terça-feira, 26 de setembro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Som da Liberdade'

Sinopse: Um ex-agente federal embarca em uma perigosa missão para salvar uma menina dos cruéis traficantes de crianças. Com o tempo se esgotando, ele viaja pelas profundezas da selva colombiana, colocando sua vida em risco para libertá-la.

O trabalho de um crítico de cinema cabe em analisar os pontos positivos e negativos de um longa-metragem e não sobre outras questões, que vai desde a fofocas dos bastidores ou teorias de conspiração para a realização de um determinado projeto. Se não fugir deste caso o mesmo não será muito diferente quando falamos de determinados atores ou atrizes conhecidos entre os cinéfilos, mas cujas as suas vidas pessoais atribuladas fez com que a sociedade em geral não conseguisse separar o ser humano do artista e piorando ainda mais em tempos atuais em que as redes sociais são usadas para o cancelamento da vida das pessoas através de fake news. Portanto, irei falar sobre "Som da Liberdade" (2023) não tocando em nenhuma das polêmicas que o filme se envolveu, mas sim com relação as suas reais qualidades e defeitos que eu percebi ao longo da projeção.

Dirigido por Alejandro Monteverde, o filme é um drama e ação baseado na história real de Tim Ballard, ex-agente do governo americano responsável por uma missão de resgate de centenas de crianças vítimas do tráfico sexual na Colômbia. Na trama, depois de resgatar um garotinho, Ballard (interpretado por Jim Caviezel) descobre que a irmã do menino também está sendo mantida como refém. Ele decide, então, dar início a uma perigosa - porém nobre - missão para salvá-la. Disposto a dar tudo de si, Tim se demite de seu antigo emprego no Governo e viaja para as profundezas da selva colombiana em busca da quadrilha.

Alejandro Monteverde nos passa uma direção sóbria, cuja edição não é frenética e nos apresentando cenas, por vezes, longas, mas fazendo com que tenhamos uma noção de peso sobre a situação que estamos testemunhando. É notório, por exemplo, que o ato inicial procura nos passar uma sensação de transição entre a ficção e o realismo, principalmente em cenas vindas de câmeras de segurança onde vemos crianças reais sendo sequestradas. Em meio a isso, surge o personagem de Jim Caviezel disposto a fazer a diferença neste caso, mesmo quando a causa parece um tanto que perdida em diversos momentos.

Conhecido mundialmente pela sua atuação em "A Paixão de Cristo" (2004) é bom rever Caviezel novamente atuando, pois eu conheço desde o "Conde de Monte Cristo" (2001) e merecia uma chance maior no mundo cinematográfico. Porém, atuação dele aqui é um tanto que contida, como se estivesse preso ao que o personagem real era e não podendo fazer nada além do que está no script. Porém, ele segura as pontas em cena o quanto pode, mesmo com as limitações impostas contra ele.

Um outro fator que me incomodou foi a questão que, novamente, a visão estereotipada com relação aos países latinos é colocada novamente em pauta, sendo uma fórmula velha que o cinema norte americano ainda persiste, mas que em tempos politicamente corretos isso soa mais do que inverossímil. O mesmo vale para sua fotografia alaranjada, como se desse a entender que por aqui os países latinos são sempre quentes e não batendo com relação ao nosso olhar ao que a gente convive. De praxe, sobrou até mesmo para os guerrilheiros e cujas figuras são incansavelmente exploradas no cinema de ação norte americano.

Porém, é preciso destacar que o filme aponta o dedo contra o próprio governo dos EUA que fez com que se tornasse fácil a entrada de crianças raptadas para serem exploradas sexualmente em território norte americano. Ao mesmo tempo, o lado burocrático visto na tela não surpreende, já que não nos admira que o próprio país todo poderoso dificulta o combate contra esse mal e fazendo com que a cada ano aumentasse ainda mais esse problema causador de tanta dor e sofrimento. Portanto, ao menos o filme venha fazer certo barulho positivo neste ponto, porque é algo que é preciso ser combatido mesmo com um alto custo a ser pago.

O ato final talvez se entregue as fórmulas corriqueiras de Hollywood, desde ao fato de fazer do protagonista um herói quase intocável, como também aqueles típicos finais cujo créditos explicam a situação real dos envolvidos atualmente. Ou seja, o filme não é nada revolucionário, não mudando a roda como um todo, mas ao menos a sua mensagem é corajosa para se dizer o mínimo. "Som da Liberdade" é bom nas suas intenções com relação ao combate contra a exploração de crianças, mas cuja polêmicas que afloraram durante a sua exibição poluíram perante o que deveria ter sido realmente debatido.  


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