quarta-feira, 11 de abril de 2018

Cine Especial: Uma noite de cinema em Porto Alegre e o lado Persona de Ingmar Bergman



 sessão lotada

Em comemoração aos 100 anos do nascimento do cineasta sueco Ingmar Bergman, a Sala Redenção da UFRGS começou essa semana exibindo os grandes clássicos do mestre para o público e com entrada franca. Em contrapartida, os sócios do Clube de Cinema de Porto Alegre e eu, participamos da exibição nessa última terça e que, após a sessão, ocorreu um debate onde se gerou inúmeras hipóteses sobre o filme exibido em questão que foi a obra prima Persona. Além disso, tive o prazer de conhecer o novo visual da sala, onde um artista pegou frames de inúmeros clássicos do cinema e os recriou através de pinturas. O novo visual da sala pode ser conferido logo abaixo. 
 Paulo Daisson Gregório Casa Nova, sócio do Clube de Cinema, iniciando o debate após a sessão.


Lembrando que o Clube de Cinema de Porto Alegre está comemorando 70 anos e, portanto está havendo uma mostra dedicada esse histórico momento e do qual a programação completa pode ser conferida também logo abaixo. Segue uma pequena e nova crítica minha sobre o filme Persona.

 

Persona (1966)



Sinopse: Uma atriz teatral de sucesso sofre uma crise emocional e para de falar. Uma enfermeira é designada a cuidar dela em uma casa reclusa, perto da praia, onde as duas permanecem sozinhas. Para quebrar o silêncio, a enfermeira começa a falar incessantemente, narrando diversos episódios relevantes de sua vida, mas quando descobre que a atriz usa seus depoimentos como fonte de análise, a cumplicidade entre as duas se transforma em embate.

Talvez o melhor filme ao explorar o lado psicológico do ser humano. Um ensaio rápido e certeiro de Bergman, onde ele cria um verdadeiro tour de force para as duas grandes atrizes centrais, pois a câmera jamais as abandona de forma alguma e, com isso, conhecemos cada expressão das duas e tendo uma ligeira ideia do que elas estão pensando. Eu digo ligeira, pois são múltiplas possibilidades sobre o que Bergman quer passar em seu filme, pois cada revisão que nós fazemos da sua obra acaba sendo levantadas novas interpretações. 
Uma verdadeira tensão em cada sequência, pois o que vemos, são duas personagens com uma fortíssima personalidade e que, ao se chocarem essas duas personalidades, há de surgir momentos inquietantes para o cinéfilo que for assistir. Não tenho duvidas de que o cineasta criava as suas obras de acordo com o seu estado de espírito e pensamento da época. Embora não seja o teor principal da obra, há de se destacar que o filme foi lançado em 1966, época em que a Guerra do Vietnã ainda estava explodindo e numa cena perturbadora, da qual se tornou um dos símbolos desse conflito, é usada para, não somente representar os conflitos internos de uma das protagonistas, como talvez os próprios demônios que consumiam Bergman naquele momento. 
Um filme que jamais envelhece e que serve para ser analisado sempre em diversos ângulos em tempos em tempos.
    
Saiba mais sobre a mostra dos 100 anos de Ingmar Bergman clicando aqui.
Saiba mais sobre a mostra dos 70 anos do Clube de Cinema de Porto Alegre clicando aqui. 

 Novo visual da frente da Sala Redenção
 
78 frames do melhor do cinema ao lado da entrada da sala.

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