quinta-feira, 19 de abril de 2018

Cine Dica: Em Nome da América estreia com debate no CineBancários




Vencedor do prêmio de melhor documentário brasileiro na Mostra Internacional de Cinema 2017/ Premio Petrobras, Em nome da América, tem sessão especial dia 19 de abril, às 19:00 no CineBancários. Após a exibição haverá um bate-papo com a presença do diretor, Fernando Weller e do jornalista e crítico de cinema Marcelo Perrone.
A controversa presença de centenas de jovens norte-americanos no Nordeste brasileiro na década 1960, participantes do programa de voluntariado Peace Corps (Corpos da Paz), é o tema central do documentário Em Nome da América. Por meio de testemunhos, vasto material de arquivo e documentação histórica, Em Nome da América traz à tona as contradições entre a política exterior inaugurada pelo presidente John F. Kennedy e as motivações dos voluntários, que se viram atônitos diante das mazelas de uma região marcada pela fome e pela violência. O golpe militar de 1964 no Brasil, a Guerra do Vietnã e a infiltração da CIA na América Latina completam o cenário, descortinando o temor das elites e dos governos de que o Nordeste brasileiro virasse uma “nova Cuba”.
Ingressos: R$ 12,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$6,00. Os ingressos podem ser adquiridos no local ou no site ingresso.com . Aceitamos os cartões Banricompras, Visa e Mastercard.

VOLUNTÁRIOS DA PAZ
Criado nos Estados Unidos em 1961, os Corpos da Paz eram o programa governamental que melhor representava a imagem modernizante da era John F. Kennedy. Contra a imagem do americano imperialista e arrogante difundida pelo mundo, o então presidente convocou uma legião de jovens idealistas, recém-formados em universidades e afinados com o discurso de solidariedade e voluntarismo de luta contra a fome a pobreza. Entre 1961 e 1980, centenas de norte-americanos vieram ao Brasil, especialmente para o Nordeste, área considerada de alto risco subversivo pelo governo dos EUA. Recife chegou a ter um dos maiores escritórios da USAid (a agência de cooperação internacional norte-americana) do mundo, como parte de uma política que visava minar a influência comunista representada pelas Ligas Camponesas de Francisco Julião. Os voluntários atuaram no Brasil em projetos comunitários, nas áreas da saúde, educação e, principalmente, em cooperativas agrícolas. O objetivo era promover uma modernização de cunho liberal nos países latino-americanos e combater as mazelas sociais que favoreciam a suposta penetração comunista. Por outro lado, o programa acabou se tornando rota de fuga para uma geração de jovens pacifistas que não queriam servir na Guerra do Vietnã.

SOBRE O DOCUMENTÁRIO
Em Nome da América lança um novo olhar sobre a presença dos EUA no Nordeste durante a ditadura militar. Cineasta, pesquisador e professor de Cinema da UFPE, Fernando Weller mergulhou na história de jovens voluntários norte-americanos que viveram no Nordeste do Brasil pelo programa dos Corpos da Paz, nas décadas de 1960 e 70. Ainda no início dos anos 1960, os Estados Unidos promoveram uma série de ações na região com o objetivo de barrar o que era percebido como uma ameaça comunista no campo – as Ligas Camponesas de Francisco Julião – e, ao mesmo tempo, promover uma “modernização” de cunho liberal em um território historicamente marcado pela fome e pela seca. Na mesma época, uma instituição chamada Corpos da Paz, criada por John F. Kennedy e conhecida no Brasil como Voluntários da Paz, trouxe milhares de jovens norte-americanos para atuar em trabalhos comunitários e agrícolas em, particularmente, pequenas cidades no interior do Nordeste. O documentário de Weller reúne imagens raras da atuação dos voluntários em localidades remotas do Brasil, além de registros históricos desconhecidos, como documentos do Serviço Nacional de Informações (SNI) revelando a articulação entre setores da Igreja Católica e corporações norte-americanas. O filme aborda ainda as contradições entre a política intervencionista dos EUA no Nordeste e as histórias individuais dos voluntários, representantes de uma idealista geração de jovens norte-americanos.

SOBRE O DIRETOR
Fernando Weller tem 39 anos e nasceu em Niterói/RJ, onde se formou em Cinema, na Universidade Federal Fluminense. Como pesquisador e acadêmico, dedicou-se ao estudo do Cinema Documentário, particularmente à cinematografia norte-americana dos anos 1960. Tornou-se mestre em Imagem e Som pela UFF e concluiu doutorado em Comunicação pela UFPE, com estágio doutoral na Universidade de Concordia, em Montreal, Canadá. Publicou artigos sobre Cinema Direto norte-americano e canadense. Atualmente, é professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, no curso de Cinema e Audiovisual. Como realizador, pesquisador e roteirista, Fernando atuou principalmente em documentários para Cinema e TV. Codirigiu Língua Mãe (longa, doc., 2010), sobre o músico Naná Vasconcelos, filmado em Angola, Portugal e Brasil. Em Nome da América é o primeiro longametragem autoral de Fernando Weller, filme que materializa suas preocupações nos campos da linguagem documental e da pesquisa histórica. Desde 2008, o cineasta vem realizando pesquisas sobre o tema do filme. O roteiro foi selecionado pelo edital Longa Doc do Ministério da Cultura 2013 e recebeu também recursos do 7o Edital FunculturaAudiovisual/ Fundarpe- Governo do Estado de Pernambuco.

GRADE DE HORÁRIOS:

*Não abrimos segundas-feiras
19 de abril (quinta-feira)
15h - Arabia
17h - Severina
19h - Em nome da América (sessão de estreia com debate)

20 de abril (sexta-feira)
15h - Arabia
17h - Severina
19h - Em nome da América

21 de abril (sábado)
15h - Arabia
17h - Severina
19h - Em nome da América

22 de abril (domingo)
15h - Arabia
17h - Severina
19h - Em nome da América

24 de abril (terça-feira)
15h - Arabia
17h - Severina
19h - Em nome da América

25 de abril (quarta-feira)
15h - Arabia
17h - Severina
19h - Em nome da América

C i n e B a n c á r i o s
Rua General Câmara, 424, Centro
Porto Alegre | RS | CEP 90010-230
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Fone: (51) 34331204

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