Sinopse: Dois irmãos encontram um homem infectado pelo demônio prestes a dar à luz ao próprio mal.
O gênero de horror pode ser realizado de forma para nos entreter e nos pregar grandes sustos como também fazer uma reflexão sobre as adversidades do mundo atual em que nós habitamos. Em tempos de Extrema Direita desenfreada, cuja ambição é consumir tudo em sua volta como se fosse um vírus, podemos concluir que essa ideia possa ser usada de forma subliminar, desde que o mais atento identifique essa mensagem nas entrelinhas. "O Mal que nos Habita" (2023) pode ser interpretado tanto como um simples filme de horror sobre possessão, como também uma metáfora sobre o temor que nos aflige atualmente.
Dirigido por Demián Rugna, esse filme argentino conta a história de uma cidade no interior, onde dois irmãos encontram um corpo completamente mutilado, para logo em seguida testemunhar alguém completamente deformado, sendo que os parentes dizem que ele está sendo possuído. Ao tentarem se livrar dele o corpo desaparece e dando a entender que o mal começará a se espalhar no local ao possuir cada ser vivo um a um. Começa então uma corrida contra o tempo, mas desencadeando consequências irreversíveis.
Demián Rugna não poupa o espectador que for assistir ao longa, pois a trama é recheada de momentos escatológicos e que exige certo estomago. Ao mesmo tempo o realizador demonstra total competência na realização de determinados momentos que se tornam angustiantes e fazendo a gente não desgrudar da tela. A cena em que um dos irmãos tenta levar os seus filhos para fora da cidade desencadeia uma situação completamente fora do controle e se tornando o melhor e mais tenso momento do filme.
Inspirado em um caso real sobre os venenos que são jogados nos campos do interior da Argentina, Demián Rugna procura usar o horror para falar sobre os temores que os argentinos tem neste momento, principalmente por estarem sendo governados por uma Extrema Direita que não medirá esforços para sufocar o povo e tirando os seus principais recursos para obterem algum lucro. Se no decorrer da trama essa metáfora se perde em meio ao sangue e a violência, isso é sintetizado no primeiro ato e fazendo com que a ideia se torne viva ao longo do enredo.
Curiosamente, é um dos poucos filmes de horror sobre possessão que não há um padre para fazer o tão conhecido exorcismo, pois as igrejas deixaram de ser o que eram um dia e sobrevivendo através somente da política e com o intuito de obter somente o poder, mas esquecendo daqueles que um dia precisavam de sua ajuda. Ao mesmo tempo, nota-se que Demián Rugna presta até mesmo homenagens a grandes filmes de horror, tanto recentes como o elogiado "A Bruxa" (2015), como o clássico "Invasores de Corpos" (1978). Ao meu ver, Demián Rugna fez o dever de casa através do melhor que se encontra dentro do gênero.
Com um final perturbador, "O Mal Que Nos Habita" fala sobre uma cidade do interior que é tomada por um grande mal e se tornando uma metáfora sobre o temor atual que a Argentina e o mundo enfrentam no mundo real.
Onde Assistir: Netflix.
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Um dos melhores filmes de terror com gore que eu já assisti!
ResponderExcluirQue bom que gostou. Se puder me siga que eu lhe seguirei
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