de casa e arruma um lugar para dormir. Paralelamente seus pais culpam um ao outro pelo comportamento dele, após lerem a carta na qual ele se despede. No outro dia Antoine vai à escola normalmente. Lá sua mãe o encontra e se mostra preocupada por ele ter passado a noite em uma gráfica. Ela alegremente o aceita de volta, mas os problemas não acabam. Antoine se desentende com um professor, que o acusa de plagiar Balzac. Como ele odeia a escola, sai de casa de novo e para viver é obrigado a fazer pequenos roubos.
Numa época (final dos anos 50) em que o cinema Francês, estava cada vez mais sendo feito por pessoas mais velhas e que não tinha nenhuma sintonia com a juventude naquela época, coube um grupo de jovens críticos de cinema, de uma revista intitulada L’Express, para injetar novo sangue para a sétima arte daquele país, e ao mesmo tempo, fortalecer o termo cinema de autor, e assim nasceu o movimento Nouvelle Vague, que é referenciado até hoje, como um dos momentos mais importantes do cinema mundial. Desse grupo, que gerou essa onda, meu favorito sempre será François Truffaut, que diferente de seus colegas (como o gênio Jean Luc Godard) não queria falar apenas do que rolava da França daquela época, mas também queria falar um pouco de si próprio e do seu amor pelo cinema, em uma filmografia autoral e muito simpática.
Em sua estréia como diretor, Truffaut cria em Os Incompreendidos (o que muitos consideram) uma espécie de reconstituição de sua infância difícil, onde beirava entre a rebeldia e a busca (mesmo que escondida) por uma redenção. Agora se era um retrato genuíno ou não de sua juventude, isso é o que menos importa, já que o importante é, que diretor se encarregou de criar inúmeras passagens de cenas inesquecíveis, como aquela, onde o jovem protagonista esta caminhando e depois correndo para a praia, isso sem contar a cena do brinquedo do parque de diversões, onde faz inúmeras voltas, oscilando com o estado de espírito do protagonista.
Mas essa não seria a ultima vez que veríamos o personagem Antoine, já que o filme fez tanto sucesso, que acabou gerando inúmeras continuações, com ele já crescido e com o mesmo ator, Jean-Pierre Léaud, que se tornaria figura bem conhecida na filmografia, tanto de Truffaut, como de Jean Luc Godard.
Curiosidades: O título original é uma referência à expressão francesa "faire les quatre cents coups". O diretor François Truffaut aparece em uma pequena ponta, como um homem fumando um cigarro.
Sinopse: Uma história sobre os encontros inesperados da vida. Germain (Gérard Depardieu) é um iletrado e solitário homem. Para preencher suas tardes, ele faz amizade com a senhora Margueritte (Gisèle Casadesus).
Mesmo já tendo certa idade (e acima do peso) Gérard Depardieu não pensa em parar de trabalhar tão cedo e esta sempre engatilhando um filme atrás do outro. Até a pouco tempo, estava em cartaz com ele, na Casa de Cultura Mario Quintana, Mamute (genial alias) e agora chega esse em DVD, um filme que oscila muito bem com momentos de humor e uns toques de drama bem refinado. Dirigido por Jean Becker (Olhar da Inocência) a trama acompanha a inusitada amizade (e porque não, historia de amor) de Germain (Depardieu) um homem de grande coração, mas meio solitário e com uma dificuldade na leitura, com a idosa Margueritte (Casadesus), que ambos se encontram sem querer, em uma praça qualquer, onde acabam conversando e tendo grande afinidade, devido a diversos assuntos, principalmente com a leitura.
Apesar da diferença de idade, imediatamente, percebe-se que ambos se preenchem, e com isso, acabam por se ajudar um ao outro no decorrer da trama. Apesar de Casadesus ser uma veterana e estar ótima em seu papel, Depardieu é que carrega o filme o tempo todo no seu bolso, ao representar um homem, até de bem com a vida, mas que ela poderia ter sido melhor, se caso tivesse uma infância um pouco mais feliz (em flashbacks reveladores) e tivesse mais acesso ao conhecimento, embora não escondesse o desejo por adquiri-lo. Com momentos de humor, bem ao estilo Francês, principalmente nas partes em que o protagonista se encontra com os amigos no bar, o filme só não é 100% perfeito devido algumas soluções forçadas demais, principalmente no ato final, onde imediatamente me fez me lembrar o já clássico Tomates Verdes Fritos, mas nada que prejudique o resultado bastante positivo de uma produção francesa bem caprichada e muito bem redondinha. Sem referencias a ninguém, Sr Depardieu.
Sinopse: Por volta de 1920, em Londres, a filha de um lojista namora um detetive da Scotland Yard, que mostra estar mais interessado no seu trabalho do que em estar com ela. Assim, ela decide secretamente se encontrar com outro homem, mas quando este tenta estuprá-la ela o mata com uma faca. Quando o corpo é descoberto quem assume o caso é exatamente o namorado da jovem envolvida, que rapidamente deduz que ela é a assassina em virtude de uma luva deixada no local do crime. Ele no entanto encobre o caso, mas um outro homem pretende chantageá-la e para isto ele tem a outra luva, que pode ligá-la ao crime.
Grande destaque durante o curso “Obra de Alfred Hitchcock”, criado pelo CENA UM e administrado por Carlos Primati. O filme (de 1929), pode-se dizer que é um dos melhores representantes sobre a transição do cinema mudo para o falado. A trama inicia com um caso policial, meio que isolado da trama, sendo que esse prólogo, não tem falas, somente as imagens e gestos dizem o que esta acontecendo, e Hitchcock passa para o espectador de uma forma bem entendida. Minutos depois, o filme finalmente ganha falas e som, e mesmo sendo uma produção que estava engatinhando com a novidade, o diretor deu conta do recado, para que não soasse muito artificial.
Os melhores momentos sem sombra de duvida é o cenário onde ira ocorrer o estopim para o resto da historia. Hitchcock usou como ninguém tudo que aprendeu com o melhor da época, como o expressionismo Alemão visto em cada cena desse grande momento, onde as formas e as sombras principalmente, representam o estado de espírito dos personagens e suas reais intenções (uma sombra em forma de corda em volta do pescoço da protagonista é fascinante). A cena do assassinato é o que melhor define um momento de horror sem ser explicito, basta ser sugestiva e muito bem dirigida. A imagem da protagonista (Anny Ondra) transtornada, após ter entrado num mundo desconhecido, sem intenção e com a faca na mão, é um dos grandes momentos de Hitchcock, na sua fase inglêsa. Atenção também para uma incrível cena, onde Hitchcock usou a palavra faca inumeras vezes, para criar um grande momento de tensão psicológica e fazer o espectador pular da cadeira.
Curiosidade: O ator Anny Ondra teve sua voz dublada por John Barry, devido ao seu forte sotaque alemão. Como sempre, Hitchcock faz sua ponta habitual, numa cena dentro do trem, onde está sendo incomodado por um garoto, brincando com o seu chapéu.