Wal Disney tinha um sonho antigo desde que havia fundado o seu estúdio, que era adaptar o conto literário "O Mágico de Oz", obra máxima do escritor L. Frank Baum e sendo apontado por muitos como um dos melhores contos de fadas norte-americanos. Porém, os donos da Metro-Goldwyn-Mayer foram mais rápidos na compra pelos direitos de produção e em 1939 foi lançada a adaptação do filme que entraria para a história do cinema. Porém, dois anos antes, Disney havia provado que a sua genialidade poderia o levar há novos horizontes e "Branca de Neve e os Sete Anões" (1937) se tornou um dos maiores feitos da história do cinema e fazendo com que o gênio adaptasse outros contos literários para as telas ao longo dos anos.
O namoro pela adaptação do conto de L. Frank Baum se estenderia ao longo das décadas, mas infelizmente em 1966 Disney deixou o nosso mundo e não tendo a chance de realizar um dos maiores sonhos. Contudo, em 2013, o produtor Joe Roth, realizador do sucesso "Alice no País das Maravilhas" (2010), dirigido por Tim Burton, realizou a proeza de convidar Sam Raimi para dirigir "Oz - O Mágico e Poderoso".
A trama conta a história de Oscar Diggs (James Franco) que se vira na vida como um mágico trambiqueiro em um circo itinerante. Porém, durante uma tempestade feroz, Oz é jogado para longe em direção ao mundo de Oz que, ao chegar lá, conhece a bruxa Theodora (Mila Kunis), que o apresenta para a irmã Evanora (Rachel Weisz). Acreditando que estaria fazendo um bem para a população local, ele decide enfrentar a bruxa Glinda (Michelle Williams), mas logo descobre que está sendo enganado.
Talvez o filme não tenha sido da maneira como Disney estava planejando, mas é preciso reconhecer que o longa em si presta uma bela homenagem ao clássico de 1939 e principalmente ao próprio cinema. Pelo fato de a trama começar em preto e branco, com um enquadramento no formato 1,37:1, o filme remete sobre tempos mais inocentes do cinema, onde o brilho da magia e da tecnologia estavam de mãos dadas para nos brindar com um grande espetáculo. Portanto, a imagem do personagem Oz seria uma espécie de homenagem aos primeiros gênios do cinema, como no caso de Georges Méliès.
Falando sobre o protagonista, é preciso reconhecer que James Franco é um verdadeiro canastrão neste papel, ao ponto que as suas expressões parecem mais extraídas em um desenho animado e fazendo irritar o público mais exigente. O que talvez isso seja proposital, já que a sua imagem caricata combina com aquele mundo mágico cheio de seres fantásticos e que remete aos tempos mais inocentes dos contos infantis. Por conta disso, a pergunta que não quer calar é, o que Sam Raimi está fazendo em uma produção como essa?
Conhecido pelos seus filmes de horror como a trilogia "Uma Noite Alucinante", o cineasta tem uma visão autoral na realização de seus filmes, desde a sua câmera se mover de forma vertiginosa, como também cortes rápidos e tudo muito cartunesco. Isso foi levado em sua trilogia do "Homem Aranha" pela Sony e aqui não foi muito diferente, mesmo se contendo algumas vezes para não assustar os mais sensíveis. Verdade seja dita, não é o melhor filme da carreira do diretor, mas não ofende e respeita o status que o longa de 1939 havia obtido.
Neste último caso, é preciso destacar o seu visual como um todo, sendo que boa parte das cenas foi filmada em Chroma Key e fazendo com que alguns momentos se tornem artificial demais. Por outro lado, o filme possui um estilo bem cartunesco, bem do jeito que Sam Raimi gosta, muito embora eu acredito que ele se sentiria mais à vontade ao usar efeitos práticos como antigamente do que o uso do CGI. Portanto, é interessante observar que o clássico de 1939, mesmo com os seus efeitos envelhecidos, tenha um visual com muito mais peso do que se for comparado às produções que são feitas hoje em dia.
Do elenco, o que mais se destaca é realmente Mila Kunis, que dá vida a bruxa Theodora, sendo que pela primeira vez enxergamos o lado doce da personagem, para logo em seguida se revelar o seu lado diabólico que todos nós conhecemos. O ato final nos leva para a formação do cenário que nós havíamos conhecido no clássico e fechando a trama de forma satisfatória e sem inventar muito para dizer o mínimo. Embora tenha faturado alto nas bilheterias da época, o filme jamais gerou uma continuação, o que não é de todo mal, já que na possibilidade de se tornar uma franquia a obra de L. Frank Baum poderia acabar se tornando uma grande piada unicamente para gerar lucro nas bilheterias.
Polêmicas à parte, "Oz - Mágico e Poderoso" é um longa que respeita o clássico de 1939, mesmo não tendo obtido a sua mesma magnitude.
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Olá, Marcelo. Tudo bem? Aqui é o Denio, do blog 'LEIAEUAQUI', que você comentou esses tempos naquela postagem sobre o diretor de O Exorcista, William Friedkin. Cá estamos, prestigiando o teu blog... vou seguir, gostei muito, excelentes críticas. Aquele abraço!
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