sexta-feira, 8 de março de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Capitã Marvel' - Quem Sou Eu?

Sinopse: Uma nova aventura dos anos 90, que mostra um período inédito na história do Universo Marvel. Acompanhamos a jornada de Carol Danvers, que se torna uma dos heroínas mais poderosas do universo. 

A jornada do herói é uma fórmula de sucesso quando se é usada para se contar a cruzada de um determinado personagem em sua busca para descobrir qual o seu papel neste mundo. No caso dos filmes de origens estrelados por super-heróis, na maioria dos casos, vemos esses personagens sofrerem devido as perdas pessoais e assim irem em busca de uma razão pela sua existência. No caso de “Capitã Marvel” a jornada é muito mais profunda sobre a sua pessoa, onde ela busca respostas sobre o seu passado e na luta para quebrar os seus próprios medos.
Dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck, o filme conta a história de Carol Danvers (Brie Larson) de o “Quarto do Jack” (2015), uma agente espacial do exército de Elite Kree. Carol não se lembra do seu passado e para conseguir respostas ela tenta ser a melhor agente de sua equipe. Porém, numa missão em que ela caça agentes Skull na terra, Carol começa aos poucos  descobrir o seu verdadeiro passado a muito tempo perdido.
Diferente de outros filmes de origem, a trama já começa com Carol em ação, mas transitando entre o dever e os pensamentos sobre saber quem é. Os primeiros minutos do filme aproveitam para explorar mais desse universo espacial da Marvel e aproveitando até mesmo para fazer interligações com o que já foi apresentado nos dois filmes de "Os Guardiões da Galáxia". Porém, o filme funciona, independente dessas interligações e das quais já estão mais do que estabelecidas dentro do universo cinematográfico Marvel.
Mas o filme engrena mesmo quando Carol cai na terra, em pleno ano de 1995. É aí que o lado nostálgico do filme nasce, pois há referências da cultura pop da época, que vai desde a música ao cinema. Portanto, não estranhe se você começar a ouvir sucesso de bandas como, por exemplo, “Nirvana” e fazendo a gente desejar que os realizadores tivessem colocado mais músicas daqueles anos que, aos poucos, começam a se tornar mais dourados em tempos contemporâneos.
Aliás, é na cruzada pessoal da protagonista em tentar saber quem é que o coração do filme pulsa mais forte. Curiosamente, a interpretação de Brien Larson nos incomoda num primeiro momento, já que no início do filme parece que ela não consegue achar a verdadeira essência de sua personagem. Se isso foi proposital ou não, isso colaborou para que Carol se tornasse uma personagem mais complexa, onde as cenas de flashbacks mostram uma garota determinada a alcançar os seus objetivos, mesmo quando o mundo lhe diz ao contrário.
Mas embora o hasteamento da bandeira em favor da mulher forte fique mais do que evidente, o filme não se prende muito a esse ideal, mas sim na fórmula de sucesso da Marvel que é o humor. É aí que o filme transita em meio as qualidades e seus defeitos, já que há tanto piadas certeiras, como também as desnecessárias e que poluem um pouco a obra. Esses momentos, aliás, são protagonizados por um jovem Nick Furý e Samuel Lee Jackson consegue segurar muito bem as rédeas nessas situações, mesmo quando em alguns casos soam muito ridículos.
Outro fator negativo no filme é os vilões, dos quais novamente não conseguem ter o mesmo destaque se compararmos com a protagonista. Porém, no meu entendimento, não há vilões propriamente ditos dentro da trama, mas sim personagens que fizeram escolhas erradas e cuja a trama nos diz que nunca se pode julgar as pessoas pelas aparências. Se isso pode soar ultrapassado para alguns, por outro lado, é sempre bom presenciarmos lições de moral como essa em tempos em que muitos poderosos tentam forçar as pessoas a voltarem para tempos mais preconceituoso.
Embora com seus deslizes, "Capitã Marvel" é uma boa aventura para toda a família, onde nos diz para sermos fortes contra os obstáculos e para assim conseguirmos obter o nosso voo mais alto.  


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