quinta-feira, 10 de maio de 2018

Cine Especial: Grandes Temas da Filosofia no Cinema: Parte 2



Nos dias 12 e 13 de Maio eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, onde acontecerá o curso Grandes Temas da Filosofia no Cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo filosofo Rafael Alves de Oliveira. Enquanto os dias do curso não chegam, por aqui eu irei relembrar e passar para vocês sobre os filmes que serão analisados e debatidos durante atividade.

 

Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010)



Sinopse: Wagner Moura retoma o personagem mais marcante de sua carreira o capitão Nascimento na sequência de Tropa de Elite filme também dirigido por José Padilha ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlim 2008. Nascimento dez anos mais velho cresce na carreira: passa a ser comandante geral do BOPE e depois Sub Secretário de Inteligência. Em suas novas funções Nascimento faz o BOPE crescer e coloca o tráfico de drogas de joelhos sem perceber que ao fazê-lo está ajudando aos seus verdadeiros inimigos: os policiais e os políticos corruptos que submetem a segurança pública a interesses pessoais. Agora os inimigos de Nascimento são bem mais perigosos.

Passado alguns anos após os eventos do primeiro filme, Capitão Nascimento enfrenta agora outro inimigo e com isso José Padilha surpreende o público escancarando quem é o verdadeiro inimigo da história no combate contra o crime. Acredito que Padilha só não lançou seu filme um pouco antes porque estávamos vivendo uma época de eleição em 2010, mas se tivesse sido lançado durante as campanhas à coisa iria pegar fogo, pois o filme explora a realidade nua e crua sobre as milícias, onde os candidatos que, se dizem prontos para nos governar, têm seus dedos podres no meio e só com isso tudo já torna esse filme o mais corajoso daquele ano. Apesar de o início dizer que os fatos apresentados na trama são levemente inspirados em fatos reais, ali a pouca realidade já é terrível de se assistir, mas não podemos recuar. 
Vagner Moura dessa vez tem mais espaço ainda para seu personagem ser desenvolvido e com isso o ator surpreende ao mostrar Nascimento cansado, mais humano e meio arrependido com os seus atos do passado, principalmente perante o filho que tenta aflorar ali seu lado paternal que não quer perder. Contudo, de bobo o personagem não tem nada e Nascimento responde a altura para aqueles que quase o levaram ao inferno. Nascimento é o nosso Jack Bauer tupiniquim e vendo-o dando uma verdadeira surra em um político que se faz de esperto nos dá uma vontade grande de gritarmos um olé. Capitão Matias (André Ramiro) volta com o seu personagem do filme anterior só que com menos tempo na tela. Mesmo assim Ramiro cumpre bem o se desempenho, principalmente em uma sequência de ação em uma perseguição na favela que termina de uma forma arrasadora e realista. Lembrando que essa sequência desde já é fantástica, bem dirigida por Padilha e orquestrada pelo montador Daniel Rezende (indicado ao Oscar por Cidade de Deus). 
Se analisarmos os dois filmes, ambos retratam graus de criminalidade que possuem inúmeras fazes piores do que a outra. Portanto é de se esperar algo de muito maior se caso aconteça um Tropa de Elite 3 um dia, já que os minutos finais do filme são de uma ousadia inesperada e temos uma ideia do que pode (ou não) surgir em uma eventual sequência e as palavras finais de Nascimento com certeza se tornaram proféticas se são ouvidas hoje em dia.
  

Capitão Fantástico (2016)



Sinopse:Ben (Viggo Mortensen) decidiu se isolar da sociedade para que seus seis filhos crescessem livres, educados ali mesmo, sem contato com as “perversões” da vida moderna. Quando sua esposa adoece, ele é confrontado por pessoas que consideram seu modo de vida prejudicial às crianças e acaba retornando à civilização com os filhos.

É raro quando um filme consegue ser poderoso em todos os pequenos detalhes do seu desenvolvimento. Partindo de um núcleo familiar, Capitão Fantástico trabalha com a filosofia de modo a criar camadas no que diz respeito à crítica ao consumismo, padrão de vida imposto pela sociedade e relação dos pais para com seus filhos. O diretor Matt Ross, que assina também o roteiro, parece ter uma ligação profunda com a história, transparecendo carinho com a sua criação e, como consequência, encanta em todos os aspectos.
O estilo de vida hippie é visto, por diversas pessoas, como uma forma de protesto ou até mesmo coragem, de fato existe uma ligação direta com o desprendimento.  Todos os atores estão excelente, inclusive os mais novos, com destaque para Viggo Mortensen (da trilogia O Senhor dos Anéis) entrega um desempenho maravilhosa e cheia de carisma, ao ponto de fazer com que achemos natural tudo o que ele se propõe a fazer. Atuação digna de prêmios. 
Capitão Fantástico é uma verdadeira montanha-russa de emoções que liga dois mundos extremamente diferentes, um despojado de bens materiais mas que transmite paz, o outro com a correria de um dia a dia caótico, com miúdos à mesa a mexerem nos smartphones.
 

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