segunda-feira, 7 de maio de 2018

Cine Especial: Grandes Temas da Filosofia no Cinema: Parte 1


Nos dias 12 e 13 de Maio eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, onde acontecerá o curso Grandes Temas da Filosofia no Cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo filosofo Rafael Alves de Oliveira. Enquanto os dias do curso não chegam, por aqui eu irei relembrar e passar para vocês sobre os filmes que serão analisados e debatidos durante atividade. 

O Clube da Luta (1999)

Sinopse: Um homem deprimido que sofre de insônia conhece um estranho vendedor chamado Tyler Durden e se vê morando em uma casa suja depois que seu perfeito apartamento é destruído. A dupla forma um clube com regras rígidas onde homens lutam. A parceria perfeita é comprometida quando uma mulher, Marla, atrai a atenção de Tyler.

Um dos filmes que mais soube sintetizar o que foi a década de 90. Violento, não só no visual como também na ideologia por alguns dos personagens, que são a favor da brutalidade, destruição e para que aí sim se sentirem livres. Polêmico e original, o filme possui uma cena impressionante, quase idêntica aquela divulgada pela mídia em setembro de 2001, por ocasião aos atentados que Nova York passou. Com um ato final imprevisível, o filme dividiu e muito o público na época, que acabou não indo em massa para assistir a trama, mas felizmente foi descoberto em vídeo e se tornou um dos primeiros grandes sucessos de venda em DVD.
Visto hoje, é um verdadeiro retrato da alienação das pessoas do mundo contemporâneo, onde se tornaram verdadeiros zumbis do consumo desenfreado e presos ao sistema. Tecnicamente, o filme de David Fischer dá uma verdadeira aula de montagem de imagens nunca antes vistas no cinema e apresentou os melhores desempenhos de Bratt Pitt e Eduard Norton.

A Outra História Americana (1998) 

Sinopse: Vivendo uma vida marcada pela violência e racismo, o neonazista Derek Vinyard finalmente vai para a prisão depois de matar dois jovens negros que tentaram roubar seu carro. Após a sua libertação, Derek promete mudar seu jeito e espera evitar seu irmão mais novo, Danny, que idolatra Derek, de seguir os seus passos enquanto ele luta contra seus próprios preconceitos.

A Outra História Americana é grandioso em sua proposta de nos mostrar como o racismo nasce e como ele invade a vida das pessoas, tornando-as cegas, insensíveis e propensas a violência. Filmes contra o preconceito tem vários, mas o cineasta Tony Kaye assumiu essa missão com maestria retratando fortemente a ascensão da violência por causa da xenofobia, conseguindo comover e sensibilizar o público em um assunto que deve ser refletido diariamente, inclusive mostrando o poder da influência que as pessoas que amamos tem sobre nós. E como um país que se julga "a terra da oportunidade", tem ainda tão arraigada em sua cultura um preconceito extremamente hipócrita e violento em que resta só a reflexão de cada um para mudar isso.

OLDBOY (2003)

Sinopse: 1988. Oh Dae-su (Choi Min-sik) é um homem comum, bem casado e pai de uma garota de 3 anos, que é levado a uma delegacia por estar alcoolizado. Ao sair ele liga para casa de uma cabine telefônica e logo em seguida desaparece, deixando como pista apenas o presente de aniversário que havia comprado para a filha. Pouco depois ele percebe estar em uma estranha prisão, que na verdade é um quarto de hotel onde há apenas uma TV ligada, no qual recebe pouca comida na porta e respira um gás que o faz dormir diariamente. Através do noticiário da TV ele descobre que é o principal suspeito do assassinato brutal de sua esposa, o que faz com que tente o suicídio. Sem obter sucesso, ele passa a se adaptar à escuridão de seu quarto e a preparar seu corpo e sua mente para sobreviver à pena que está sendo obrigado a cumprir sem saber o porquê.

 A escola Tarantino ultrapassou fronteiras e chegou à Coréia do Sul no início do século 21. OldBoy é uma das melhores produções que lembram o estilo do diretor norte-americano. Vingança, submundo e muita violência são os ingredientes deste longa ousado, perturbador e espetacularmente subversivo. O longa tem uma linha narrativa independente e não precisa de seu antecessor para o entendimento da história. OldBoy é um ‘soco na mente’ do espectador.
Ao começar pelo ótimo roteiro baseado em um mangá japonês que é repleto de mistério, reviravoltas e violência, tanto física como psicológica.A trama, que lembra o conceito de 1984 e a subversão de Laranja Mecânica, expõe o sentimento humano à ambiguidade, à represália e à insanidade e de uma forma densa, dramática e amorosamente desesperançosa. A boa fotografia, que faz da opressão algo artístico, e a atmosfera underground ditam o ritmo do longa até o clímax surpreendente e fazem o espectador apreciar uma das experiências mais perturbadoras do cinema. Destaque para a antológica cena de luta em um estreito corredor filmado em plano-sequência. 


Mais informações sobre o curso cliquem aqui. 


Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Nenhum comentário:

Postar um comentário