quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Cine Especial: Cine Iberê: A Bela da Tarde (1967)

Sinopse: Frustrada por não conseguir se satisfazer com seu marido, uma jovem bela e rica procura realizar suas ftasias em um bordel e passa a levar uma vida dupla.



A Bela da Tarde nos faz mergulhar na mente da protagonista principal, que foi levada pelo feitiço do sexo vendido por conta de sua atração pela mão do homem e sua passividade (nos seus pensamentos cheios de erotismo, ela sempre se encontra ao sexo forçado com desconhecidos). É uma atitude que, apesar de extrema, se torna seu meio de prazer e satisfação imediata. Em algumas cópias, as legendas do filme chegaram a ser formatadas em itálico para diferenciar o que era realidade e o que era a consciência da personagem (um erro hediondo daqueles que subestimam os que prestigiam um bom filme).
O diretor Luis Buñuel (desde o filme o Cão Andaluz) é um mestre sobre os inúmeros segredos escondidos nas mentes das pessoas. Só ele poderia passear pelo interior feminino de maneira tão elegante e hipnotizante. Sua característica mais marcante nesse filme é definitivamente os takes de pés femininos, funcionando como agrado para evidenciar a beleza de Catherine Deneuve que, desde então, foi um dos melhores papeis de sua carreira e que se encontra deslumbrante. O filme tem um quê de Nelson Rodrigues. Aliás, A Bela da Tarde é uma obra que certamente está ligada no processo criativo do dramaturgo brasileiro, mesmo que indiretamente. É daqueles filmes que, mesmo tendo sido realizado há décadas, ainda é capaz de enaltecer a sexualidade de forma muito atraente.



Nota: o filme será exibido no próximo domingo (18/11/18) no Cine Iberê Camargo as 16horas. Fundação Iberê Camargo: Av. Padre Cacique, 2000 - Cristal, Porto Alegre. Sessões de cinema sempre aos Domingos às 16h.


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