sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Cine Especial: 'O Exterminador do Futuro - 40 Anos Depois'

Certa vez James Cameron disse que uma de suas HQ favoritas era "X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido", publicado em 1981, realizado pelo roteirista Chris Claremont e desenhado por  John Byrne. Em um futuro sombrio, os mutantes eram caçados e mortos por Sentinelas avançados, mas fazendo com que a caçada se estendesse até mesmo para a raça humana. Na época, James Cameron não era ainda o cineasta que hoje nós conhecemos.

Começando por baixo em pequenos estúdios ele dirigiu "Piranhas II - Assassinas Voadoras" (1981), apontado por muitos como um dos piores filmes de todos os tempos e fazendo com que o realizador ignorasse o título de sua filmografia. Porém, além de ler a HQ clássica citada acima, o realizador havia sonhado que estava sendo caçado por um robô que veio do futuro para matá-lo. Foi aí que pensou em uma trama que misturava ficção, horror e até mesmo pitadas do gênero noir e criando então um roteiro do qual se tornaria futuramente o seu "O Exterminador do Futuro" (1984).

Com um orçamento minúsculo de pouco mais de R$ 07 milhões de dólares, o projeto foi liberado pelo estúdio  Hemdale Film Corporation, como algo desacreditado, mas que confiaram em Cameron na possibilidade de sair algo bom disso. Revisto hoje, é até espantoso como o realizador usou tanta coisa para um filme de orçamento tão baixo, mas usando criatividade e experiência que obteve em pequenos estúdios, as limitações se tornaram mero detalhe. Usando maquiagem, stop motion e animatrônicos, é impressionante como esses recursos envelheceram bem diante dos nossos olhos de hoje.

A trama se passa em um futuro próximo, onde a guerra entre humanos e máquinas foi iniciada. Vindo deste futuro, um andróide exterminador (Arnold Schwarzenegger) tem a missão de  matar Sarah (Linda Hamilton), que futuramente dará a luz ao futuro guerreiro John Connor e que lidera os humanos contra as máquinas. Vindo também do futuro, Kyle Reese (Michael Biehn) tem a missão de proteger Sarah a todo custo.

Assistindo o filme hoje se percebe que ele mescla elementos do cinema noir com o teor gótico que estava inserido na sociedade dos anos oitenta. Por conta disso, é um filme do seu tempo, cuja moda, a música e os costumes daqueles tempos soltam na tela e despertando em nós quando a gente assiste uma certa nostalgia para aqueles que conviveram naqueles anos. Ao mesmo tempo, vemos uma cidade de Los Angeles sombria, caótica, suja e da qual ainda possui resquícios de uma sociedade norte-americana ainda abalada pela crise econômica, guerras e escândalos políticos.

James Cameron usa todos esses elementos como se nos dissesse que o futuro apocalíptico da humanidade está próximo, mesmo quando ocorre a chance de ser alterado na linha do tempo. Embora aparente ser uma trama até mesmo simples de início, logo ela ganha contornos dramáticos e até mesmo inesperados, principalmente com relação a verdadeira origem de John Connor. Claro que tudo isso não funcionaria se não fosse a presença de Arnold Schwarzenegger.

Conhecido no início dos anos oitenta como mister universo, o ator chamou atenção da crítica e do público ao interpretar "Conan - O Bárbaro" (1982), filme que abriu as portas para ele e chamou a atenção de James Cameron imediatamente. Inicialmente sendo escolhido para ser  Kyle Reese, Arnold logo notou que teria maior potencial para atuar como o Exterminador e a troca foi sem sombra de dúvida uma das melhores escolhas para o projeto. Hoje fica difícil imaginar o Exterminador que não seja  Arnold Schwarzenegger.

Linda Hamilton, por sua vez, ficaria marcada na carreira devido a sua personagem Sarah Connor e que, ao lado da Tenente Ripley da franquia "Alien", seria uma das primeiras grandes heroínas da história do cinema. Inicialmente frágil e presa ao sistema capitalista norte americano, Sarah precisará ser a famosa guerreira que os sobreviventes do futuro sempre ouviram e cujo seu embate com o ciborgue se torna antológico. Não é à toa, portanto, que a personagem ganharia um outro nível a partir da continuação, "O Exterminador do Futuro 2" (1991) que chega ser tão bom quanto o primeiro.

Em sua estreia, o filme faturou R$ 80 milhões de bilheteria contra um orçamento de apenas R$ 07 milhões e se tornando um verdadeiro fenômeno. Sucesso de público e crítica, o filme abriu as portas dos grandes estúdios para Cameron, sendo que logo em seguida ele dirigiu "Aliens - O Resgate" (1987) e "O Segredo do Abismo" (1989). Esse último, aliás, foi o pontapé inicial para  que o CGI avançasse ainda mais durante os anos noventa, sendo que tudo começou a partir da iniciativa de James Cameron em sempre aprimorar os recursos de ponta e o resto é história.

Em tempos atuais em que a tecnologia IA é uma realidade, o filme ainda hoje serve de alerta para pensarmos mais se devemos avançar para sonhos jamais sonhados através da tecnologia de ponta, ou se não seria melhor usarmos velhos recursos em prol da sobrevivência da raça humana. Tanto a literatura e o cinema sempre estiveram aí para nos darmos um sinal de advertência, mas parece que nada é o suficiente para deter um sistema viciado e que pensa somente em gerar guerras e lucro. Ao final do clássico é dito que vem vindo uma tempestade e pelo visto está muito mais próximo de nossa realidade.

Com uma trilha sonora poderosa de Brad Fiedel, "O Exterminador do Futuro" é um marco da ficção científica, gerando continuações, imitações, mas ainda hoje insuperável em todos os sentidos.



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