Sinopse: Jane (Julia Garner) é uma aspirante a produtora de cinema que recentemente conseguiu seu emprego dos sonhos como assistente júnior de um poderoso magnata do entretenimento.
O recente filme "O Escândalo" (2019) retrata os inúmeros casos de assédio que o produtor da Fox News havia cometido contra as suas funcionárias ao longo das décadas. O filme veio justamente na esteira em que vários diretores e produtores Hollywood foram colocados na parede ao serem denunciados por terem cometidos crimes graves contra atrizes durante muito tempo. "A Assistente" (2019) é somente a ponta do iceberg sobre esses acontecimentos, mas que sintetiza o lado cru por detrás das cortinas desse universo do entretenimento.
Dirigido pela diretora Kitty Green, o filme aborda a vida de Jane, interpretada pela ótima jovem atriz Julia Garner da série "Orzak", uma aspirante a produtora de cinema que recentemente conseguiu seu emprego dos sonhos como assistente júnior de um poderoso magnata do entretenimento. O dia dela é muito parecido com o de qualquer outra assistente. Mas, à medida que Jane segue sua rotina diária, ela começa a perceber todos os abusos que envolvem seu ambiente de trabalho e sua posição profissional.
Antes de falar sobre o filme em si é preciso relembrarmos sobre Harvey Weinstein. Para os desavisados, Weinstein era um bem sucedido produtor de cinema, fundador da produtora Miramax, que entre os títulos do estúdio se encontra “Pulp Fiction: Tempo de Violência” (1994), “O Paciente Inglês” (1996), “Cold Mountain” (2003) e dentre outros. Porém, em 2017, Weinstein foi acusado de abuso sexual por mais de 80 mulheres, muitas delas suas funcionárias. Tais acusações deram início ao movimento #MeToo, criado nas redes sociais onde mulheres de todo o mundo vieram a público denunciar a conduta imprópria de diversos homens poderosos. O ápice dessa situação aconteceu quando o movimento também foi apelidado de “O Efeito Weinstein”. Nem preciso mencionar que a carreira do produtor de cinema foi para o fundo do ralo e de forma merecida.
Weinstein não aparece em "A Assistente" e ninguém menciona seu nome durante a projeção, mas isso se torna mero detalhe. O que torna poderoso o filme da diretora Kitty Green é graças a sua sutileza que ela cria na construção de sua narrativa. Praticamente o filme é protagonizado pela personagem Jane e da qual ela se torna o nosso olhar com relação àquela realidade.
Com um enquadramento em que foca os principais afazeres de Jane, acompanhamos o seu dia a dia no escritório, desde os afazeres mais simples como também os mais complexos. Porém, na medida que o filme avança, a protagonista começa a sentir a pressão em sua volta, principalmente quando determinadas ligações testam os seus nervos e sua autoestima. Julia Garner nos brinda aqui com a sua melhor atuação da carreira, cujo o seu olhar transita entre a segurança para momentos de perplexidade mesmo ela não demonstrando em situações que exige sangue frio infelizmente.
Curiosamente, o filme oscila tanto em momentos dramáticos, como também de puro suspense psicológico. Em tempos em que monstros clássicos perderam o seu lugar para monstros mais realistas, ou seja, o próprio lado sombrio do ser humano, o filme se casa muito bem com a realidade nebulosa em que nós vivemos. Como já citado acima, nós nunca testemunhamos o produtor assediador da trama, mas sua presença é sentida a todo momento, seja através das consequências dos seus atos, como também do olhar da protagonista que nos diz tudo.
Aliás, o grande acerto do filme é não do uso de cenas politicamente incorretas ou algo do gênero para que a trama se torne chocante, pois basta uma boa direção como essa para que se faça toda a diferença. Talvez o ápice do filme é quando a protagonista pede ajuda com relação ao que está acontecendo em seu ambiente de trabalho, mas para somente perceber o quanto ela se encontra encurralada em um sistema cheio de regras e criado por homens machistas que acreditam que podem fazer o que bem entender. A sutileza do filme é algo sublime e que o torna obra indispensável para ser vista e discutida daqui para frente.
"A Assistente" é um filme sobre o antes e depois dos escândalos recentes de Hollywood, mas que serve também como reflexão para que as mulheres não se calem perante os horrores vindo dos próprios homens.
Sim,mas eu ainda alerto pro fato de que a grande questão é as próprias mulheres deixarem de se tratar como corpo,mãe,bonita,magra e na hora de mostrarem intelecto,criação artística aceitem papéis de produtoras.No Cinema,atualmente apenas 3% são diretoras.E as próprias não levam fé no seu taco.Prefetem fazer papéis secundários.O que torna a nossa luta,mais complicada.
ResponderExcluirSim,mas eu ainda alerto pro fato de que a grande questão é as próprias mulheres deixarem de se tratar como corpo,mãe,bonita,magra e na hora de mostrarem intelecto,criação artística aceitem papéis de produtoras.No Cinema,atualmente apenas 3% são diretoras.E as próprias não levam fé no seu taco.Prefetem fazer papéis secundários.O que torna a nossa luta,mais complicada.
ResponderExcluirSim,mas eu ainda alerto pro fato de que a grande questão é as próprias mulheres deixarem de se tratar como corpo,mãe,bonita,magra e na hora de mostrarem intelecto,criação artística aceitem papéis de produtoras.No Cinema,atualmente apenas 3% são diretoras.E as próprias não levam fé no seu taco.Prefetem fazer papéis secundários.O que torna a nossa luta,mais complicada.
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