Visages Villages
Sinopse:O documentário
retrata uma experiência fotográfica e cinematográfica de duas grandes pessoas
conhecidas por questionarem a cultura da exibição das imagens: Agnès Varda,
cineasta, e JR, fotógrafo e criador de galerias e exposições fotográficas ao ar
livre. Juntos, viajam por algumas regiões da França, bem longe dos centros
urbanos, com um caminhão que captura imagens de forma mágica.
O subgênero rodadie movie
(filme de estrada) é o preferido de inúmeros cinéfilos, pois na maioria das
vezes, a viagem em que os protagonistas embarcam é apenas uma mera desculpa
para que eles consigam mudar algo em suas próprias vidas. Seja comédia, ação, ou drama, as histórias de
estrada são sempre deliciosas e fazendo com que a gente não deseje que o filme
acabe tão cedo. De uma forma rara, Visages Villages é um documentário que usa
um pouco desse subgênero, para nos revelar algumas regiões da França a partir de
um olhar mais artístico de dois protagonistas distintos, mas que possuem no
fundo muita coisa em comum.
Dirigido por Agnés Varda (As
Duas Faces da Felicidade), o documentário acompanha os passos da própria
cineasta, da qual decide viajar por algumas regiões da França, explorar um
pouco de suas culturas e histórias. O companheiro de sua viagem é JR, fotógrafo
e criador de galerias e exposições fotográficas ao ar livre. Juntos eles
visitam inúmeras cidades, onde então eles pincelam inúmeras paredes de
determinados locais e colocando um pouco ali histórias que não se devem ser
esquecidas.
Sendo uma dos pilares
da Nouvelle Vague Francesa, Agnés Varga carrega muita história para ser
contada, seja sobre a carreira cinematográfica ou com relação a sua vida
pessoal. Em ambos os casos eles meio que acabam se fundindo, principalmente
quando o primeiro ato do documentário se entrecorta entre o presente e o
passado e onde a testemunhamos em seus tempos de glória ao lado dos seus amigos.
Aliás, mesmo não estando presente no decorrer do filme, Jean-Luc Godard é uma
presença constante na obra, pelo fato de Agnés e ele terem tido uma forte
amizade no passado, mesmo quando os atritos se elevassem em alguns momentos de
suas vidas.
A imagem do gênio
cineasta também é sentida na presença do próprio fotografo JR que acompanha
Agnés nessa jornada e que, curiosamente, possui um visual até mesmo parecido.
Se isso foi proposital ou não isso acaba se tornando meio que descartado ao
longo do percurso, principalmente pelo fato da cineasta conseguir nos atrair
para sua proposta principal, que é resgatar as inúmeras histórias de lugares
através do seu talento e de JR. Os resultados são de inúmeros momentos em que o
trabalho de ambos enche a tela e fazendo com a gente conheça um pouco mais do
universo de cada um das pessoas que eles visitam.
A
primeira parada da dupla já da uma dica do que estará por vir. Eles param num
condômino que é ameaçado em ser demolido e lá eles conhecem, não somente a
história de uma senhora de idade, como também de seus familiares e vizinhos
trabalhadores. Ao por as mãos na massa, Agnés e JR usam o seu talento e criando
imensas fotos para serem coladas nas paredes do condomínio e das quais contam
um pouco da história daquele lugar cheio de significado.
O
filme se torna incomum não só pelo fato deles compartilharem o talento de ambos
para dar uma nova cor aos lugares em que eles visitam como também uma forma de
contar um pouco da vida de cada uma daquelas pessoas que eles visitam. Não
importa se for uma pessoa rica ou pobre, ou até mesmo de classes diferentes,
pois o documentário é um mosaico de inúmeras histórias, onde cada pessoa possui
um universo particular a ser compartilhado pelo próximo. Bom exemplo disso é de um senhor aposentado,
do qual vive num pequeno lar humilde em que criou, mas tendo tanto significado
e sintetizando velhas histórias das quais se encontram em cada objeto vindo do
seu lar.
Em
sua reta final, o filme toca em temas como as marcas da vida em que nos deixa,
seja fisicamente ou emocionalmente. Agnés não se intimida em se revelar em
frente da câmera, ao ponto de compreendemos os seus sonhos, frustrações, além
de desejos a serem saciados, mesmo quando a idade não lhe permite isso. JR se
torna então seu ombro amigo, do qual ele usa as suas pernas para mover Agnés e fazê-la
se lembrar de um passado mais dourado: a cena em que ele a empurra numa cadeira
de rodas dentro de um museu sintetiza o lado mais intimo da cineasta sendo
descascado.
Voltando
a Jean-Luc
Godard, o documentário entra em minutos finais de puro suspense, onde a gente
crê que iremos testemunhar algo muito pouco visto nos dias de hoje. Porém,
devido ao fato de ser uma pessoa reservada, além de opinião extremamente forte,
Godard não só nos magoa como também sua própria amiga Agnés, Porém, JR ameniza
a frustração dela numa cena intima e pessoal e selando, não somente o filme,
como amizade de ambos para sempre.
Visages Villages é
sobre a encruzilhada de inúmeras vidas e das quais são compartilhadas através
do talento de duas pessoas criativas e humanas.
Em Cartaz na sala Guion Center -Rua Lima e Silva 776, bairro Cidade Baixa, Porto Alegre. Horário: 14h15, 17h40, 21h30.
Dirigido pelo mestre Steven Spielberg, o filme é sobre o poder de uma impressa que opta pelo lado
imparcial, onde a liberdade jamais pode ser comprada pelos
poderosos, mas sim passar todo o seu poder de informação e verdade ao povo. Kay Graham (Meryl Streep) herdeira e diretora do jornal The Post e
junto com Ben Bradlee (Tom Hanks) enxergam todos os eventos dos quais podem
mudar os rumos de um país e ficam aguardando para que possam publicar a matéria
essencial. O problema é que o The New York Times acaba sendo proibido por ordens
de Nixon a não publicar informações sigilosas sobre a guerra do Vietnã, mas Kay
Graham e Ben Bradlee veem então a oportunidade de conseguir publicar a matéria
que trará a visibilidade que eles precisavam para que o The Post se fortaleça.
The Post - A Guerra
Secreta
Sinopse: Ben Bradlee
(Tom Hanks) e Kat Graham (Meryl Streep), editores do The Washington Post,
recebem um enorme estudo detalhado sobre o controverso papel dos Estados Unidos
na Guerra do Vietnã e enfrentam de tudo para publicar os bombásticos
documentos.
Resumidamente o filme
possui um grande ritmo que nos prende atenção do início ao fim. Além disso, há
momentos de tensão dos quais os protagonistas passam a todo o momento, principalmente
naqueles protagonizados pela incrível Meryl Streep, que faz com que sintamos o
nó na garganta que a sua personagem sente num determinado clímax do filme.
Aliás, o papel dela é o coração pulsante da trama, principalmente pelo fato que
o filme retrata um período em que uma
mulher na direção de um jornal era ainda muito incomum, sendo que muitas coisas
e até mesmo atos de conselheiros do The Post colocavam a tal em situações
desconfortáveis.
A atuação de Tom Hanks também não passa despercebida, mesmo quando seu desempenho não soa diferente
de seus trabalhos anteriores, mas ao mesmo tempo conseguindo corresponder com proposta
principal da obra. O caso que Hanks é um ator funcional em diversos tipos de
filmes, seja eles de época ou contemporâneos e sempre passa aquela aura de bom
moço e do qual o cinéfilo é rapidamente conquistado. Tanto ele como Meryl Streep
possuem uma bela química os dois juntos em cena e fazendo a tela encher de puro
talento em abundância.
The Post - A Guerra Secreta é um filme que nos brinda
com uma incrível experiência cinematográfica, pois Steven Spielberg nos joga
num época histórica sem prévio aviso, nos fazendo por um momento ficarmos confuso,
para logo depois termos total entendimento dos fatos que estão acontecendo. Vale
destacar as presenças de Bob Odenkirk (Better Call Saul) e Sarah Paulson
(American Horror Story), grandes talentos de séries de tv e agora brilhando na
tela grande. The Post - A Guerra Secreta é como se fosse um relógio suíço, cuja
suas engrenagens trabalham em conjunto e resultando numa obra que retrata uma
época de um jornalismo mais verdadeiro e que não é facilmente comprado.