quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Um Pequeno Favor



Sinopse: Stephanie (Anna Kendrick) é uma jovem mãe que divide o tempo entre a criação do filho e a dedicação aos vídeos de culinária. Ela é uma pessoa solitária, que se torna fascinada pela mãe de um colega de escola de seu filho. Esta mulher, Emily (Blake Lively) é poderosa, destemida, e leva uma vida de luxo ao lado do marido. Um dia, Emily desaparece. A polícia tem dificuldades para lidar com o caso, mas Stephanie parte em busca de respostas por conta própria. No caminho, descobre que a nova amiga não era nada do que ela pensava.



Graças aos filmes como, por exemplo, Missão Madrinha de Casamento, e até mesmo Caça Fantasmas, o cineasta Paul Feig provou ter uma mão firme e autoral com relação ás comédias americanas, principalmente aquelas protagonizadas por atrizes com veia cômica. Curiosamente, o cineasta não tem medo de fazer uma dura crítica, pelas entrelinhas, com relação à própria América, sendo ela vista em suas obras como uma sociedade moldada por sorrisos amarelos, mas que não conseguem esconder a própria crise que, por vezes, enfrentam. Um Pequeno Favor o cineasta elabora uma trama com requintes de humor sombrio e retratando uma sociedade americana caricata e com suas vidas alienadas.
Baseado no livro homônimo escrito por Darcey Bell, o filme acompanha os passos de Stephanie (Anna Kendrick, de Amor Sem Escalas), mãe solteira e que divide o seu tempo na criação do seu filho com o seu trabalho de culinária em que ela divulga pela internet. Solitária, ela começa a se tornar amiga que é mãe do melhor amigo do seu filho, que se chama Emily (Blake Lively, de Selvagens), uma poderosa e aventureira mulher que possui uma vida, aparentemente, de luxo. Certo dia Emily desaparece e a busca por ela revela situações surpreendentes.
O filme pega na onda de longas metragens baseados em livros de sucesso, dos quais são protagonizadas por mulheres e das quais se revelam complexas e imprevisíveis. Embora esse filme não seja nenhum "Garota Exemplar", Paul Feig cria um complexo jogo de gato e rato, mesmo quando ele é perceptível sobre quem é o caçador e quem é a caça. Começando de uma forma convidativa, principalmente com a sua fotografia de cores quentes, o filme vai gradualmente se enveredando para um clima de suspense, onde todos são suspeitos com relação as suas ações. Porém, como eu disse acima, é um humor sombrio, mas caricato, do qual sintetiza uma sociedade moldada pelas aparências, mas das quais sempre esconde um esqueleto dentro do armário. 
Stephanie, por exemplo, parece a jovem perfeita que a sociedade americana sempre gosta de vender para as massas, mas que, aos poucos, vai revelando segredos de sua pessoa e fazendo a gente se perguntar quais os outros segredos que ela ainda guarda. Em contrapartida, desde a primeira cena, já nos damos conta que Emily não é bem o que ela diz ser e fazendo do desempenho de Blake Lively um tanto que previsível e podendo ter ido muito mais além do que ela poderia nos oferecer. Contudo, as inúmeras revelações sobre o passado de ambas as protagonistas é o que dá o verdadeiro gás ao filme, mesmo quando algumas situações a gente já prevê o que irá acontecer.
Com uma edição agiu com relação a sua proposta, Um Pequeno Favor é um pequeno jogo das aparências, das quais são moldadas por uma realidade colorida, mas não escondendo o seu lado hipócrita.  



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