segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: Homem Aranha: No Aranhaverso

Sinopse: Miles Morales é um jovem negro do Brooklyn que se tornou o Homem-Aranha inspirado no legado de Peter Parker, já falecido. Mas, ao visitar o túmulo de seu ídolo em uma noite, ele é surpreendido com a presença do próprio Peter, vestindo o traje do herói aracnídeo sob um sobretudo.  

Em "Hulk" (2003) Ang Lee havia feito uma adaptação à frente do seu tempo, não somente pela sua visão mais adulta com relação ao personagem, como também pela maneira que ele conseguiu incorporar a forma de se ler uma HQ para dentro de um filme. Com uma edição caprichada, o cineasta incorporou cenas sobrepostas umas às outras e nos dando a sensação de estarmos assistindo uma HQ em movimento. Se por um lado essa forma de se assistir uma adaptação de HQ para o cinema não vingou naqueles tempos, "Homem Aranha: No Aranhaverso", por sua vez, incorpora novamente essa ideia, mas elevando as adaptações de HQ para o cinema para um novo nível cinematográfico jamais visto.
Dirigido por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, o filme acompanha a história de Miles Morales (voz de Shameik Moore), um rapaz comum do Brooklyn e cujo o seu maior ídolo é o Homem Aranha (voz de Jack Johnson). Certo dia, Morales é picado por uma aranha radioativa e testemunha o herói aracnídeo sendo morto pelo vilão Rei do Crime (voz de Liev Schreiber). Porém, ele não só dá de encontro com um outro Homem Aranha  ainda vivo, como também com outras quatro versões do herói que são vindas de realidades paralelas.
Se o leitor veterano de HQ está mais do que acostumado com sagas onde se retrata inúmeras realidades paralelas da vida dos heróis (como no caso do clássico "Crise das Infinitas Terras"), no cinema isso poderia gerar uma grande dor de cabeça para marinheiro de primeira viagem. Porém, os roteiristas foram sábios em não poluir a trama com inúmeras possiblidades complexas, mas sim deixando tudo muito mais simples e apresentando os personagens principais de uma forma muito mais leve e divertida. Outro ponto a favor é pelo fato de Miles Morales ser o verdadeiro protagonista da trama, sendo ele um Homem Aranha diferente do seu antecessor, mas tendo também que enfrentar uma encruzilhada de dor, amadurecimento e que o fará ser um herói pelas escolhas que for tomar.
Em contrapartida, não há como deixar de gostar também das outras versões do personagem, ao ponto de cada um deles possuir uma personalidade distinta uma da outra. Se por um lado temos um Peter Parker (voz de Jake Johnson) querendo se aposentar de sua vida de aventureiro, do outro, temos uma Mulher Aranha (voz de Hailee Steinfeld)  que irá agradar as meninas em cheio, assim como a pequena Peni Parker (voz de Kimiko Glenn), uma menina de 9 anos que também possui os poderes aracnídeos. Aliás, essa última possui traços de uma animação japonesa, mas se você acha isso estranho se prepare para conhecer o Porco Aranha (voz de John Mullaney), que mais parece um personagem saído de um desenho animado do looney Tunes e do Homem-Aranha Noir (voz de Nicolas Cage), que é vindo do passado e que possui traços de um personagem extraído de uma HQ Noir.    
Se já com tudo isso fará com que os fãs do personagem fiquem bastante animados, os que curtem HQ como um todo irão se maravilhar com o visual do filme, que mais parece uma HQ em movimento. Cada quatro de imagem vista na tela foi pensada para que nos passasse a sensação de que ela foi extraída de um gibi, ao ponto de testemunharmos em alguns momentos os balões de pensamentos vindos de Miles Moles e prestando uma inesperada homenagem a essa arte. Se a união entre cinema e HQ já dura há um bom tempo, essa animação veio para se comprovar que existe ainda muita coisa boa para se extrair desse casório.
Homem Aranha: No Aranhaverso, não é somente a melhor adaptação do personagem para o cinema até aqui, como também nos brinda como uma belíssima animação de qualidade e que irá agradar os fãs de todas as idades.



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