quarta-feira, 5 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'X-Men: 'Fênix Negra' - O Fim de Uma Era

Sinopse: Jean começa a liberar poderes que a corrompem e a transformam em uma Fênix Negra. Agora, os X-Men precisam decidir se a vida de um membro da equipe vale mais do que todas as pessoas do mundo. 

E lá se vão quase vinte anos desde que foi lançado "X-Men: O Filme" (2000). De lá pra cá, foi lançado duas trilogias, mais três filmes solo de Wolverine e dois de Deadpool. Entre fins e recomeços, os heróis mutantes foram vitais para o fortalecimento de adaptações das HQ para o cinema, pois atualmente fica muito difícil de se imaginar o que seria caso o estúdio Fox não acreditasse nessa iniciativa naquela época.
Após o encerramento da segunda trilogia, com o filme "X-Men - Apocalipse"(2016), eu achava que não era mais necessário um novo capitulo para a saga. Quando, por exemplo, havia sido lançado "Logan"(2017), o filme acabou dando um ponto de encerramento digno ao personagem e a todo legado da franquia. Mas, nunca diga nunca no mundo de Hollywood, pois eis que chega agora "X-Men: Fênix Negra", filme que, ao menos, encerra com dignidade a franquia iniciada no ano 2000, mesmo quando ela não entrega como um todo o seu verdadeiro potencial.
Dirigido pelo estreante Simon Kinberg, o filme se passa no início dos anos 90, onde os X-Men são convocados pelo governo norte americano para tentar salvar um grupo de astronautas que estão à deriva no espaço. Durante o resgate, Jean (Sophie Turner) é atingida violentamente por misteriosos raios cósmicos e despertando nela poderes que até então estavam adormecidos. Não demora muito para Jean perder o controle e fazendo com que ela se encaminhe por situações irreversíveis.
Baseado na clássica HQ "Fenix Negra", escrito na época pelo roteirista Chris Claremont e com desenhos de John Byrne, os realizadores aqui evitam os erros cometidos em "X-Men: O Confronto Final" (2006), dedicando quase todas as suas atenções a personagem Jean e da qual se torna a protagonista definitiva da obra. Aproveitada parcialmente na trilogia original, Jean finalmente mostra todo o seu potencial em cena, não somente com relação ao vasto poder que tem, como também um alto grau de dramaticidade que poucas vezes havia sido explorado nas adaptações. Os primeiros minutos, aliás, sintetizam o peso dramático que o filme irá explorar como um todo.
Drama, aliás, é algo que sempre moldou a personagem e é nisso que estava faltando a ser explorado. Se isso não havia acontecido quando a personagem era interpretada por Frank Jessen, ao menos, quem teve melhor sorte foi Sophie Turner. Recém-saída do grande sucesso que foi a série "Game of Thrones", Sophie Turner carrega todo o filme nas costas e nos brindando com uma interpretação digna de nota.
Mas como não poderia deixar de ser, James McAvoy novamente surpreende como Charles Xavier, principalmente ao construir uma nova faceta para o personagem, cujo o seu ego inflado acaba se tornando o seu principal inimigo. A relação de professor e aluna, aliás, é o que torna especial o desenvolvimento da trama, ao explorar os erros e acertos dessa relação e culminando em revelações doloridas. Uma vez que Jean começa a perder o controle dos seus poderes, o grupo se defronta com situações imprevisíveis, das quais culminará em uma tragédia e que fará mudar a vida deles para sempre.
Por conta disso, eu acho até mesmo doloroso constatar que os roteiristas inventaram em última hora um inimigo dispensável para surgir em cena e da qual é interpretada pela atriz Jessica Chastain. Embora ela esteja bem em seu papel, sinto que ela foi inserida na trama unicamente para gerar um grande conflito, principalmente em seu ato final. Falando nisso, é notório que os realizadores optaram em descarregar toda ação, com efeitos especiais mirabolantes, somente em sua meia hora final.
Se por um lado tudo que é visto nos minutos finais soam como excesso, ao menos, isso tudo não estava impregnado ao longo do filme como um todo. Pelo menos, os minutos finais do filme permitem que os protagonistas respirarem um pouco, principalmente por conseguirem cada um deles uma redenção, mesmo com os sacrifícios ao longo do percurso. Resumidamente, não era um filme necessário, mas também foi até que bem pensado para agradar aos fãs e os respeitando da melhor maneira possível.
Com uma maravilhosa trilha sonora composta por Hans Zimmer, "X-Men: Fenix Negra" é o fim de uma era, da qual se encerra com certa dignidade e de forma merecida.   


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