Sinopse: Em A Casa Sombria, lutando por conta da morte inesperada de seu marido, Beth (Rebecca Hall) vive sozinha em sua casa à beira do lago. Ela tenta o melhor que pode para se manter bem, mas possui dificuldades por conta de seus sonhos.
O gênero de horror convencional norte americano deixou o público preguiçoso, pois o mesmo não aceita determinados filmes que fogem do padrão dos filmes que eles estão acostumados. Filmes como, por exemplo, "A Bruxa" (2015) e "Hereditário" (2018) são obras que fogem do parâmetro previsível, ao fazer a gente questionar o que o filme nos quer passar, mas decepcionando uma parcela do público acostumada a ser brindada com tudo explicado e não fazendo os mesmos pensar. "A Casa Sombria" (2021) facilmente entrará na lista dos filmes de horror que não irá agradar a todos, mas é justamente isso que o faz a gente querer conferi-lo.
Dirigido por David Bruckner, o filme conta a história de Beth (Rebecca Hall), que vive lutando por conta da morte inesperada do marido e vive sozinha em sua casa à beira do lago. Ela tenta o melhor que pode para se manter bem, mas possui dificuldades por conta de seus sonhos. Visões perturbadoras de uma presença na casa a chamam, acenando com um fascínio fantasmagórico. Indo contra o conselho de seus amigos, ela começa a vasculhar os pertences do falecido, ansiando por respostas. O que ela descobre são segredos terríveis e um mistério que está determinada a resolver.
Revelar mais seria estragar algumas surpresas que o filme nos reserva ao longo da projeção. O que eu posso dizer que é um filme que não fica somente preso a uma fórmula de sucesso, mas sim transitando nas diversas possibilidades sobre o que realmente pode estar acontecendo na tela. Se por um momento achamos que estamos assistindo a um filme sobrenatural, do outro, logo constatamos que o filme se envereda mais para o horror psicológico e algo muito próximos ao que já foi apresentado em filmes recentes e dos quais estão sendo intitulados de "pós-terror".
O filme também brinca com as inúmeras possibilidades dos significados dos sonhos, dos quais somente Freud explica, mas já sendo explorado alguns anos pelo próprio cinema. Ao mesmo tempo as questões sobre a vida e a morte são investigadas aqui com certa delicadeza, como se os realizadores não quisessem ofender, tanto aqueles que acreditam na vida pós morte, como também aqueles que duvidam de tal possibilidade. Tudo isso orquestrado por uma boa direção de David Bruckner que faz, por exemplo, a casa onde acontece os principais acontecimentos da trama como peça essencial para todas as dúvidas que vão surgindo na tela.
Mas o filme não seria o mesmo se não houvesse um grande desempenho e nisso atriz Rebecca Hall tira de letra. A interprete constrói para a sua personagem uma personalidade que transita entre a dor, sarcasmo e melancolia, mas não escondendo certa força que ela tenta manifestar para se manter sana. O filme como um todo é protagonizado por ela, sendo que os demais coadjuvantes em cena somente fazem com que a mesma colhe pistas para descobrir o que realmente está acontecendo na casa em que ela mora e sobre quem era realmente o seu marido. Mesmo em momentos em que o roteiro flerta pelo convencional é Rebecca que faz com que esses pontos se tornem diferentes e que não soe um Déjà vu.
O ato final, por sua vez, irá nos colocar na sombra da dúvida, já que cada um terá a sua interpretação sobre os eventos que moldam os últimos minutos da trama. Isso é proposital, já que o mote principal é sobre questões sobre a vida e a morte e cuja a discussão nos leva até hoje em um impasse que nem mesmo diversas religiões podem explicar. É claro que haverá alguns que dirão que o filme termina de uma forma até convencional, mas se observarmos mais de perto se perceberá que é bem ao contrário.
"A Casa Sombria" foge dos padrões normais do gênero de horror e nos coloca para questionar diversos temas que na maioria dos casos fugimos para não ouvir as respostas.
Depois desta crítica, vou assistir.
ResponderExcluirAssista Sandra, não irá se arrepender
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